DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Bezerra de Menezes
Filhos,
o Senhor nos abençoe. Efetivamente, as vossas responsabilidades no plano
terrestre vos concitam a trabalho árduo no que se refere à implantação das
ideias libertadoras da Doutrina Espírita a que fomos trazidos a servir.
Em
verdade, nós outros, os amigos desencarnados, até certo ponto, nos erigimos em
companheiros da inspiração, mas as realidades objetivas são vossas, enquanto
desfrutardes as prerrogativas da encarnação.
Compreendamos
que a vossa tarefa na divulgação do Espiritismo é ação gigantesca, de que não
vos será lícito desertar.
Nesse
aspecto do assunto, urge considerarmos o impositivo da distribuição equitativa
e plena dos valores espirituais, tanto quanto possível, em benefício de todos.
Devotemo-nos
à cúpula, uma vez que, em qualquer edificação o teto é a garantia da obra, no
entanto, é forçoso recordar que a estrutura e o piso são de serventia preciosa,
cabendo-lhes atender à vivência de quantos integram no lar a composição
doméstica.
Em
Doutrina Espírita, encontramos a Terra toda por lar de nossas realizações
comunitárias e, por isso mesmo, a cúpula das ideias é conclamada a exercer a
posição de cobertura generosa e benéfica em auxílio da coletividade.
Não vos
isoleis em quaisquer pontos de vista, sejam eles quais forem.
Estudai
todos os temas da humanidade e ajustai-vos ao progresso, cujo carro prossegue
em marcha irreversível.
Observai
tudo e selecionai os ingredientes que vos pareçam necessários ao bem geral.
Nem
segregação na cultura acadêmica, nem reclusão nas afirmativas do sentimento.
Vivemos
um grande minuto na existência planetária, no qual a civilização, para
sobreviver, há de alçar o coração ao nível do cérebro e controlar o cérebro, de
tal modo que o coração não seja sufocado pelas aventuras da inteligência.
Equilíbrio
e justiça.
Harmonia
e compreensão.
Nesse
sentido, saibamos orientar a palavra espírita no rumo do entendimento
fraternal.
Todos
necessitamos de luz renovadora.
Imperioso
saber conduzi-la, através das tempestades que sacodem o mundo de hoje, em todos
os distritos da opinião.
Congreguemo-nos
todos na mesma formação de trabalho, conquanto se nos faça imprescindível a
sustentação de cada um no encargo que lhe compete.
Nenhuma
inclinação à desordem, a pretexto de manter coesão, e nenhum endosso à
violência sob a desculpa de progresso.
Todos
precisamos penetrar no conhecimento da responsabilidade de viver e sentir,
pensar e fazer.
Os
melhores necessitam do Espiritismo para não perder o seu próprio gabarito nos domínios
da elevação.
Os
companheiros da retaguarda evolutiva necessitam dele para se altearem de
condição.
Os
felizes reclamam-lhe o amparo, a fim de não se desmandarem nas facilidades que
transitoriamente lhes enfeitam as horas.
Os
menos felizes pedem-lhe o socorro, a fim de se apoiarem na certeza do futuro
melhor.
Os mais
jovens solicitam-lhe os avisos para se organizarem perante a experiência que
lhes acena ao porvir e os companheiros amadurecidos na idade física esperam-lhe
o auxílio para suportar com denodo e proveito as lições que o mundo lhes
reserva na hora crepuscular.
Tendes
convosco todo um mundo de realizações a mentalizar, preparar, levantar,
construir.
Não nos
iludamos.
Hoje
dispondes da ação, no corpo que envergais; amanhã seremos nós, os amigos
desencarnados, que vos substituiremos na arena de serviço.
A nossa
interdependência é total.
Ante a
imortalidade, estejamos convencidos de que voltaremos sempre à retaguarda para
corrigir-nos, retificando os erros que tenhamos, acaso, perpetrado. Mantenhamo-nos
vigilantes.
Jesus
na Revelação e Kardec no Esclarecimento resumem para nós códigos numerosos de
orientação e conduta.
Estamos
ainda muito longe de qualquer superação, à frente de um e outro, porque,
realmente, os objetivos essenciais do Evangelho e da Codificação do Espiritismo
exigem ainda muito esforço de nossa parte para serem, por fim, atingidos.
Reflitamos:
sem comunicação não teremos caminho.
Estudemos
e revisemos todos os ensinos da Verdade, aprendendo a criar estradas
espirituais de uns para os outros.
Estradas
que se pavimentem na compreensão de nossas necessidades e problemas em comum, a
fim de que todas as nossas indagações e questões sejam solucionadas com
eficiência e segurança.
Sem intercâmbio,
não evoluiremos; sem debate, a lição mora estanque no poço da inexperiência,
até que o tempo lhe imponha a renovação.
Trabalhemos
servindo e sirvamos estudando e aprendendo. E guardemos a convicção de que, na
bênção do Senhor estamos e estaremos todos reunidos uns com os outros, hoje
quanto amanhã, agora como sempre.
Mensagem
psicografada por Francisco Cândido Xavier, recebida em 6 dez. 1969 e publicada
em Reformador, abr. 1977. (Extraída o livreto: Orientação à Comunicação Social
Espírita, FEB, 2ª edição – 9/2013, pág. 13/15)