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domingo, 29 de janeiro de 2012

Migalhas


        A pessoa humana precisa dos recursos emocionais de afeto, de amor e compreensão.

        Desde o nascimento é isso que aguarda, quase sempre, quando se é adulto esquece-se de retribuir e continua exigindo as forças emocionais dos que lhe cercam.

        Carregamos muitas falhas na nossa composição educacional, desde o berço, porque não percebemos, na infância, manifestações sadias de afeto às pessoas. Em muitas oportunidades percebem-se críticas, apontamentos das fraquezas alheiras, revelação de defeitos...

        Existe o preconceito em reconhecer os méritos dos outros e exigimos o destaque dos nossos, mesmo sendo ínfimos, que somente nós os sabemos.

        No mecanismo do relacionamento humano não há como receber se não damos; não é possível dar alguma coisa a alguém que não possuímos.

        Sempre temos migalhas emocionais, são com elas que precisamos começar a doação, com humildade, sem alarde e consciente da pequenez.

        "Todo grande incêndio inicia-se pela faísca", com o sentimento não é diferente.

        Jesus informa que “veio trazer fogo e espera que toda a Terra se incendeie”.  É a consciência de quem realiza o bem, é a caridade que se estabelece nos corações, é o amor em ação. O que começa nas migalhas que cada pessoa pode doar ao próximo, ao serviço social, ao socorro aos desvalidos, contagia a massa e transforma a sociedade em ambiente de paz. Todos precisam; assim, todos estarão atendidos.

        Na maior parte das vezes a migalha precisa cair é dentro de casa mesmo, com os nossos mais próximos. Se não amamos os nossos amores: pai, mãe, cônjuge, filhos..., como amar os que estão fora de nossos lares.

        O cultivo da chama que Jesus noticia é diário, com estudo, meditação e prática; pode até mesmo nos causar incômodo, mas toda caridade causa algum, porque requer paciência, reconhecimento das dificuldades dos outros, suas limitações.

        As migalhas emocionais cultivadas são cumulativas e multiplicadoras ao mesmo tempo. Aqueles que auxiliam crescem e se enriquecem moralmente e materialmente amplia a sua atuação, porque o bem gera o bem, àquele que foi beneficiado espontaneamente repassa a sua migalha, porque também quer ser feliz.

        Para que o mundo se incendeie é preciso que muitas migalhas se multipliquem e se iluminem para que a luz se faça em toda parte. E como a migalha está no coração de cada um é seu possuidor que brilha. Sem a vontade e a ação não há distribuição e melhoramento.

        Não se aguarda dos indivíduos feitos mirabolantes, mas que a sua riqueza seja espargida conscientemente.

        “O amor é a única riqueza que quanto mais se divide mais se multiplica”, assim o incêndio do amor vai tomar o Planeta, porque esses efeitos são contagiantes.

        Não existe quem não deseje o amor e tudo o que deriva dele. Não se trata aqui do amor material, carnal, sexual. Trata-se do sentimento que não se perde, não se desgasta, que deixa marca inigualável, a mesma de Jesus, a paz.

        Sejamos o combustível desse incêndio..., que significa estágio bastante elevado, porque entendemos e sabemos amar. 

Dorival da Silva