Mostrando postagens com marcador bissexualidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador bissexualidade. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Uma visão cristã da homossexualidade




Especial

Ano 2 - N° 85 - 7 de Dezembro de 2008

JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


Uma visão cristã da homossexualidade
Ao serem identificados os pendores homossexuais das pessoas nessa dimensão de experiência, é imperioso se lhes oferte o amparo educativo pertinente, nas mesmas condições
com que se administra instrução à maioria
heterossexual da sociedade

As múltiplas experiências humanas pela reencarnação e os repetidos contatos com ambos os sexos proporcionam ao Espírito as tendências sexuais na feminilidade ou masculinidade e este reencarna com ambas as polaridades e se junge, às vezes, contrariado, aos impositivos da anatomia genital e ao da educação sexual que acolhe em seu ambiente cultural. Consoante essas experiências, tenderá para qualquer das duas opções e o fará nem sempre de acordo com sua aspiração interior, que poderá ser inversa ao que determina o meio sociocultural.  
Emmanuel ensina na obra "Vida e Sexo" que o "Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas". (1) Talvez ocorram fatores educacionais que possam contribuir para despertar no indivíduo as tendências sepultadas nas profundezas de seu inconsciente espiritual. E, ainda que desempenhe papéis de acordo com a sua anatomia genital, e que seu psiquismo se constitua de acordo com sua opção
sexual, poderá ocorrer que desperte com desejos de ter experiências com pessoas do mesmo sexo.  

Sobre essa perspectiva há também estudiosos que atestam a não interferência educacional para quaisquer das homossexualidades (2), de acordo com o consenso dos estudos psicológicos atuais, até porque o cerco em volta de todo o processo educacional é hétero, sustentam.  
Afirma-se, ainda, que o homossexual, quando desempenha papel heterossexual é sempre em função de conflitos provocados pelo meio social, no que não alcança realização e habitualmente recorre a fantasias homossexuais para alcançar efeitos heterossexuais. Quando há realização tanto homo quanto hétero, então aí estaremos diante da bissexualidade manifesta.  
Em que pese o apontamento da Psicologia para a positivação da identidade bissexual, pode ocorrer, não necessariamente, que na realidade a pessoa seja um homossexual tentando uma vivência dupla em função de algum fator de conflito. Tal ocorrência poderá lhe tumultuar a consciência caracterizando, por aquele motivo, um transtorno psíquico-emocional, embora os transtornos nunca sejam em função da homossexualidade em si, mas da ação dos preconceitos sofridos pelo indivíduo. 
Estudiosos sinceros explicam que a expressão opção sexual está abandonada pela Psicologia 
A convivência do Espírito com o sexo oposto ao que adotou em cada encarnação, bem como aquelas em que exerceu sua opção sexual, irão plasmar em seu psiquismo as tendências típicas de cada polaridade. Sabemos também existir estudiosos sinceros explicando que a expressão opção sexual está abandonada pela Psicologia, desde que a ocorrência é sempre de tendência manifesta; dessa forma, o meio em volta em nada colabora para a existência de opção. Afirma-se, ainda, que admitir opção para homossexualidade seria também admitir um enorme masoquismo, diante de toda a adversidade que cerca o indivíduo em relação à homossexualidade.  
Explica Emmanuel: "A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação”. (3) 
Na questão 202 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec indagou aos Espíritos: "Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?" "Isso pouco lhe importa”, responderam os Benfeitores; "o que o guia na escolha são as provas por que haja de passar." (4) 
A genética tem tentado encontrar genes que explicariam a homossexualidade como sendo desvio de comportamento sexual. A psiquiatria tentou encontrar enzimas cerebrais que poderiam influenciar no comportamento sexual. Alguns sexólogos explicam que é uma preferência sexual (lembrando aqui que oficialmente a expressão opção foi abolida). Mas a sede real do sexo não se acha no veículo físico, porém na estrutura complexa do espírito. É por esse prisma que devemos encarar as questões relacionadas ao sexo. "A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos." (5)  
Com a liberação sexual na sociedade contemporânea, a tolerância à homossexualidade aumentou 
Não podemos confundir homossexualidade com desvio de caráter, até porque os deslizes sexuais de qualquer tendência têm procedências diversas. Suas raízes genésicas podem vir de profundidades íntimas insondáveis. "A própria filogênese (6) do sexo, que começa aparentemente no reino mineral, passando pelo vegetal e ao animal, para depois chegar ao homem, apresenta enorme variação de formas, inclusive a autogênese [geração espontânea] dos vírus e das células e a bissexualidade dos hermafroditas" (7), o que para alguns pesquisadores justificaria o aparecimento do que seriam os desvios sexuais congênitos. Especialistas dizem também que atualmente o conceito de desvio mudou muito, e um homossexual que se force à heterossexualidade seria tido como um desvio. 
Com a liberação sexual e a ascensão do feminino na sociedade contemporânea, a tolerância à homossexualidade aumentou, permitindo que uma grande quantidade de pessoas que viviam no anonimato se expressasse naturalmente, graças à luta dos homossexuais por seus direitos em todo o mundo, forçando até mesmo a mudança de legislações. Chico Xavier explica, de forma clara, o seguinte: "Não vejo pessoalmente qualquer motivo para criticas destrutivas e sarcasmos incompreensíveis para com nossos irmãos e irmãs portadores de tendências homossexuais, a nosso ver, claramente iguais às tendências heterossexuais que assinalam a maioria das criaturas humanas. Em minhas noções de dignidade do espírito, não consigo entender por que razão esse ou aquele preconceito social impediria certo numero de pessoas de trabalhar e de serem úteis à vida comunitária, unicamente pelo fato de haverem trazido do berço características psicológicas e fisiológicas diferentes da maioria. (...) Nunca vi mães e pais, conscientes da elevada missão que a Divina Providencia lhes delega, desprezarem um filho porque haja nascido cego ou mutilado. Seria humana e justa nossa conduta em padrões de menosprezo e desconsideração, perante nossos irmãos que nascem com dificuldades psicológicas?" (8) Creio ser importante lembrar aqui que as dificuldades psicológicas são em decorrência de conflitos pelo preconceito. Vencido o preconceito, pelo próprio indivíduo, cessa o conflito psicológico. É claro que seria pedir demais que o Chico fosse a isso em suas declarações, mesmo porque pela época da entrevista, da forma como ele colocou já foi efetivamente uma atitude de muita autenticidade e coragem diante da verdade. 
A Doutrina Espírita não condena a homossexualidade;
ao contrário, a respeita
 
A Doutrina Espírita é libertadora por excelência. Ela não tem o caráter tacanho de impor seus postulados às criaturas, tornando-as infelizes e deprimidas. A energia sexual pede equilíbrio no uso e não abuso ou repressão. A Doutrina Espírita não condena a homossexualidade; ao contrário, recomenda-nos o respeito e fraterna compreensão para com os que têm preferências homoafetivas. Muitas vezes, pode até ser alguém tangido pelo apelo permissivo que explode das águas tóxicas do exacerbado erotismo, somado aos diversos incentivadores pseudocientíficos da depravação, que podem estar desestruturando seu sincero projeto de edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada. (9) Por isso mesmo, não pode ser discriminado, nem rejeitado, pois a mensagem de Jesus é a de “amar o próximo como a si mesmo”. 
Como já vimos com Emmanuel no início desta exposição, não há masculinidade plena, nem plena feminilidade na Terra. Tanto a mulher tem algo de viril quanto o homem de feminil. Antigamente, a educação muito rígida e repressiva contribuía para enquadrar o indivíduo homossexual de acordo com a expectativa social em volta, contrariando suas tendências espontâneas. 
Assumir a homossexualidade não significa mergulhar em um universo de atitudes extremadas e desafiadoras perante seu grupo de relacionamento familiar ou profissional, "mas fazer um profundo exercício de auto-aceitação, asserenar-se por dentro, a fim de poder reconhecer perante si mesmo e todo seu círculo de amigos e parentes que vivem uma situação de desafio. O verdadeiro desafio é a construção interna para orientar saudável e equilibradamente os desejos. E não estamos aqui referindo-nos exclusivamente a desejo sexual e sim a toda espécie de desejos que comandam a vida das criaturas". (11) 
Emmanuel enfatiza: "O mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie [homossexual], somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade devidos às criaturas heterossexuais". (12) A homossexualidade não deve, pois, ser classificada como uma psicopatia ou comportamento merecedor de discriminação ou medidas repressivas. O homossexual, especialmente, ou o transexual, merece toda a nossa compreensão e ajuda, para que ele possa vencer sua luta de adaptação à identidade de agora ou ao novo sexo adquirido com o renascimento.  
Tanto o homossexual como o heterossexual devem buscar a sua reforma interior 
Outra questão extremamente controvertida, para muitos cristãos, é a possibilidade da união estável [casamento] entre duas pessoas do mesmo sexo. Ante a miopia preconceituosa do falso purismo religioso da esmagadora maioria de cristãos supostamente "puros", isso é uma blasfêmia. Isto torna o tema bastante complexo, e não ousaríamos opinar com a palavra definitiva. Estamos, portanto, aberto a discussões. Porém, após refletir bastante sobre o assunto e, sobretudo, tendo como alicerce as opiniões de Chico Xavier, entendemos que a união estável [casamento] entre homossexuais pode ser legítima, até porque cada um deve saber de si o que melhor norteia sua própria felicidade. Só conseguiremos entender melhor a questão homossexual depois que estivermos livres dos (pré) conceitos que nos acompanham há muitos milênios. Arriscaríamos afirmar que a legalização do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo é um avanço da sociedade, que estará apenas regulamentando o que de fato já existe.  
Tanto o homossexual como o heterossexual devem buscar a sua reforma interior, não cedendo aos arrastamentos provocados pelos impulsos instintivos e sensuais. Lembremos: o que é ilícito ao hétero, também o é ao homossexual. Ambos precisam "distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de resguardá-las contra os desvios suscetíveis de corrompê-las. O sexo é uma fonte de bênçãos renovadoras do corpo e da alma". (13)  
Mister, portanto, reconhecer que ao serem identificados os pendores homossexuais das pessoas nessa dimensão de experiência é imperioso se lhes oferte o amparo educativo pertinente, nas mesmas condições com que se administra instrução à maioria heterossexual da sociedade.  
Acreditamos, por fim, que estas idéias poderão levar, a quantos as lerem, a meditar, em definitivo, sobre o assunto, lembrando que a homossexualidade transcende em si mesmo a simples questão da permuta sexual.  

Fontes:
 
(1) Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001.
(2) A Ciência já encontrou a homossexualidade nas diversas espécies pesquisadas em seus habitats, excluindo as hipóteses de cativeiro ou interferências outras. Até nos insetos há homossexualidade. Isso mostra que a homossexualidade é uma manifestação como qualquer outra da Natureza, ou mais propriamente falando: faz parte da obra de Deus.
(3) Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001.
(4) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. Feb, 2000, perg. 202
(5) Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001.
(6) Filogenia (história evolucionária das espécies) opõe-se à ontogenia (desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até a maturidade para a reprodução).
(7) Disponível em acessado em 21/04/06
(8) Publicada no Jornal Folha Espírita do mês de Março de 1984
(9) A recomendação do Espiritismo para o respeito e a compreensão para com os irmãos que transitam em condições sexuais inversivas (homossexualismo) ocorre em função do sentimento de fraternidade ou caridade que deve presidir o relacionamento humano, mas igualmente pelo fato de que nenhum de nós tem autoridade suficiente para condenar quem quer que seja, pois todos temos dificuldades morais e/ou materiais graves que precisam de educação.
(10) João, cap. VIII, vv. 3 a 11
(11) Disponível em acessado em 21/04/2006
(12) Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001.

(13) Xavier, Francisco Cândido. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001.



------------------------------------------------------------------------------
Texto extraído da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano2/85/especial.html

domingo, 7 de março de 2010

HOMOSSEXUALIDADE

“Pergunta – Quando errante, que prefere o Espírito: encarnar no corpo de um homem, ou no de uma mulher?”
“Resposta – Isso pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passar.”
Item nº 202, de “O Livro dos Espíritos”

A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência,  definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência de criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura de mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação.

Observada a ocorrência, mais com os preconceitos da sociedade, constituída na Terra pela maioria heterossexual, do que com as verdades simples da vida, essa mesma ocorrência vai crescendo de intensidade e de extensão, com o próprio desenvolvimento da Humanidade, e o mundo vê, na atualidade, em todos os países, extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie, somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de igualdade ao respeito e à atenção devidos às criaturas heterossexuais.

A coletividade humana aprenderá, gradativamente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade, em si, exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência.

A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas.

O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta.

À face disso, a individualidade em trânsito, da experiência feminina para a masculina ou vice-versa, ao envergar o casulo físico, demonstrará fatalmente os traços da feminilidade em que terá estagiado por muitos séculos, em que pese o corpo de formação masculina que o segregue, verificando-se análogo processo com referência à mulher nas mesmas circunstâncias.

Obviamente compreensível, em vista do exposto, que o Espírito no renascimento, entre os homens, pode tomar um corpo feminino ou masculino, não apenas atendendo-se ao imperativo de encargos particulares em determinado setor de ação, como também no que concerne a obrigações regenerativas.

O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agir de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, consequentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.

Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.

“Da Obra: Vida e Sexo, pelo espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, 8ª edição,
capítulo 21, publicada inicialmente em 1970.”