Educação no Lar
Cada dia a violência torna-se mais
constante e perversa, atingindo índices insuportáveis. Todo o sentido ético da
existência humana vem desaparecendo para dar lugar à agressividade, ao
desrespeito aos códigos do dever e do respeito que nos devemos todos uns aos
outros. As estatísticas sobre o comportamento primitivo são alarmantes,
inclusive, na intimidade doméstica, na qual não vigem a consideração nem a
compreensão entre pais e filhos, irmãos e demais membros da família.
O feminicídio covarde assusta e a cada dia
aumenta na razão direta em que se avolumam os desequilíbrios de toda ordem,
inclusive, de natureza sexual, que se fazem naturais na sociedade. A mulher,
quase sempre desrespeitada, vem sofrendo tratamento incompatível com os princípios
da cultura e da civilização.
Nas escolas confundem-se as más condutas
de alguns mestres despreparados para o mister, assim como de alunos deseducados
e cínicos que se agridem reciprocamente, assim como aos professores,
especialmente femininos.
A desordem reina de maneira assustadora e
as pessoas estão praticamente armadas umas contra as outras, demonstrando nas
feições carrancudas os tormentos íntimos que as afligem e descaracterizam.
Sem dúvida, vivemos momentos muito graves
na infeliz civilização dos nossos dias, nos quais o amor e a honra perderam o
significado, estimulando os valores insensatos do aventureirismo.
Há uma necessidade urgente de
reorganizar-se o lar, de voltar-se para os costumes retos e as famílias
equilibradas, reconstruindo-se o ninho doméstico e tornando-o essencial para
uma existência feliz.
Narra-se que oportunamente o jovem Edison
entregou à genitora uma carta que o seu professor encaminhara-lhe. Indagada
sobre o conteúdo, ela explicou ao filho que se tratava de uma informação na
qual o professor explicava-lhe ser necessário que ela mesma educasse e
instruísse o filho, por ser ele portador de inteligência brilhante e de muitos
valores morais que necessitavam ser trabalhados.
Edison, o criador da lâmpada elétrica
entre outros notáveis descobrimentos, sensibilizou o mundo e o deslumbrou com
as suas conquistas. Após a desencarnação da mãezinha, dispôs-se a arrumar
papéis e outros objetos, havendo reencontrado a carta em uma gaveta. Abriu-a e
leu-a.
Tomado de surpresa, constatou que a carta
dizia exatamente o contrário do que a sua mãe lera: Seu filho é um doente
mental e não tem condições de frequentar a escola. Assim cancelamos sua
matrícula.
A nobreza dessa senhora incomum
transformara o diamante bruto em estrela luminosa que clareia o mundo até hoje.
Ninguém mais nem melhor do que os pais
para serem os primeiros educadores, porque o lar é a primeira escola, no qual
se corrigem as heranças morais negativas, as tendências nefastas, as paixões
primitivas e mediante os exemplos de amor e de treinamento para o bem são
desenvolvidos os sentimentos morais que jazem adormecidos.
O ser humano está fadado a conquistar as
estrelas, mas necessita muito antes de autoiluminar-se, conhecendo as imensas
possibilidades espirituais e morais que lhe jazem adormecidas no imo do ser.
Na convivência doméstica caldeiam-se as
paixões que se transformam em fontes de bênçãos e de plenitude.
Divaldo Pereira
Franco
Artigo
publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 28.11.2019.
Em 29.11.2019.
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