Fisicamente,
aquele que visitamos em câmara ardente e despedimos em exéquias, realmente não
está mais ombreando conosco, permanece-nos na lembrança. É correto
homenageá-los em dias próprios? Nada a
reprovar. No entanto, podemos fazer isso diariamente ou em muitas oportunidades,
através da prece diária, quando não, em datas outras, como aniversário, período
Natalino...
“Os
Espíritos são sensíveis à lembrança que deles guardam os que lhes foram caros
na Terra? ‘Muito mais do que podeis
imaginar. Se são felizes, essas lembranças lhes aumenta a felicidade; se são
infelizes, serve-lhes de lenitivo.’ ‘O
dia da comemoração dos mortos tem algo de mais solene para os Espíritos? Eles
se preparam para visitar os que vão orar sobre os seus despojos? ‘Os Espíritos atendem ao chamado do
pensamento, tanto nesse dia como nos outros’. ‘O dia de finados é, para
eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas? Nesse dia, eles se reúnem em maior número nos cemitérios, porque maior
é o número de pessoas que os chamam. Mas
cada Espírito só comparece ali pelos seus amigos e não pela multidão dos
indiferentes.’ ‘Sob que forma aí
comparecem e como os veríamos, se pudessem tornar-se visíveis? Aquela sob a qual eram conhecidos em vida.”
(1)
As
indagações acima e as respostas dos Espíritos reveladores da vida em outra
dimensão são muito esclarecedoras, mas outras conjecturas surgem que nos levam à
reflexão. E no caso daquele em que
lembramos no dia convencionado à homenagem dos chamados mortos estiver
reencarnado e convivendo junto aos seus entes queridos, agora como um neto ou
um bisneto? Como seria? Agora tem outro nome? É outra personalidade?
A
fé raciocinada (a Doutrina Espírita) nos permite a reflexão. Outrora era conhecido como José, nesta oportunidade
se chama Antônio, conquanto as personalidades diferentes tratam-se do mesmo ser
espiritual. Se lá à beira da lápide
homenageamos o ente que conhecíamos com um nome e ele tem outro, numa nova
existência física, que não temos conhecimento, a prece, o pensamento de saudade
atinge-o de mesma forma, porque não importa como ou onde esteja, é a mesma
individualidade.
Como
se daria isso? Estando o Espírito na
vida errante (espiritual), que lhe é a natural, estaria ciente: veria os seus
homenageadores e sentiria as suas intenções emocionais; e estando num outro
corpo (reencarnado), não estaria consciente da ocorrência como na situação
anterior, mas sentiria a emoção, ou a alegria benfazeja que não saberia
explicar, independentemente de ser criança ou adulto. Será que nunca sentimos
uma emoção ou uma alegria que desconhecemos de onde surgiu? Os que estão na vida espiritual também oram
por nós. A vida é via de duas mãos!
A homenagem aos que amamos é muito
importante, em qualquer circunstância é uma demonstração de afeto, doação de
amor, sem nenhuma outra conotação que não seja a de amar.
(1) – O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – Questões: 320, 321
e 321 - a e b.
Dorival da Silva