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domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Criança


         Oportunidade aguardada com grande expectativa por àqueles Espíritos que se encontram na erraticidade, para uns é aplacar suas dores, para outros modificação dos pendores negativos e, ainda, há àqueles que buscam ajustes junto de seus desafetos.

       Para os pais, o preenchimento de algo natural, o desejo da constituição da família consanguínea, a continuidade de espécie, o estabelecimento do futuro que desdobrará em tantas esperanças, a hereditariedade, a construção de homens e mulheres de bem.

        Espiritualmente tudo isso é um processo com atores e personagens reais, autônomos, que têm o livre-arbítrio, que trazem o seu cabedal individual, têm vontades, agem de acordo com os seus ímpetos, embasado no estado evolutivo, com seus defeitos e virtudes, onde tudo se desdobra em responsabilidades e consequências.

       Na criança está um momento especial, com um adormecimento da personalidade antiga, cansada, exaurida, para ir acordando com novas energias, como oportunidade de autoajuda, possibilitando tomar rumos novos, reconstruir sonhos, corrigir erros e vícios que o aturdiram, sendo que agora caiu num esquecimento proposital por mecanismo Divino, na reencarnação.

      Os pais colaboraram na constituição do corpo físico, fornecendo os elementos genéticos; o essencial, a vida, o ser pensante e emocional, que o comandará, já existia e aguardava o momento para entrar na carne novamente.

    Todos os seres humanos passaram por esse processo e passarão muitas outras vezes, pois é o instrumento evolutivo mais eficiente, vez que as necessidades orgânicas e emocionais são as grandes forças motrizes do crescimento espiritual.

       No transitar pela matéria, desde a criança frágil e dependente até a saída pelo túmulo, sopesados o tempo e as condições, resolvem-se muitas pendências e adquirem-se conhecimentos e vivências inestimáveis, conquanto a dor e as aflições que servem de limitadores, para que os riscos de desvio do objetivo sejam menores, com a compensação de paz e alegria quando mais sóbrios e comedidos nas ações. 

         Tanto o exercício do bem como a da mazela trazem consequências e refletem nas outras pessoas, tanto um como outra trará resultado evolutivo, o bom senso nos diz que é melhor fazer sempre o bem, mas como conhecê-lo sem experimentar as vivências e saber as diferenças, como escolher se não conhece, por isto o livre-arbítrio e os erros e acertos. Na obra básica da Doutrina Espírita -- O Livro dos Espíritos -- na questão 632: O homem, que é sujeito a errar, não pode enganar-se na apreciação do bem e do mal e crer que faz o bem quando em realidade está fazendo o mal? Resposta dos Espíritos codificadores à Allan Kardec: "-- Jesus vos disse: vede o que quereríeis que vos fizessem ou não; tudo se resume nisso. Assim não vos enganareis."  Diante disso, fica esclarecido de que não se é obrigado errar para aprender, o que se faz obrigatório é pensar antes das ações e ter a humildade de aceitar de que nem tudo convém.

         A responsabilidade dos pais é orientar e advertir, passar suas experiências, mostrar o que é bom e o que é ruim, levar a criança à educação de seus pendores negativos apresentados desde o berço, mas a decisão de acolhimento é de quem toma as rédeas da vida, que nem sempre dá atenção às orientações dos mais vividos, face ao orgulho, o egoísmo e a presunção, que traz arraigado em si mesmo, de existências anteriores.

         São Paulo norteia: Tudo me é permitido, mas nem tudo convém.

Dorival da Silva