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segunda-feira, 25 de maio de 2020

NA ESCOLA TERRESTRE




NA ESCOLA TERRESTRE

“Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo: aí a causa das guerras e das calamidades que estas acarretam, das dissensões, das injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das enfermidades. Deus promulgou leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem; em si mesmo encontra o homem tudo o que lhe é necessário para cumpri-las; a consciência lhe traça a rota, a Lei Divina lhe está gravada no coração e, ao demais, Deus lha lembra constantemente por intermédio de seus messias e profetas, de todos os Espíritos encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes últimos tempos, pela multidão dos Espíritos desencarnados que se manifestam em toda parte. Se o homem se conformasse rigorosamente com as Lei Divinas, não há duvidar de que se pouparia aos mais agudos males e viveria ditoso na Terra. Se assim não procede, é por virtude do seu livre arbítrio: sofre então as consequências do seu proceder.”
(Allan Kardec, A Gênese, Cap. III, item 6)


Considerando que o planeta Terra é a obra do Criador elaborada através de Jesus Cristo para acolhimento de quantos Espíritos nela se depurariam para sua incursão nos planos divinos da Imensidade, todos os fenômenos que infelicitam e atormentam a família humana encarnada no globo, além de todas as almas que permanecem escravizadas à Crosta em situações desequilibradas e desequilibrantes são de sua responsabilidade, tendo em vista o livre arbítrio já conquistado por cada um.

Existem dois meios efetivos de influenciação do habitat terrestre: a ação direta do homem em a Natureza, dizimando-a ou viciando-a por efeito de suas ambições e desconhecimento das leis que a regem, e através das emissões mentais de seus pensamentos diários, constantemente repetidos. O efeito da ação humana sem estudo e por mero interesse comercial intoxica as fontes naturais e perverte a ordem harmônica da cadeia hoje denominada ecossistema. Esse, em termos objetivos, visível e previsível é o motivo material das catástrofes que se abatem sobre todos os países e todos os povos, com variantes segundo a natureza do meio em que sobrevivem. O outro motivo é a densidade e o teor venenoso dessa densidade laborada pelo conjunto de pensamentos liberados pela maioria ainda viciada ou pervertida pela manipulação inescrupulosa de governos, mídias e religiões sem alma, que apenas visam o interesse pessoal e de grupos elitistas, completamente entregues ao desrespeito pela obra do Criador.

No elenco das calamidades físicas, vemos o desequilíbrio das águas das chuvas, dos mares, das secas, do ar pela poluição, das terras intoxicadas e empobrecidas, da extinção de espécies vegetais e animais e a proliferação de pragas que respondem pelo excesso, já que a cadeia harmoniosa e controladora dessas ocorrências foi quebrada pelo homem, e daí por diante. Na outra órbita de ação nefasta, encontramos a psicosfera favorável à proliferação de obsessores desencarnados que estimulam a violência e o desnível moral entre os encarnados, autorizando enfermidades e mesmo a loucura, pois há vibriões e larvas psíquicas em atuação sobre as mentes humanas por efeito desse conluio tóxico e imoral entre desencarnados e encarnados. O poder variante e mutável de vírus diversos, de bactérias e congêneres – já bastantes estudados pela ciência do mundo – é efeito da proliferação desses elementos astrais que a psicosfera doentia e pesada do mundo, geralmente alimentada por ódios, ciúmes, invejas, sensualismo irresponsável, leviandade moral, indiferença, cupidez e todas as aberrações nascidas do egoísmo e do orgulho.

Os surtos psíquicos, quando coletivos, são expressões dessas intoxicações deletérias que, como ondas poderosas e avassaladoras, carregam consigo as almas empedernidas e folgadamente entregues à frouxidão moral, como forma de intensificar a sua enfermidade e obriga-la a providências saneadoras pelos sofrimentos impostos. Aí funcionam as obsessões e essas obsessões, se criteriosamente estudadas, revelarão a natureza moral em decadência e todas as consequências disso, envolvendo as forças orgânicas do indivíduo e as forças fisiopsíquicas do meio terreno, onde se poderá identificar os vibriões psíquicos e as larvas por matrizes dos vírus letais que assombram a História Humana de tempos a tempos.

A eugenia e todos os estudos científicos do mundo são importantes e válidos para coibir as proliferações danosas e inesperadas, mas o moral dos homens e mulheres da Terra será responsável efetivo por sanear a psicosfera tão doentia e permitir o verdadeiro progresso e bem-estar de todos, em todas as nações, porque então a justiça e a humanidade real serão implantadas, como plataforma ideal para o florescimento do Evangelho vivo!

YVONNE A. PEREIRA

(Mensagem psicografada por Wagner Paixão, em Mário Campos, MG, em 18/04/2020).

domingo, 22 de março de 2020

Coronavírus (Covid-19)


Coronavírus (Covid-19)

Estamos em quarentena por conta de um ser minúsculo, que não bate em nossa porta, mas entra, não pede licença e não se apresenta, apenas toma conta e nos submete impiedosamente se formos idosos, se temos alguma deficiência cardíaca, pulmonar ou uma fraqueza imunológica, não há comiseração, arrasa. Na sua voragem também abala crianças, jovens e adultos saudáveis.

As informações vindas através da imprensa são importantes e ajudam a salvar muitas vidas, no entanto, os excessos também causam o seu mal, são um martelamento insistente, como uma tortura globalizada, oferecendo perturbação de etiologias diversas.

Para as pessoas que não têm um nível de entendimento mais amplo da vida, aquele transcendente dos limites da vida no corpo, que têm plena consciência que o seu instrumento de carne é finito em qualquer circunstância, porque a sua morte independe de doença, esta ou aquela, pode se dar a qualquer momento, mas que se trata apenas da morte do equipamento e não de si mesmo, o sofrimento, o pavor, a angústia, a apreensão, o desespero e a ideia de solidão são insuportáveis.

Temos o dever de conservar o equipamento carnal que possuímos, sob todos os aspectos, arregimentando meios e recursos, colaborando com quem tem menos força ou conhecimento; preocupar-nos com os nossos familiares, é natural, pois, quem ama cuida, são as responsabilidades de um para com o outro, trata-se da solidariedade que é lei que rege os indivíduos e os mundos.

Há um movimento mundial que altera o modo de vida das sociedades, dos mais diferentes comportamentos, obrigando o retorno para casa, ficar aquartelado, ao mesmo tempo que  prevenindo-se contra um inimigo que não se vê, com risco iminente, sem prever de que direção surgirá, e se surgirá, no entanto, com o tempo disponível para pensar, principalmente em si mesmo, pois não adianta pensar em nenhuma outra coisa material, que por hora não servirá de nada, não importando que valor tem, ou para que servia até ontem.

O pensar em si mesmo não elimina o pensar nos outros, pois, eles podem trazer o vírus que não vemos, mas também podemos levar o micróbio devastador, tal como os demais, sem sabermos que estamos contaminados, sendo contaminadores.

Precisamos pensar, é hora do exercício de uma educação diferente, cuidar do próximo indistintamente, cuidando-se.

A doença provocada pelo Covid-19 tem sua gradação desde o pequeno incômodo até o desfecho com a morte do padecente. Nesse périplo, deixa um rastro de sofrimento que se irradia. Por onde passa e se estaciona, deixa disseminados miasmas atormentadores.

A escola, o comércio, o shopping, o templo, a festa, o ajuntamento de gente estão suspensos, agora somos nós, dois ou três de nossas casas, ou sozinhos, que mais nos resta? A fé? Qual fé? Publicação de frases e textos bonitos?  Rezas inumeráveis? O que, verdadeiramente, nos consola, encoraja, dá alento e esperança no momento em que tudo ao redor está suspenso? 

Existe uma ferramenta, a mais importante do ser humano, que é o pensamento, pouco conhecido dos indivíduos, embora sem ele não existiríamos. Esse atributo da alma é capaz de percorrer todos os pontos do Universo e através dele se fala com Deus, com Jesus, com os Santos, com os Espíritos de Escol, com qualquer nome que queiram denominá-los.

Não se faz necessário que estejamos num templo, igreja, centro espírita, isso não importa, sendo que estamos chegando num momento em que o templo, a igreja, a casa espírita precisará transladar-se para o nosso coração, onde alcemos ao Criador a partir de nossa vontade através do pensamento que como um raio contata as forças superiores diretamente.  É o momento do reencontro.

Estar num corpo ou sem ele não importa, quem pensa é o Espírito, não é o corpo, a vontade é do Espírito, e o que permanece para sempre é o Espírito; então, é uma questão de entendimento.

Jesus Cristo, na sua passagem pelo Mundo, deixou essas questões enunciadas:

·        Respondendo a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas por agora o meu reino não é daqui.” (João, cap. XVIII, 33-37) 

O reino de Jesus é o do Espírito, a conquista é moral, não precisa de peleja como no mundo da matéria, portanto, o corpo material nesse reino não terá nenhuma importância.

·        “Há muitas moradas na casa de meu Pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. (...).” (João, cap. XIV: 1/3)

“A Casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, oferecendo aos Espíritos desencarnados estações apropriadas ao seu adiantamento.”

“Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também ser interpretadas pelo estado feliz ou infeliz dos Espíritos na erraticidade¹.”

(Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo III, 1 e 2)

·        “E havia um homem dentre os Fariseus, por nome Nicodemos, senador dos Judeus. Este, uma noite, veio buscar a Jesus, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és mestre, vindo da parte de Deus, porque ninguém pode fazer estes milagres, que tu fazes, se Deus não estiver com ele. Jesus respondeu e lhe disse: Na verdade, na verdade te digo que não pode ver o Reino de Deus, senão aquele que renascer de novo. Nicodemos lhe disse: Como pode um homem nascer, sendo velho?  Porventura pode entrar no ventre de sua mãe e nascer outra vez? (...)”   (João, cap. III: 1:12)

Neste ponto Jesus anota para os habitantes da Terra o ensinamento sobre a reencarnação², que mais tarde com a Doutrina Espírita estendeu explicação modificando grandemente a relação entre a vida do plano material e espiritual.

¹) Erraticidade [do francês erraticité] - Estado dos Espíritos desencarnados, durante os intervalos de suas existências corporais. Deixando o corpo físico, a alma reentra no Mundo dos Espíritos, permanecendo um lapso de tempo mais ou menos longo na situação de Espírito errante, até retomar uma nova existência material.

²) Reencarnação [do latim re + incarnatione] - 1. Retorno do Espírito à vida corpórea, em um novo corpo especialmente formado para ele. É progressiva ou estacionária, nunca é retrógrada. 2. Uma das personalidades do Espírito dentro da pluralidade das suas existências.

www.portalkardec.com.br/Livros/Dicionario%20Espirita.htm

A pandemia do Coronavírus que está sufocando o Mundo neste momento, demonstra uma grande virtude, está conseguindo fazer o homem moderno, cheio de conhecimentos e de tecnologias, olhar para o mais essencial para todos os seres humanos: a vida, aquela que permanecerá. 

Até agora a multidão da era moderna teve os seus olhares voltados para o que está fora ao seu redor ou até mesmo distante no Mundo, ou, ainda, fora dele. Com o aparecimento do vírus atormentador desses dias, os indivíduos de todas as classes sociais, raças, credos e continentes estão voltando para casa, preocupados com o que é de maior importância, a sua vida, o que corresponde à vida de seu corpo, instrumento de sua manifestação nessa sociedade da Terra.

Certamente, o ser humano iniciará uma viagem introspectiva com avaliação de si mesmo, buscando uma razão maior para os seus dias, entendendo que a sua existência é a eternidade.

O nosso corpo de carne é um companheiro que deixaremos pelo caminho, como tantos outros que ficaram, para que espiritualmente pudéssemos chegar até o presente estágio evolutivo.

A Lei de Progresso através de algo tão pequeno e invisível nos faz meditar sobre a nossa própria insignificância diante de uma infinidade de coisas que nem fazemos ideia.

Por que tanto orgulho e egoísmo?

Tenhamos coragem. Que Deus e Jesus nos abençoem.

                                                     Dorival da Silva

domingo, 8 de dezembro de 2019

Educação no Lar


Educação no Lar

Cada dia a violência torna-se mais constante e perversa, atingindo índices insuportáveis. Todo o sentido ético da existência humana vem desaparecendo para dar lugar à agressividade, ao desrespeito aos códigos do dever e do respeito que nos devemos todos uns aos outros. As estatísticas sobre o comportamento primitivo são alarmantes, inclusive, na intimidade doméstica, na qual não vigem a consideração nem a compreensão entre pais e filhos, irmãos e demais membros da família.

O feminicídio covarde assusta e a cada dia aumenta na razão direta em que se avolumam os desequilíbrios de toda ordem, inclusive, de natureza sexual, que se fazem naturais na sociedade. A mulher, quase sempre desrespeitada, vem sofrendo tratamento incompatível com os princípios da cultura e da civilização.

Nas escolas confundem-se as más condutas de alguns mestres despreparados para o mister, assim como de alunos deseducados e cínicos que se agridem reciprocamente, assim como aos professores, especialmente femininos.

A desordem reina de maneira assustadora e as pessoas estão praticamente armadas umas contra as outras, demonstrando nas feições carrancudas os tormentos íntimos que as afligem e descaracterizam.

Sem dúvida, vivemos momentos muito graves na infeliz civilização dos nossos dias, nos quais o amor e a honra perderam o significado, estimulando os valores insensatos do aventureirismo.

Há uma necessidade urgente de reorganizar-se o lar, de voltar-se para os costumes retos e as famílias equilibradas, reconstruindo-se o ninho doméstico e tornando-o essencial para uma existência feliz.

Narra-se que oportunamente o jovem Edison entregou à genitora uma carta que o seu professor encaminhara-lhe. Indagada sobre o conteúdo, ela explicou ao filho que se tratava de uma informação na qual o professor explicava-lhe ser necessário que ela mesma educasse e instruísse o filho, por ser ele portador de inteligência brilhante e de muitos valores morais que necessitavam ser trabalhados.

Edison, o criador da lâmpada elétrica entre outros notáveis descobrimentos, sensibilizou o mundo e o deslumbrou com as suas conquistas. Após a desencarnação da mãezinha, dispôs-se a arrumar papéis e outros objetos, havendo reencontrado a carta em uma gaveta. Abriu-a e leu-a.

Tomado de surpresa, constatou que a carta dizia exatamente o contrário do que a sua mãe lera: Seu filho é um doente mental e não tem condições de frequentar a escola. Assim cancelamos sua matrícula.

A nobreza dessa senhora incomum transformara o diamante bruto em estrela luminosa que clareia o mundo até hoje.

Ninguém mais nem melhor do que os pais para serem os primeiros educadores, porque o lar é a primeira escola, no qual se corrigem as heranças morais negativas, as tendências nefastas, as paixões primitivas e mediante os exemplos de amor e de treinamento para o bem são desenvolvidos os sentimentos morais que jazem adormecidos.

O ser humano está fadado a conquistar as estrelas, mas necessita muito antes de autoiluminar-se, conhecendo as imensas possibilidades espirituais e morais que lhe jazem adormecidas no imo do ser.

Na convivência doméstica caldeiam-se as paixões que se transformam em fontes de bênçãos e de plenitude.
Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 28.11.2019.
Em 29.11.2019.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Os políticos são deuses?!


Os políticos são deuses?!


Os políticos nascem criança, passam pelas fases naturais da infância, da adolescência e da juventude, vão à escola, muitos cursam a universidade, alguns chegam ao título de doutor em algum segmento do conhecimento. Em grande parte dos que se inclinam para a política partidária desconhecem o tamanho da responsabilidade de que se revestem diante do contingente social. Não falamos da responsabilidade somente diante da Lei Civil e Criminal exaradas nos códigos aprovados pelos próprios políticos. Que as vezes os alcançam ou as vezes não, embora, os desvios que prejudicam severamente os interesses da população, geralmente a mais pobre, nas suas prementes necessidades.

Queremos falar do político como ser espiritual que é como todos os demais seres humanos. A vida do homem político é finita aqui na Terra tanto como dos demais homens. O ser espiritual, que transcende o período material, ou seja, entre o nascer e o túmulo, carrega consigo após a morte física as virtudes e suas alegrias, as (des)virtudes e seus amargores, quanto as alegrias não precisará justifica-las, quanto as mazelas e suas responsabilidades terá que solucioná-las, um dia, quando tiver consciência e forças para essa empreitada, até lá, muito sofrimento terá transcorrido.

A Lei de Deus é justa, permite o livre-arbítrio, o que quer dizer que ele tem a liberdade de plantar (agir) como quiser, no entanto, tem a obrigatoriedade de fazer a colheita dessa lavoura (consequências) em algum tempo, o que poderá ser em vida futura – “há muitos registros sobre isso nas obras básicas e complementares da Doutrina Espírita”. Esse entendimento ficaria melhor se houvesse interesse no estudo de um dos princípios do Espiritismo: A reencarnação.

Assim não fica difícil entender que são Espíritos cuidando de Espíritos, aqui no ambiente experimental (vida cotidiana), todos estão envoltos de células, que compõem os órgãos, os membros e a epiderme e seus atributos, permitindo a manifestação pelos sentidos, tanto quanto a manutenção da vida do corpo celular. Por isso que o desequilíbrio da saúde gera dor em alguma parte do organismo, tanto como dor moral, quando envolve desconforto emocional. A dor física ou moral é sentida pelo Espírito, que tem um corpo, sendo que todas as ocorrências neste reflete naquele e nele perdura por tempo indeterminado, podendo ter continuidade depois da morte do corpo.

Compreendida a razão da vida aqui na Terra, que nada perdura além do atendimento à sua finalidade. Os reinos se renovam permanentemente, nascem crianças todos os dias e morrem pessoas todos os dias, entre o nascer e morrer existe um prazo finito, que ninguém detém seu controle. Para os cargos públicos existem os prazos de duração, as safras agrícolas têm seus tempos, a conservação dos produtos também, os equipamentos eletrônicos, em conta a velocidade de produção dessa indústria atropela todas as possibilidades, o que é o mais moderno em prazo curtíssimo já estará obsoleto, as edificações por mais sólidas que sejam construídas tempo virá que estarão imprestáveis, o que se quer dizer “é que tudo passa”.

Considerando os apontamentos acima, os políticos também passarão, permanecendo as consequências de suas atitudes, as positivas trarão os resultados correspondentes, é o que se espera, as negativas ou omissões não tardarão mostrar as derrocadas e seus desdobramentos danosos, com efeitos incalculáveis, tanto para a sociedade na vida deste Mundo, tanto quanto na vida no Mundo Espiritual.

Na obra: Minutos de Sabedoria, de Carlos Torres Pastorino, capítulo 173, ensina:

              Se você enveredou na senda da política, saiba que não foi por acaso.
               Deus colocou em suas mãos o destino de sua pátria.
               Desperte sua consciência íntima, para assumir essa tremenda responsabilidade.
               Muito lhe foi dado e, por isso, muito lhe será pedido.
               Não deixe que a vaidade e os interesses pessoais o desviem da missão
               que o trouxe ao mundo.
               Conduza a pátria à felicidade e à paz.”

Reflexionando sobre tudo o que se expõe acima, o que analisar no contexto atual de nossa Pátria, com tantos desvios de recursos e aparelhamento de setores do Estado em benefício próprio ou de grupos de interesse por pessoas que se tinha por ilibadas, que desvirtuam a administração pública comprometendo o progresso de um povo, ou seja milhões de Espíritos investidos na matéria para evoluir em todos os aspectos do ser humano, no entanto, estão prejudicados nas coisas básicas como a educação, a saúde, a segurança, a moradia e outras, além de perturbar o equilíbrio moral.

O espírito Emmanuel, mentor de Francisco Cândido Xavier, em sua obra: Vinha de Luz, no capítulo 150, faz análise sobre a “dívida de amor” de um para com o outro, o que serve para reflexão pessoal, principalmente daqueles que exercem atividades coletivas:

Dívida de amor

“Portanto, dai a cada um o que deveis; a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” - Paulo. (Romanos, 13:7.)

“O homem comum, todavia, gravitando em torno do próprio “eu”, em clima de egoísmo feroz, cerra os olhos às necessidades dos outros. Esquece-se de que respira no oxigênio do mundo, que se alimenta do mundo e dele recebe o material imprescindível ao aperfeiçoamento e à redenção. A qualquer exigência do campo externo, agasta-se e irrita-se, acreditando-se o credor de todos.

Muitos sabem receber, raros sabem dar.

Por que esquivar-se alguém aos petitórios do fragmento de terra que nos acolhe o espírito? Por que negar respeito ao que comanda, ou atenção ao que necessita?

Resgata os títulos de amor que te prendem a todos os seres e coisas do caminho.

Quanto maior a compreensão de um homem, mais alto é o débito dele para com a Humanidade; quanto mais sábio, mais rico para satisfazer aos impositivos de cooperação no progresso universal.

Não te iludas. Deves sempre alguma coisa ao companheiro de luta, tanto quanto à estrada que pisas despreocupadamente. E quando resgatares as tuas obrigações, caminharás na Terra recebendo o amor e a recompensa de todos.”


Não há como negar a transitoriedade da vida do corpo físico, finda a vida do corpo quem poderá negar que o ser pensante, que somos nós mesmos, agora sem a indumentário celular, não terá continuidade. Isto é de domínio público, se não com o ampliado entendimento como nos coloca a Doutrina Espírita, mas a maioria das religiões ensinam sobre a existência da alma, e que contas de seus atos serão prestadas a um Ser Superior (Deus), somente isto seria o suficiente para acautelar qualquer um de bom senso.

Os políticos não são deuses, porque não vieram de um estado celeste, vieram, sim, do seio da própria sociedade, foram eleitos pelos seus compatriotas. É preciso rever tudo isso, sem o apontamento de culpados, pois, com maior ou menor grau de responsabilidade todos somos culpados, se não diretamente por iniciativas desta vida, certamente de outras em que fomos ativistas ou indiferentes por interesse ou por ignorância. A “dívida é de amor”, como nos indica o mentor Emmanuel, se o mal está presente é porque o amor está ausente, como a Nação não é o resultado e um ou de poucos, mas de todos. Onde estamos e o que oferecemos?

Amar a Pátria é fazer o que é preciso e não o que me atende ou aos meus.  O altruísmo é a ferramenta de conserto. Quem se habilita?

                                                                           Dorival da Silva

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Canção da Imortalidade

Canção da Imortalidade

Os teus afetos que desencarnaram vivem e prosseguem conforme eram enquanto na vilegiatura carnal. Não os pranteies em desespero, porque obedeceram à Soberana Lei biológica, a qual estabelece que tudo quanto nasce, morre.
Morrer, no entanto, não significa consumir-se, desintegrar-se no nada. Tudo se transforma, inexistindo o aniquilamento da vida.
Qual seria a finalidade da existência, o seu significado, se a fatalidade da evolução a destruísse, dessa nada restando?
Olha em derredor e acompanha o desdobramento do existir, a multiplicidade de experiências no laboratório do globo terrestre.
Tudo é movimento, organização, equilíbrio, e mesmo aquilo que se apresenta como desordem ou caos obedece a leis inflexíveis que o acionam, a fim de que alcance a finalidade a que se destina.
A semente intumesce-se, e o vegetal triunfa enquanto ela se desintegra, transforma-se e aparentemente morre, facultando perpetuar-se a espécie que surgirá no momento adequado, após os impositivos indispensáveis ao seu desenvolvimento, numa fatalidade que nunca deixa de acontecer.
Observa a luta de todas as áreas, desde o vírus insignificante às amebas na ansiosa e célere multiplicação com que exaltam o fenômeno de viver.
O ser humano caminha no rumo da imortalidade, desde quando vencidas as ásperas etapas. Agora, sob a nobre conquista da inteligência e dos sentimentos, avança para a angelitude. Esse percurso que se deu naturalmente na sucessão dos milhões de anos obedeceu a uma planificação anterior, sem pressa nem alteração na ordem do seu desenvolvimento.
Eles, os teus afetos, acercam-se de ti com imensa ternura e inspiram-te em tentativas de serem percebidos, ansiosos por oferecer-te notícias do que sucedeu com eles, a fim de que não incidas nos mesmos equívocos e perturbações.
Se te amaram, continuam afeiçoados e zelosos, muito se esforçando para que as tuas horas terrestres sejam abençoadas pela alegria de viver e pela oportunidade de trabalhar em favor da autoiluminação, assim como da fraternidade com as demais pessoas.
Têm nítida visão da imortalidade e anelam convidar-te à compreensão elevada dos objetivos essenciais.
Faze silêncio interior, aquieta as ansiedades e harmoniza as emoções para que os possas ouvir e sentir.
Eles te amam ainda e têm os mesmos sentimentos de saudade, ternura, anelos de convivência, aspirações de progresso.
É natural que sintas saudade e a ausência deles produza tristeza ou amargure o teu coração.
Não te constitua motivo de desnorteamento a falta da convivência física. É temporária, porque também, no momento próprio, rumarás pelo estreito corredor da morte, enquanto eles te aguardam com emoções inauditas.
A vida é de sabor indestrutível. Desde que se apresenta em qualquer forma, prosseguirá com mais complexidade até alcançar a finalidade a que se destina.
Em todos os tempos, o fenômeno da morte constituiu uma fatalidade perversa, quase incompreensível no seu contínuo ceifar de existências.
Considera que se não houvesse essa abençoada interrupção, como seria a sua continuidade na Terra? O prolongamento sem fim, assinalado por tormentos inauditos e sem a esperança da sua sucessão?
A morte é o veículo que faculta a cessação momentânea dos fenômenos físicos, materiais, sem qualquer prejuízo para a essência - a alma imortal!
Vive, porém, de maneira saudável, para que os teus sejam dias bem-aventurados e a edificação do futuro seja segura para coroar-se de paz.
Utiliza-te de cada momento no carreiro orgânico para aprimorar-te e desenvolveres a divina essência de que te constituis.
Abandona os adornos grotescos de que te utilizas para as condições existenciais e faze-te sutil e transparente como um delicado raio de luar.
O sentido da existência terrestre é o de autoiluminação, prolongando-se pelos sem-fins da imortalidade.
Tudo o que é material experimenta mudanças.
O tempo, na sua voracidade, utiliza-se dos elementos da Natureza para tudo alterar e reduzir à poeira original.
Não, porém, a vida.
Maior concessão de Deus, recorre-lhe a oportunidade para enriquecer-te de bênçãos, que esparzirás pelo caminho percorrido, transformadas em sinais luminosos.
A dor provinda da ausência desses amores que voltaram ao Grande Lar através da morte deve ser superada pelas cálidas lembranças da convivência com eles.
Revive-os pela memória, nos acontecimentos que te alegraram, as mil nonadas dos sorrisos, mas também as experiências de dor e de aflição que te fortaleceram no convívio com eles.
Jamais te iludas com a ideia absurda do nada.
Vivem aqueles que já morreram.

*

A lagarta que se arrasta, graças à histólise e à histogênese, transforma-se em falena leve que flutua no ar.
O ser espiritual que se reveste de carne, quando essa transformação ocorre e desveste-o, ascende com leveza aos páramos celestes.
Abençoa a tua existência física mediante o respeito aos fatores que a reencarnação coloca para viver. Não têm caráter punitivo ou afligente, nem são considerados plenificadores como concessões ímpares, mas resultado dos comportamentos.
Todos que se encontram na roupagem física estão em aprendizagem na escola redentora. Ninguém privilegiado, pessoa alguma na condição de condenado. As experiências de crescimento são as mesmas para todos os seres.
A sabedoria do amor inspirará a cada qual o melhor rumo a percorrer. Mantém-te atento no momento da escolha, fazendo o investimento seguro da renúncia e da abnegação hoje para a sublime compensação amanhã.
Quando se adquire consciência do significado existencial, nada a macula, porque se transforma em lição, e nada a diminui, porque a Lei é de evolução.

*

Diante do esquife dos que morreram, aprende a respeitá-los.
Alguns permanecem ao lado dos próprios corpos, ouvem-te, veem-te e sentem as tuas boas ou más emoções.
Recorda de momentos agradáveis que eles captarão e os felicitarão.
Faze com eles como gostarás que te façam quando chegar a tua vez.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite
                                               de 5 de setembro de 2016, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 9.1.2017.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Essas outras crianças

Reunião pública de 16/10/59
Questão nº 383
Quando abraçares teu filho, no conforto doméstico, fita essas outras crianças que jornadeiam sem lar.
*
Dispões de alimento abundante para que teu filho se mantenha em linha de robustez.
Essas outras crianças, porém, caminham desnorteadas, aguardando os restos da mesa que lhes atiras, com displicência, findo o repasto.
*
Escolhes a roupa nobre e limpa de que teu filho se vestirá, conforme a estação.
Todavia, essas outras crianças tremem de frio, recobertas de andrajos.
*
Defendes teu filho contra a intempérie, sob teto acolhedor, sustentando-o à feição de joia no escrínio.
Contudo, essas outras crianças cochilam estremunhadas, na via pública, quando não se distendem no espaço asfixiante do esgoto.
*
Abres ao olhar deslumbrado de teu filho os tesouros da escola.
E essas outras crianças suspiram debalde pela luz do alfabeto, acabando, muita vez, encerradas no cubículo das prisões, à face da ignorância que lhes cega a existência.
*
Conduzes teu filho a exame de pediatras distintos, sempre que entremostre leve dor de cabeça.
Entretanto, essas outras crianças, minadas por moléstias atrozes, agonizam em leitos de pedra, sem que mão amiga as socorra.
*
Ofereces aos sentidos de teu filho a festa permanente das sugestões felizes, através da educação incessante.
No entanto, essas outras crianças guardam olhos e ouvidos quase sempre sintonizados no lodo abismal das trevas.
*
Afaga, assim, teu filho no trono familiar, mas desce ao pátio da provação onde essas outras crianças se agitam em sombra ou desespero e ajuda-as, quanto possas!
*
Quem serve no amor do Cristo sabe que a boa palavra e o gesto de carinho, o pedaço de pão e a peça de vestuário, o frasco de remédio e a xícara de leite operam maravilhas.
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Proclamas, a cada passo, que esperas, confiante, o esplendor do futuro, mas, enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.

Página extraída da obra: Religião dos Espíritos, capítulo 72,  onde o Espírito Emmanuel tece comentários e reflexões sobre questões de O Livro dos Espíritos, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, em reuniões públicas, sendo a presente página referente à questão indicada no início, tanto quanto a data da reunião.


REFLEXÃO: Para que o leitor possa se situar, com relação à questão 383 de O Livro dos Espíritos, a transcrevemos abaixo:

383. Qual, para este [o Espírito], a utilidade de passar pelo estado de infância?

“Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”

Todos os apontamentos do Espírito Emmanuel chamam a atenção para o desencontro de cuidado existente entre o filho pequeno que está dentro de casa e aqueles que estão sem amparo regular de suas famílias, relegados às ruas. No entanto, o que mais aviva a responsabilidade é a sentença final do texto: Proclamas, a cada passo, que esperas, confiante, o esplendor do futuro, mas, enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.” O Estudo em análise foi realizado em 1959, há quase 60 anos, e muito pouco se fez pelas crianças em desamparo. Uma parte considerável, que conseguiu se tornar adulta, se extraviavam para a criminalidade. Outra seguiu o possível, vivendo à margem da sociedade de maior potencialidade econômica, com educação deficiente e cultura praticamente inexistente, procriaram formando família sem estrutura mínima, com exceção, multiplicando filhos também com pouca assistência, formando um círculo vicioso.
Filhos sem os cuidados devidos dos pais educam-se pela influência do meio social onde se encontram, geralmente um meio de influência nociva.
Nos tempos atuais, com as exigências modernas, e as novas normas sociais, onde os cônjuges com muitas obrigações no campo profissional, sempre ressalvando as exceções, mas em boa parte há a transferência dos cuidados das crianças a terceiros, outros familiares ou profissionais, embora recebam informações e cuidados, não são os pais que cuidam, ficando, em parte, também abandonados da assistência educacional destes.
A responsabilidade dos pais pela educação dos filhos, diante da Lei Natural, é intransferível; exceto quando a própria Lei Natural faz a transferência, com a morte do pai ou da mãe ou de ambos; em conta a Lei de Causa e Efeito; aí haverá a transferência para outros responsáveis, que diante da mesma Lei, assumirão a condição de pais.
No noticiário hodierno, verifica-se o registro de uma população carcerário de mais de 600 mil pessoas, no Brasil, todas foram crianças e faltou-lhes, em grande parte, a educação de berço, a formação de um caráter equilibrado. 
Como ensina a resposta da questão inicialmente citada, a criança é acessível as impressões que recebe, estão prontas para acolher as orientações adequadas, alterando na sua intimidade espiritual hábitos negativos adquiridos em outra vida, que agora tem a possibilidade de os substituir por novos interesses ou diminuir a influência que essas ideias exercem na continuidade da vida.
O futuro melhor, que ofereça a segurança, respeito aos direitos da pessoa, depende da qualidade das pessoas que comporão a população do futuro, por isso que nascem e morrem indivíduos todos os dias, sempre renovando as gerações, são as oportunidades para a educação.
É preciso a renovação constante das ideias, dos costumes, do “modus vivendi”, é o renascer, é o reeducar, superando-se as deficiências, é “construir um novo futuro”.  Seria injustiça se não existisse a possibilidade de experimentar uma nova realidade, num outro contexto, com outras pessoas (pelos menos personas), embora possam ser os mesmos Espíritos que retornaram em novos corpos. “Deus é Justo”.
“(...), enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.”  Foi assim no passado, verifica-se no presente, e cabe a cada pessoa os esforços para mudar o futuro, assumindo as suas responsabilidades diante da sociedade, começando pelos próprios filhos, estendendo os seus préstimos àqueles que, seja por qual motivo for, estão à margem das possibilidades evolutivas, cabendo ao mais forte socorrer o mais fraco.
Não adianta clamar pelo mundo melhor, é preciso construí-lo.


                                                 Dorival da Silva

quarta-feira, 1 de junho de 2016

AS FESTAS DE JUNHO


AS FESTAS DE JUNHO



Maria Helena Marcon




Com o mês de junho, chegam as comemorações festivas que envolvem, normalmente, Escolas, Clubes e, chegam, à conta de novidade, até as Casas Espíritas.



São as chamadas festas juninas, que iniciam no dia 13 de junho, dia de Antônio de Pádua, alcança o dia 24, festividade alusiva a João, o Batista e culmina a 29 do mesmo mês, com a festa a Pedro, o Apóstolo, em conformidade com o calendário católico.



Alerta-nos o Espírito André Luiz, pela psicografia de Waldo Vieira, no opúsculo Conduta Espírita que ao espírita compete dispensar sempre as fórmulas sociais criadas ou mantidas por convencionalismos ou tradições que estanquem o progresso, recordando ainda que o espírita não se prende a exterioridades.



Evocando, em rápido giro histórico, as origens das ditas festas, que têm no fogo o seu elemento mais representativo, vamos encontrá-las relacionadas às celebrações do solstício do verão na Europa e com os cultos devidos aos deuses da fecundação. Com ritos de fogo, comemorava-se a aproximação das colheitas, ao mesmo tempo em que se pedia aos deuses a proteção contra o demônio da peste, esterilidade e estiagem.



Todos os antigos povos da Terra celebravam, em meados de junho, os fogos em honra do Sol. Eram sempre dias festivos, quando os seres humanos cantavam hinos de louvor e faziam os seus pedidos. As pessoas jovens e crianças dançavam em volta das fogueiras, enquanto os mais velhos cantavam em coro canções de agradecimento.



Ainda não existiam os fogos de artifício mas as fogueiras representavam uma obrigação e tradição nas comemorações das festas juninas. Costumeiramente altas, elas serviam como termômetro para que os adivinhos pudessem dizer do tempo que faria durante o outono, a época das colheitas. Conforme a direção que o vento soprasse a fumaça das enormes fogueiras, o tempo futuro seria propício ou não para a boa colheita.


A Igreja, em determinado momento, decidiu por associar tais festejos aos seus feriados em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro, passando a constarem do seu calendário.



No Brasil, as festividades juninas vieram juntamente com os portugueses e espanhóis católicos e sofreram influências também dos africanos, em especial dos moradores das Ilhas dos Açores, que incluíram muito de folclore nas comemorações religiosas de então.



Com as tradições europeias, as festas juninas assumiram algumas características próprias, no território nacional. Coincidentemente, nesta época do ano, as pinhas maduras dos pinheiros brasileiros deixam cair ao chão o pinhão, pronto para ser consumido. Isso foi aliado, ainda, à época da colheita da batata-doce, do milho e outros artigos que são consumidos ao redor das fogueiras.



O traje caipira e o casamento, tão comuns em qualquer festa junina, têm sua explicação. O primeiro, na tradição brasileira, copiando-se do caboclo o modo de vestir, andar e falar. Acrescentou-se a figura das sinhazinhas, numa rememoração aos dias das autênticas, que povoaram a História nacional, no auge dos engenhos e das fazendas, em dias não muito distantes.



A tradição do casamento vem de outros continentes, pois o mês de junho representava para os povos que emigraram para o nosso país, a abundância em época de início de colheita. Os pais podiam promover grandes festas nos casamentos, unindo os dois moços e homenageando, por sua vinculação ao Catolicismo, Santo Antônio, São João e São Pedro, com fogueiras, danças e outras características das festas juninas.



Entendendo que a Doutrina Espírita é eminentemente educativa e o templo Espírita é Escola de Espiritismo e é Hospital de Espíritos, tais comemorações não devem adentrar-lhe a intimidade.



Se o estudante comum tem compromissos com a Sociedade e o mestre-escola tem responsabilidade com as gerações que passam pelo seu gabinete, também o estudante espírita tem compromissos com o Mestre Divino, e o pregador tem deveres e responsabilidade com a alma dos alunos.



Negligenciar tais deveres é desrespeitar o salário da fé e paz interior que recebe para o honroso cumprimento das tarefas.

Por isso, honrar o templo espírita é preservar o Espiritismo contra os programas marginais, atraentes e aparentemente fraternistas, mas que nos desviam da rota legítima para as falsas veredas em que fulguram nomes pomposos e siglas variadas.



Honremos, pois, o templo espírita, fazendo dele a nossa escola de aprendizagem e renovação, para que o Espiritismo se honre conosco, felicitando-nos a vida!







Bibliografia:

Franco, Divaldo Pereira. Crestomatia da Imortalidade. Por Espíritos diversos. Salvador: LEAL, cap. 21.