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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Por que estamos neste mundo?

  

Por que estamos neste mundo? 

Certamente, quase todas as pessoas já fizeram essa pergunta a si mesmas.  No entanto, as respostas seguem as concepções familiares, religiosas ou filosóficas que atendem às perspectivas de vida. Quase sempre, essa análise está contida entre o nascimento e a velhice, ou até mesmo a presunção da morte.  Analisa-se a qualidade da infância, a formação educacional, a preparação para a vida profissional, a constituição de família, a formação dos filhos e a expectativa de uma idade madura saudável e confortável.  

Nem sempre o transcurso da vida segue esse roteiro. Nele, surgem situações inopinadas com as circunstâncias rotineiras: altos e baixos, marchas e retrocessos nas atividades do caminho. Assim também com o personagem da vida, que sofre acidentes de percurso, doenças, contrariedades, experiências agradáveis e desagradáveis, consigo e com os seus. 

Observando as vidas das pessoas ao nosso redor, notamos que ninguém tem uma trajetória de realizações e acontecimentos idêntica a de outra pessoa. Com isso, não é difícil deduzir que os roteiros de vida são exclusivos para cada pessoa. Mesmo os filhos, assim como os demais membros da família, por mais unidos que sejam. 

As doenças podem ocorrer em qualquer idade, mesmo com os mais cuidadosos. Acidentes inesperados acontecem até com os mais previdentes. Progresso econômico-financeiro, assim como a ruína, pode ocorrer entre os mais preparados, devido a circunstâncias além do controle de seus responsáveis. A morte pode surgir na vida de qualquer pessoa, em qualquer idade, sem aviso prévio. 

Aqueles que se satisfazem com a ideia de que a vida começa no nascimento e termina na morte, provavelmente se sentem felizes ao atender suas necessidades, desfrutar de alguns luxos e prazeres que os valores deste mundo possa oferecer. Para eles, tudo acaba com essa vida! É uma concepção materialista, mas há quem acredite e viva dessa forma. 

Quem observa e reflete sobre a vida, percebendo as nuances ao seu redor, pode encontrar situações adversas que nos levam a pensar em um ponto de partida antes ao nascimento, até mesmo antes da concepção de um indivíduo.  Essas situações apresentam qualidades que fogem ao que consideramos normal no contexto de vida que conhecemos.   

Crianças que surgem com inteligência avançada, apesar de seus pais serem pessoas simples e com pouca instrução. Outras nascem de casais intelectualizados, mas apresentam limitações intelectuais e motoras, às vezes gravíssimas. Além disso, há aqueles que nascem com doenças limitantes que comprometem significativamente o seu desenvolvimento físico e mental. Por que essas ocorrências são tão comuns, sendo que seus pais não apresentam nenhum comprometimento com a saúde? 

Como constam dos livros sagrados de todos os credos, o Criador de todas as coisas universais, inclusive dos espíritos, é amor e justiça. Então, o que devemos deduzir de tudo isso? Assim, podemos entender que cada indivíduo carrega consigo tudo o que lhe pertence, desde tempos muito recuados. Não se tratando de nada material, mas dos efeitos morais de todas as vidas precedentes.  

O espírito é imortal, a partir de sua criação nunca morreu e jamais morrerá.  No mecanismo evolutivo, a ampliação da inteligência, inicialmente latente, e o aprimoramento moral, inato e ingênuo na criação, ocorrem à medida que a criatura alcança a plenitude de seu livre-arbítrio.  No exercício da vida e das vidas no transcorrer dos milênios, porque todos nós somos antigos, e nos construímos como estamos, somos o patrimônio que conseguimos ser.  

A meta espiritual de toda criatura é a plenitude, o estado perfeito. Para chegar à perfeição, o caminho é longo, e as decisões equivocadas por ignorância ou por interesse se sucedem nos tempos de nossa imperfeição. As experiências trazem correspondentes consequências, que carregamos na consciência, na memória profunda do espírito.  

As dívidas graves, premeditadas e evitáveis, mas impedidas pelo egoísmo, interesse doentio, vingança e ódio, permanecem pendentes de ajustes no tempo, causando grande dificuldade para o devedor no campo espiritual, onde permanecerá por tempo incerto.  Quando estiver arrependido de seus erros e deliberar resgatá-los, pleiteará o retorno ao campo material, trazendo consigo o patrimônio moral e consciencial que construiu.  Caso esteja no campo espiritual sem condições mentais para decisão pessoal, seus responsáveis deliberarão por ele, buscando a melhor forma de iniciar o seu reajuste.  

Os espíritos surgem na vida física, em corpo novo, mas nas condições em que se encontram na espiritualidade, pois é dessa moradia que vêm.   

O corpo espiritual, o que na Doutrina Espírita se denomina perispírito, é o modelador do organismo físico, respeitados os característicos genéticos dos pais, mas a modelagem é da condição que se apresenta o indivíduo no mundo espiritual. Essa modelagem não ocorre apenas na forma estética e motora, mas nas particularidades pela formação insuficiente de órgãos, como o coração, os rins, os pulmões e demais, assim, também das questões endócrinas, linfáticas, cerebrais... Além de outras circunstâncias ocultas que surgem em determinados momentos da vida física, como gatilhos que proporcionam o aparecimento de doenças ou outros fatos imprevistos, em virtude de fatores relativos ao comportamento ou desequilíbrio emocional.  

Não é possível atribuir responsabilidade aos outros pelas nossas dificuldades e limitações, embora os comportamentos exerçam influência de uns sobre os outros, no entanto, as decisões sempre pertencerão à individualidade.  

As atitudes e responsabilidades geram consequências que refletirão nesta vida e posteriormente, sendo que as decisões e os registros ficam em si mesmo, no espírito, no próprio ser. Razão da cautela nas decisões, sempre buscar a harmonia em qualquer circunstância. Quando Jesus Cristo ensinou à humanidade que devemos perdoar sempre as ofensas recebidas, tinha a finalidade de preservar de consequências danosas por tudo que adviriam do não-perdoar. Consequências que se dariam nesta vida e na sequência após a morte do corpo, que é ocorrência inevitável para todos.  

Por que estamos neste mundo? 

                                           Dorival da Silva. 

 

Nota: As obras básicas do Espiritismo (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

 

sexta-feira, 1 de março de 2024

Viver bem e bem viver

 Viver bem e bem viver. 

    Às vezes ouvimos ou lemos essas expressões. Elas além de serem parecidas na forma também se confundem no sentido. Mas, não queremos fazer análise linguística sobre tais expressões. Queremos fazer uma reflexão sobre a trajetória espiritual de uma personalidade quando no campo material e posteriormente à sua morte no ambiente dos desencarnados. 

    Embora uma situação hipotética, mas que não deixa de ter um fundo de realidade, em conta que baseamos nas vivências narradas em centenas de atendimentos mediúnicos a espíritos de todos os níveis de entendimento.  Esse todos os níveis de entendimento, vamos limitá-los à faixa equivalente à minha e à sua condição espiritual, porque acima disso fica fora de nossa possibilidade de analisar.   

    Suponhamos a condição de vida de apenas viver bem! Um indivíduo, um casal ou uma família. Ganhar dinheiro e gerar patrimônio com o fim único de satisfazer todas as expectativas da vida, no que concerne ao lazer, viagens, festas, luxos, excessos e extravagâncias a título de boa vida. Ilusoriamente busca-se a felicidade. Mas, todos esses episódios da vida passam e restam vazios na alma. Falta algo!  

    O dinheiro farto, a riqueza de coisas e muito lazer faz a vida ficar fastidiosa. Conquanto, conquistar as coisas materiais é próprio do desenvolvimento das atividades de qualquer indivíduo. O problema está em pensar somente nisso. E estamos nos referindo a tudo de maneira honesta. Assim mesmo sentimos que existe um vazio que não nos permite uma satisfação completa, embora materialmente estejamos sem nenhuma necessidade.  

    Existe uma necessidade em nós que não se preenche com coisas adquiridas com dinheiro. É preciso despertar para isso. Primeiro, saber que não somos matérias, na essência somos espíritos. A matéria atende necessidades de suporte para a vida ter condições de ser vivida com produtividade intelectual e moral. Nem a moral e nem o intelecto são matérias. São atributos do espírito. No entanto, para a experiência nesta vida orgânica precisa atender suas necessidades para não sofrer impedimentos para o exercício evolutivo espiritual. A composição orgânica precisa estar vitalizada, os neurônios ativados e competentes para as interações do ser imortal, com os afazeres cotidianos da jornada na presente vida.  

    Trata-se de equipamento canal a serviço temporário do ser espiritual.  

    O mais importante é saber que somos espíritos, não somos temporários tal como o corpo. Mas, é importante saber que as consequências de tudo o que se dá na vida no corpo também ocorre na vida do espírito. Sendo que o corpo uma ora sucumbe, mas o espírito continua e carrega toda a responsabilidade. 

    Mas, com a consciência de que somos espíritos e de que não nos livraremos das consequências de todas as atitudes, boas ou não, podemos melhor nos posicionarmos nesta vida. Sabendo que todo uso precisa ser no necessário, porque o que passar disso fará falta a alguém. Apesar de não ser possível dizer para quem está fazendo falta isso ou aquilo, é sempre alguém da humanidade que não tem. Veja quanta miséria existe na nossa cidade ou no mundo. Falta água potável, falta nutrição adequada. E os outros problemas sociais. Muitos têm muito e desperdiçam, outros…  

    Bem viver é ter consciência de como vivemos. Consciência de que não estamos sozinhos, somos muitos. Indistintamente, todos somos necessitados. Por isso, estamos aqui. A finalidade é a aprendizagem.  

    Bem viver é saber que não estamos passando pela vida terrena para lazeres e gozos, essas coisas são necessidades num padrão de restabelecimento das forças físicas, visando novos embates evolutivos. Vez que logo deixaremos o corpo pelo tempo transcorrido, pelo desgaste, pela doença…  

    O que ficou de tudo isso, veremos logo após deixarmos esta vida. A consciência estará livre das peias densas da massa carnal. Fará um balanço contábil, apurando o resultado, entre os acertos e os erros. E avaliará se o resultado atendeu as suas expectativas, pois antes de adentrar aquele corpo que lhe serviu à experiência tinha um planejamento e os objetivos a serem alcançados. Ninguém adentra numa experiência, num corpo físico, para errar, sempre o que se espera é a vitória, é o acerto. Muitas vezes se esquece disso. Daí a frustração. O arrependimento. A infelicidade. O tormento de recomeçar, no futuro, em nova vida material, as mesmas experiências, possivelmente em ambiente adverso, vez que desperdiçou a oportunidade. 

    Bem viver é cuidar de si, cuidar dos seus, cuidar do próximo sem se apossar de ninguém. Amar é libertar. Podemos orientar, podemos assistir, podemos socorrer, mas não podemos tirar a liberdade dos outros. Como gostaríamos que nos cuidassem? 

    Às vezes pensam que cuidar dos outros é carregar alguém no colo. O entendimento não é esse. Cuidamos dos outros quando utilizamos com moderação a água, o alimento, a energia elétrica, o combustível automotivo; quando separamos o lixo orgânico do reciclável, quando contribuímos com organizações de socorro humanitário… Mesmo não sabendo qual indivíduo estamos atendendo, mas sabemos que a humanidade está sendo atendida. Assim, muitos estão fazendo isso e nos atendendo, sem saberem que existimos. “Amar ao próximo como a si mesmo.” 

    Viver bem e bem viver são as mesmas palavras, mas se pode tirar conclusões bem distintas. O importante é saber que o agente desses contextos de vida somos nós mesmos. Os feitos, as decisões e os resultados e consequências nos pertencem. Apenas nos cabem as reflexões sobre: Viver bem e bem viver. 

Dorival da Silva. 

quinta-feira, 23 de março de 2023

A política de Jesus

 A política de Jesus 

A política de Jesus é aquela na qual o amor predomina sobre todas as imagináveis possibilidades, Amor à ordem estabelecida pelas Divinas Leis que devem viger como diretrizes de segurança para todas as situações que se apresentem no transcurso existencial.

 

Amor aos deveres de fomentar o progresso e estimulá-lo por meio de um perfeito equilíbrio entre as diferentes linhas de pensamentos e de ideias. 


Considerando-se que cada indivíduo é um universo especial, cumpre a todos o dever de respeito pela diferença de opiniões, fruto natural do estágio evolutivo do seu próximo. 


O amor permite todas as condições que existem e trabalha em favor do equilíbrio entre as diferenças que se apresentam. 


Tenha-se em vista que ideias são combatidas com outras melhores e nunca em forma de pugilato entre os idealistas. 


Toda vez quando o debate de ideias descamba para a agressividade contra o seu portador, o amor falha no seu mister de união e de fraternidade. Passa-se da política do bem, que deve ser a estrutura de todos os esforços, para a da força, da imposição do desrespeito aos Soberanos Códigos da Vida. 


Tal ocorrência demonstra a fragilidade da razão ante os fatos, do exame exaustivo que se deve aplicar antes de divergir e dissentir, sendo-se vítima de paixões egóicas e ditador da maneira de conviver e de trabalhar. 


Não é a questão de o outro estar certo ou não, mas da essência do seu pensamento poder resistir a tudo aquilo que se lhe oponha como fenômeno natural do ato de compreender-se, de vivenciar-se. 


Experimenta-se, na atualidade, o período em que o poder da força pelos benefícios que proporciona ao seu portador se faz válido, em flagrante desconsideração pelos objetivos que facultam a construção da paz e do progresso no mundo, um lamentável caminho que se inicia em forma de desentendimento entre os membros da sociedade. 


Em todas as circunstâncias, porém, Jesus demonstrou, diferentemente, que a política do Bem não defrauda a legislação universal da harmonia que deve viger entre o que se pensa e como se comporta. 


Não poucas vezes, nesta circunstância, a Justiça é posta à margem pela força desnecessária do indivíduo não acostumado a obedecer às regras básicas da conduta social existente desde os primórdios da evolução. 


Sucede que o respeito à Lei vigente deve ser aceitar as determinações que se encontram exaradas como consequência das experiências culturais anteriores, e o seu combate ocorra mediante o comportamento afável e digno, embora não concordando com o opositor.

 

Eis por que se faz imprescindível a vivência da conduta teocêntrica, embora sem a submissão a organizações humanas que lhes facultam adquirir o poder, impor a soberania de forma absolutista. 


*   *   * 


Não têm sido poucas ou reduzidas as interferências das religiões organizadas em instituições trabalhadas em favor de padrões sociais estabelecidos em cada época, a ponto de se tornarem dominadoras, ao lado de governantes infelizes e perversos, que destruíram totalmente os objetivos a que se devem dedicar todas as doutrinas que tenham a ver com a questão espiritual da Humanidade. 


A aceitação dos Divinos Códigos em sua essência, num respeitoso cuidado de observação e vivência, eis a maneira ideal de ter-se uma existência religiosa ou viver-se religiosamente, graças aos vínculos de segurança com Deus, com a imortalidade do Espírito e com as seguras regras de comportamento que proporciona a evolução. 


O ser humano é imortal, tendo a sua vida real além da carne, onde se origina e prossegue, após os fenômenos do berço e do túmulo. 


O corpo é uma veste temporária, própria para os objetivos de desenvolvimento da centelha espiritual que dele se utiliza, qual ocorre com a semente que se dilui no solo onde se encontram os fatores indispensáveis ao seu processo de germinação.

 

Nesse sentido, a reencarnação oferece o seu encantador poder de transformação, qual buril na lapidação da aspereza de qualquer material, aplainando-lhe as anfractuosidades no seu largo processo de embelezamento.

 

Intuído e inspirado a vencer as torpezas do percurso na busca da felicidade, a criatura encontrou na política o mais eficaz instrumento para conduzir as massas, sempre necessitadas de equilíbrio e paz.

 

Filosofando com base em princípios nem sempre elevados, efeito natural das ambições pessoais ainda um tanto primitivas, os indivíduos mais astutos normalmente utilizam as forças das habilidades interiores para impor-se ao grupo social e seduzi-los politicamente. 


Desse movimento algo sórdido surgiram os partidos dominadores para encarregar-se das suas ambições, conseguindo-as a benefício pessoal em detrimento dos grupos saudáveis aos quais deveriam servir.

 

Pessoas honestas, portadoras de tesouros morais inalienáveis, compreendendo a necessidade de dedicar-se às campanhas de crescimento social e de elevar-se para as conquistas plenificadoras, são normalmente vencidas nos pleitos eleitorais periódicos que as comunidades executam. 


Utilizando-se dos métodos da honestidade e da transparência, são ainda vencidas pelas intrigas e perseguições dos seus adversários, que se fazem campeões da intriga e da corrupção. 


Todos têm, porém, seu modelo em Jesus, que durante a jornada terrestre enfrentou os perversos e exploradores que dominavam o povo submisso e esmagado pelos sofrimentos.

 

A vida humana exige ética de comportamento, a fim de ajustar-se à programação universal. 


Todas as vezes em que Ele foi perseguido pelos políticos e religiosos do seu tempo, que exploravam e extorquiam a plebe e as classes menos privilegiadas, encontrava os recursos na Lei de Amor, ou Lei Natural, para demonstrar justiça e sabedoria. 


Em face desta realidade – a do Bem -, é indispensável que a força ceda suas resistências violentas aos impositivos do divino poder do amor. 


*   *   * 


Seja qual for a circunstância, lugar ou posição em que te encontres, nunca postergues a ação do amor em tua conduta.

 

Faze sempre conforme gostarias que te façam, quando estiveres em situação idêntica. 


Assim sendo, em vez da política do poder extravagante e destruidor, o Bem como recurso intermediário para a solução de todas e quaisquer dificuldades. 


 

Joanna de Ângelis 

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 24.10.2022, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. 

Em 18.1.2023.