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sexta-feira, 2 de junho de 2023

O Messias, veio ou virá?!

 O Messias, veio ou virá?!  


No mundo cristão, é comum ouvir a expressão “aguardar a vinda do Messias, o Salvador”. É questão de crença, e deve ser respeitada. No entanto, não pode ficar sem melhor análise, tal entendimento.   

Nos primórdios das organizações sociais, narrado no Velho Testamento, as profecias sobre a vinda de Jesus encontram registros por muitos profetas, em todas as épocas, até culminar com o Seu nascimento há dois mil anos. Assim, considerando, a Sua vinda pessoal já aconteceu, como narra o Novo Testamento e os registros históricos.  

Muitos cristãos, de várias denominações, ainda, aguardam que o Cristo virá novamente, no final dos tempos, a julgar vivos e mortos. Sem entrar em questões bíblicas, que merecem nosso respeito, há outros entendimentos e não fogem à lógica e ao bom senso.   

O Homem (no sentido, todos os seres humanos), tem nos seus atributos, como ser espiritual que é, a inteligência e a liberdade de pensar. Embora, no mundo, se considera o homem enquanto existe um corpo que se movimenta, mas, na verdade, o que se movimenta, o que pensa é o habitante do corpo, o Espírito, assim, o corpo não pensa, apenas admite a manifestação do Espírito nas ações da vida comum, da sociedade, enfim das organizações.   

Existe como atributo desse Ser pensante, a consciência, onde mora um tribunal implacável, julgador feroz, e não se trata de nenhum ser outro, um terceirizado, trata-se dele mesmo. Como a sua origem é divina, nele está incrustada a Lei de Deus, que se amplia conforme a lucidez se desenvolve.  

O livre-arbítrio também compõe a Criatura, facultando o desenvolvimento da inteligência. Assim, experimenta conforme a vontade, prova, acerta e erra. Enquanto experimenta, mesmo cometendo erro, estando no princípio da Lei de Evolução, as consequências são as próprias da experiência para o aprendizado, o que não quer dizer que não tem dor ou frustração, mas passa e vale pelo aprendizado que tira do feito. Quando o erro é deliberado, intencional, com o propósito de fazer o mal, aí se torna fato grave, não se trata de feito de evolução, é um crime que se comete contra a própria consciência, em primeiro lugar, e logicamente o mal que proporciona a terceiro ou à comunidade.   

Por isso se diz que infringiu a Lei Divina, maculou a consciência, e a própria consciência exigirá reparação, até que se sinta harmonizada novamente com a Lei derrogada voluntariamente. Tanto é que ninguém impõe arrependimento e remorso a terceiros, surge da intimidade, em conta as ações negativas, mas, implementadas. Como a consciência é do Espírito, mesmo que deixe o corpo, o problema continuará, tanto como os seus efeitos. Uma das razões dos sofrimentos no mundo espiritual, que se torna bastante intenso, vez que se contempla todo o desenrolar das consequências. E tem que viver e reviver isso até que se arrependa e tome a resolução de reparar o que foi objeto de sofrimento e consertar o que derivou disso.  

É certo que na Lei Divina não é estanque, a intensidade tem correspondência com o estado de lucidez de cada Espírito. No entanto, dentro daquilo que é justo se cumpre!  

Dessa forma, não é preciso que Jesus venha para julgar nem vivos e nem mortos, pois a Lei Divina funciona incessantemente na consciência de cada Criatura. Ainda, precisamos entender que a mensagem de Jesus é para os seres espirituais, estejam reencarnados ou não, porque, num pensamento amplo, não existem mortos, considerando os Espíritos, vez que nunca morrem, jamais morrerão. Jesus nunca pregou para mortos. O Seu propósito é “Vida em abundância”.   

Agora, que Jesus está presente constantemente junto aos Homens, isto é uma realidade. Além das suas lições anotadas pelos Apóstolos -- disponíveis, ao alcance de todos --, existem muitos trabalhadores, seus prepostos, habitando um corpo, e vivendo suas experiências evolutivas, ensinando e auxiliando o próximo; e muitos outros fora do corpo, na condição espiritual, exercendo funções de auxílio a população, oferecendo recursos intuitivos em todos os setores da vida humana, para que se acerte e vença no bem.   

Não se pode esconder que existem outras forças atuando junto aos Homens, através dos indivíduos sem educação moral, os que exercem o crime deliberadamente, sob vários aspectos exercem atitudes imorais, além das falanges de Espíritos maldosos que não desejam o bem, querem que todos caiam ou permaneçam no mal, porque invejam a conquista feliz de que não foram capazes. É bom registrar que esses Espíritos infelizes, que querem o mal, são os espíritos daqueles homens maldosos que estiveram na vida do corpo e agora estão do outro lado da vida.   

 Esses maldosos da espiritualidade também reencarnam, mas em situações penosas, inerente ao seu estado moral.   

A mensagem de Jesus é libertadora e consoladora do Espírito, porque dá a esperança, mostra-nos que o sofrimento é fruto de nossas más deliberações, no entanto, assegura que podemos nos refazer e mudar o estado de sofrimento para a condição de vida harmônica e feliz. Nada está perdido.   

Esperar que o Mestre Nazareno venha salvar ou condenar alguém, em algum episódio temporal, é entendimento que não prevalecerá diante de análise mais condizente com os ensinamentos do próprio Senhor.   

Como Mestre e Guia da Humanidade, ensina, organiza meios próprios de aprendizado no tempo, aplica todos os meios justos facilitadores para a evolução das massas, no entanto, não fará a parte que cabe ao aprendiz, tal como o professor honesto que ensina à exaustão, mas não fará o exame aferidor de conhecimento para o aluno.   

Se podemos falar em salvamento, entendendo sair de um estágio elementar para outro mais avançado, isso é resultado de esforço e mérito conquistado. Não existe ninguém que salve este ou aquele do seu estado de ignorância ou de sofrimento, são os esforços, a busca incessante do que se pretende, que tira o indivíduo do estado em que não se satisfaz mais, por desejar algo novo. É um despertamento de que existe algo melhor, no entanto, para alcançá-lo é preciso se melhorar, porque, no ambiente espiritual mais elevado para ser alcançado é preciso possuir estado vibratório compatível com àquele, é a senha que franqueia a entrada.   

Espiritualmente, ninguém leva ninguém para o Céu ou o condena a algum ambiente de sofrimento; é a Criatura que se eleva para o Céu ou permanece no estado que se encontra. Como a Lei de Afinidade atrai os similares, onde existir muitos Espíritos melhorados imperará a alegria, a felicidade, projetos do bem e trabalho feliz; onde preponderar Espíritos cheios de rancor, inveja, desejo de vingança e carregando responsabilidade por crimes, não sobejará nada além de sofrimento, pois, potencializará o estado deletério, que infelicita os atingidos.   

Com esse entendimento, não é necessário aguardar que Jesus venha, sendo que está presente, são os pecadores que estão distantes Dele!   

Dorival da Silva 

segunda-feira, 29 de junho de 2020

O bem e o mal


O bem e o mal 

 

         O bem e o mal, em sua origem, são energias iguais; a qualidade delas depende da vontade, da intenção, do impulso. A energia é neutra em sua origem. Como ocorre essa modificação, uma vez que, por si só, ela não pode se desviar da neutralidade, sendo um elemento natural, sem razão, sem vontade? 

 

       As consequências de uma intenção ou de uma vontade são forças que imprimem ação à energia, que carrega a qualidade do impulso originário, para o bem ou o mal. 

 

       A intenção, a vontade e o desejo pertencem ao espírito humano, que é o único capaz de realizar o bem e o mal. Isso ocorre porque o ser humano possui razão, tem consciência de si mesmo, alimenta interesses imediatos e futuros, carrega o egoísmo e o orgulho, assume as responsabilidades das consequências de suas ações e tem a obrigação de reparar qualquer prejuízo causado a si mesmo ou a outros. É importante considerar que o bem não precisa de ser justificado e constituirá patrimônio inalienável. 

 

       É da natureza humana discernir entre o certo e o errado, considerando o atual estágio evolutivo. Mas qual é a base intima para a escolha entre um e outro? A educação moral. 

 

       Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, destaca qual tipo de educação é necessária para a transformação do indivíduo e da sociedade.  Como registrado em seu comentário ao final do capítulo III -– Lei do Trabalho -– de O Livro dos Espíritos: “(...). Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. (…)”. 

 

       Além disso, é preciso avaliar a intenção do que se deseja realizar. No entanto, a educação moral é o que guia o que flui do ser pensante, pois são das qualidades inerentes ao indivíduo que qualificam as suas ações e os seus objetivos. 

 

       A base essencial da individualidade, a educação moral, deve vir em primeiro lugar. As demais formações culturais e acadêmicas se basearão nela, dando a qualquer intenção a coloração dos valores morais inerentes. 

 

       Assim, naturalmente, se decide entre o bem e o mal. Isso é a origem do impulso, como se percebe, como sente e medem as responsabilidades do que se empreende, em relação a si mesmo e aos reflexos na sociedade e na natureza. Se o que está enraizado na intimidade é a falta de educação moral, o desrespeito a si e a indiferença para com aqueles que serão afetados pela ação desejada, as consequências serão desastrosas.  

 

       Na obra “Diálogo com as Sombras”, no início do capítulo III, o escritor Hermínio C. Miranda, faz um registro que vem auxiliar o entendimento do tema desta página, no fragmento: “(...). Arrastado pela emoção, o Espírito se desloca, num sentido ou noutro, caminhando para as trevas de sofrimentos inenarráveis ou subindo para os planos superiores da realização pessoal, segundo ele se deixe dominar pelo ódio ou se entregue ao amor. Esse deslocamento o conduz a extremos de paixão, que o esmaga, ou a culminâncias de devotamento, que o santifica, e, muitas vezes, em estágios ainda inferiores da evolução, confunde-se em nós a realidade ódio/amor, e nos confundimos nela e com ela, porque é comum tocarem-se os extremos.”. 

       Àqueles que se mantêm conscientes de que são Espíritos, que viverão sempre, que suas qualidades são a soma de tudo o que cultiva e dá valor, que o estado de paz e felicidade ou de perturbação é colheita de suas próprias semeaduras, então, não podem se desculpar por qualquer deliberação que preveja resultado funesto, porque cientes das graves consequências.  

       É o que falta para grande parte da nossa sociedade atual:  a educação moral que orienta o que se deve ou não fazer e conscientiza que todas as ações têm consequências, que, se não imediatas, surgirão mais adiante como resultados das ações inconsequentes. 

 

       Como dizem os sábios: “é preciso que conheçamos o escuro da noite para compreendermos o claro do dia”, é uma verdade, pois sem essa experiência não entenderíamos nem escuro da noite, nem o claro do dia.  No entanto, em se tratando dos tempos modernos, com abundantes recursos tecnológicos que permitem a busca de informações, temos também obras literárias que demonstram os fatos e as realidades da vida. Além disso, o grande volume de obras mediúnicas apresenta conceitos dos planos de existência material e espiritual, bem como as narrações de ocorrências da vida de Espíritos que deixaram a matéria e daqueles que a ela retornaram. Essas obras mostram as consequências de cada tipo de vivência, relatando com fidedignidade as próprias jornadas, o que não deixa dúvidas sobre qual o melhor caminho a escolher em nossas próprias experiências. 

 

       O sofrimento é parte da vida em evolução, mas grande parte pode ser evitada, porque existem aqueles que são inerentes ao enfrentamento das experiências novas, dos desafios do que não conhecemos, as inseguranças diante de decisão importante; mas existem aqueles que advêm da invigilância, da ganância, da vaidade, do orgulho, do sensualismo, dos interesses exacerbados… Esses trazem consequências de todos os matizes, com desgastes terríveis, que atingem também outras pessoas, quando não uma coletividade inteira. Essas consequências exigem tempo incontável para solução de seus efeitos, e dependendo da gravidade do que provocado, poderão se estender por várias reencarnações.  

 

       Considerando que o Criador está preparando seres para a eternidade e que deverão ser indivíduos competentes, lúcidos e resolvidos, com clareza absoluta do que seja o bem e o mal, sendo seus os méritos; pois vivenciaram as experiências e delas retiraram o discernimento, sedimentado como virtude; e, considerando a máxima, de que o Espírito não retroage no seu estado evolutivo; então, alcançada a meta, o estado perfeito, jamais se darão por anjo decaído. A Humanidade Universal poderá contar com Seres plenos em inteligência e virtude.  

 

       O bem e o mal, o que preferimos?   


                                                           Dorival da Silva