Os obreiros do Senhor
Aproxima-se o tempo em que se cumprirão
as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que
houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel,
senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que
tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e
unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a
obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons
servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas
discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas ai daqueles que,
por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a
tempestade virá e eles serão levados no turbilhão! Clamarão: “Graça! graça!” O
Senhor, porém, lhes dirá: “Como implorais graças, vós que não tivestes piedade
dos vossos irmãos e que vos negastes a estender-lhes as mãos, que esmagastes o
fraco, em vez de o amparardes? Como suplicais graças, vós que buscastes a vossa
recompensa nos gozos da Terra e na satisfação do vosso orgulho? Já recebestes a
vossa recompensa, tal qual a quisestes. Nada mais vos cabe pedir; as
recompensas celestes são para os que não tenham buscado as recompensas da
Terra.”
Deus procede,
neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo
aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário
dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que
Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo
Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os
últimos serão os primeiros no Reino dos Céus.”
– O Espírito de Verdade. (Paris, 1862.)
Capítulo
XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 5, Allan Kardec.