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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Carnaval: uma festa espiritual

 Carnaval: uma festa espiritual 

 

É natural que queiramos saber a visão espírita sobre o carnaval. O que o Espiritismo diz sobre o assunto? 

 

Opiniões materialistas de apoio e espiritualistas de condenação reforçam a consagrada dicotomia entre o mal e o bem, a sombra e a luz, o errado e o certo, o material e o espiritual. A visão maniqueísta do a favor ou do contra, do conflito entre dois lados opostos, é tendência comum para registrar o posicionamento de adeptos e críticos ante a curiosa temática. 

 

Por mais que argumentemos, eis uma questão que continuará suscitando acerbas discussões durante muito tempo, até que ela deixe de ter importância. Ainda não é a nossa situação. Falar sobre o carnaval é necessário, pois vivemos a festividade anualmente, com data marcada: a mais comemorada e outras tantas, que se prolongam no decorrer do ano em várias regiões do país e do planeta. 

 

Para que possamos entender melhor o tema, é necessário que percebamos o seu real significado. A par de todas as movimentações de planejamentos e preparativos, ações e zelo – que denotam certa arte e cultura na apresentação de desfiles com seus carros alegóricos e foliões -, somadas as festividades de matizes diversificados, em que grupos se reúnem para comemorações sem medida, não podemos deixar de reconhecer que o carnaval é uma festa espiritual. 

 

O culto à carne evoca tudo o que desperta materialidade, sensualidade, paixão e gozo. O forte apelo do período que antecede, acompanha e sucede o evento ao deus Mamon guarda íntima relação com o conúbio de energias entre os dois planos da vida, o físico e o extrafísico, alimentado pelos participantes, vivos de cá e de lá, que se deleitam em intercâmbio de fluidos materialmente imperceptíveis à maioria dos carnavalescos encarnados. 

 

Vivemos em constante relação de intercâmbio, conectando-nos com os que nos são afins pelos pensamentos, gostos, interesses e ações. Sem que nos apercebamos, somos acompanhados por uma nuvem de testemunhas, que retrata nossa situação íntima. 

 

Não cabe a análise sob a ótica de proibições ou cerceamento de vontades. Todos somos livres para fazer as escolhas que julgarmos convenientes. Porém, não podemos nos esquecer de que igualmente somos responsáveis, individual ou coletivamente, pelas opções definidas em nossa vida. 

 

O Espiritismo não condena o carnaval, mas, também, não estimula suas festividades. Nesse período são cometidos excessos de todos os graus, com abusos e desregramentos no âmbito do sexo, das drogas, da violência; exageros que extravasam desequilíbrio e possibilitam a atuação de Espíritos inferiores que se locupletam com a alimentação de fluidos densos formadores de uma ambiência espiritual de baixo teor vibratório. 

 

Carnaval é, de fato, uma festa espiritual. Porém, eu não quero participar dessa festa. E você? 

 

O espírita verdadeiro pode e deve aproveitar o feriado prolongado para estudar, trabalhar, ajudar aos outros e conectar-se com o Plano Maior da Vida em elevada festividade espiritual que nos faz bem, proporcionando real alegria e plenitude ao Espírito imortal. 

Divaldo Pereira Franco 

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 13.2.2023 

Em 15.2.2023 

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Instrumento ou arma

 

Instrumento ou arma

       Está presente em quase todos os movimentos da atualidade e é responsável por incontáveis fenômenos do processo evolutivo da Humanidade.

       Facilita as trocas, impulsiona o progresso, faculta o conforto e sustenta a vida.

       A sua presença modifica a muitas situações e resolve incontáveis problemas.

       Ajuda na enfermidade, na educação e na caridade.

       Muitos o consideram fator primordial para a felicidade.

       Todavia, responde por crimes inumeráveis: corrupção, desdita, miséria e fome…

       Catastrófico em mãos irresponsáveis, estimula o ódio e favorece a violência.

       Denigre o caráter, conduz à traição, entorpece os sentimentos…

       Referimo-nos ao dinheiro.

       Não é ele, porém, bom ou mau.

       O uso que se lhe faz e a ambição humana que o cerca, o tornam instrumento de vida ou arma de morte.

*

       Não transformes o dinheiro em meta essencial da tua existência.

       Trabalha por adquiri-lo, a fim de o aplicares nas necessidades e deveres morais.

       Busca viver, dele fazendo um meio para as finalidades superiores da vida, sem que te escravizes à sua paixão vivendo para ele.

       Conquista-o mediante o lavor digno, de modo que ele seja, em tuas mãos, em tua vida, recurso de elevação e mensageiro da felicidade, para ti e para aqueles a quem possas beneficiar.

Joanna de Ângelis (Espírito)

Mensagem extraída da oba Episódios Diários,

capítulo 44, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Criança. O que é a criança?


Criança. O que é a criança?

       Como comumente se pensa, a construção da família, a perpetuação da espécie, algo muito esperado, uma novidade…

       Ter filho é uma necessidade orgânica e emocional, portanto, da Natureza da raça humana, em grande parte muito desejado pelos casais que se formam sob as palmas do amor, da responsabilidade com a vida, que se estua com o senso de doação, para a melhor formação de homem ou mulher capaz de contagiar com seus valores intelectuais e morais no meio social onde estiver inserido. 

       Por outro lado, existe a criança que surge da irresponsabilidade, nem foi desejada, foi ato inconsequente, no entanto, aparecem no Mundo. Por quê?

       Nem todas que nasceram no berço de amor, apesar de todos os esforços e da formação proporcionada, resultam indivíduos dados à retidão moral, que possa gozar de confiança daqueles que convivem com ela, em detrimento de irmãos que tiveram as mesmas possibilidades e seguem caminho comportamental regular.

       A Criança que nasceu de encontro fortuito de seus pais, muitas vezes criada na pobreza e até mesmo por terceiros, em situação paupérrima, vencendo toda espécie de carência, nem sempre se desviará e se perderá na vida, sendo adulto com responsabilidade e produtivo para a vida. Por que será?

       Concebida amorosa ou inconsequentemente, surge para a vida, em muito caso, criança com problemática de difícil solução ou mesmo irreversível.   Doença congênita, como o câncer de diversa etiologia, deformação e degenerescência neurológica e psicológica de tratamento de longo curso e sem solução definitiva, salvo exceção. Por quê?

       Mesmo os casais metódicos, que planejam a prole e realizam os pré-natais, não apresentam nenhuma evidência que aponte qualquer possibilidade de intercorrência com as gestações, fato inesperado surge no desenvolvimento de um dos nascituros, quando não, percebido somente algum tempo do nascimento, ou ainda, no transcorrer da infância ou já na adolescência.  Por quê?

       A Ciência, através dos profissionais da saúde, reservadas as exceções, mas em percentual considerável, dado o materialismo ainda existente, notada alguma má formação do feto, que não seja possível o reparo em intervenção intrauterina, sugere a interrupção da gravidez, o que espiritualmente é um erro enorme, que compromete os pais, os intervenientes e influenciadores que colaborarem para tal feito.   Por quê?

       E os porquês?

       Antes precisamos dizer o que é a criança. Ente que surge no Mundo com a participação genética dos pais, que se fundem gerando uma estrutura carnal, que vem à luz após nove meses de gestação, é um Espírito. Existia antes da concepção, tem experiências milenares, muitos acertos e muitos erros guardados na memória espiritual; que carece de ajuda para se preparar adequadamente para assumir as rédeas da vida quando chegar à fase adulta desta existência. Em alguns casos, o recém-chegado pode superar os Espíritos dos pais em sabedoria, mesmo podendo ser muito mais velho que eles.  O que quer dizer que o renascente já viveu muitas vezes, como os genitores também viveram, provavelmente conviveram proximamente, como parentes, amigos, inimigos… em incontáveis ocasiões, sem, no entanto, descartar a possibilidade de ser totalmente desconhecido seus.

       Lembramos que os pais, os avós e todas as gerações anteriores apareceram no Mundo como crianças, tendo cada indivíduo sua particularidade exclusiva, o que demonstra desde os primeiros movimentos no berço, com generosidade ou agressividade, sendo que a sua personalidade se mostrará autêntica quando a organização física estiver mais desenvolvida e os recursos cerebrais permitirem expressar-se espiritualmente com toda pujança.

       Anotamos que todas as informações registradas nesta página têm por base a Doutrina Espírita e as obras complementares, o que não faremos referência ponto a ponto para que a leitura não fique pesada, mas nada aqui existe sem fundamentação espiritual. 

       “Que seria de nós, se fôssemos obrigados a viver sob o tropel das pungentes recordações de antigos e medonhos erros?¹”.  Em razão dessa situação que renascemos como criança, ficando resguardado o passado no inconsciente, dando a cada indivíduo a oportunidade do recomeço. 

       Apesar do esquecimento das experiências das vidas passadas, manifestamos com os valores que possuímos, que estão armazenados,  que fluem diante das circunstâncias e desafios da presente existência com as afinidades e familiaridades existentes no próprio espírito. Não é difícil de se verificar, observando-se as tendências das crianças em suas ações desde muito pequenas, umas são dóceis e calmas, outras agressivas e irritadiças. Umas têm facilidade com as ciências exatas ou com as humanas, e outros com os esportes… As tendências falam das vivências de vidas passadas.

       É desde os primeiros dias de vida que os pais podem ajudar o Espírito a se corrigir ou diminuir a intensidade de suas tendências negativas, ajudando-o à reeducação de seus hábitos de outros tempos, como a tendência à violência, à viciação, à maldade, ao sensualismo…  A postura positiva dos pais é da maior relevância para o espírito que busca melhorar-se, conquistando experiências nobres e modificando àquelas que perturbaram a sua consciência espiritual, antes de reingressar no novo corpo. 

        Há alguns anos, depois de ter assistido a um filme sobre a vida de uma personalidade artística, que teve muitos altos e baixos em sua vida, em conta as facilidades sociais oferecidas pela cidade em que vivia e também familiares que lhe permitiram, vindo a desencarnar muito cedo.  Fiquei pensativo sobre as condições daquele Espírito, que com suas capacidades intelectuais e os meios de vida abundantes demonstrados não foram favoráveis à sua presente reencarnação, tanto que morreu por seus excessos. Passados alguns dias, o Espírito do artista manifestou-se voluntariamente em nossa reunião mediúnica, quando o identifiquei, e no diálogo que travamos, num certo ponto lhe disse: agora que está ciente de que os excessos vividos e a liberdade desenfreada não foram favoráveis à melhor condução de sua vida no corpo, certamente procurará, quando for oportuno, o renascimento em uma família onde tenha pais enérgicos e lhe deem limites. Ele humildemente me respondeu que reconhecia a sua condição e que sabia que tinha perdido o direito de ter uma família, que na sua próxima jornada iria nascer em uma condição paupérrima e seria abandonado, sendo criado em alguma instituição de acolhimento, em vida contida e mais favorável ao aprimoramento espiritual (diálogo nesse sentido, mas com outras palavras). 

       Essa lembrança vem ao encontro do que as obras mediúnicas sérias comprovam, em inúmeras narrações de experiências na vida de reencarnado e depois no mundo dos espíritos, ou vice-versa, mostrando os modos de vida e suas consequências, que não são ficções, são realidades vividas, se existe alguma nesga de felicidade, também existem tempestades de lágrimas, que poderiam ser evitadas se a educação fosse a adequada para rendimento da alma e não para o atendimento às convenções do mundo material, às conveniências passageiras do meio social hodierno.

       Sobre: aleijão, síndrome mental, demência, cegueira, surdez, mudez e outras deformações, que se apresentam nos nascimentos são resultados do estado de consciência do Espírito, consequências de suas atitudes contra terceiros ou contra si mesmo.  Crime hediondo, traição, vingança, ódio alimentado por muito tempo, suicídio… têm desdobramentos espirituais terríveis. Maculam a consciência, o que quer dizer ferem a Lei Universal, a Lei de Deus, então, é necessário expiar o mal que lhe perturba, e a passagem pelo corpo destrambelhado é o melhor remédio para libertar a alma do sofrimento. No entanto, é preciso sofrer com resignação e tirar o melhor aprendizado do sofrimento; a revolta, a mágoa, o ressentimento agrava a aflição e não produz efeito favorável para o padecente.

       Poderia se perguntar ainda: o que os pais têm a ver com isto? É difícil dizer, mas não podemos fugir à verdade: nós, os pais, somos comprometidos com a situação que se apresenta em nosso lar, porque participamos do fato, influenciamos atitudes ignóbeis ou fomos omissos diante do mal que poderíamos ter evitado. Sempre seremos herdeiros de nós mesmos. Trazemos para a reencarnação o nosso patrimônio que há milênios estamos construindo, temos o bem e o mal que realizamos, o bem não exige justificativa, o mal impõe correção, em qualquer época, porque a vida do Espírito é infinita.  Existe exceção, casais ou mães que assumem situações complexas por amor ao próximo, porque são altruístas. 

       Todos fomos crianças incontáveis vezes e seremos crianças em incontáveis oportunidades, eduquemos bem os filhos de hoje, sendo que poderemos ser filhos desses rebentos e receberemos os ecos da educação que lhes demos. 

       A criança traz nos seus registros espirituais uma grande história de verdades da qual a história de cada um dos pais se entrelaçam, embora cada qual sabe o que lhe pertence, espiritualmente falando.

       Criança! Quem a conhece?

1.    Obra: Diálogo com as sombras, escritor: Hermínio C. Miranda, pág. 253, 13.ª edição.

                                 Dorival da Silva.