Jesus,
o Cristo!
O
Ser histórico e verdadeiro, que dividiu as eras da Humanidade, antes e depois
de Cristo, que nesses dias que se correm, tem sido ovacionado em tantos credos,
relembrado nas circunstâncias mais dolorosas de sua trajetória, utilizado como
justificativa para muitas atitudes descabidas umas e justas outras, inserido no
marketing comercial para vários
interesses econômicos, no entanto, esquecido em relação à essência do seu
ensinamento, a sua excelente proposição, o objetivo primordial de sua vinda ao
Mundo, num corpo de carne, sendo que para Si mesmo não tinha necessidade,
apenas o seu altruísmo divino em favor de seus irmãos menores em evolução
espiritual a justifica.
Esse
nome, Jesus, não poderia ser mencionado sem que seja considerado em
circunstância de nobreza, de elevação, em estudos sérios, em momentos
específicos de reflexão sobre a vida, suas circunstâncias e objetivos, no
desenvolvimento e alimentação de uma fé com raciocínio e discernimento. Jesus,
como nos ensina a Doutrina Espírita, é o Governador do Planeta Terra e trabalha
no seu desenvolvimento físico e espiritual de sua humanidade, desde os planos iniciais
para a sua existência.
O
que Lhe marcou a trajetória, para grade parte dos homens na sua época e que percorreu
o tempo chegando até os dias atuais, foram os chamados “milagres”, o que vem
sendo muito enfatizado no afã de prosélitos em muitos credos, com luxuosas
construções faraônicas e espetáculos televisivos, montando capital e poder
temporal, comprometendo consciências dos que lideram e dos liderados.
Aquilo
que se chamou “milagre”, era ciência que não se conhecia no tempo de Jesus,
pois Ele a estava revelando, e nos dias atuais ainda pouco conhecida, somente a
Doutrina Espírita, que é o Consolador prometido, portando, ensinada pelos
Espíritos do Senhor, que Os enviou no
tempo próprio, e enfeixada por Allan Kardec, materializou os ensinamentos que
coloca compreensíveis os fatos e os feitos dAquele que veio salvar os Espíritos,
vinculados à Terra, da materialidade, com a claridade de suas luzes.
Jesus
veio trazer a esperança para os espíritos que estão transitando pelas experiências
da vida corpórea necessária a sua evolução nos aspectos intelectuais e morais,
para que vençam as dificuldades que
obtiveram em outras vidas, que lhes causaram as dores que ainda sofrem, os
desconfortos morais, que resultaram em aleijões e doenças incontáveis,
deficiências de toda ordem, em conta o estado precário da alma, que viaja
repetindo erros e alimentando vícios diversos, chumbando o indivíduo num estado
de sofrimento, que passa de uma vida para a outra.
Nos
dias que se correm, no período que se denomina “Semana Santa”, existe uma
manifestação intensa, utilizando-se de teatralização dos últimos momentos da
vida de Jesus, com grande ênfase na impressa, causando comoção em alguns, e nem
tanto numa boa maioria, passada a euforia do momento, os crédulos retornam ao
seu estado espiritual anterior, não permanecendo alteração significativa na
alma. Embora o Senhor Jesus, tenha demonstrado em
todos os momentos do martírio que lhe foi imposto, a conduta de um Espírito de
Escol, que tudo sofria compreendendo a miserabilidade espiritual de seus
irmãos, que não tinham capacidade de perceber a sua grandiosidade, condição que
não mudou muito, transcorridos dois mil anos, vez que sua superioridade e
finalidade ainda não se estabeleceu na intimidade da humanidade que se
estorcega na vida atual, apesar da alevantada inteligência e da avançada
ciência acadêmica, salvo as exceções.
A
tortura, o julgamento injusto, o açoite, o coroamento com espinhos, o suplício
na cruz, não pertencem sob nenhum aspecto aos ensinamentos de Jesus, apenas foi
o deboche da miserabilidade moral de um poder temporal que se demora passar,
pois, se não tem a mesma ênfase material daquele momento, percorre o tempo
sendo alimentado pela repetição das senas horripilantes a título de fé, que
impedem os seguidores de buscarem a essência do ensinamento do Mestre, que leva
a alma à paz e à felicidade.
Jesus
leciona: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” – Mateus, 6:21,
assim devemos nos ater ao que enobrece a alma, em todas as circunstâncias da vida,
precisamos escolher, decidir, empreender, construir, como espíritos,
que não morremos, no entanto, somos herdeiros de nós mesmos, em todos os
tempos, a sublimação é o objetivo, porque nos tornará atemporal, pela grandeza
intelectual e pureza moral.
As
bem-aventuranças recitadas por Jesus são as recompensas dos esforços de
superação sobre as misérias humanas, àquelas que estabelecemos por nossa conta,
e àquelas que coletivamente implementamos, e por comprazermos nas próprias
criações as alimentamos repetindo-as, até que não mais as suportemos pelas
dores que nos provocam, despertando-nos a consciência, trazendo-nos a luz do
entendimento, de que somos responsáveis pela nossa salvação, Jesus é o Mestre
que nos mostra o caminho e nos tange com os conhecimentos.
Psicologicamente
é preciso tirar Jesus da cruz, não é isso que nos salva, é preciso implementar
os seus ensinamentos nas nossas vidas, o que não significa decorar os
versículos dos Evangelhos, mas interiorizar o entendimento da mensagem,
vivendo-as, sem pieguices, sem extremismos, sem fanatismos... Apenas viver de
verdade, com a verdade.
Dorival
da Silva
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