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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Causas atuais das Aflições

 Aflições! Justiça e causas das aflições II 

Inserimos os itens 4 e 5 do quinto capítulo de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde o Codificador, apoiado nas orientações dos Espíritos reveladores da Doutrina Espírita, coloca para a Mundo as causas dos sofrimentos que se dão nas comunidades sociais de nosso tempo, embora o ensinamento seja do século XIX serve perfeitamente aos dias presentes, como estará atual nos tempos futuros. É questão de análise e reflexão de situações que ocorrem no nosso meio de vivência.  

Assim, atentemos para o que se ensina na lição em destaque. Muito sofrimento se poderia ter evitado caso refletíssemos sobre as finalidades de nossa atual existência. Vejamos.  

Causas atuais das Aflições 

  4. As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.  

Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são a consequência natural do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa!  

Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!  

Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por não terem limitado os seus desejos!  

Quantas uniões infelizes, porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração!  

Que de dissenções, de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!  

Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão.  

Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: "Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa não estaria nesta situação".  

A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos, o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.  

Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.  

5. A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a consequência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis porque não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos consequentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe a experiência e o fazem sentir, a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento e, portanto, a sua felicidade futura.  

Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: "Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!" Como o trabalhador preguiçoso que diz: "Perdi o meu dia", ele também diz: "Perdi a minha vida". Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte começa uma nova Jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e em execução suas boas resoluções para o futuro. 

   Dorival da Silva 

 

- Continua na próxima publicação - 

 

 

Notas: 1. A parte do texto que está grafada na cor azul, foi retirada da obra: O Evangelho segundo o Espiritismo, que compõe as obras básicas da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, foi publicada em 1864. Esta obra tem a tradição de J. Herculano Pires, editora LAKE. 

2. As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Justiça das Aflições

 Aflições! Justiça e causas das aflições I 

Estudando o capítulo 5 – Bem-aventurados os aflitos, da obra basilar do Espiritismo: O Evangelho segundo o Espiritismo, encontramos ali ensinamentos extraordinários que trazem elucidação para grande parte dos sofrimentos de nossos dias. Essa obra foi lançada em abril de 1864, há 159 anos, por Allan Kardec. Esclarece em profundidade os versículos registrados pelos evangelistas Mateus e Lucas, que transcrevemos a seguir, a respeito de ensinamentos de Jesus-Cristo:  

1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o Reino dos Céus. (Mateus, 5:4, 6 e 10.)  

2. Bem-aventurados vós, que sois pobres, porque vosso é o Reino dos Céus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (Lucas, 6:20 e 21.). 

Mas ai de vós, ricos! que tendes no mundo a vossa consolação. Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (Lucas, 6:24 e 25). 

Os versículos acima são a base do capítulo, mas ficaremos com alguns tópicos que disponibilizaremos semanalmente, com abordagens sobre: Justiça das aflições; Causas atuais das aflições; Causas anteriores das aflições; e Esquecimento do passado. 


Justiça das Aflições 


3. Somente na vida futura podem efetivar-se as compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas máximas seriam um contrassenso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, dificilmente se compreende a conveniência de sofrer para ser feliz. É, dizem, para se ter maior mérito. Mas, então, pergunta-se: por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir? Todavia, o que ainda menos se compreende é que os bens e os males sejam tão desigualmente repartidos entre o vício e a virtude; e que os homens virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e infundir paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a Justiça de Deus. Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos. 

No trecho inicial encontra-se esclarecimento de relevância para as nossas vidas, levando a compreender que as compensações virão posteriormente, vez que ainda não se conquistou o mérito para usufruirmos as "Bem-aventuranças" anunciadas pelo Mestre Nazareno.  Sem o entendimento da existência de um futuro, que a vida não tem fim, mas, sim, um objetivo comum a todas as Criaturas, encontrar a paz e a felicidade, através do aperfeiçoamento moral e intelectual. Utilizando-se da liberdade de decidir seus passos, transita pela existência neste mundo, colhendo os resultados das experiências vividas em outras épocas, sofrendo as dificuldades das próprias decisões e tendo oportunidade de resgatá-las pelo sofrimento dos efeitos negativos de suas iniciativas do passado, aperfeiçoa-se.  Seria incompreensível se se considerasse a existência de uma única vida.  

Assim, Jesus veio nos socorrer, nos salvar do estado de ignorância. Mas, tratava-se de projeto de longo prazo, tanto é que já se foram dois milênios e, sobre esse assunto, pouco se adiantou, apesar de tantos avanços em outros setores de desenvolvimento da vida no Planeta.  O estado moral e a conquista de virtudes espirituais continuam acanhadas, diante do que se precisa alcançar para se distanciar da condição de sofredor contumaz. 

Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos. 

Após Jesus, a Humanidade precisou caminhar dezenove séculos, em experiências das mais difíceis, guerras fratricidas e religiosas, inquisição, governos desumanos, barbáries, o desenvolvimento das Ciências, o surgimento de novos Continentes, revoluções social e industrial, culminando com o movimento espiritual, que veio trazer para o Mundo a terceira revelação das Leis de Deus, a Doutrina Espírita. Assim, atendendo a promessa de Jesus-Cristo: “E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito da verdade (...)" -- João 14:16-17. 

Somente com o estudo da Doutrina Espírita e sua compreensão é possível entender as promessas de Jesus, como as Bem-Aventuranças, aí se vai entender: "a certeza do futuro e a conveniência de sofrer para ser feliz."  


                     Dorival da Silva 


- Continua na próxima publicação - 


Notas: 1. A parte do texto, que está grafada na cor azul, foi retirada da obra: O Evangelho segundo o Espiritismo, que compõe as obras básicas da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, foi publicada em 1864. Esta obra tem a tradição de J. Herculano Pires, editora LAKE. 


2. As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo: