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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Causas anteriores das Aflições

 Aflições! Justiça e causas das aflições III 

As causas anteriores dos sofrimentos são o nosso encontro com os resultados de vivências de vidas passadas.  

Com o conhecimento dessa realidade que o Espiritismo revela, demonstra e comprova, leva-nos a refletir que devemos manter a apresente existência produtiva mesmo com as dificuldades que vivenciamos ou que depararemos no seu transcurso. Nossas decisões deverão sempre ter finalidade positiva, seja para nosso benefício ou de outrem. Assim, estaremos preparando um futuro melhor. 

Uma das razões de estarmos transcrevendo esses temas de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde estão ensinamentos de máxima relevância para a Humanidade, vez que a melhoria espiritual de cada um é força transformadora da vida social de nosso Planta. 

Como vimos, a Terra ainda é ambiente de provas e expiações, porque somos imperfeitos. Se desejamos viver melhor, precisamos evoluir espiritualmente. Isto acontecendo, numa parcela considerável dos habitantes, alcançaremos o estágio de mundo regenerado, assim, herdaremos um mundo onde a vida será equilibrada e de paz. Desejamos que esses excertos não sejam apenas lidos, mas estudados, meditados, em conta que por si sós resolvem grande parte de nossos questionamentos sobre os sofrimentos verificados no nosso meio social, diariamente. 

 

Causas anteriores das Aflições 

6. Mas se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são completamente estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, exemplo, a perda de entes queridos e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar revezes da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; dos flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade etc. Os que nascem nessas condições, nada fizeram, seguramente nesta vida, para merecer uma sorte tão triste, sem possibilidade de compensação, e que eles não puderam evitar, sendo impotentes para modificá-las e ficando à mercê da comiseração pública. Por que, pois, esses seres tão desgraçados, enquanto ao seu lado, sob o mesmo teto e na mesma família, outros se apresentam favorecidos em todos os sentidos? Que dizer, por fim, das crianças que morrem em tenra idade e só conheceram da vida o sofrimento? Problemas, todos esses, nenhuma filosofia resolveu até agora, anomalias que nenhuma religião pôde justificar, e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, segundo a hipótese da criação da alma ao mesmo tempo que o corpo, e da fixação irrevogável da sua sorte após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram elas essas almas que acabam de sair das mãos do Criador, para sofrerem tantas misérias no mundo, e receberem, no futuro, uma recompensa ou uma punição qualquer, se não puderam seguir nem o bem nem o mal? Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora, a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos, é que fizemos o mal. E se não fizemos o mal nesta vida, é que o fizemos em outra. Esta é uma alternativa a que não podemos escapar, e na qual a lógica nos diz de que lado está a justiça de Deus. O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, pois aquele que sofre está sendo submetido à expiação do seu próprio passado. A desgraça que, à primeira vista, parece imerecida, tem, portanto, a sua razão de ser, e aquele que sofre pode sempre dizer: "Perdoai-me, Senhor, porque eu pequei".  

7. Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma consequência natural da própria falta cometida. Quer dizer que, em virtude de uma rigorosa justiça distributiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante. É dessa maneira que se explicam, pela pluralidade das existências e pelo destino na Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha. O homem não deve esquecer-se jamais de que está num mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que, se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar.  

8. As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou demasiado ignorantes para fazerem uma escolha consciente, mas são livremente escolhidos e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor. Assim é aquele que, tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeçá-la, a fim de não perder as vantagens do seu trabalho. Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro, que preparam. Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não o condena irremediavelmente pela primeira falta.  

9. Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento porque se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta: trata-se frequentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação. Mas provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa de ser provado. Um Espírito pode, portanto, ter conquistado um certo grau de elevação, mas querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso, quanto mais penosa tiver sido a sua luta. Esses são, mais especialmente, os casos das pessoas de tendências naturalmente boas, de alma elevada, de sentimentos nobres inatos, que parecem nada trazer de mau de sua precedente existência, e que: sofrem com resignação cristã as maiores dores, pedindo forças a Deus para suportá-las sem reclamar. Podem-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam reclamações e levam o homem à revolta contra Deus.  O sofrimento que não provoca murmurações pode ser, sem dúvida, uma expiação, mas indica que foi antes escolhido voluntariamente do que imposto; é a prova de uma firme resolução, o que constitui sinal de progresso.  

10. Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros; toda mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes. Assim acontece com os passageiros de um navio tomado pela peste, aos quais fica impedida a entrada numa cidade, até que estejam purificados. É nas diversas existências corpóreas que os Espíritos se livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas: como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente, e quanto mais grave o mal, mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, portanto, que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar e alegrar-se de ser curado logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.  

 

                                Dorival da Silva 

 

 

- Continua na próxima publicação - 

Notas: 1. A parte do texto que está grafada na cor azul, foi retirada da obra: O Evangelho segundo o Espiritismo, que compõe as obras básicas da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, foi publicada em 1864. Esta obra tem a tradição de J. Herculano Pires, editora LAKE. 

2. As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Há esperança...

                                                                    Há esperança...

No final do ano os meios de comunicação fazem retrospectiva dos fatos ocorridos, dando ênfase ao que foi relevante em cada mês, em maior parte são fatos desastrosos e muito doloridos para muitos, enxameando a sociedade de lembranças que revivem sofrimentos de feridas ainda não cicatrizadas.

Olhando para o futuro, como alguém que está em mar revolto, tal como náufrago rodeado por entulhos que se movem ao sabor do turbilhão e vagas impedem a visão do continente que parece destacar-se ao longe, como notícia de provável salvação.

No tumulto governativo, que se alinha à perturbação da inconstância dos ventos que sopram furiosos, sem preocupação com o essencial que em parte soçobra incontinenti, aos estertores ouve-se à distância que existe possibilidade de salvamento, a vacina.

Sempre há esperança que algo se suceda quando as alternativas conhecidas parecem se esgotarem, intuitivamente todos sabem que sempre haverá um depois, embora nem todos acreditem, porque desconhecem de que são Espíritos e um de seus atributos é viver para sempre.

Mas não se está sozinho! O mundo não está à matroca! Todos os conscientes não querem morrer por um vírus e não desejam isso para outrem. Muitos corpos morreram e outros também sofrerão com esse mal, mas não a totalidade da população do mundo.

Cada época tem suas lições, mas que não são nem para os corpos vivos e menos ainda para os mortos, mas para os seus ocupantes, ou para os ex-ocupantes, são vivências para os Espíritos que passam ou passaram pela experiência, considerando que na atualidade, direta ou indiretamente, toda a população do planeta vive expectativa de contaminação, então a lição é geral e de amplo aspecto.

É momento de reflexão, como tudo neste mundo passa, essa pandemia também irá embora, em algum momento a vacina estará à disposição de todos em que pese as divergências governamentais, tecnológicas, interesses políticos ou particulares, o progresso da humanidade independe dos mortais, conquanto ofereçam resistência, má vontade, incompetência, insuficiência...  Como uma avalanche o Progresso sempre superará os impedimentos, não há força capaz de contê-lo em seus passos. É Lei Natural, atemporal.

Os sofrimentos, as aflições das mais variadas sociedades da Terra são grandes; pura verdade, mas toda mudança comportamental, reajuste das concepções morais, aprimoramento governamental nos diversos níveis não ocorre sem a quebra das estruturas estabelecidas, àquelas forjadas na corrupção e na imoralidade. A mudança para uma Era Nova da sociedade do Mundo passa pela mudança do estado espiritual de cada indivíduo que compõe os residentes do Planeta.

Assim é a razão de morrer e nascer, nascer e morrer. Tudo o que ocorre entre um ponto e outro, sair e entrar, entrar e sair da vida material são vivências do Espírito, que se educa, se corrige, faz novo planejamento para se tornar melhor. Na sociedade é como engrenagem de grande maquinismo evolutivo, oferece o seu contributo e sofre as consequências. “A cada um segundo as suas obras.”

Sucumbindo o corpo, o Espírito reingressa no mundo de que veio com a inteireza de suas condições, sendo que,  de acordo com os seus créditos morais, libera-se dos constrangimentos da vida que acaba de deixar; vem-lhe ao encontro aqueles que são afins, ajudando na adequação ao novo momento da existência. O Espírito é sempre um ser existente, jamais deixará de sê-lo.

O período entre a morte do corpo e o reingresso em nova experiência física é denominado pela Doutrina Espírita de erraticidade, ou vida errante. Nesse estado, o Espírito já recomposto à nova condição, sendo seu desejo, poderá estudar, trabalhar, conquistar novos conhecimentos, desenvolver projetos e compor equipe para executar planejamentos coletivos dentro do seu nível de competência, inclusive auxiliar os seus amigos e parentes que estão ainda no corpo carnal, ajudando-os no que puder. Outros, que não tiveram vida regular, que preferiram o caminho dos vícios, da criminalidade, alimentaram o ódio, a vingança, a inveja, que planejaram o mal em qualquer circunstância, certamente estarão lutando com o resultado de suas preferências, até que a misericórdia Divina entenda de reingressar esses sofredores em corpos de carne e ambientes sociais compatíveis com suas necessidades de restabelecimento.

Voltando à esperança, em que pese a miscelânea de desmandos governamentais, entendimentos divergentes sobre muitos fatos que levam o povo a sofrimentos diversos, não só pela pandemia existente, mas por tudo mais que se encontra em desequilíbrio na sociedade, prejudicando a possibilidade de vida harmônica, nada mais são que os resultados da própria desarmonia dos seus integrantes. Então, há esperança! Depende da conscientização de que sempre se encontrará, em qualquer época, a condição de vida que ajudou construir; pois, vai e volta, tanto no outro mundo, como aqui, sempre se deparará com a qualidade de suas próprias obras.

Não é difícil observar que num grupo nem todos sofrem o mesmo mal, do mesmo constrangimento de ordem econômico-financeira, nem os problemas sociais são idênticos, há sempre uma particularidade, o que corresponde à condição espiritual de cada indivíduo, mesmo na família consanguínea existe singularidade de toda ordem. 

Há esperança! Ninguém se extingue, apenas precisa vencer as suas mazelas, buscar o seu aprimoramento moral, espiritualizar-se. O Evangelho de Jesus mostra o caminho, embora não obrigue ninguém a segui-lo. O sofrimento, de qualquer ordem, é próprio do transeunte da vida, tanto como a paz e a felicidade são de sua conta, se para isso trabalhar.

Há esperança! Todos serão vencedores, quando se propuserem se vencer do egoísmo e do orgulho, da presunção e da ignorância, reconhecendo que pela sabedoria e a humildade serão reconhecidos senhores do Universo. Pandemias não existirão, pobreza, doenças e problemas sociais degradantes não se conhecerão, pois, somente as realizações nobres pulularão os pensamentos, divinizando cada vez em maior escala as consciências vencedoras de si mesmas.

Há esperança!...

                       Dorival da Silva

domingo, 23 de agosto de 2020

Previdência Espiritual

 Previdência Espiritual


Fiel ao compromisso com a previdência em torno do futuro, reuniste vasto patrimônio financeiro, contando com justo repouso na velhice, sendo surpreendido por dores imprevisíveis, que ora te dilaceram os sentidos. 

Seguindo dietas alimentares bem balanceadas, cuidaste da saúde física, programando uma larga existência, quando o acidente inesperado paralisou-te em aflitiva cadeira de rodas. 

Dilatando músculos e facilitando  a irrigação do sangue, praticaste esporte como dedicado ginasta, sem contar com a ruptura da medula após o salto acrobático na piscina fatídica.

Amigo da inteligência e da cultura, dedicaste largas horas ao estudo sistematizado das Ciências e de várias escolas de pensamento, sendo surpreendido por insignificante coágulo que se te alojou no cérebro, levando-te à hebetação do raciocínio.

Crente nos valores sociais, cuidaste de granjear posição de relevo na comunidade, envolvendo-te em compromissos vários, sem esperar os dissabores morais que desabaram sobre o teu lar como chuva de granizo ardente.  

Estabeleceste diretrizes de segurança para o triunfo, que seguiste à risca, descobrindo, bem tarde, outros valores de natureza espiritual que não consideraste e são os de duração perene. 

Não desconsideramos, porque as sabemos importantes, essas realizações e conquistas. Contudo, seriam mais valiosas se a elas aliasses as de sabor eterno, aquelas que dizem respeito ao ser espiritual, preexistente ao berço e sobrevivente ao túmulo.

*

O homem apressado semeia legumes para a sua mesa de amanhã. 

O homem prudente cultiva trigo para o futuro pão. 

O homem sábio, porém, adiciona a essas sementeiras, a vida em si mesma, a fim de estar sempre em paz.

Preserva, desse modo, o teu futuro sócio-econômico, sem descuido, no entanto, da alma que prosseguirá, sejam quais forem as circunstâncias. 

Atende aos deveres para com a saúde física e mental; entretanto, trabalha as imperfeições morais, libertando-te dos atavismos perniciosos que acompanham o Espírito em todas as injunções.

Sustenta os compromissos humanos com dignidade e labora em favor do êxito; sem embargo, dilata a ambição, armazenando títulos de enobrecimento espiritual que seguirão contigo, após a fugaz existência corporal. 

Educa o corpo e disciplina a mente. 

Precata-te com a poupança e estabelece vínculos de amizade no teu grupo social. 

Reserva-te, porém, um programa de iluminação íntima, meditando e agindo sob as superiores lições do Evangelho de Jesus, que te propiciarão a paz em todos os dias da tua vida. 

*

O homem que triunfa no mundo, ganha destaques e honrarias; todavia, aquele que vence o mundo, ganha a vida e dele se liberta. 

Assim pensando, escreveu o apóstolo Paulo, aos efésios, conforme o capítulo cinco, versículo dois: “Andai em amor…”, significando a necessidade de viver-se, comportar-se e agir-se sob a diretriz libertadora desse mandamento por excelência, base de toda a Lei e de todas as Revelações Espirituais. 

                               

                                             Joanna de Ângelis

Mensagem extraída da obra: Responsabilidade, psicografia 

de Divaldo Pereira Franco, capítulo 2, de 1987.


sábado, 2 de maio de 2020

TERRA PROVEITOSA



TERRA PROVEITOSA

“Porque a terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus.” — Paulo. (HEBREUS, capítulo 6, versículo 7.)

Os discípulos do Cristo encontrarão sempre grandes lições, em contacto com o livro da Natureza.

O convertido de Damasco refere-se aqui à terra proveitosa que produz abundantemente, embebendo-se da chuva que cai, incessante, na sua superfície, representando o vaso predileto de recepção das bênçãos de Deus.
Transportemos o símbolo ao país dos corações. Somente aqueles espíritos, atentos aos benefícios espirituais, que chovem diariamente do céu, são suscetíveis de produzir as utilidades do serviço divino, guardando as bênçãos do Senhor.

Não que o Pai estabeleça prerrogativas injustificáveis. Sua proteção misericordiosa estende-se a todos, indistintamente, mas nem todos a recebem, isto é, inúmeras criaturas se fecham no egoísmo e na vaidade, envolvendo o coração em sombras densas.

Deus dá em todo tempo, mas nem sempre os filhos recebem, de pronto, as dádivas paternais. Apenas os corações que se abrem à luz espiritual, que se deixam embeber pelo orvalho divino, correspondem ao ideal do Lavrador Celeste.

O Altíssimo é o Senhor do Universo, sumo dispensador de bênçãos a todas as criaturas. No planeta terreno, Jesus é o Sublime Cultivador. O coração humano é a terra.

Cumpre-nos, portanto, compreender que não se lavra o solo sem retificá-lo ou sem feri-lo e que somente a terra tratada produzirá erva proveitosa, alimentando e beneficiando na Casa de Deus, atendendo, destarte, a esperança do horticultor.

Mensagem extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, ditado pelo Espírito Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 117, ano 1948.
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REFLEXÃO: No penúltimo parágrafo das disposições do Mentor Emmanuel estabelece três patamares sobre o versículo de Paulo colocado à epígrafe a serem analisados, por todos nós que desejamos caminhar com proveito no caminho evolutivo, ou seja, o caminho que nos levará ao alcance da paz e da felicidade.


A Doutrina Espírita, em seu primeiro ponto, traz uma revelação grandiosa, quando Allan Kardec propõe a questão: O que é Deus? A resposta traz o foco do clarão que se abriria daí para a frente, modificando integralmente as concepções da Ciência, da Filosofia e da Religião, a sua concisão é rica e bela: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”


O Orientador Emmanuel diz no parágrafo em análise que: “O Altíssimo é o Senhor do Universo, sumo dispensador de bênçãos a todas as criaturas.” Ele coloca num segundo patamar: “No planeta terreno, Jesus é o Sublime Cultivador.” E, em terceiro: “O coração humano é a terra.”


Por ordem Divina, Jesus arregimentou meios e recursos e elaborou um lar onde pudesse dar oportunidade a uma infinidade de seres que se encontravam em vários estágios evolutivos, ainda muito acanhados, com a inteligência pobre e moralmente insipiente. Planejou e com muitíssimos grupos de grandes Espíritos sábios, cientistas e engenheiros siderais, trabalhadores de muitas ordens do Mundo Espiritual, depois de milênios, estabilizou a atmosfera, o solo e as águas, providenciou os animais e os vegetais, dando condições para que seres hominais pudessem no Planeta se estabelecerem, encontrando oportunidade para caminhar para a paz e a felicidade, depois das experiências de muitas reencarnações. 


Jesus preside o planeta Terra desde o seu planejamento para existir, as vidas materiais, inclusive a do homem, se automatizaram, os Reinos têm o seu desenvolvimento conforme os processos genéticos, se reproduzem garantindo a perpetuação das espécies; preparado o ambiente nos passos dos milênios, o objetivo é o aprimoramento dos Espíritos que estão sob a sua tutela, que são bilhões, nos mais variados estágios evolutivos.


Vejamos que Espírito tem inteligência, vontade, poder de decidir suas atitudes, boas ou más, e carrega consigo latentes potenciais extraordinários a serem desenvolvidos. No entanto, tudo depende de sua decisão de fazer ou não fazer algo, acolher orientação ou buscar conhecimento, trabalhar ou não. Trata-se de autoconstrução espiritual, embora, exista a Lei de Progresso que sempre o estará incomodando, caso não ande por sua vontade. 


Deus, a origem de tudo, disponibiliza as possibilidades para o desenvolvimento de todos os Reinos. Mas, neste momento, estamos falando do ser humano, mais especificamente do Espírito, que não se extinguirá, embora necessite de um corpo para as experiências no campo material. Assim como todo aluno precisa de professor, todos no Planeta têm o Mestre Jesus. Como Governador e gestor dos recursos Divinos, Ele cuida do que há de mais importante no Universo: os Espíritos. Ele aplica sua sabedoria para atender às necessidades de todos neste Orbe. 


Entendamos que Jesus não usa de violência, aplica o amor e a justiça, não foge à caridade. 


A caminhada do homem na Terra é de sofrimento, o que o Orientador Espiritual na página do início aponta: Cumpre-nos, portanto, compreender que não se lavra o solo sem retificá-lo ou sem feri-lo e que somente a terra tratada produzirá erva proveitosa, (...) ,  é a “dor-evolução”, é a nossa dor, pois, como a semente que rompe o solo para encontrar a luz, o Espirito precisa vencer as resistências da sua própria obscuridade para alcançar as claridades que aguarda o eclodir de suas conquistas intelectuais e morais, compreendendo que a verticalização das forças somente o bem é capaz de produzir. 


Na escuridão da Alma, vive-se os instintos, o acerto e o erro, a ignorância, a brutalidade, as desconsiderações com o próximo, impera o egoísmo e o orgulho, o crime, e hediondez...  Sofre as consequências, vê-se obrigado a sanar...  O mal gera o mal, o sensualismo o sensualismo... Tudo isso nasce na Alma e somente ela poderá estancar essa corrente e alterar o seu curso, buscando a nobreza de tudo o que depreciou, mas não se dará sem esforço, renúncia, dando novo rumo ao pensamento e sentimento, o que quase sempre ocorre em função do sofrimento. 


Há a revolta e a incompreensão das criaturas no estágio inicial de espiritualização, conforme a anotação de Emmanuel, assim:  “Não que o Pai estabeleça prerrogativas injustificáveis. Sua proteção misericordiosa estende-se a todos, indistintamente, mas nem todos a recebem, isto é, inúmeras criaturas se fecham no egoísmo e na vaidade, envolvendo o coração em sombras densas.” 


Todos estamos dentro de um plano Divino, com meta clara, embora a nossa cegueira e a má vontade, o desejo de permanência na vida como se conhece, a comodidade, mas existem as Leis Naturais que são as balizas norteadoras do aprimoramento da Criatura, conquanto o seu livre-arbítrio, causam incômodos quando do desatendimento.


Como todo desequilíbrio traz em si consequências danosas: desgostos, infelicidades, depressão, ruínas emocionais e materiais...  O destoar com a harmonia da vida natural, é o desarranjo da Casa do Pai, a consciência. Toda desarmonia causa sofrimento, desconforto, doença, infelicidade, desesperança, insegurança e outros males no caminho de quem não quer modificar o seu estado espiritual para o bem. 


“O Altíssimo é o Senhor do Universo, sumo dispensador de bênçãos a todas as criaturas. No planeta terreno, Jesus é o Sublime Cultivador. O coração humano é a terra.”


Aproveitando o excerto acima, destacamos: O coração humano é a Terra.  Onde o Sublime Cultivador  tem realizado seus esforços no Mundo, oferecendo, além de Seus próprios exemplos, exarados no Evangelho, há vinte séculos, presente na sociedade do Planeta,  quando lançou as sementes do amor e esperança, que continua cultivando.  


O nosso coração é a terra proveitosa e tem um Divino Cultivador, que aguarda sejamos capazes de acolher pelos nossos méritos o Orvalho Divino, para que nos saturemos de paz e felicidade.


Trabalhemos! O futuro tem o sabor dos méritos. 


                      Dorival da Silva