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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Crianças! Quem são elas?

 Crianças! Quem são elas? 

    Todas as pessoas surgiram para este Mundo através da maternidade e na condição de criança. Uma parcela teve pais amorosos, independente da condição social; outra parte encontrou pais indiferentes e não foram amadas; ainda, àquela porção que abandonada ficou pelo caminho; sem contar àquelas que não chegaram a nascer ou tendo nascido foram trucidas.  

Dentre as que nascem, existe grande número de crianças que requerem cuidados especiais, sejam àquelas que apresentam problemas anatômicos ou de ordem mental, além de síndromes que serão percebidas no transcorrer do desenvolvimento, pela idade.  

Independente das condições do nascimento, não cessam as transformações orgânicas, o que ocorre desde a concepção, com o andar da cronologia, se desenvolve conforme as suas possibilidades, alcança as fases consequentes desse processo, podendo chegar à velhice do corpo.  

O corpo que nasce é um invólucro de algo perene e exclusivo, que não existe no Universo outro exatamente igual. É um Ser pensante, com vida indestrutível. Essa vida é o que se denomina alma, antes de estar no corpo, chama-se espírito. Então, quando se nasce, nasce o corpo, quando morre, morre o corpo, o espírito é pré-existente e pós-existe ao corpo, assim, nem nasce e nem morre. A intermitência do espírito no corpo é visível para todos. Por exemplo, quando se está dormindo, o espírito, embora conectado por filamentos energéticos, está distanciado do corpo, com a liberdade na intensidade que tinha antes. O que se denomina pela expressão: emancipação da alma.  

Jesus diz ao doutor da lei judaica, Nicodemos, que o corpo procede do corpo e o espírito do espírito...  Quando explicava que era preciso nascer de novo para entrar no reino dos Céus. Não sendo possível detalhar esse processo naquele momento, vez que era preciso que as Ciências avançassem para darem suporte a tal entendimento.  

É jargão popular, quando nasce uma criança em nossa família, bonita e apresentando boa saúde, dizer: é um "tesouro".  Mesmo que inconscientemente, disse uma grande verdade. É um ente que surge junto de nós vindo de passado distante, que pode ter convivido conosco na figura de pais, filho, esposos, amigo, pode ter sido inimigo ou desafeto de alguma ordem, considerando que desse ambiente também viemos e algum laço temos com essa criança que acaba de chegar. Simpatia ou antipatia com alguém, ou até de todos da atual família consanguínea, tem origem no passado, em outras vidas.  Deverão pela convivência e a prática da tolerância ajustarem tal animosidade. 

A criança que nasce em nossa casa é um mundo particular de experiências, portadora de inteligência, de virtudes e defeitos, hábitos ou viciações que certamente ressurgirão se não houver vigilância e correção de tendências demonstradas. Assim, também os pendores das coisas boas conquistadas nessas existências de outros tempos, mas que estão presentes em seus registros espirituais, estabelecidos no subconsciente. Estes que se apresentam na forma de pendores, seja por uma determinada profissão, uma arte, alguma facilidade mais destacada nas suas ações e interesses manifestados desde a infância.  

No entanto, como estamos num mundo classificado de provas e expiações, vez que existem mundos regenerados e mundos felizes, isto considerando o estado intelectual e moral dos espíritos que aí residem, que podem ser mundo material, que os espíritos se utilizam de um corpo material, compatível com tal ambiente, e, ainda, em mundo onde os seus habitantes alçaram o estado de perfeição e não precisam mais de corpos físicos.   

Voltando à criança, existem àquelas que apresentam boa inteligência e certas habilidades, no entanto, encontram desde o nascimento tantos empecilhos que são poucas que conseguem forças e persistência suficientes para romper com as barreiras que dificultam as suas realizações. Essas barreiras são o encontro com as dificuldades plantadas em existências anteriores. Tudo o que se faz tem consequência, tanto as realizações positivas, como as negativas. A chamada lei do retorno, ou ainda, causa e efeito.  Nascer, mesmo sendo em novo corpo, o espírito é o mesmo, goza das boas conquistas e arrasta as mazelas para sofrer seus efeitos e corrigir-se.  Assim, sempre depararemos com as nossas obras.  

Pensando nas crianças que nascem diariamente no mundo, com seus projetos e esperanças, existem uma legião de outras impedidas pelas mães ou seus pais, pelo processo do aborto. São números estarrecedores de casos pelo mundo, legais ou não. Isto não importa! A consciência dos envolvidos carregará a responsabilidade até que solucione tais pendências morais. As legalidades deste mundo não suplantam a Lei Divina! Existe uma exceção possível para a realização da interrupção da gravidez, quando a gestação coloca a vida da mãe em risco iminente de morte, situação que não serve de subterfúgio, vez que a consciência não se engana. 

Todos nós crianças que chegamos à fase adulta, ou à madureza, fomos trabalhadores, técnicos, engenheiros, operadores do direito, exercemos a medicina, a gestão pública, enfim, tivemos ações produtivas na sociedade, porque nos permitiram nascer, nos deram alguma educação e pudemos adquirir competências. E precisaremos retornar aqui outras vezes, sendo que nosso estado evolutivo ainda necessita dessas oportunidades, uma vez que não somos o corpo, mas o espírito que se desenvolve com as próprias vivências. E se nos impedirem? E se nos abortarem o nascimento!  

Todos precisamos estar cientes disso, principalmente os que lutam pela "legalização do aborto", certamente não escaparão à experiência, caso permaneçam na busca desse tal "direito", que não passa de irresponsabilidade e conveniência, frutos do egoísmo.  

Crianças todos fomos e seremos muitas vezes ainda, é a forma da perpetuação da espécie humana, o que equivale dizer, favorecimento à elevação espiritual da Humanidade da Terra.  

Assim, facilitar o nascimento da criança e auxiliar o desenvolvimento social para que todas tenham condições de desenvolvimento intelectual e moral é estabelecer ambiente favorável ao nosso retorno, com experiência reencarnatória proveitosa, num mundo com sistema de vida equilibrado e justo.  

Crianças! ... 

Dorival da Silva. 

 

Nota: O pensamento que dá base ao texto acima está na Doutrina Espírita, para isto fornecemos abaixo endereços onde se pode consultar e estudar todas as obras básicas do Espiritismo: 

Também podem ser baixadas no endereço:  

domingo, 25 de março de 2018

Qual a razão da violência? Será o desejo do poder? Qual poder?


Qual a razão da violência? Será o desejo do poder? Qual poder?

Os jornais diários utilizam boa parte de seu tempo com o noticiário sobre a violência contra a pessoa, contra agências bancárias e afins, contra autoridades, enfim, afetam os mais diversos lugares do País, causando mortes, destruições, prejuízos às comunidades, sendo que os agressores matam e morrem.

Os criminosos são frutos da própria sociedade, foram bebês, crianças, adolescentes e ficaram adultos, foram moldados pelos ambientes que os acolheram. Eles têm inteligência, criatividade, carências, desejos, potenciais extraordinários, no entanto, deformados pelas exemplos equivocados.

As normas da Justiça a respeito da criança e do adolescente são muito bonitas, mas a pergunta é: Quem é capaz de aplicá-las adequadamente, para que os resultados culminem no equilíbrio e no bom direcionamento para uma vida de qualidade.

Em grande parte as família estão desestruturadas, mesmo as que estão na condição tradicional: Pai, mãe e filhos.  Os costumes estão deformados, a educação fundamental, com as exceções necessárias, não está existindo nos lares, ocorrendo muita influência no comportamento inconsequente através das mídias.  

Falham os governos e suas políticas, falham as famílias, falham as religiões, falham as escolas. Constroem-se um círculo vicioso, geração a geração, perde-se o respeito ao que é público, pois até os profissionais homens público não respeitam o que é público, não se respeita o próximo, pois os direitos são dos “espertos” e dos “audazes”, causando constrangimento aos que se esforçam numa conduta digna e honesta; boa parte dos templos religiosos se tornaram um bolsa de negócios, embora, impressionem os incautos por um breve tempo, depois caem no descrédito, minando a esperança e distribuindo desalento.

A política social cômoda apresenta a vacina para adolescentes contra o HPV, a oferta gratuita de anticoncepcionais e preservativos nos Postos de Saúde, com a ideia subliminar de que tudo é permitido desde que esteja protegido (a).  Onde a educação comportamental e a educação moral, a responsabilidade consigo e a sociedade? Lógico que não se é contra a vacinação, mas sim a favor da educação.

A violência não surge inopinadamente, ela tem origem e essa origem se encontra na intimidade do indivíduo, como artefato explosivo que aguarda o estímulo, uma ilusória justificativa, uma necessidade, geralmente influenciada, o atendimento a uma ambição que não logra usufruir por outro meio, pois não vê oportunidade, prefere a oportunidade do imediato, o agora, ou num prazo bem pequeno, embora os riscos, que ficam em segundo plano, em conta o desejo de usufruir o que lhe é imponderável, a não ser apoderar-se a qualquer preço, mesmo que criminoso.

Estamos num País denominado cristão, com templos e instituições de inúmeras denominações, que tratam do Evangelho do Cristo, além do uso dos meios televisivos, radiofônicos e da internet, dizem que evangelizam, parece mais “uma força de expressão”, porque falam do evangelho. Os resultados não parecem corroborar com essa afirmativa.  Existem sim templos onde se evangelizam, são os mais humildes, onde existem corações evangelizados, que acolhem, que orientam, que atendem às necessidades do coração. Não são sofisticados, não tem pompa, não exigem contrapartida de seus feitos.

A violência é uma semente que se instalou na alma, que vem desde os primórdios quando a defesa da vida, do alimento, da prole era fundamental, depois veio a posse com a força, a descoberta do poder pela força, da subjugação de indivíduos e de povos. A semente existe instalada e aguarda atmosfera própria para a eclosão, a atmosfera são os fatos sociais negativos, com o desrespeito ao direito de cada pessoa, o não atendimento das necessidades quotidianas, que poderiam ser atendidas, mas, no entanto, não se tem acesso.

A finalidade da religiosidade é dar clareza, lucidez, visão de futuro, pois analisa consequências das atitudes dos indivíduos, gerando uma resistência no nascedouro da força implementadora da violência. A confiança no futuro, a certeza que o mal não perpetuará, embora causar sofrimento, terá fim.  A religiosidade leva o indivíduo à ideia de continuidade da vida, para além dos limites do corpo físico, confia na existência de algo maior, substancial, que lhe dá confiança.

O violento não tem uma religiosidade, pois, isto é religar a Deus, harmonizar-se com a Lei Divina, aproximar-se do Criador; o violento está no polo contrário, distanciando-se do foco da vida, adquirindo dívidas a serem resgatadas em algum tempo.

Alguém pretender qualquer forma de poder pela força, pela subjugação de indivíduo ou povo, locupletar-se de direitos individuais ou coletivos é puro engano, exemplos muito próximos, nas últimas décadas, podem-se contar alguns ditadores considerados poderosos, que nos dias atuais pouca referência a eles são feitas, quase sempre noticiam as consequências danosas em que vivem as populações suas vítimas.

A violência é um engano, tudo o que se consegue por esta via sempre terá frutos amargosos e não tardará se extinguir, o mal não poderá durar mais que o combustível que o alimenta.  

                                                                Dorival da Silva

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Essas outras crianças

Reunião pública de 16/10/59
Questão nº 383
Quando abraçares teu filho, no conforto doméstico, fita essas outras crianças que jornadeiam sem lar.
*
Dispões de alimento abundante para que teu filho se mantenha em linha de robustez.
Essas outras crianças, porém, caminham desnorteadas, aguardando os restos da mesa que lhes atiras, com displicência, findo o repasto.
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Escolhes a roupa nobre e limpa de que teu filho se vestirá, conforme a estação.
Todavia, essas outras crianças tremem de frio, recobertas de andrajos.
*
Defendes teu filho contra a intempérie, sob teto acolhedor, sustentando-o à feição de joia no escrínio.
Contudo, essas outras crianças cochilam estremunhadas, na via pública, quando não se distendem no espaço asfixiante do esgoto.
*
Abres ao olhar deslumbrado de teu filho os tesouros da escola.
E essas outras crianças suspiram debalde pela luz do alfabeto, acabando, muita vez, encerradas no cubículo das prisões, à face da ignorância que lhes cega a existência.
*
Conduzes teu filho a exame de pediatras distintos, sempre que entremostre leve dor de cabeça.
Entretanto, essas outras crianças, minadas por moléstias atrozes, agonizam em leitos de pedra, sem que mão amiga as socorra.
*
Ofereces aos sentidos de teu filho a festa permanente das sugestões felizes, através da educação incessante.
No entanto, essas outras crianças guardam olhos e ouvidos quase sempre sintonizados no lodo abismal das trevas.
*
Afaga, assim, teu filho no trono familiar, mas desce ao pátio da provação onde essas outras crianças se agitam em sombra ou desespero e ajuda-as, quanto possas!
*
Quem serve no amor do Cristo sabe que a boa palavra e o gesto de carinho, o pedaço de pão e a peça de vestuário, o frasco de remédio e a xícara de leite operam maravilhas.
*
Proclamas, a cada passo, que esperas, confiante, o esplendor do futuro, mas, enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.

Página extraída da obra: Religião dos Espíritos, capítulo 72,  onde o Espírito Emmanuel tece comentários e reflexões sobre questões de O Livro dos Espíritos, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, em reuniões públicas, sendo a presente página referente à questão indicada no início, tanto quanto a data da reunião.


REFLEXÃO: Para que o leitor possa se situar, com relação à questão 383 de O Livro dos Espíritos, a transcrevemos abaixo:

383. Qual, para este [o Espírito], a utilidade de passar pelo estado de infância?

“Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”

Todos os apontamentos do Espírito Emmanuel chamam a atenção para o desencontro de cuidado existente entre o filho pequeno que está dentro de casa e aqueles que estão sem amparo regular de suas famílias, relegados às ruas. No entanto, o que mais aviva a responsabilidade é a sentença final do texto: Proclamas, a cada passo, que esperas, confiante, o esplendor do futuro, mas, enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.” O Estudo em análise foi realizado em 1959, há quase 60 anos, e muito pouco se fez pelas crianças em desamparo. Uma parte considerável, que conseguiu se tornar adulta, se extraviavam para a criminalidade. Outra seguiu o possível, vivendo à margem da sociedade de maior potencialidade econômica, com educação deficiente e cultura praticamente inexistente, procriaram formando família sem estrutura mínima, com exceção, multiplicando filhos também com pouca assistência, formando um círculo vicioso.
Filhos sem os cuidados devidos dos pais educam-se pela influência do meio social onde se encontram, geralmente um meio de influência nociva.
Nos tempos atuais, com as exigências modernas, e as novas normas sociais, onde os cônjuges com muitas obrigações no campo profissional, sempre ressalvando as exceções, mas em boa parte há a transferência dos cuidados das crianças a terceiros, outros familiares ou profissionais, embora recebam informações e cuidados, não são os pais que cuidam, ficando, em parte, também abandonados da assistência educacional destes.
A responsabilidade dos pais pela educação dos filhos, diante da Lei Natural, é intransferível; exceto quando a própria Lei Natural faz a transferência, com a morte do pai ou da mãe ou de ambos; em conta a Lei de Causa e Efeito; aí haverá a transferência para outros responsáveis, que diante da mesma Lei, assumirão a condição de pais.
No noticiário hodierno, verifica-se o registro de uma população carcerário de mais de 600 mil pessoas, no Brasil, todas foram crianças e faltou-lhes, em grande parte, a educação de berço, a formação de um caráter equilibrado. 
Como ensina a resposta da questão inicialmente citada, a criança é acessível as impressões que recebe, estão prontas para acolher as orientações adequadas, alterando na sua intimidade espiritual hábitos negativos adquiridos em outra vida, que agora tem a possibilidade de os substituir por novos interesses ou diminuir a influência que essas ideias exercem na continuidade da vida.
O futuro melhor, que ofereça a segurança, respeito aos direitos da pessoa, depende da qualidade das pessoas que comporão a população do futuro, por isso que nascem e morrem indivíduos todos os dias, sempre renovando as gerações, são as oportunidades para a educação.
É preciso a renovação constante das ideias, dos costumes, do “modus vivendi”, é o renascer, é o reeducar, superando-se as deficiências, é “construir um novo futuro”.  Seria injustiça se não existisse a possibilidade de experimentar uma nova realidade, num outro contexto, com outras pessoas (pelos menos personas), embora possam ser os mesmos Espíritos que retornaram em novos corpos. “Deus é Justo”.
“(...), enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.”  Foi assim no passado, verifica-se no presente, e cabe a cada pessoa os esforços para mudar o futuro, assumindo as suas responsabilidades diante da sociedade, começando pelos próprios filhos, estendendo os seus préstimos àqueles que, seja por qual motivo for, estão à margem das possibilidades evolutivas, cabendo ao mais forte socorrer o mais fraco.
Não adianta clamar pelo mundo melhor, é preciso construí-lo.


                                                 Dorival da Silva

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Quem são os presos de cadeias?




Quem são os presos de cadeias?


Todos se originaram de um pai e uma mãe. Foram, desejados ou não, foi construção do amor ou da inconsequência. Foram embriões, fetos, nascituros, criancinhas, crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens...

Tiveram mães ou precariedade de mães, madrastas, avós ou “avódrastas”.  Muitos, filhos da rua. Alguns, de famílias abastadas, mas abandonados dentro de casa.  Outros, em abrigos... Poucos pais constam dos documentos de registros das crianças, àquelas que estão à margem da sociedade considerada regular.  Há covardia e irresponsabilidade enormes, em conta o estado educacional reinante. Não há respeito em relação aos outros, mesmo sendo seus filhos; não há comprometimento com a vida, mesmo sendo suas vidas; não tendo responsabilidade com a sociedade, ignoram que são peças integrantes dela, inconscientes de que dependendo de suas qualidades é a qualidade do ambiente em que se vive.

Em quantidade significativa, por falta de opção educacional, cultural, esportiva e de trabalho, foram capturados para o tráfico, para o comércio ilícito, o roubo, tornando-se criminosos inveterados.

De quem é a culpa? Pode-se dizer com certeza que a culpa é de toda a sociedade. Somente poder-se-ia dizer isenta se o número de criminosos fosse diminuto e as organizações oficiais ou não tivessem realizado a sua parte de forma que os indivíduos renitentes tivessem rejeitado todas as possibilidades para se tornarem homens de bem. O que não ocorre, existindo verdadeiro despautério na condução daquilo que é público, destruindo a cultura de educar homens ilibados, porque estariam numa sociedade lídima no transcorrer dos tempos.

Considerando o que acima se expõe, anotamos abaixo a sabedoria de Allan Kardec, quando faz esclarecimento complementar à questão 685 de O Livro dos Espíritos, publicado em 18.04.1857:

“Não basta se diga ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as proporções de um flagelo, qual a miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos”.

As sementes da árvore-da-vida abundante para todos são existentes de todos os tempos.   Jesus, apresentou as regras do bem viver, o respeito ao próximo, o amor para com todos.  Clarificou para o Mundo a continuidade da vida após esta vida, tanto que ele retornou após a sua morte física, para comprovar essa verdade. Falou das verdades vindas de Deus através da oração, da fé, além de tudo o que demonstrou enquanto caminhava entre os homens de carne, apresentou, para que não ficassem dúvidas, as manifestações de pentecostes.  Luzes que se faziam à luz meridiana, homens e mulheres que falavam nas mais variadas línguas e dialetos, para que as pessoas vindas de todas as partes pudessem bem entender a mensagem que fluía da espiritualidade, trazendo a esperança e revelações sobre a vida nos planos espirituais.

O homem moderno, com a inteligência desenvolvida para as ciências e as tecnologias, deixou distanciar em atraso, o que já vai distante, a questão moral.  O orientador espiritual “Emmanuel”, mentor do médium Francisco Cândido Xavier, aponta em 1950, na obra Pão Nosso, capítulo 36, o ensinamento clarificador para quem presta atenção à vida: As portas do Céu permanecem abertas. Nunca foram cerradas. Todavia, para que o homem se eleve até lá, precisa asas de amor e sabedoria”.

Tudo pede esforços para se iniciar, para vivenciar e superar. Não há viagem no mundo da experiência no campo da vida física que não pedirá esforços de superação diante dos desafios que surgirão. Virtude existe quando temos que nos contrariar, existindo circunstância que nos proporciona locupletar de vantagens e vantagens aos arrepios da lei, ainda mesmo, quando tudo parece impossível de descoberto. O juiz maior é a consciência. Impossível de descoberto para os outros, que em tese não têm nada com o fato, mas o que age à sobra das normas ordenadoras da vida social, sabe e não esquece.

As consequências são sempre danosas à vida, advém os reflexos do mal, pois toda intenção negativa gera para o infrator responsabilidade correspondente.

Quem são os presos de cadeias?  Todos que praticam o mal e não se redimem. Existem as prisões de grades e paredes materiais, como as psicológicas e as espirituais, sempre será necessário corrigir os efeitos dos desatinos, das insinceridades, dos desrespeitos à vida, à organização social.

                                                    Dorival da Silva

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Entrevista: José Raul Teixeira - 1ª parte

Entrevista Espanhol Inglês
Ano 2 - N° 90 - 18 de Janeiro de 2009 
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA 
mbo_imortal@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)

 
José Raul Teixeira:
“Se bem compreendida e
orientada, toda e qualquer criança que chega à Terra mudará a
vida do planeta” 
 
 
O entrevistado da semana, nosso estimado confrade José Raul Teixeira(foto), um dos incentivadores da criação desta revista, não necessita de apresentação alguma, visto que tem sido, ao lado de Divaldo Franco, um dos principais divulgadores da Doutrina Espírita no Brasil e no exterior.

Para entrevistá-lo, a direção da revista contactou seus colaboradores mais diretos e o resultado aqui está, expresso em 26 questões formuladas pelos confrades José Passini, Ricardo Baesso de Oliveira, Arthur Bernardes de Oliveira, Jorge Hessen, Astolfo O. de Oliveira Filho, Célia Xavier Camargo – todos membros do Conselho Editorial –  e Orson Peter Carrara, Fernanda Borges, Wellington Balbo, Antonio Augusto Nascimento  e  Katia  Fabiana  Fernandes,
editores responsáveis pelas entrevistas publicadas pela revista.
As questões que compõem a entrevista foram divididas em três blocos: problemas e questões da atualidade, temas de natureza doutrinária e assuntos pertinentes ao movimento espírita. Dada a sua extensão, ela será publicada em duas partes, nesta e na próxima edição de O Consolador.
Eis, na íntegra, a primeira parte: 
Problemas e questões da atualidade 
O Consolador: Como você vê a oficialização do casamento entre homossexuais e a adoção de filhos por parte deles?  
Consideramos que qualquer oficialização que se estabelece no mundo corresponde à formalização de situações que já existem, ou que precisam ser normatizadas para evitar distorções nos julgamentos de diversificadas situações, em respeito ao conceito formal de justiça. Assim, se se fala de oficialização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo é que essas pessoas já estão se unindo sem qualquer formalização, deparando-se, a partir disso, com problemas cujas soluções exigem um pronunciamento da lei que regulamenta a vida de um povo ou de uma sociedade.

Independentemente do nome que se deseje dar a essas uniões, a realidade é que tais uniões existem. Seus parceiros podem conviver pouco ou muito tempo juntos; podem fazer aquisições de variada índole em nome da dupla ou durante o período em que estão juntos os indivíduos. Como ficará, perante a sociedade organizada, a situação de um e de outro parceiro? Em caso de falecimento de um deles, há ou não há direitos a pensões e outros benefícios, após uma vida passada em comum? Todos os quadros com os quais nos defrontamos e que tomam corpo na sociedade precisam ser estudados e disciplinados pela legislação.
Não há como fazer vistas grossas e fazer de conta que tal coisa não existe. Logo, não há como fugirmos dessa oficialização em nome de qualquer tradição ou preconceito, uma vez que os fatos aí estão afrontando os tempos e exigindo um posicionamento oficial das autoridades, pois não há lei que possa impedir de fato que duas pessoas do mesmo sexo tenham vida em comum, que se entendam, que se cuidem ou que se amem.
No que respeita à adoção de filhos, estamos diante de uma questão de bom senso. O que será melhor para uma criança: viver nas ruas, ao abandono, sujeito a todos os perigos que inundam as ruas  ou em instituições que, por mais respeitáveis que sejam, não conseguem se converter num lar para nenhuma criança abandonada  ou ser amparada pela generosidade e pelo carinho de duas pessoas do mesmo sexo e que vivem juntas? O Espírito Camilo sempre me ensinou que o amor, em si mesmo, não tem sexo e que é muito valorosa a atitude de quem quer que seja que se decida a adotar uma criança. Somente a hipocrisia ou a indiferença para com a criança órfã ou abandonada pode criar impedimentos para tal adoção.
O Consolador: Há muitos debates sobre células-tronco embrionárias. Considerando como são formados os embriões resultantes da fertilização in vitro, é-nos difícil entender que a todos eles estejam ligados Espíritos, visto que, para um mesmo casal, produzem-se diversos embriões, dos quais alguns são implantados e outros mantidos em baixíssima temperatura. Se tudo correr bem na gestação, é comum que os embriões congelados sejam esquecidos e, por conseguinte, jamais utilizados. Em alguns países, como a Inglaterra, a lei estipula um prazo, findo o qual eles são eliminados. Ainda que não se tratando de uma posição do Espiritismo, e sim um argumento pessoal, como você vê essa questão?  
Sendo uma pessoa vinculada às ciências, vejo como muito delicada essa questão, tendo em vista muitos posicionamentos extremadamente apaixonados e que nos remetem aos tempos distantes das posições ultramontanas em relação ao progresso científico.
É comum que os religiosos, em geral, evoquem para si o direito de atuar nas suas crenças como bem o desejem  ainda que toda a sociedade se depare, incontável número de vezes, com posicionamentos argumentativos e práticas ardilosos, anti-sociais e mesmo criminosos contra o povo , sem admitirem qualquer intromissão de cientistas, nenhuma opinião que se oponha aos seus intentos ou que não façam parte dos seus quadros, quase sempre distanciados dos verdadeiros fins dos ensinamentos imortais deixados por Jesus Cristo e por outros Missionários espirituais da humanidade. Contudo, quase sempre os mesmos religiosos arrogam-se o direito de não somente opinar mas de determinar sobre as reflexões e práticas da Ciência, como se fossem detentores da absoluta verdade.
Afora os posicionamentos políticos, laboratoriais, comerciais e demais interesses particulares que se atiram nos caminhos dos cientistas-pesquisadores  que costumam estar presentes nessas discussões, fazendo lobbies em favor de empresas ou de grupos, com os quais se deve ter muita cautela pelo cinismo e pelas pressões com que atuam , sou de parecer que aos religiosos caberia ressaltar e propagar a realidade espiritual do ser humano, trabalhar na educação moral dos indivíduos, o que lhes possibilitaria tomar as melhores decisões diante do mundo e diante da Espiritualidade, deixando àqueles que assumiram responsabilidades perante a Ciência o labor que lhes cabe, oferecendo, quando solicitados, os seus mais lúcidos pareceres que deverão ser tão lúcidos quão desapaixonados. O que não me parece coerente é que os religiosos desejem governar todos os ângulos de visão da sociedade, como se tivessem o privilégio da verdade sobre os demais pensadores.
Indiscutivelmente, encontraremos abusos que à justiça caberá questionar e corrigir, evocando os preceitos éticos imponentes. O que creio não ser razoável é partirmos do princípio de que, por adotar posições muitas vezes materialistas ou ateístas (em relação aos preceitos e dogmas das religiões institucionais), devam os cientistas ser considerados como não sérios ou como irresponsáveis. Entendo que deveremos respeitar esse grande pugilo de pesquisadores que têm oferecido suas vidas em prol de uma sociedade melhor, permitindo que realizem seus empreendimentos, seus trabalhos, suas pesquisas.
Tenho ouvido do Espírito Camilo que muitos desencarnados, retidos em situações de complexos conflitos e sofrimentos no além, são visitados e indagados quanto ao interesse que tenham de servir de instrumentos ao progresso da Ciência no mundo, apresentando-se para animarem embriões que se prestarão às pesquisas. Findadas as experiências, essas entidades que reencarnariam em delicadas situações de enfermidades físicas, mentais ou sócio-econômicas, ou todas conjugadas, logram obter melhorias significativas nos processos em que estão incursas. São muitas as que aceitam e que são levadas a tais lidas nas esferas do trabalho científico.
É real que nem todos os embriões, tendo-se em vista as fases iniciais em que são tomados, estão ligados a inteligências espirituais, mas outros tantos estão, sim, animados por essas entidades referidas, ou seja, as que se apresentam para servir de “cobaias” nas atividades de pesquisas científicas.
Há, por outro lado, uma questão que se quer calar. Por que há defesas tão extremadas dos possíveis embriões com ligações espirituais, enquanto que não há a mesma paixão pelas crianças já reencarnadas, malnascidas, abandonadas nas ruas ou nos orfanatos? O que deve passar pela mente geral relativamente a tais crianças e os citados embriões? Por que não costumamos ver ninguém solicitar aos laboratórios detentores dos embriões algum deles como filho? Diante das quantidades que são atiradas fora, após os períodos exigidos por lei, é de estranhar que ninguém reclame uns dois ou três para serem cuidados, implantados na condição de filhos, de modo a salvá-los da destruição... 
O Consolador: A eutanásia, como sabemos, é uma prática que não tem o apoio da doutrina espírita. Surgiu, no entanto, ultimamente, a idéia da ortotanásia, defendida até mesmo por alguns médicos espíritas. Qual a sua opinião a respeito?  
O mais importante na esfera da ortotanásia será sempre o uso do bom-senso, pois uma coisa é deixar o indivíduo morrer naturalmente, quando se veja que sua vitalidade vai baixando de nível como uma chama que se apaga. Outra situação, porém, será ver alguém sofrendo e cruelmente não lhe aplicar qualquer sedativo ou medicamento, deixando que morra em meio ao desespero ou à dor intensa. Nem a eutanásia nem a ortotanásia, quando fuja ao bom-senso e se aproxime da crueldade. Que os conhecimentos médicos vigentes possam ajudar os que se acham à beira da desencarnação, facilitando-lhe um tranqüilo retorno ao Invisível sem comprometimento negativo de médicos, enfermagem ou familiares.
O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o país e no mundo, e como os espíritas podemos cooperar para que essa situação seja revertida?
Nada obstante as informações dos Imortais de que estão renascendo no planeta muitos Espíritos ainda inferiorizados, no que se relaciona às suas condições morais, não deveremos perder de vista a proeminência da educação como bem frisou Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos. Faz-se necessária uma educação moral capaz de bem formar os caracteres dos indivíduos.
Como espíritas, torna-se fundamental a observância dos cuidados com a auto-educação (a partir dos esforços pelo autoconhecimento), a fim de que nos capacitemos para orientar e educar os próprios filhos que são vítimas, muitas vezes, da incúria ou do desmazelo dos seus pais que estão mais preocupados com o sucesso social dos filhos do que com a sua felicidade.
A educação, contudo, é um processo que terá êxito em longo prazo, visto que corresponde a uma modificação gradual de mentalidade e à adoção e fixação de novos valores por parte das criaturas. Há, no entanto, providências que podem ser tomadas por quem de direito, no sentido de diminuir a gravidade dos quadros de violência vigentes atualmente no mundo, e isso tem a ver com a legitimidade, maturidade e respeitabilidade moral das autoridades constituídas e que estão à frente das sociedades, assim como tem relação com a necessidade de imputar-se responsabilidades aos cidadãos e fazer com que aqueles que cometem desatinos sejam levados aos trabalhos de quitação perante suas vítimas, sejam indivíduos ou grandes grupos sociais. Enquanto persistir, em nome de escusos interesses e criminosos desinteresses, o clima de impunidade, como se nada estivesse acontecendo, pela falta de coragem de pôr-se o guizo no pescoço do gato, é certo que a situação tanto do Brasil quanto do restante do mundo não sofrerá significativas alterações. 
O Consolador: A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de provas e de expiações, passando plenamente à condição de um mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra amor estará escrita em todas as frontes e uma eqüidade perfeita regulará as relações sociais?  
Muito embora possamos desenvolver alguma ansiedade em torno desse futuro anunciado pelos Imortais, o certo é que não temos nenhuma possibilidade de datar essas ocorrências, uma vez que estarão sempre pendentes dos movimentos dos progressos humanos.
As bases geológicas do planeta estão dando seus passos na direção do amadurecimento ciclópico do mundo. Contudo, o aspecto moral, grande definidor de tudo, depende das disposições morais da humanidade.
Não nos cabe nenhuma tormenta com relação a esses tempos. Cada um de nós deverá assumir a parte que lhe corresponde nesse esforço individual e coletivo para a construção desse mundo melhor que anelamos. Então, trabalhemos com dedicação e verdade, cuidando de realizar o que nos compete, e deixemos tudo o mais nas mãos de Deus, pois só Ele sabe a respeito dos tempos, como o afirmou nosso Mestre Jesus. 
O Consolador: Em dados citados no livro O Clamor da Vida, da Dra. Marlene Nobre, afirma-se que são feitos cerca de 60 milhões de abortamentos por ano no mundo. A vida, como se vê, não é valorizada como devia. Qual é sua avaliação sobre o assunto e como os espíritas poderíamos contribuir para diminuir esses números assustadores?
Acredito que esse quadro gritante se deve à cultura materialista que vemos ganhar corpo a cada dia em nossas sociedades. Mesmo famílias de rotulagem cristã e, em particular, cristã-espírita, entram nessa excitação materialista. Tudo o que tem sentido e valor são o salário que se ganha, as coisas que se consomem, os títulos que se conseguem ou as posições sócio-político-econômicas que se desfrutam no mundo. Se nessas coisas estão os maiores valores do indivíduo, claro fica que tudo o mais estará em segundo ou em terceiro plano, inclusive o filho que se leva no ventre.
A visão materialista do mundo tem levado muitas inteligências a menoscabar a excelência da vida terrestre, impulsionando muita gente para o consumo desassisado de drogas variadas, de buscas de “adrenalinas” suicidas, de homicídios sem nenhum propósito e do suicídio propriamente dito.
O dever dos espíritas não é tomar para si a renovação do mundo, dando péssimo exemplo de insustentável messianismo, uma vez que a mensagem de Jesus Cristo foi dirigida a todos que dela puderam tomar conhecimento. Vivendo como pessoas de bem e fazendo esforços para dominar as más inclinações, conforme a definição kardequiana de verdadeiro espírita, indubitavelmente estaremos dando uma importante quota das nossas vivências para contribuir na diminuição desse horrendo espetáculo de desapreço pela vida. 
O Consolador: O fanatismo religioso atinge quase todas as religiões e, infelizmente, parece que não é diferente no meio espírita. Qual é a sua mensagem àqueles que incorrem nesse erro?  
O fanatismo de qualquer natureza está comumente vinculado à ignorância. Quanto menos as pessoas se interessam pelo estudo do Espiritismo, tanto mais facilidade encontrarão para fanatizar-se, uma vez que o fanatismo costuma ser conseqüência da crença irracional de quem não sabe, mas que bate no peito admitindo saber.
Um pouco mais de dedicação à leitura atenciosa, às reflexões e aos esforços por vivenciar os elementos conhecidos, ao propiciar maior utilização da razão crítica, menos possibilitará alguém de tornar-se fanático no Movimento Espírita. 
O Consolador: Como deve agir o espírita diante das solicitações de esmola, nas ruas, particularmente por parte de crianças?  
Sempre cri que bom-senso e água fluidificada não fazem mal a ninguém. Cabe sempre uma visão mais global sobre o momento do pedido. Muitas vezes pode-se levar a criança a comer ou beber algo, pois a criança não precisa de dinheiro. Quando ela pede dinheiro está atendendo à determinação de algum adulto que a explora, seja pela necessidade desatendida,  seja pelo vício.
Importantíssimo é que a sociedade da qual fazemos parte conseguisse se mobilizar e cobrar das autoridades político-administrativas as providências para os casos que testemunhamos na cidade, diariamente. Assim, seria sempre mais significativa a contribuição para com as instituições sociais que se incumbem de cuidar dessas crianças que vivem quase sempre em situação de grandes riscos. 
O Consolador: O desmatamento da floresta amazônica caminha a largos passos, e dentre as causas que o acentuam está a pecuária. Aliás, o Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. Como deve o espírita posicionar-se ante a alimentação baseada em carne bovina, haja vista que, entre outras coisas, ela também contribui para esse desmatamento?  
O espírita agirá como um cidadão comum, tratando de cumprir os seus deveres sociais e políticos com seriedade, levando em conta que o problema do desmatamento amazônico não tem por vilões os rebanhos de gado, mas o egoísmo e o cinismo de vastas lideranças políticas do nosso país, que fazem vistas grossas para a situação, uma vez que seus interesses pessoais podem estar em jogo nesse lance.
Observemos que tanto se desmata para criar rebanhos de gado quanto para plantar soja e outros produtos. A ser levado tudo ao pé da letra do que dizem as diversas mídias – quase nunca apresentam a real situação ou o que está por detrás dela – teríamos que deixar de usar tanto carnes como vegetais.
Enquanto os governantes fizerem de conta que não estão sabendo que os habitantes da floresta, sempre os mais espertos, é claro, mancomunados com políticos inescrupulosos e gente envolvida nos respectivos órgãos públicos, é que extraem a madeira nobre da Amazônia, que permitem a extração ilegal de minérios do subsolo regional de suas nações indígenas, e que permitem muito da biopirataria existente em nosso país, a tendência será ficar tudo como está... tendendo a piorar.
Enquanto nossos governos fizerem vistas grossas para essa quantidade enorme de ONGs plantadas na Amazônia, aculturando a seu modo nossos nativos, doutrinando-os a seu bel-prazer (de olho em suas/nossas riquezas diversas), mas que não têm nenhum interesse por “prestar serviços” no Marajó, por exemplo, onde existe muitíssima necessidade e abandono governamental, nenhum interesse em se instalar no sertão nordestino, onde a seca, a fome e a esperteza de alguns “coronéis” imperam, essas dificuldades não serão sanadas. Acusar pontualmente o gado ou a soja nos faria atacar o lado frágil da questão, deixando de lado o fulcro mais grave do problema. 
Temas de natureza doutrinária 
O Consolador: As divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao chamado Espiritismo laico. Para você, o Espiritismo é uma religião?  
Sim. Indubitavelmente, para mim o é. 
O Consolador: Você acha válida a proposta de Kardec pertinente à atualização periódica dos ensinamentos espíritas, em face do avanço da ciência? Em caso afirmativo, como devemos implementar essa medida?  
Acho estranho que Kardec haja feito essa proposta de atualização periódica dos ensinamentos espíritas  uma vez que os referidos ensinamentos não são da cogitação científica, já que a Ciência formal vem se mantendo sob a égide do materialismo por meio da grande massa dos seus representantes encarnados , por ter ele mesmo escrito na Introdução de O Livro dos Espíritos, parte VII: Vede, portanto, que o Espiritismo não é da alçada da Ciência.
Na medida em que avança a Ciência, maiores confirmações temos encontrado para as teses que fundamentam o Espiritismo. Até hoje, nenhuma das descobertas científicas conseguiu abalar os alicerces da formosa Doutrina que, ao contrário, mais se fortifica diante dos espíritas estudiosos e da mentalidade geral dos que a acompanham à distância. No bojo desses avanços contemporâneos da Ciência, temos encontrado muitas mudanças de entendimentos científicos, muitas trocas de nomenclaturas, incontáveis descobertas que enriquecem o terreno das investigações. Porém, nenhum desses valores que nos hão chegado em razão das humanas pesquisas tem arranhado o pensamento fulgurante e vanguardista do Espiritismo.
Qualquer informação mediúnica assinada, ínsita na Codificação, não é maior que o corpo doutrinário do Espiritismo, que se fundamenta na existência de Deus, na existência e imortalidade da alma, na pluralidade das existências (reencarnação), na pluralidade dos mundos habitados e na comunicabilidade dos Espíritos (mediunidade). Nenhuma ciência conseguiu ferir esses princípios.
Há muitos confrades afoitos, mal informados, ou sem muita intimidade com o pensamento científico  refiro-me ao pensamento científico acadêmico e não de livros jornalísticos de informações científicas , que estão sempre “ouvindo dizer” isso ou aquilo e que se mostram muito apressados em efetuar mudanças no corpo da Doutrina Espírita, pautados em suas crenças de que a Ciência já tenha superado o Espiritismo... É uma pena! Isso demonstra que podem ter alguma leitura das obras kardequianas mas não o entendimento aprofundado que se espera de quem pretende fazer modificações no trabalho alheio.
Há pessoas que propõem e até publicam propostas de se alterar, por exemplo, o termo fluido, usado por Kardec em suas obras, pelo termo energia, utilizado cientificamente. Sem dúvida seria uma aberração tal modificação, caso fosse implementada. Por suas características e definições, fluido e energia nas ciências têm significados teóricos muito diferenciados. Um se define, a outra não. Por outro lado, o que Kardec chama de fluido, no Espiritismo, não é o mesmo fluido da físico-química, e assim por diante.
O melhor em tudo isso será o nosso maior estudo e aprofundamento das questões e teses espíritas, a fim de que, compreendendo melhor o ensino dos Imortais, a ele nos ajustemos, procurando modificar-nos para assumir a posição de sal da Terra da qual nos incumbiu Jesus. 
O Consolador: O tema anjos de guarda vez por outra é focalizado na mídia. Em que momento e de que maneira eles agem em favor dos seus protegidos? Como é a relação deles conosco?  
Muitas vezes, vemos esse tema dos Anjos de Guarda ser tratado nas diversas mídias empobrecido por místicas deformantes ou por fantasias de tal modo ingênuas que conseguem diminuir o sentido divino dessas presenças junto às criaturas encarnadas.
Pelo que nos ensinam os Imortais, em O Livro dos Espíritos, esses Anjos atuam sobre nossas vidas desde o nascimento até à morte e muitas vezes nos acompanham na vida espiritual, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas. Entendemos que, para estarem ligados aos seus tutelados desde o berço, é que, antes dele, na erraticidade, já auxiliavam os seus protegidos na ponderação e preparo das existências que deveriam vivenciar no planeta.
A relação desses Anjos conosco é a de um pai com relação aos filhos; a de guiar-nos pela senda do bem, auxiliar-nos com seus conselhos, consolar-nos nas nossas aflições, levantar-nos o ânimo nas provas da vida. 
O Consolador: Em alguns meios divulga-se a tese de que as crianças índigo representam uma nova geração, a que Kardec se teria referido em A Gênese. Em sua opinião, o tema crianças índigo enquadra-se na seriedade e racionalidade com que devem ser tratados os conceitos espíritas?  
É muito conhecido o impulso que temos nós, os humanos, pelas novidades que vão surgindo ao nosso redor, e tudo o de que gostamos, julgamos importante ou especial, desejamos de modo velado ou declarado trazer para o universo do Espiritismo. Foi o que ocorreu com a tese dos psicólogos americanos Dr. Lee Carrol e Dra. Jan Tober.
Muito embora os referidos autores americanos tenham feito questão de afirmar que seu trabalho era um relatório inicial e não a palavra final sobre certo tipo de crianças que vinham nascendo, o fato é que isso já chegou em nosso meio popular, e não foi diferente no meio espírita, como algo pronto, acabado e “espírita”. Lastimável!
Vale a pena verificar como é que os supracitados psicólogos americanos definem uma criança índigo (Dra. Jan Tober informa ter chamado assim a esse tipo de crianças, por ser a cor índigo a que via ao redor delas): é aquela que apresenta um conjunto de características psicológicas incomuns e um padrão de comportamento ainda não classificado pela ciência. Esse tipo de comportamento faz com que todos os que interagem com ela (principalmente seus pais) tenham de se adaptar a circunstâncias diferentes e a um tipo específico de criação. Até aqui, não vemos nada que seja diferente do que observamos em nossas crianças, aquelas com as quais temos tido contato diariamente, dando-nos conta de que são, de fato, crianças diferentes, não importando os nomes com que as rebatizemos. Contudo, todas elas estão no mundo sob cuidados pater-maternais para evoluírem para Deus. Todos sabemos que não é fácil entender, nortear, corrigir, educar, enfim, esses pequenos, tendo em vista as bagagens que trouxeram de outras vivências reencarnatórias.
O psicólogo argentino Egidio Vecchio, que se radicou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também dedicou-se aos estudos dessas crianças índigo, somando seus esforços aos de notáveis estudiosos como Ingrid Cañete e Teresa Guerra. Afirma ele num dos seus livros que na década de 1970 vieram ao mundo seres humanos muito especiais, portadores de uma mudança potencial em seu DNA. Descobriu-se que têm uma missão a cumprir e um grande potencial a desenvolver. Como nós, também dotados do livre-arbítrio, portanto podem não aceitar esse encargo. Não são predestinados. Nenhuma diferença vemos nos dizeres de Vecchio daquilo que temos aprendido, há mais de 150 anos, nos ensinamentos espíritas.
Todos nós chegamos ao mundo com uma missão a cumprir, seja de grande ou de pequeno porte, seja em nível do grupo familiar ou em termos sociais e mesmo missões mundiais. Reencarnamos, exatamente, para fazer brilhar a nossa luz, conforme orientou Jesus Cristo, ou seja, para desenvolver nossos potenciais espirituais, ou intelecto-morais, se assim o quisermos.
Notemos como continua Vecchio a falar sobre os índigos: Essas crianças, fruto dessa evolução genética que está acontecendo, necessitam de apoio para adaptarem-se e desenvolverem-se entre nós. Para elas é necessária uma pedagogia adequada ao seu grau de evolução, porque são portadoras de ferramentas psicológicas e espirituais muito além daquelas que a psicologia tradicional conhece. Se bem compreendidas e orientadas, as crianças índigo mudarão a vida do planeta de forma assombrosa e nunca imaginada até hoje.
Não há nenhuma novidade nisso, para quem lida com ensino-aprendizagem, para quem lida com crianças e escolaridade. É gritante o atraso em que se encontra a instituição escolar, mundo afora. Chegamos a constatar que das instituições do mundo a que mais resiste a mudanças é exatamente a escolar. Parece um afrontoso paradoxo. As nossas crianças que são tão mal cuidadas pela escola contemporânea com suas características velhas, com suas metodologias, suas provas, suas notas, etc., antiquadas, que conseguem matar o poder criador dos alunos pelas atitudes ingênuas, laissez-faire, excessivamente diretivas ou ditatoriais de profissionais malformados, caso tivessem esses recursos aos quais se refere Egidio Vecchio, com certeza não teríamos os altos índices de êxodo escolar, as altas taxas de reprovações; não veríamos o horror com que grande número de crianças se vê obrigado a ir à escola, a alegria com folgas, feriados ou com a ausência dos professores.
Num mundo de computadores e internets, de blogs e orkuts, desejar manter as crianças presas a um espaço físico por meio de “cuspe e giz”, convenhamos que não precisarão ser tão índigos para viverem “indignadas” (o trocadilho é proposital) com o sistema.
No século XIX, Kardec já falava da transição por que passava o mundo. Logo, não é um fenômeno novo. Possivelmente, somente agora os psicólogos americanos se deram conta de que deveriam estudar tal coisa. Mas, com certeza, não foi a partir de 1970 que essas coisas começaram a acontecer no planeta. Leiamos o que nos diz o livro A Gênese, publicado em 1868: A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Têm idéias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém, sobretudo das disposições “intuitivas” e “inatas”, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.
Observemos como continua Kardec: Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento “inato” do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento “anterior”. Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração.
Aprendemos, assim, desde a época de Allan Kardec, que, se bem compreendida e orientada, toda e qualquer criança que chega à Terra mudará a vida do planeta, de maneira bastante significativa, jamais imaginada atualmente. Quando o lar e a escola se tornarem locais de satisfação, de aprendizado e de segurança para as nossas crianças de agora e para as que virão, conseguiremos auxiliar a todos os Espíritos que, chegados ao mundo para desempenhar seus papéis missionários, de homens e mulheres de bem, possam realizar com êxito aquilo que vieram fazer sobre o solo do mundo.
O que lamento é que, com tantos ensinamentos do Espiritismo, desde O Livro dos Espíritos até A Gênese, a respeito do conduzimento educacional das nossas crianças, sem que nunca tenha isso provocado qualquer furor educacional, nenhuma emoção ou frisson social, bastou que chegasse ao nosso país a tradução do livro de Carrol e Tober para que o Movimento Espírita, em consideráveis expressões e localidades, se sentisse abalado em suas crenças e práticas, sem dar-se conta de que o que vinha acontecendo, e ainda ocorre, é uma agigantada defasagem entre a nossa confissão labial de fé espírita e a nossa integração ao espírito do Espiritismo. 
O Consolador: Há controvérsias com relação às medidas que podem ser tomadas no sentido de protelar ou de acelerar o processo desencarnatório. Têm os encarnados meios de prolongar a vida física, a ponto de interferir no procedimento dos Espíritos?  
Aprendemos com os nobres Benfeitores Espirituais que, como as nossas existências planetárias estão sob os cuidados de entidades sublimadas, que respondem junto a nós em nome de Jesus Cristo, a protelação (a moratória) ou a aceleração (a antecipação) do processo de nossa desencarnação estão, do mesmo modo, sob essas divinas responsabilidades.
Temos sabido de incontáveis circunstâncias que podem levar os Guias Espirituais a interceder a favor da permanência física de alguém no mundo, assim como de outras que os fazem atuar em prol da antecipação do período da reencarnação, desde que haja interesses superiores em jogo, significando uma contribuição para o progresso de quem deverá permanecer ou de quem deverá partir.
Indivíduos que, na época prevista para seu desenlace, estejam realizando processos espirituais renovadores junto a familiares de relacionamentos complexos; que estejam conseguindo se libertar de difíceis conflitos ou dependências tormentosas, o que lhes permitirá grandes arrancadas espirituais, ou que se encontrem executando atividades em benefício de alguma obra de formosa expressão, o que lhes propiciará feliz contributo ascensional, esses costumam receber o beneplácito de abençoadas moratórias.
Muitos que estejam se enredando em situações comprometedoras, planeta afora, fascinados com as liberdades que ninguém consegue frear; muitos que chegaram à Terra com bagagem espiritual respeitável, mas que se estão deixando levar por certos níveis de orgulho e vaidade comprometedores de seu valor espiritual; os que vieram para operacionalizar determinadas missões, para o que foram investidos anos e anos de preparativos no Mundo Invisível, e que estão atirando fora as oportunidades, costumam ser “chamados de volta” ao Grande Lar, a fim de que reavaliem suas condutas terrenas, para que não comprometam seus valores conquistados e para que refaçam os planejamentos quanto ao futuro, de tal modo que, então, não se perturbem nos mesmos caminhos e situações que os puseram em perigo.
Tanto as moratórias quanto as antecipações não costumam ser do conhecimento direto do beneficiado. As leis do nosso Criador funcionam silenciosamente e atendem os Seus filhos, em suas variadíssimas necessidades, sem qualquer alarde. Assim, é improvável que os encarnados, de maneira consciente, consigam esses resultados, tornando-se capazes de interferir na programação do Benfeitores da Vida Maior, desenvolvida sobre nós  sob o comando de Jesus. 
O Consolador: Considerando que a vivência diária da moral cristã é um dos grandes desafios dos espíritas, como superar o orgulho e o egoísmo que porventura residam em nós, evitando assim o personalismo?  
Aqui, devemos recordar-nos daquilo que indagou Kardec aos Imortais, desejoso de conhecer um modo prático e eficaz para melhorar-nos nesta vida e de resistirmos à atração do mal. Vejamos que o Codificador pediu aos Espíritos algo que fosse factível, ou seja, prático, ao mesmo tempo que desse resultado, quer dizer, eficaz. Obteve por resposta a instrução de um sábio da Antigüidade: Conhece-te a ti mesmo.
Será muito difícil trabalhar por desfazer orgulho e egoísmo, enquanto não tivermos clara consciência de sua existência devastadora em nosso íntimo. Somente a partir dessa constatação que façamos é que, então, buscaremos caminhos, planos, no sentido de atacar o que nos seja incômodo. 
Na próxima edição a entrevista focalizará assuntos pertinentes ao movimento espírita no Brasil e no exterior.
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Entrevista extraída da Revista Eletrônica "O Consolador",  que poderá ser acessada através do endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano2/90/entrevista.html