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domingo, 21 de maio de 2023

Vida em abundância

 Vida em abundância 

"Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância." -- Jesus. (João, 10:10.) 


                          O tempo foi transcorrendo e o ensinamento de Jesus foi tomando conotações ao sabor dos interesses da mundanidade.  

Mas, a grandiosidade da mensagem de Jesus é para a vida do Espírito, a transitoriedade pela vida material é apenas uma necessidade auxiliar para a evolução do Ser a ser cuidado, até que tenha autonomia para os próprios voos. 

Confundiu-se a oferenda do Mestre com o tropel das miscelâneas da vida produzido pelas diversas gerações, que engendram culturas, filosofias, costumes e modos cultivados empiricamente, porque atende os imediatismos de cada tempo. O pensamento do Homem é raso, supõe que a criatura surge no berço e se extingue no túmulo.  

Os pensamentos religiosos, às vezes navegam em cercanias espirituais, depois de algumas evoluções alvissareiras mergulham nas sombras dos preconceitos. Os rastros luminosos da viagem espiritual se apagam na fé limitada do dogmatismo.  

O Mestre e Senhor, veio ao mundo com a missão libertadora de consciências das amarras dos convencionalismos. Fez os exercícios demonstrativos possíveis para revelar a Vida! A Vida, depois desta vida, com as alegrias justas para os justos e não escondeu os sofrimentos para os dissolutos e imorais. Mesmo assim, mostrando que para esses sofredores que não eram condenados definitivos, que bastasse se arrependessem e tomassem decisão de renovação. Assim, a Vida lhes floresceria bela novamente, como demonstrou, limpando leprosos, levantando aleijados, e dando visão aos cegos, além de esperança para a multidão de desesperados. Amostra possível no contexto de misérias humanas, deixando a dedução do que se poderia acontecer com àqueles que se aproximassem das verdades espirituais pelos seus próprios esforços.  

As limitações, a escassez, as doenças... não têm outro propósito que auxiliar os espíritos morosos de entendimento ou recalcitrantes no mal, que não exercem a sua condição de filhos de Deus, porque ainda não assumiram tal condição. Eles vivem como autômatos, repetindo usos, costumes e pensamentos viciados, criando automatismos geradores de atrasos evolutivos consideráveis.  

Em socorro a tais gerações, surgem fatos que contrariam seus interesses acomodatícios, como os problemas sociais graves, porque os que podem não olham para o meio social depreciado, estendendo-lhe recursos para sanar ferida destruidora que surge pequena e que certamente venha tomar conta de todo tecido social, de que também fazem parte. Assim, recolhem os resultados negativos da insensibilidade ou da indiferença.

Ainda, as pandemias, as catástrofes comovedoras que vitimizam número espetacular de vidas.   

Em que pesem essas comoções, logo as dores caem no esquecimento, e o Homem retorna à sua caverna, buscando o conforto que estava acostumado, esquecendo as sinalizações de que é preciso se movimentar espiritualmente, certificando-se que a vida neste mundo é precária e tem a finalidade de alçar a alma para novo estágio. Sendo que, sem a iniciativa do próprio Homem, ninguém poderá realizar em seu lugar, é trabalho do próprio interessado. Ninguém poderá se realizar espiritualmente com o que não fez. A evolução espiritual é trabalho incessante. Jesus, lecionou que "a cada uma segundo as suas obras", o que indica que cada um deve fazer por si. Não é difícil compreender isso! 

Não se trata de egoísmo, mas de consciência, de autonomia, de saber o que se está fazendo e por que está fazendo. É preciso clareza sobre a conexão com o Ser Maior, de onde tudo emana, e cada Espírito consciente tem sua parcela de contrapartida, tal como a sublimidade da coparticipação lúcida de Jesus em favor da evolução da Humanidade da Terra.  

A vida em abundância não tem nada de riqueza acumulada na casa bancária ou na extensão de suas propriedades, nem na influência exercida sobre a sociedade da Terra. Isso, na verdade, é uma miséria, uma miséria de pensamento. Vez que na vida da matéria tudo o que é acumulado é objeto de cobiça, para o ladrão roubar ou a traça roer. Ainda, que tudo que existe na Terra poderá mudar de mão a qualquer momento. A vida em abundância, de que Jesus se refere, é não precisar de nada, do que se conhece neste Planeta, e, sim, possuir somente o que é de própria conquista, a própria "Luz", a única coisa que podemos possuir, que jamais alguém nos tirará. No entanto, é possível emprestá-la para aqueles que ainda não a têm, até que também a possuam. Assim, como faz Jesus, empresta-nos o seu resplendor, esperando que adquiramos a nossa própria luminescência. É certo que, o quanto poderemos emprestar, corresponde ao quanto de evolução alcançamos. Onde estaria a justiça! 

A vida em abundância é não precisar de nada do que conhecemos. "É mais rico quem tem menor necessidade." 

O objetivo da vida na Terra é a desmaterialização do Espírito, quer dizer: A intelectualização, a moralização, a depuração; a iluminação espiritual.  

Não precisar de nada que a Terra oferece é estar desmaterializado. Aí está o entendimento da "Vida em abundância", prometida por Jesus.  

Pede-nos esforço. Muito esforço evolutivo! 

Dorival da Silva.  

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Família! Honestidade!

 

Família! Honestidade!

      De longa data se estuda que a família é a célula “mater” da sociedade. A experiência do tempo transcorrido parece confirmar que isto é uma verdade. Uma constatação.

       Se fala muito em sociedade, organização social, desenvolvimento organizacional e político, seguimentos culturais vários, setores acadêmicos de múltiplas extensões de saberes, o conhecimento tecnológico que se encontra em todos os setores produtivos e científicos, tanto quanto de lazer e entretenimento.

       Conquanto tantas coisas que favorecem a vida das pessoas, agilizam resoluções e mostram qualidades em situações sem número; a saúde para os que tem meios, ou estão em áreas de melhores recursos é atendida com louvor.  No entanto, não podemos excluir os excluídos, que dependem de favores oficiais, ou da generosidade popular, através de organizações voluntárias, que atendem àqueles sem voz, que por muito tempo não se sabia da existência ou não se pretendia enxergá-los, surgiram por acaso na pandemia.

       A questão da família organizada, que começa com um jovem e uma jovem, que naturalmente em razão da perpetuação da espécie, então de uma necessidade antropológica, depois da necessidade emocional, e a expectativa normal de uma prole, vem os filhos. Da mesma forma que os pais repassam aos filhos uma carga genética na construção de suas formas, passarão carga de valores morais, conforme a educação que tiveram, ou serão omissos.

       Como as gerações sucedem outras gerações, e essas são compostas de famílias, assim, terão a apresentar o traço da educação das gerações anteriores, embora muitos avanços evolutivos, uma coisa torna-se sustentáculo facilmente perceptível: a honestidade. Honestidade em todas as ações, todos os comportamentos, todas as relações.

       “Não desejar ao próximo o que não pretende para si”, em outras palavras, Jesus lecionou porque é relevante para a Humanidade, de todos os tempos, e isso não é possível se não nascer da família e irradiar pelos descendentes, depois como o Sol permanecer em todas as sociedades. Enseja nesse particular, para se ser honesto em todas as circunstâncias da vida, uma educação abrangente, quando as virtudes não poderão deixar de se manifestar, caso isso não ocorra seria desmentir a honestidade de aparência.

       Sem uma formação familiar como a colocada acima, que parece uma utopia, não haverá sociedade justa, pois, que a desonestidade tida, às vezes, como virtude dilacera o tecido social deslocando contingente enorme de seres humanos a segundo plano, ou a um plano invisível, como massa amorfa, que não tem necessidades, não tem dores e não tem fome. É a desonestidade de muitos “honestos”, que sonegam e ajuntam soberbamente sem proveito para a sociedade, sem se preocupar com as dificuldades alheias. 

       Quem está cheio de recursos financeiros e outros quer segurança para a sua riqueza e aos seus familiares, ‘ledo engano’! Como ter segurança se se é devedor daqueles que nada ou quase nada têm; seria absurdo considerar que numa hora ou numa determinada ocasião não virão requisitar o que lhes pertencem, que por vias que desconhecem lhes foram negadas, gerando a dor, a miséria e a insuficiência?

       Todos os desastres sociais existentes podem ser resolvidos a partir da família constituída e com seus componentes educados, primando pelo respeito ao próximo, com verdade, longe da hipocrisia disseminada nas sociedades atuais. Veja-se como exemplo o que é corriqueiro nas muitas cidades onde existem conjuntos de famílias portentosas de recursos que residem em condomínios extraordinários, ilhados por milhares de casas e casebres pobres em ambiente sem estrutura, sendo entre muros abundância, conforto, facilidades e nos arredores destes a escassez, a dor, a dificuldade de toda ordem.

       Das famílias surgem para a sociedade os trabalhadores da construção, do comércio, da indústria, das universidades, os gestores públicos, os legisladores, as autoridades do judiciário, os artistas, todos os trabalhadores da saúde e tudo o mais que se possa constatar na condução das necessidades sociais, assim, o resultado da sociedade é a mescla da educação das famílias, refletida no indivíduo. Direta ou indiretamente todos recebem os efeitos dessa educação.

       As ações públicas são as que mais demonstram os efeitos de origem familiar, a maleabilidade de trato ou a rudeza, a sinceridade ou devaneios, a certeza ou a desconfiança, o desejo firme de servir ou o propósito falso para enganar.

       O comportamento pessoal precisa ser de liberdade, sendo o quê, de forma alguma, poderá ser confundido com a libertinagem, faz-se o se quer, é absurdo, pois, a liberdade não poderá ultrapassar o limite do bom senso, do equilíbrio, do respeito ao próximo.  Além dos valores morais, que não precisam estar escritos, vez que estão na própria consciência individual, existem as leis civis que norteiam a sociedade nos seus diversos passos até que o discernimento próprio alcance nível tal que as legislações civis se tornem inservíveis, porque ninguém as infringem.

       Sem famílias bem constituídas não haverá sociedades equilibradas, sem bases sólidas não existirão edificações sustentáveis. A segurança individual e das coletividades está postada na própria essência da formação das células constitutivas, vidas pulsantes, que desenvolvem os seus valores nobres que apresentarão sempre resultados melhores que retornam à própria família espraiando nas gerações futuras. 

       Quando ao contrário, permanecem os efeitos da má educação, ou da ignorância, ou, ainda, da má-fé, tais como pústulas doentias que espocarão na massa, contaminando-a reincidentemente com   consequências danosas que lhe corresponderão aos efeitos. Esse futuro não há de se cogitar, por ser um caos que a ninguém serve e contraria a Lei de Evolução, em conta disso, o sofrimento se torna insuportável, levando o próprio ser humano buscar o seu reajuste –- mas, quanto tempo se demorará para tal acontecer? --, o que pode ser evitado.

       O ser humano, como toda a sociedade mundial sabe, é viajante da vida na organização social da Terra, com tempo limitado para residir, ou seja, enquanto a vida do corpo permitir, considerando um olhar meramente materialista.  Depois vem as concepções das mais variadas ou supostas de como se dará a ‘posteriori’ a esta existência ao que permanece do ser pensante, o que se denomina alma.

       Com a Doutrina Espírita muita luz foi trazida sobre o tema para a Humanidade, demonstrando a perpetuidade da vida do Ser Pensante, ou seja, do Espírito, que a vestimenta de carne é recurso de experiência e fenômeno evolutivo excelente, exarado pelas Leis da Vida, vinda do Grande Construtor de tudo, que se conhece pelo nome: Deus.

       Existe um termo que muito bem representa esse processo de evolução que é a Reencarnação, significa reentrar novamente na carne, ou seja, viver num estágio material, num corpo novo, embora, seja o mesmo Espírito que viveu em outros corpos, originários de outros pais e mães, porque a matéria vem da matéria e o Espírito já existia, criado uma única vez, “simples e ignorante”, e jamais deixará de ser um ser vivo no rumo da perfeição.

       Assim, constituir bem a família, com educação esmerada, reflete na sociedade os seus valores, que se aprimora, preparando sabiamente as gerações futuras, àquelas mesmas que receberão a partir das “terceiras e quartas gerações” os artífices das qualidades que irão encontrar num retorno futuro, que ninguém escapa, pois, o estado evolutivo existente demandará por bom tempo processo reencarnatório neste Planeta.

       Com isso, não é difícil deduzir que jamais se escapará de encontrar com o resultado de suas próprias obras, trata-se da Lei de Amor e Justiça Divina, imutável, que não deseja a extinção do pecador e sim a sua elevação, implementando esforços paga pelos erros, resgata as consequências destes para alcançar a sua regeneração e caminhar até a plenitude espiritual.

       A família é um encontro de viajores do tempo, na existência física, a consanguinidade, os laços ancestrais, as tradições; no campo espiritual, a união das afinidades ou, ainda, a aproximação dos desafetos de outros tempos, que exigem de todos a tolerância, a paciência e o exercício do amor, na busca da reversão do antagonismo para a amorosidade, a fraternidade.

       O grupo familial estruturado é celeiro de virtudes existenciais, a honestidade é a alavanca de sustentação; a Humanidade necessita se tornar uma família de dignidade, reflexo de suas células constituintes, formadas por partículas de verdadeiras qualidades intelectuais e morais. O todo é a soma das partes e representa os seus valores.

       Família! Família! Muito ainda se poderia dizer!

                            Dorival da Silva


domingo, 11 de julho de 2021

Alguém fez uma viagem definitiva!

                      Alguém fez uma viagem definitiva!   

Há algum tempo, assisti a um filme cujo nome não me recordo.  Neste, um menino que sofria de uma doença terminal perguntava para o seu médico se ele sabia como era morrer… O médico desviava o assunto, mas o garoto insistia e explicava: quando dormimos no sofá e alguém nos leva para a cama, nós dormimos num lugar e acordamos em outro, morrer é a mesma coisa, adormecemos aqui e acordamos do outro lado desta vida.  Essa analogia infantil revela grande verdade.  

 

Neste ano e nos últimos meses de pandemia, quantas famílias viram seus entes queridos adormecerem e não despertarem mais neste mundo.  

 

Filhos e filhas, mães e pais, avós… não estão mais presentes em seus lares. No Brasil, o número ultrapassa quinhentos mil e, no Mundo, mais de quatro milhões. Em um átimo de tempo, deixaram seus afazeres, seus planos, os seus amores, interromperam suas rotinas diárias na jornada terrena.  

 

Para todas as pessoas que amam os seus, essas ocorrências são muito difíceis de vivenciar. No entanto, tornam-se ainda mais dolorosas para aquelas que não compreendem o mecanismo da morte, após o fechamento dos olhos e a quietude dos sinais vitais do corpo.  Não é fácil conceber que aquela pessoa que amamos a partir desse ponto não é o corpo que permitia a sua proximidade, demonstrava as reações e realizava as suas tarefas sob nossas percepções. Por isso, diz-se que o corpo de fulano foi inumado, e não que o próprio fulano foi enterrado.  Pois, não se leva para o cemitério o nosso familiar querido e sim o seu corpo, em conta o respeito que devemos àquele que o habitava. 

 

A vida é sempre uma continuidade. Certamente, existe um tempo de adaptação à nova realidade, que às vezes inclui aprender a viver sem o peso do corpo, libertar-se dos reflexos de hábitos que se tornaram comuns no dia a dia da vida material, encaminhar-se para novos trabalhos, estabelecer diferentes relacionamentos sociais, sem, no entanto, esquecer daqueles que ficaram. Afinal, a saudade não é sentida apenas por aqueles que permanecem; do outro lado, isso pode ser ainda mais intenso.  

 

É preciso que tenhamos consciência que a vida normal do Espírito é aquela que dizemos do outro lado desta vida, fora do corpo físico. Existe um equívoco de entendimento, a vida que conhecemos no corpo é passageira, todos sabemos. A vida do Espírito não se interrompe. O Ser espiritual entra num corpo, quer dizer, passa pelo processo de reencarnação, através da gravidez, que requer a coparticipação do pai e da mãe, como recurso evolutivo.   

 

A inteligência se desenvolve mais rapidamente com as necessidades que o mundo material impõe, assim como o senso moral se desenvolve com as vivências proporcionadas em cada fase da vida. O objetivo fatal do indivíduo é chegar a um estado de perfeição, o que acontecerá com seus próprios esforços, livrando-se de retornar a um corpo pesado. Em conta disso, as inumeráveis reencarnações.  Se não fosse esse processo de evolução constante, embora na velocidade que cada um se impõe, estaríamos ainda na idade da pedra. 

 

Os nossos amores partem, ou nos antecedem na viagem definitiva  à presente experiência que todos estamos vivendo. Assim, todos nós iremos eventualmente. Aqueles que nos anteciparam, estarão nos aguardando o retorno, como os que anteciparam àqueles também os aguardavam. 

 

A estrutura social que conhecemos aqui no mundo material, conforme algumas obras psicografadas afirmam, é uma cópia um tanto distorcida da estrutura social do mundo espiritual, correspondendo ao estado evolutivo em que nos encontramos. Como as necessidades do Espírito, em relação às questões materiais mudam significativamente, mas com relação às condições emocionais e espirituais há continuidade, os reflexos dos condicionamentos da vestimenta carnal e dos hábitos exigem acomodação.  

 

Para atender essas necessidades, existem colônias e cidades organizadas com hospitais e todos os departamentos especializados nas questões da saúde espiritual. Elas dispõem de escolas e universidades (certamente não com essas denominações) que proporcionam a melhor formação e especialização de diversas ciências, assim como diversos segmentos nos variados níveis evolutivos intelectuais e morais. 

 

Jesus, o Cristo, sendo Mestre e Guia da Humanidade, ou seja, de todos nós que atualmente habitamos um corpo de carne e daqueles que estão na vida espiritual, compõe a Humanidade do nosso Planeta. Ele deixou claro: “A cada um segundo as suas obras.”   Como se trata de verdade inderrogável, não há dúvida que existem Espíritos felizes e outros que nem tanto, e até mesmo muitos que são infelizes nas paragens espirituais. Isto se pode constatar na nossa própria comunidade no dia a dia, no outro lado da vida não é diferente.  

 

A comunicação entre o aqui e o além da vida se dá pelo pensamento, que podemos comparar grosseiramente ao celular do Espírito. O pensamento, quando bem utilizado, com equilíbrio, sobriedade e amor, proporciona alegria, esperança, motivação nobre àquele que o recebe, de lá e de cá. Quando está em desalinho moral, desequilibrado, agressivo, impertinente, isso causa mal-estar, angústia, revolta, ódio, proporcionando desconforto, o que poderemos considerar uma obsessão (influência persistente exercida por espírito inferior, malfazejo). 

 

A Doutrina Espírita tem em seus postulados o lema: “Fora da caridade não há salvação.”, o que congrega respeito ao próximo, respeitando as condições morais e intelectuais, mesmo que divergentes, exercitando a benevolência para com todos e perdão das ofensas. Assim, cabe respeitar aquele que deixou a matéria, com a morte do corpo, independentemente do seu histórico de vida, cabendo a oração em seu benefício, porque todos temos algum ajuste a fazer diante da própria consciência, por isso, ainda, não somos perfeitos.  

 

O Evangelho de Jesus tem a finalidade de esclarecer os caminhos do Espírito na sua jornada evolutiva, não importa se está usando a indumentária carnal ou se está na vida espiritual, porque Jesus ensinou ao Espírito. Ele desejava que, quando do lado de cá, se preparasse adequadamente para chegar ao outro lado desta jornada em melhor condição, se possível, apto a alcançar outro estágio evolutivo, porque o êxito de Seus esforços como Governador da Terra é a melhoria espiritual de todos os que estão sob o seu comando.  Qual mestre não se sentiria realizado vendo que seus alunos venceram um estágio e se habilitaram para outro patamar evolutivo mais complexo? 

 

A morte do corpo libera o seu habitante para retornar ao lar espiritual, de onde veio. Lá, ele permanecerá se preparando por um certo tempo, que poderá ser de curto prazo e até por período secular, visando uma nova jornada reencarnatória (em novo corpo). Isso depende das necessidades e do estado de consciência de cada indivíduo. Em grande parte, é o próprio Espírito que requer o seu retorno à vida material, pois é nela que se refaz de seus pesares, conserta os seus erros, reverte as antipatias e se harmoniza com a própria consciência. 

 

É natural ter receio da morte, pois trata-se da preservação da vida. Até os seres irracionais têm esse temor, tanto que lutam com todas as suas forças para manter a sua existência.  Desejar a morte, mesmo estando em estado terminal, é um contrassenso. Em alguns minutos ou poucas horas, num corpo em estado de dificuldades extremas, o Espírito poderá resolver problemas espirituais de séculos, libertando-se definitivamente de certas peias morais que o infelicitavam.  

 

A saudade dos que viajaram para a espiritualidade é um laço de amor que proporciona alegria e renova a motivação para a caminhada que não termina. Afinal, a perfeição ainda está distante e a vida é para sempre. 

 

                                      Dorival da Silva               

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Mulher...!

Mulher...!  

 
 

Colhemos e registramos abaixo algumas questões de O Livro dos Espíritos, publicado por Allan Kardec em 18.04.1857, tradução de Dr. Guillon Ribeiro editado pela Federação Espírita Brasileira (FEB), relativamente à mulher. Com base nesses ensinamentos organizamos um argumento à guisa de reflexão, que compartilhamos:  

 
 

200. Têm sexos os Espíritos?  

“Não como o entendeis, pois que os sexos dependem da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.”  

 
 

201. Em nova existência, pode o Espírito que animou o corpo de um homem animar o de uma mulher e vice-versa?  

“Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.” 

 

817. São iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?  

“Não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”  

 
 

818. Donde provém a inferioridade moral da mulher em certos países?  

“Do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.” 

 

819. Com que fim mais fraca fisicamente do que o homem é a mulher?  

“Para lhe determinar funções especiais. Ao homem, por ser o mais forte, os trabalhos rudes; à mulher, os trabalhos leves; a ambos o dever de se ajudarem mutuamente a suportar as provas de uma vida cheia de amargor.”  

 
 

820. A fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem?  

“Deus a uns deu a força, para protegerem o fraco e não para o escravizarem.”  

 
 

Deus apropriou a organização de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Tendo dado à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções maternais e com a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados. (Allan Kardec)  

 
 

821. As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as deferidas ao homem?  

“Sim, maior até. É ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.”  

 
 

Nesses tempos modernos, precisamos fazer muitas perguntas para encontrar respostas referentes ao comportamento da nossa sociedade, da família, da educação, da política, da segurança, da saúde e  da arte,  considerando que a origem de todos os problemas e de todas as soluções está no ser humano.  

 
 

Então, vamos perguntar: O que é o ser humano? Um Espírito. O que é um Espírito? É um elemento universal individualizado que tem inteligência e consciência de si mesmo. Em sua origem, é simples e ignorante. No entanto, o seu Criador (Deus) o arregimentou em latência com todas as possibilidades evolutivas, que lhe caberá desenvolver no transcurso dos tempos, dando-lhe a liberdade de escolhas (o livre-arbítrio) e as reencarnações (o que quer dizer: entrar e sair num corpo físico -- nascer e morrer – muitas vezes, acumulando em si – no Espírito -- as experiências), formando o seu patrimônio espiritual, desenvolvendo a inteligência e o sentimento.   

 
 

Por que existem corpos masculinos e femininos? Para propiciar a produção de outros corpos materiais que estarão revestindo corpos espirituais, proporcionando a condição para a experiência de sofrer as suas necessidades, propiciando o desenvolvimento da inteligência e dos sentimentos, numa vida de relação entre homem e mulher, pai e mãe, filhos e filhas, avôs e avós..., formando o grupo familiar, compondo o grande grupo da humanidade. Não se pode esquecer que também se sofre as contingências ambientais, para a manutenção da vida orgânica e aprender a conviver com o próximo, além dos vínculos consanguíneos. 

   

Alguém é dono do próprio corpo? Objetivamente, ninguém é dono nem de seu corpo, nem de nenhuma outra coisa material, pois tudo pode ser retirado instantaneamente. O que existe de verdade é o uso de elementos que nos são custodiados pela Natureza para propiciar a condição evolutiva para o Espírito.  A única coisa que nos pertence (espiritualmente falando) é o estado evolutivo que alcançamos com os nossos esforços, este não sofre retrocesso e jamais se perderá, verdadeiramente é o único patrimônio que nos pertence. Tudo o que existe de patrimônios materiais (terras, edifícios, empresas, riquezas outras, etc.) são apenas arranjos evolutivos e o pertencimento é relativo e temporário como ferramenta evolutiva do ser humano (que é o Espírito encarnado), um empréstimo do qual precisaremos prestar conta do seu uso.   

 
 

Por que nada do que é material pertence verdadeiramente ao ser humano? Seria contrassenso de origem, considerando que Deus criou todos os Espíritos para alcançar o estado de perfeição, o que corresponde a um estado puro, totalmente desmaterializado. Na origem, os Espíritos eram puros, mas simples e ignorantes. Depois, das vivências pelas reencarnações, por milênios sem conta, sofrendo as consequências de suas descobertas, desenvolvendo a inteligência e acumulando virtudes, eles retornam definitivamente à origem como seres integrais em inteligência e sabedoria, para as tarefas universais, novamente puros e sábios pelos seus méritos.   

 
 

Retornando às questões de O Livros dos Espíritos, inicialmente colocadas, perguntamos: O que é a mulher? Um espírito reencarnado numa organização física feminina. Toda desconsideração que sofreu e ainda sofre é por conta da má educação existente em cada tempo. Na resposta da questão 201, dos Espíritos reveladores da Doutrina Espírita, é clara: “Decerto; são os mesmos os Espíritos que animam os homens e as mulheres.”  Considerando a civilização atual com a inteligência e tecnologia existentes, também existe um vazio de entendimento da sua condição espiritual, mantido por dogmas, preconceitos e ainda pelo desinteresse para as questões da vida além da vida do corpo, o que leva a despreocupação com o seu retorno nas gerações futuras, que poderá ser como homem ou mulher. A desconsideração com a mulher, hoje, se não revista, perdurará nas gerações futuras, o que vem se arrastando desde o início da civilização, há milênios. A lei natural de causa e efeito não se altera. Sempre reencontraremos as desconsiderações que implementamos, em qualquer tempo.  

 
 

A questão 819 trata da diferença física da mulher, comparativamente ao homem, “ser mais fraca”, a resposta é significativa, vejamos: “Para lhe determinar funções especiais. (...)” As “funções especiais”. As "funções especiais" não são nada depreciativas, e sim, elevadas diante dos olhos de Deus, pois se trata da condução de um projeto Divino, onde a mulher mãe participa como coautora da criação, substanciando de si um organismo que se forma, e dando de si a sustentação para soerguimento da vida  para um Espírito em novo estágio evolutivo, iniciando-o no aprendizado, na educação, corrigindo de tendências negativas trazidas de outra existência e dando curso a novos comportamentos, construindo a nova  personalidade que terá grande influência na vida do(a) filho(a), que logo se tornará adulto(a), tomando para si as rédeas da própria vida, oferecendo para nova família os valores que carrega consigo, tanto para a sociedade melhoras, se melhorado(a), ou não.   

 
 

Allan Kardec, em complemento da resposta da questão 820, diz: Deus apropriou a organização de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Tendo dado à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo tempo maior sensibilidade, em relação com a delicadeza das funções maternais e com a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados.”Trata-se de ferramenta orgânica adequada para atender “funções especiais”. Ampliemos esse tema mais um pouco, relembrando que a mulher é um espírito, como vimos anteriormente, assim pode reencarnar em corpo masculino ou feminino, então não se trata de qualificação intelectual, pois a mulher está apta a desenvolver-se em qualquer área da ciência e das relações humanas tal qual o homem, até mesmo com vantagem, em conta a sua sensibilidade.  Ela tem funções específicas na vida, sim, tem, a mais relevante, que é dar oportunidade a outro Espírito para revestir-se de carne, através de corpo novo, o que não se dá sem a contribuição feminina, depois educá-lo, educando a própria sociedade.   

 
 

Todas as personalidades mais relevantes do Mundo, inclusive o Senhor Jesus, a maior de todas, quanto aquelas que compõem a multidão desconhecida, apareceram na vida física através de uma mulher.  As lideranças da sociedade humana: política, militar, científica, educacional, artística passaram pelo colo materno e receberam a maior parte da educação de berço da mulher. Como vimos, a criança é um Espírito em nova oportunidade evolutiva, que se apresenta com o patrimônio moral e intelectual que adquiriu em outras vidas, passando pelo mesmo processo. O renascente precisa de condução nos primeiros momentos da nova existência, para corrigir as más tendências, que são viciações antigas, e adquirir novos conhecimentos, tornando-se melhor.  

   

Seria a mulher responsável por todas as mazelas do mundo, em virtude da sua condição de primeira educadora? Certamente que não.  Existem uma complexidade de fatores que se arrastam de longínquas eras, que se moldam a cada período da vida da sociedade, frutos e consequências do próprio meio, formando um caldo contaminante pelos usos e costumes, influenciando grandemente na condução das vidas. Levando isso em conta, Jesus exclamou: “Faça-se a vossa luz”, o que corresponde a que cada indivíduo precisa se tornar autônomo a partir de um estado de consciência melhorado, o que depende de todas as experiências acumuladas das inúmeras vidas, que tiveram inúmeras mães em inúmeras épocas. Sendo que as mães tiveram importância relevante em todos os desenvolvimentos. Não se pode esquecer que as mães também nasceram de mães e sofreram as constrições de suas épocas. Em certas reencarnações, na esteira do tempo, as mulheres de um tempo também habitaram corpos masculinos em outros tempos. Hoje, todos somos resultado de uma trajetória de muitos milênios.  

 

Com base na questão 821 podemos dizer que a mulher tem importância extremamente relevante diante da vida, até maior que a do homem, porque permite o aparecimento do Espírito num corpo e dá-lhe as primeiras noções educacionais. Sob os olhos egoísticos do mundo, parece atividade corriqueira, não atribuindo, com exceção, a importância devida, inclusive por uma parcela considerável de mulheres que não assumem a sua responsabilidade. As frustrações, desgostos e sofrimentos para estas não tardam a aparecer, mesmo nesta vida, em outra reencarnação poderão fazer melhor, corrigindo os deslizes anteriores. As que fizerem da maternidade um sacerdócio, apesar de todas as circunstâncias contrárias, terão reconhecimento na vida espiritual, pois serão dignas de seu salário moral. A paz e a felicidade são conquistas dos esforços empreendidos, não se conquistam com promessas que não se realizaram.   

 
Mulher, onde estás!  

Dorival da Silva