Você Gostaria de ser abortado?
Estão em análise no Congresso Nacional modificações na Lei que descriminaliza legalmente o aborto, ampliando-se a sua autorização para diversas circunstâncias, com as justificativas possíveis somente em base materialista. Onde está o respeito à vida? O Brasil não é o maior país cristão do Planeta? Se cristão, deverá seguir as pegadas do Mestre; e Ele norteia: “Amar ao próximo como a si mesmo; fazer aos outros como quereria que nos fizessem”. O Congresso Nacional não representa os habitantes do País? Então não deveria destoar do sentimento predominante de respeito à vida.
Estão em análise no Congresso Nacional modificações na Lei que descriminaliza legalmente o aborto, ampliando-se a sua autorização para diversas circunstâncias, com as justificativas possíveis somente em base materialista. Onde está o respeito à vida? O Brasil não é o maior país cristão do Planeta? Se cristão, deverá seguir as pegadas do Mestre; e Ele norteia: “Amar ao próximo como a si mesmo; fazer aos outros como quereria que nos fizessem”. O Congresso Nacional não representa os habitantes do País? Então não deveria destoar do sentimento predominante de respeito à vida.
A
justificativa em primeira pauta, pelo que se denota na imprensa, é a de saúde
pública, porque a mulher pobre que não pode recorrer a hospitais regulares
buscam as clínicas clandestinas ou parteiras improvisadas para se livrar da gravidez indesejada. Fato que não se justifica, apenas mostra a
falta de compromisso com a realidade, é o caminho de menor esforço para solução
de problema grave. Invés de corroborar
com o crime daqueles que por irresponsabilidade ou ignorância -- dizemos
daqueles, porque a mulher não gera gravidez sem a participação do homem --,
assim todos que participam ou colaboram são criminosos diante da Lei Natural,
independentemente de autorizações judiciais. Por que não gastem suas energias para
desenvolver programas aplicáveis de forma a intensificar a educação para que
não haja mais gravidez indesejada?
Allan
Kardec, codificador da Doutrina Espírita, questiona os Espíritos de Escol, como
registrado em O Livro dos Espíritos: “No
caso em que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela,
haverá crime em sacrificar a criança para salvar a mãe?”. “É preferível sacrificar o ser que ainda não
existe a sacrificar o que já existe.” (1) Essa é a única possibilidade. Assim mesmo a
intensidade do ato se medirá, na consciência dos envolvidos, de acordo com o
que resultou o risco. Foi
inconsequência, vício, invigilância e outras irresponsabilidades, ou a
ocorrência se deu inteiramente alheia a vontade das partes, que tudo fizeram
para que chegasse a bom termo. O peso não é pelo que aparenta ou se faz
aparentar, mas pela verdade existente na intimidade da consciência. Aí que a
Lei imutável de Deus está presente e faz justiça.
Lembrando
que todos somos Espíritos, que já reencarnamos inumeráveis vezes, que novamente
retornaremos no futuro. Será que também não poderemos sofrer o aborto? Colhemos o que plantamos, é da Lei Divina -- “a cada um segundo as suas obras”. O Espiritismo demonstra a lei das afinidades,
a lei do retorno, da causa e efeito. Será que é preciso sofrer para aprender,
sendo que todas as forças da vida estão dizendo o que é certo e o que é errado?
Os
Congressistas existem para trabalhar pela melhoria do povo, proporcionar a
elevação da consciência da massa, tendo como norteadoras as normas Divinas, que
estão exaradas desde Moisés, no Decálogo. Com Jesus, que demonstrou a
aplicação do amor, para enriquecimento da vida. Atualmente as religiões sérias
que respeitam e buscam levar os adeptos a que respeitem a vida.
No
livro citado, encontramos a indagação: “O
aborto provocado é um crime, seja qual for a época da concepção? -- Há
crime toda vez que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou qualquer outra
pessoa, cometerá crime sempre que tirar a vida de uma criança antes do
nascimento, pois está impedindo uma alma de suportar as provas de que serviria
de instrumento o corpo que estava se formando.”(2). Nenhuma peripécia política, conveniências
quaisquer, tirará o caráter criminoso do aborto, ressalvada apenas a condição
de se salvar a mãe, que corre risco em virtude da gravidez.
Todas
as demais situações, muito embora dolorosas e emocionalmente difíceis não são
legítimas para resguardar a tranquilidade da alma, porque a dívida não fica
quitada e ainda amplia o peso da consciência.
Isto considerando que diante da Lei Natural não existe injustiça, mesmo
que alegue que o feto apresenta anomalia, foi estupro... Estamos envolvidos no processo evolucionista
de causa e efeito. É a justiça perfeita, queiramos ou não! Ela acontece em qualquer tempo, encontra o
infrator inequivocamente, exigindo o ajuste necessário. Trata-se da
harmonização da consciência através da expiação e do resgate, sofrendo as
penalidades que a vida proporciona, vivenciando as consequências, resultantes
de nossos feitos passados.
Com
tudo que temos sobre a preservação da vida, como as das florestas, da vida
marinha...; como fazer lei com a finalidade de negar a vida ao nascituro
indefeso? Isso se daria sem
consequência? Passaria sem a resposta devida da Natureza? É isso que leva a
sermos sempre vítimas de nós mesmos.
Assim
é em qualquer época, porque a Lei Divina aguarda que a criatura amadureça e se
sinta encorajada a ressarcir a própria consciência daquilo que, mesmo
legalmente, serviu de mote para o crime, sabendo que não devia cometê-lo. Somos
seres imortais, quer dizer que trocamos de corpo, mas na essência, em todos os
corpos que viermos a habitar somos nós mesmos com todo o cabedal acumulado nos
milênios transcorridos.
A
paz futura é resultado do que estamos construindo agora e da educação que
estamos realizando presentemente, porque educamos o que temos adquirido
anteriormente, em vidas passadas, não poderemos educar o que ainda não existe
em nós, estamos vivendo uma sucessão de acumulados educáveis dependendo dos
esforços de cada um e das ferramentas colaborativas apresentadas pela sociedade
organizada, através de seus organismos.
Sofremos as influências ambientais, onde vivemos, por isso existem as
dificuldades coletivas, temos as mazelas particulares e as sociais.
A
existência de lei que autoriza o aborto é comprometimento social, é coletivo,
pois o poder legislador “emana do povo”,
mas a decisão de utilizar da liberalização legal é problema pessoal, todos
estão comprometidos e responderão adequadamente no momento próprio, porque a
Lei Natural é justa.
1. O
Livro dos Espíritos, questão 359, Allan Kardec, tradução: Evandro Noleto
Bezerra, FEB.
2. Idem,
questão 358.
Dorival da Silva
Dorival da Silva
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