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quinta-feira, 29 de junho de 2023

Milagre! Como entender isso?

Milagre! Como entender isso? 


Esse assunto é muito sério, vez que percorre o tempo, pelo menos desde a presença de Jesus-Cristo, tornou-se ponto de fé nas tradições religiosas. 

Mas o que é o milagre? O dicionário diz: "Acontecimento extraordinário, incomum ou formidável que não pode ser explicado pelas leis naturais."  Tendo por base os feitos de Jesus, com os conhecimentos científicos pouco desenvolvidos naquela época, e com a impossibilidade de melhor explicação, permaneceu no tempo o termo milagre, considerado algo possível, tomando-se os registros dos evangelistas como provas incontestáveis.  

No século XIX, com a codificação da Doutrina Espírita, a obra: A Gênese, Os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, vem trazer mais luz sobre o assunto. "Um dos caracteres do milagre propriamente dito é o ser inexplicável, por isso mesmo que se realiza com exclusão das leis naturais. É tanto essa ideia que se lhe associa, que, se um fato milagroso vem a encontrar explicação, se diz que já não constitui milagre, por muito espantoso que seja"¹  

"A Doutrina Espírita revelou novas leis e explicou os fenômenos compreendidos na alçada dessas leis. ²" "Esses fenômenos, é certo, se prendem à existência dos Espíritos e à intervenção deles no mundo material e isso é, dizem, o em que consiste o sobrenatural. Mas, então, fora mister se provasse que os Espíritos e suas manifestações são contrários às leis da Natureza; que aí não há, nem pode haver, a ação de uma dessas leis." ³  

(...). "Os médiuns, portanto, nada absolutamente nada produzem de sobrenatural; por conseguinte, nenhum milagre faz. As próprias curas instantâneas não são mais milagrosas, do que os outros efeitos, dado que resultam da ação de um agente fluídico, que desempenha o papel de agente terapêutico, cujas propriedades não deixam de ser naturais por terem sido ignoradas até agora. (...)"  

"A intervenção de inteligências ocultas nos fenômenos espíritas não os torna mais milagrosos do que todos os outros fenômenos devidos a agentes invisíveis, porque esses seres ocultos que povoam os espaços são uma das forças da Natureza, força cuja ação é incessante sobre o mundo material, tanto quanto sobre o mundo moral. (...)" 5 

"Pois que o Espiritismo repudia toda pretensão às coisas miraculosas, haverá, fora dele, milagres, na acepção usual desta palavra?  

"Digamos, primeiramente, que, dos fatos reputados milagrosos, ocorridos antes do advento do Espiritismo e que ainda no presente ocorrem, a maior parte, senão todos, encontram explicação nas novas leis que ele [o Espiritismo] veio revelar. (...)" 6    

 

"A Ciência resolveu a questão dos milagres que mais particularmente derivam do elemento material, quer explicando-os, quer lhes demonstrando a impossibilidade, em face das leis que regem a matéria. Mas, os fenômenos em que prepondera o elemento espiritual, esses, não podendo ser explicados unicamente por meio das leis da Natureza, escapam às investigações da Ciência. Tal a razão por que eles, mais do que os outros, apresentam os caracteres aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria." 7 

Como vimos acima, pequenos trechos da Codificação Espírita, sobre o assunto: milagre. Logicamente que não se trata de condenação ou crítica à essa crença, pois, é natural que tudo o que se nos depara sem uma explicação ao nosso alcance e que se trata de algo constatável, verificável, atribui-se algum termo denominativo.  

No entanto, com o aparecimento de esclarecimento sobre fato não compreendido em outro tempo, precisamos exercitar a humildade de novamente darmos ao trabalho da reflexão, porque é caminho de progresso revermos entendimentos antigos, face a novos conhecimentos. O dogmatismo é estanque, engessamento da razão, portanto, antinatural.  Na questão do pensamento, nada pode ser inflexível, vez que não há nada mais dinâmico que os produtos da mente humana, que podemos dizer o livre-pensar.  

Jesus-Cristo, como está registrado em 'João, 8:32' - " E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.", nos alerta que muitas coisas que não sabíamos, que se tornaram barreiras para a evolução espiritual do indivíduo ou da Humanidade, teriam num certo momento a revelação, o que se chama "descoberta".  A inteligência do Homem precisa se desenvolver, mesmo com a morosidade da vontade, pelo pouco esforço que faz para isso, a própria Lei de Progresso proporciona, mesmo a contragosto da Criatura, o avanço para se cumprir os desígnios Divinos. Assim, no futuro que se conheceria a verdade sobre o que parecia imutável, e daí resultará a libertação da concepção equivocada de fato natural, que perdurou por milênios, como o que se denominou 'milagre' aos fatos do tempo de Jesus.  

O Senhor de Nazaré, que na sua grandeza espiritual, conhecedor de todas as Ciências, sendo que veio de Altas Esferas espirituais, numa missão divina, trouxe verdades Divinas para o Mundo, que não eram suas, mas do próprio Criador, embora as vivesse, porque é cabedal natural de Sua elevada posição moral. Com isso, não é plausível que utilizasse de qualquer atitude que não fosse a verdade, assim, jamais derrogara as Leis Divinas que regem todas as coisas.   Com isto, tudo o que correu os tempos como 'milagre', não era nada mais que aplicação de Ciência que o Homem não conhecia. Nos dias atuais ainda se reluta em conhecer as Ciências Espirituais, a força da Natureza, ou seja, o mundo espiritual, que age e reage sobre o mundo material e vice-versa. 

Esse assunto, com referência a curas, o despertamento de pessoa do estado cataléptico ou do letárgico, a reconstrução de tecidos físicos carcomidos, ou reparação de aleijões, afastamento de influências espirituais maléficas sobre pessoas... requer estudos profundos para o entendimento.   

A Doutrina Espírita traz em seu arcabouço conteúdo esclarecedor sobre a Ciência Espiritual, a relação entre o mundo material e o espiritual, a influência de um sobre o outro, da comunicabilidade entre encarnados e desencarnados, a pré-existência do Espírito antes da concepção e a continuidade da vida do ser espiritual após deixar o corpo de carne, explana e apresenta elevado número de comprovações sobre a reencarnação, testifica a existência de Deus, e explica sobre a existência de vida em outros Planetas.  

Os feitos de Jesus, que ficaram conhecidos como 'milagres', e até mesmo o Seu reaparecimento após a morte na cruz, são situações naturais, que não derrogaram as Leis de Deus, é Ciência, são forças naturais do Espírito Evoluído, que, com Seus conhecimentos e Sua condição moral elevados a Sua vontade exerce poder irresistível, o que desejar e determinar acontece.  

É bom dizer, que o poder de um Espírito Superior corresponde exatamente ao seu nível de responsabilidade diante da própria consciência, portanto, na trajetória de Jesus pela Terra, em nenhum instante ocorreu equívoco.   

A Doutrina Espírita é a Terceira Revelação, o Consolador prometido por Jesus, como narrado em João 14: 16-17: "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê nem O conhece; mas vós O conheceis, porque habita convosco, e estará em vós." 

A fé que raciocina proporciona asas para alçarmos voo além dos limites da matéria densa.  

 

        Dorival da Silva 


Referências:

1. A Gênese, cap. XIII, item 1. 

2. Idem, com base no item 4. 

3. Idem, item 4, em sequência. 

4. Idem, item 12. 

5. Idem, item 13. 

6. Idem, item 14. 

7. Idem, cap. XIV, I-1. 

 

Pós-escrito: Convido ao estudo da Doutrina Espírita, suas obras básicas são:  O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese.  

Essas obras podem ser consultadas no endereço: 

Ou baixadas no endereço: 

Obras básicas, downloads. 

 

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Jesus, o Cristo!


Jesus, o Cristo!

O Ser histórico e verdadeiro, que dividiu as eras da Humanidade, antes e depois de Cristo, que nesses dias que se correm, tem sido ovacionado em tantos credos, relembrado nas circunstâncias mais dolorosas de sua trajetória, utilizado como justificativa para muitas atitudes descabidas umas e justas outras, inserido no marketing comercial para vários interesses econômicos, no entanto, esquecido em relação à essência do seu ensinamento, a sua excelente proposição, o objetivo primordial de sua vinda ao Mundo, num corpo de carne, sendo que para Si mesmo não tinha necessidade, apenas o seu altruísmo divino em favor de seus irmãos menores em evolução espiritual a justifica.

Esse nome, Jesus, não poderia ser mencionado sem que seja considerado em circunstância de nobreza, de elevação, em estudos sérios, em momentos específicos de reflexão sobre a vida, suas circunstâncias e objetivos, no desenvolvimento e alimentação de uma fé com raciocínio e discernimento. Jesus, como nos ensina a Doutrina Espírita, é o Governador do Planeta Terra e trabalha no seu desenvolvimento físico e espiritual de sua humanidade, desde os planos iniciais para a sua existência.

O que Lhe marcou a trajetória, para grade parte dos homens na sua época e que percorreu o tempo chegando até os dias atuais, foram os chamados “milagres”, o que vem sendo muito enfatizado no afã de prosélitos em muitos credos, com luxuosas construções faraônicas e espetáculos televisivos, montando capital e poder temporal, comprometendo consciências dos que lideram e dos liderados.

Aquilo que se chamou “milagre”, era ciência que não se conhecia no tempo de Jesus, pois Ele a estava revelando, e nos dias atuais ainda pouco conhecida, somente a Doutrina Espírita, que é o Consolador prometido, portando, ensinada pelos Espíritos do Senhor,  que Os enviou no tempo próprio, e enfeixada por Allan Kardec, materializou os ensinamentos que coloca compreensíveis os fatos e os feitos dAquele que veio salvar os Espíritos, vinculados à Terra, da materialidade, com a claridade de suas luzes.

Jesus veio trazer a esperança para os espíritos que estão transitando pelas experiências da vida corpórea necessária a sua evolução nos aspectos intelectuais e morais, para que vençam  as dificuldades que obtiveram em outras vidas, que lhes causaram as dores que ainda sofrem, os desconfortos morais, que resultaram em aleijões e doenças incontáveis, deficiências de toda ordem, em conta o estado precário da alma, que viaja repetindo erros e alimentando vícios diversos, chumbando o indivíduo num estado de sofrimento, que passa de uma vida para a outra.

Nos dias que se correm, no período que se denomina “Semana Santa”, existe uma manifestação intensa, utilizando-se de teatralização dos últimos momentos da vida de Jesus, com grande ênfase na impressa, causando comoção em alguns, e nem tanto numa boa maioria, passada a euforia do momento, os crédulos retornam ao seu estado espiritual anterior, não permanecendo alteração significativa na alma.   Embora o Senhor Jesus, tenha demonstrado em todos os momentos do martírio que lhe foi imposto, a conduta de um Espírito de Escol, que tudo sofria compreendendo a miserabilidade espiritual de seus irmãos, que não tinham capacidade de perceber a sua grandiosidade, condição que não mudou muito, transcorridos dois mil anos, vez que sua superioridade e finalidade ainda não se estabeleceu na intimidade da humanidade que se estorcega na vida atual, apesar da alevantada inteligência e da avançada ciência acadêmica, salvo as exceções.

A tortura, o julgamento injusto, o açoite, o coroamento com espinhos, o suplício na cruz, não pertencem sob nenhum aspecto aos ensinamentos de Jesus, apenas foi o deboche da miserabilidade moral de um poder temporal que se demora passar, pois, se não tem a mesma ênfase material daquele momento, percorre o tempo sendo alimentado pela repetição das senas horripilantes a título de fé, que impedem os seguidores de buscarem a essência do ensinamento do Mestre, que leva a alma à paz e à felicidade.

Jesus leciona: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” – Mateus, 6:21, assim devemos nos ater ao que enobrece a alma, em todas as circunstâncias da vida, precisamos escolher, decidir, empreender, construir, como espíritos, que não morremos, no entanto, somos herdeiros de nós mesmos, em todos os tempos, a sublimação é o objetivo, porque nos tornará atemporal, pela grandeza intelectual e pureza moral.

As bem-aventuranças recitadas por Jesus são as recompensas dos esforços de superação sobre as misérias humanas, àquelas que estabelecemos por nossa conta, e àquelas que coletivamente implementamos, e por comprazermos nas próprias criações as alimentamos repetindo-as, até que não mais as suportemos pelas dores que nos provocam, despertando-nos a consciência, trazendo-nos a luz do entendimento, de que somos responsáveis pela nossa salvação, Jesus é o Mestre que nos mostra o caminho e nos tange com os conhecimentos.

Psicologicamente é preciso tirar Jesus da cruz, não é isso que nos salva, é preciso implementar os seus ensinamentos nas nossas vidas, o que não significa decorar os versículos dos Evangelhos, mas interiorizar o entendimento da mensagem, vivendo-as, sem pieguices, sem extremismos, sem fanatismos... Apenas viver de verdade, com a verdade.

                                                                                     Dorival da Silva