PURIFICAÇÃO ÍNTIMA
“Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo,
purificai os corações.” — (TIAGO,4:8.)
Cada homem tem a vida exterior, conhecida e analisada pelos que o rodeiam, e a vida íntima da qual somente ele próprio poderá fornecer o testemunho.
O mundo interior é a fonte de todos os princípios bons ou maus e todas as expressões exteriores guardam aí os seus fundamentos.
Em regra geral, todos somos portadores de graves deficiências íntimas, necessitadas de retificação.
Mas o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.
Será muito fácil ao homem confessar a aceitação de verdades religiosas, operar a adesão verbal a ideologias edificantes… Outra coisa, porém, é realizar a obra da elevação de si mesmo, valendo-se da autodisciplina, da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício.
O apóstolo Tiago entendia perfeitamente a gravidade do assunto e aconselhava aos discípulos alimpassem as mãos, isto é, retificassem as atividades do plano exterior, renovassem suas ações ao olhar de todos, apelando para que se efetuasse, igualmente, a purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos. O companheiro valoroso do Cristo, contudo, não se esqueceu de afirmar que isso é trabalho para os de duplo ânimo, porque semelhante renovação jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes.
Nota: A mensagem acima esta no capítulo 18 da obra “Caminho, Verdade e Vida”, psicografada por Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, publicada em 1948.
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REFLEXÃO:
Muito realizamos na presente vida, mas pouco se pensa na purificação da alma. Quase sempre a comprometemos ainda mais na busca ansiosa por conquistas de interesses meramente materiais ou relativos às convenções sociais.
Emmanuel, orientador espiritual de Chico Xavier, ao comentar o versículo do apóstolo Tiago, afirma: “(…) todos somos portadores de graves deficiências íntimas, (…)”; mas poucos de nós damos atenção a essa reflexão. O Mentor complementa: “(…) necessitadas de retificação.” Essa retificação é uma realização consciente, que não nos propomos a realizar ou para qual ainda não despertamos -- esse imprescindível dever para conosco mesmos.
Afirma o Espírito: “Mas o trabalho de purificar não é tão simples quanto parece.” Certamente esse é o medo que aflige a maioria, pois trabalhar para o melhoramento de nossa alma significa, basicamente, sairmos do estado de conforto a que estamos habituados. Mas isso não é o desejável. No afã de alcançar melhor condição de vida, busca-se ampliar o conforto, tornando-se essa condição um círculo vicioso.
Às vezes, vinculam-se a alguma religião e fazem algum trabalho, ensejando contribuição social, mas trabalhar para edificar a construção essencial da vida espiritual continua muito distante.
(…) realizar a obra da elevação de si mesmo, valendo-se da autodisciplina, da compreensão fraternal e do espírito de sacrifício.
No excerto acima, Emmanuel nos chama a atenção para a trilha a ser seguida na busca da realização do inevitável para a nossa elevação espiritual:
“(…), a purificação do sentimento, no recinto sagrado da consciência, apenas conhecido pelo aprendiz, na soledade indevassável de seus pensamentos.”
É nesse ponto que a maioria de nós falha, uma vez que não se dedica ao trabalho de pensar no futuro espiritual. Grande parte das pessoas não pensa no futuro porque, nele, está a morte –- sendo esta uma visão materialista (visão estanque). A visão espiritual do futuro é infinita — pois, a vida é infinita!
(…) semelhante renovação jamais se fará tão-somente à custa de palavras brilhantes.
No fragmento acima encontra-se uma verdade que demoramos a compreender: a nossa depuração íntima é trabalho de grande esforço, pois é lutar conscientemente contra os nossos hábitos e costumes, e contra tudo o que cause satisfação sem esforço. Cotra tudo aquilo que está arraigado em nós -- e que não percebemos, se não tivermos um estado de consciência voltado ao autoconhecimento.
Percebendo o de que precisamos corrigir, imponhamo-nos a autodisciplina, a compreensão fraternal e o espírito de sacrifício.
Toda conquista nessa construção espiritual de que necessitamos é sempre uma realização definitiva — jamais se perderá!
Como ensina a Doutrina Espírita, a nossa condição espiritual nunca retrograda, mas poderá ficar estagnada. Assim, não buscar a purificação é adiar a felicidade; é a manutenção da mesmice.
Purifiquemo-nos em nossa intimidade — esse é o grande objetivo da nossa existência nesta vida.
Nota: As obras básicas da Doutrina Espírita (O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno, e A Gênese) podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:
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