segunda-feira, 7 de novembro de 2016

DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Bezerra de Menezes

Filhos, o Senhor nos abençoe. Efetivamente, as vossas responsabilidades no plano terrestre vos concitam a trabalho árduo no que se refere à implantação das ideias libertadoras da Doutrina Espírita a que fomos trazidos a servir.

Em verdade, nós outros, os amigos desencarnados, até certo ponto, nos erigimos em companheiros da inspiração, mas as realidades objetivas são vossas, enquanto desfrutardes as prerrogativas da encarnação.

Compreendamos que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação gigantesca, de que não vos será lícito desertar.

Nesse aspecto do assunto, urge considerarmos o impositivo da distribuição equitativa e plena dos valores espirituais, tanto quanto possível, em benefício de todos.

Devotemo-nos à cúpula, uma vez que, em qualquer edificação o teto é a garantia da obra, no entanto, é forçoso recordar que a estrutura e o piso são de serventia preciosa, cabendo-lhes atender à vivência de quantos integram no lar a composição doméstica.

Em Doutrina Espírita, encontramos a Terra toda por lar de nossas realizações comunitárias e, por isso mesmo, a cúpula das ideias é conclamada a exercer a posição de cobertura generosa e benéfica em auxílio da coletividade.

Não vos isoleis em quaisquer pontos de vista, sejam eles quais forem.

Estudai todos os temas da humanidade e ajustai-vos ao progresso, cujo carro prossegue em marcha irreversível.

Observai tudo e selecionai os ingredientes que vos pareçam necessários ao bem geral.

Nem segregação na cultura acadêmica, nem reclusão nas afirmativas do sentimento.

Vivemos um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização, para sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro, de tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência.

Equilíbrio e justiça.

Harmonia e compreensão.

Nesse sentido, saibamos orientar a palavra espírita no rumo do entendimento fraternal.

Todos necessitamos de luz renovadora.

Imperioso saber conduzi-la, através das tempestades que sacodem o mundo de hoje, em todos os distritos da opinião.

Congreguemo-nos todos na mesma formação de trabalho, conquanto se nos faça imprescindível a sustentação de cada um no encargo que lhe compete.

Nenhuma inclinação à desordem, a pretexto de manter coesão, e nenhum endosso à violência sob a desculpa de progresso.

Todos precisamos penetrar no conhecimento da responsabilidade de viver e sentir, pensar e fazer.

Os melhores necessitam do Espiritismo para não perder o seu próprio gabarito nos domínios da elevação.

Os companheiros da retaguarda evolutiva necessitam dele para se altearem de condição.

Os felizes reclamam-lhe o amparo, a fim de não se desmandarem nas facilidades que transitoriamente lhes enfeitam as horas.

Os menos felizes pedem-lhe o socorro, a fim de se apoiarem na certeza do futuro melhor.

Os mais jovens solicitam-lhe os avisos para se organizarem perante a experiência que lhes acena ao porvir e os companheiros amadurecidos na idade física esperam-lhe o auxílio para suportar com denodo e proveito as lições que o mundo lhes reserva na hora crepuscular.

Tendes convosco todo um mundo de realizações a mentalizar, preparar, levantar, construir.

Não nos iludamos.

Hoje dispondes da ação, no corpo que envergais; amanhã seremos nós, os amigos desencarnados, que vos substituiremos na arena de serviço.

A nossa interdependência é total.

Ante a imortalidade, estejamos convencidos de que voltaremos sempre à retaguarda para corrigir-nos, retificando os erros que tenhamos, acaso, perpetrado. Mantenhamo-nos vigilantes.

Jesus na Revelação e Kardec no Esclarecimento resumem para nós códigos numerosos de orientação e conduta.

Estamos ainda muito longe de qualquer superação, à frente de um e outro, porque, realmente, os objetivos essenciais do Evangelho e da Codificação do Espiritismo exigem ainda muito esforço de nossa parte para serem, por fim, atingidos.

Reflitamos: sem comunicação não teremos caminho.

Estudemos e revisemos todos os ensinos da Verdade, aprendendo a criar estradas espirituais de uns para os outros.

Estradas que se pavimentem na compreensão de nossas necessidades e problemas em comum, a fim de que todas as nossas indagações e questões sejam solucionadas com eficiência e segurança.

Sem intercâmbio, não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no poço da inexperiência, até que o tempo lhe imponha a renovação.

Trabalhemos servindo e sirvamos estudando e aprendendo. E guardemos a convicção de que, na bênção do Senhor estamos e estaremos todos reunidos uns com os outros, hoje quanto amanhã, agora como sempre.


Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, recebida em 6 dez. 1969 e publicada em Reformador, abr. 1977. (Extraída o livreto: Orientação à Comunicação Social Espírita, FEB, 2ª edição – 9/2013, pág. 13/15)

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