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sexta-feira, 1 de março de 2024

Viver bem e bem viver

 Viver bem e bem viver. 

    Às vezes ouvimos ou lemos essas expressões. Elas além de serem parecidas na forma também se confundem no sentido. Mas, não queremos fazer análise linguística sobre tais expressões. Queremos fazer uma reflexão sobre a trajetória espiritual de uma personalidade quando no campo material e posteriormente à sua morte no ambiente dos desencarnados. 

    Embora uma situação hipotética, mas que não deixa de ter um fundo de realidade, em conta que baseamos nas vivências narradas em centenas de atendimentos mediúnicos a espíritos de todos os níveis de entendimento.  Esse todos os níveis de entendimento, vamos limitá-los à faixa equivalente à minha e à sua condição espiritual, porque acima disso fica fora de nossa possibilidade de analisar.   

    Suponhamos a condição de vida de apenas viver bem! Um indivíduo, um casal ou uma família. Ganhar dinheiro e gerar patrimônio com o fim único de satisfazer todas as expectativas da vida, no que concerne ao lazer, viagens, festas, luxos, excessos e extravagâncias a título de boa vida. Ilusoriamente busca-se a felicidade. Mas, todos esses episódios da vida passam e restam vazios na alma. Falta algo!  

    O dinheiro farto, a riqueza de coisas e muito lazer faz a vida ficar fastidiosa. Conquanto, conquistar as coisas materiais é próprio do desenvolvimento das atividades de qualquer indivíduo. O problema está em pensar somente nisso. E estamos nos referindo a tudo de maneira honesta. Assim mesmo sentimos que existe um vazio que não nos permite uma satisfação completa, embora materialmente estejamos sem nenhuma necessidade.  

    Existe uma necessidade em nós que não se preenche com coisas adquiridas com dinheiro. É preciso despertar para isso. Primeiro, saber que não somos matérias, na essência somos espíritos. A matéria atende necessidades de suporte para a vida ter condições de ser vivida com produtividade intelectual e moral. Nem a moral e nem o intelecto são matérias. São atributos do espírito. No entanto, para a experiência nesta vida orgânica precisa atender suas necessidades para não sofrer impedimentos para o exercício evolutivo espiritual. A composição orgânica precisa estar vitalizada, os neurônios ativados e competentes para as interações do ser imortal, com os afazeres cotidianos da jornada na presente vida.  

    Trata-se de equipamento canal a serviço temporário do ser espiritual.  

    O mais importante é saber que somos espíritos, não somos temporários tal como o corpo. Mas, é importante saber que as consequências de tudo o que se dá na vida no corpo também ocorre na vida do espírito. Sendo que o corpo uma ora sucumbe, mas o espírito continua e carrega toda a responsabilidade. 

    Mas, com a consciência de que somos espíritos e de que não nos livraremos das consequências de todas as atitudes, boas ou não, podemos melhor nos posicionarmos nesta vida. Sabendo que todo uso precisa ser no necessário, porque o que passar disso fará falta a alguém. Apesar de não ser possível dizer para quem está fazendo falta isso ou aquilo, é sempre alguém da humanidade que não tem. Veja quanta miséria existe na nossa cidade ou no mundo. Falta água potável, falta nutrição adequada. E os outros problemas sociais. Muitos têm muito e desperdiçam, outros…  

    Bem viver é ter consciência de como vivemos. Consciência de que não estamos sozinhos, somos muitos. Indistintamente, todos somos necessitados. Por isso, estamos aqui. A finalidade é a aprendizagem.  

    Bem viver é saber que não estamos passando pela vida terrena para lazeres e gozos, essas coisas são necessidades num padrão de restabelecimento das forças físicas, visando novos embates evolutivos. Vez que logo deixaremos o corpo pelo tempo transcorrido, pelo desgaste, pela doença…  

    O que ficou de tudo isso, veremos logo após deixarmos esta vida. A consciência estará livre das peias densas da massa carnal. Fará um balanço contábil, apurando o resultado, entre os acertos e os erros. E avaliará se o resultado atendeu as suas expectativas, pois antes de adentrar aquele corpo que lhe serviu à experiência tinha um planejamento e os objetivos a serem alcançados. Ninguém adentra numa experiência, num corpo físico, para errar, sempre o que se espera é a vitória, é o acerto. Muitas vezes se esquece disso. Daí a frustração. O arrependimento. A infelicidade. O tormento de recomeçar, no futuro, em nova vida material, as mesmas experiências, possivelmente em ambiente adverso, vez que desperdiçou a oportunidade. 

    Bem viver é cuidar de si, cuidar dos seus, cuidar do próximo sem se apossar de ninguém. Amar é libertar. Podemos orientar, podemos assistir, podemos socorrer, mas não podemos tirar a liberdade dos outros. Como gostaríamos que nos cuidassem? 

    Às vezes pensam que cuidar dos outros é carregar alguém no colo. O entendimento não é esse. Cuidamos dos outros quando utilizamos com moderação a água, o alimento, a energia elétrica, o combustível automotivo; quando separamos o lixo orgânico do reciclável, quando contribuímos com organizações de socorro humanitário… Mesmo não sabendo qual indivíduo estamos atendendo, mas sabemos que a humanidade está sendo atendida. Assim, muitos estão fazendo isso e nos atendendo, sem saberem que existimos. “Amar ao próximo como a si mesmo.” 

    Viver bem e bem viver são as mesmas palavras, mas se pode tirar conclusões bem distintas. O importante é saber que o agente desses contextos de vida somos nós mesmos. Os feitos, as decisões e os resultados e consequências nos pertencem. Apenas nos cabem as reflexões sobre: Viver bem e bem viver. 

Dorival da Silva. 

quinta-feira, 23 de março de 2023

A política de Jesus

 A política de Jesus 

A política de Jesus é aquela na qual o amor predomina sobre todas as imagináveis possibilidades, Amor à ordem estabelecida pelas Divinas Leis que devem viger como diretrizes de segurança para todas as situações que se apresentem no transcurso existencial.

 

Amor aos deveres de fomentar o progresso e estimulá-lo por meio de um perfeito equilíbrio entre as diferentes linhas de pensamentos e de ideias. 


Considerando-se que cada indivíduo é um universo especial, cumpre a todos o dever de respeito pela diferença de opiniões, fruto natural do estágio evolutivo do seu próximo. 


O amor permite tidas as condições que existem e trabalha em favor do equilíbrio entre as diferenças que se apresentam. 


Tenha-se em vista que ideias são combatidas com outras melhores e nunca em forma de pugilato entre os idealistas. 


Toda vez quando o debate de ideias descamba para a agressividade contra o seu portador, o amor falha no seu mister de união e de fraternidade. Passa-se da política do bem, que deve ser a estrutura de todos os esforços, para a da força, da imposição do desrespeito aos Soberanos Códigos da Vida. 


Tal ocorrência demonstra a fragilidade da razão ante os fatos, do exame exaustivo que se deve aplicar antes de divergir e dissentir, sendo-se vítima de paixões egóicas e ditador da maneira de conviver e de trabalhar. 


Não é a questão de o outro estar certo ou não, mas da essência do seu pensamento poder resistir a tudo aquilo que se lhe oponha como fenômeno natural do ato de compreender-se, de vivenciar-se. 


Experimenta-se, na atualidade, o período em que o poder da força pelos benefícios que proporciona ao seu portador se faz válido, em flagrante desconsideração pelos objetivos que facultam a construção da paz e do progresso no mundo, um lamentável caminho que se inicia em forma de desentendimento entre os membros da sociedade. 


Em todas as circunstâncias, porém, Jesus demonstrou, diferentemente, que a política do Bem não defrauda a legislação universal da harmonia que deve viger entre o que se pensa e como se comporta. 


Não poucas vezes, nesta circunstância, a Justiça é posta à margem pela força desnecessária do indivíduo não acostumado a obedecer às regras básicas da conduta social existente desde os primórdios da evolução. 


Sucede que o respeito à Lei vigente deve ser aceitar as determinações que se encontram exaradas como consequência das experiências culturais anteriores, e o seu combate ocorra mediante o comportamento afável e digno, embora não concordando com o opositor.

 

Eis por que se faz imprescindível a vivência da conduta teocêntrica, embora sem a submissão a organizações humanas que lhes facultam adquirir o poder, impor a soberania de forma absolutista. 


*   *   * 


Não têm sido poucas ou reduzidas as interferências das religiões organizadas em instituições trabalhadas em favor de padrões sociais estabelecidos em cada época, a ponto de se tornarem dominadoras, ao lado de governantes infelizes e perversos, que destruíram totalmente os objetivos a que se devem dedicar todas as doutrinas que tenham a ver com a questão espiritual da Humanidade. 


A aceitação dos Divinos Códigos em sua essência, num respeitoso cuidado de observação e vivência, eis a maneira ideal de ter-se uma existência religiosa ou viver-se religiosamente, graças aos vínculos de segurança com Deus, com a imortalidade do Espírito e com as seguras regras de comportamento que proporciona a evolução. 


O ser humano é imortal, tendo a sua vida real além da carne, onde se origina e prossegue, após os fenômenos do berço e do túmulo. 


O corpo é uma veste temporária, própria para os objetivos de desenvolvimento da centelha espiritual que dele se utiliza, qual ocorre com a semente que se dilui no solo onde se encontram os fatores indispensáveis ao seu processo de germinação.

 

Nesse sentido, a reencarnação oferece o seu encantador poder de transformação, qual buril na lapidação da aspereza de qualquer material, aplainando-lhe as anfractuosidades no seu largo processo de embelezamento.

 

Intuído e inspirado a vencer as torpezas do percurso na busca da felicidade, a criatura encontrou na política o mais eficaz instrumento para conduzir as massas, sempre necessitadas de equilíbrio e paz.

 

Filosofando com base em princípios nem sempre elevados, efeito natural das ambições pessoais ainda um tanto primitivas, os indivíduos mais astutos normalmente utilizam as forças das habilidades interiores para impor-se ao grupo social e seduzi-los politicamente. 


Desse movimento algo sórdido surgiram os partidos dominadores para encarregar-se das suas ambições, conseguindo-as a benefício pessoal em detrimento dos grupos saudáveis aos quais deveriam servir.

 

Pessoas honestas, portadoras de tesouros morais inalienáveis, compreendendo a necessidade de dedicar-se às campanhas de crescimento social e de elevar-se para as conquistas plenificadoras, são normalmente vencidas nos pleitos eleitorais periódicos que as comunidades executam. 


Utilizando-se dos métodos da honestidade e da transparência, são ainda vencidas pelas intrigas e perseguições dos seus adversários, que se fazem campeões da intriga e da corrupção. 


Todos têm, porém, seu modelo em Jesus, que durante a jornada terrestre enfrentou os perversos e exploradores que dominavam o povo submisso e esmagado pelos sofrimentos.

 

A vida humana exige ética de comportamento, a fim de ajustar-se à programação universal. 


Todas as vezes em que Ele foi perseguido pelos políticos e religiosos do seu tempo, que exploravam e extorquiam a plebe e as classes menos privilegiadas, encontrava os recursos na Lei de Amor, ou Lei Natural, para demonstrar justiça e sabedoria. 


Em face desta realidade – a do Bem -, é indispensável que a força ceda suas resistências violentas aos impositivos do divino poder do amor. 


*   *   * 


Seja qual for a circunstância, lugar ou posição em que te encontres, nunca postergues a ação do amor em tua conduta.

 

Faze sempre conforme gostarias que te façam, quando estiveres em situação idêntica. 


Assim sendo, em vez da política do poder extravagante e destruidor, o Bem como recurso intermediário para a solução de todas e quaisquer dificuldades. 


 

Joanna de Ângelis 

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 24.10.2022, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. 

Em 18.1.2023.