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quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Surpresas da existência



Surpresas da existência

Na cidade de Évora, em Portugal, os franciscanos do passado, desejando encontrar um método eficaz para fixar-se nos postulados da imortalidade da alma, construíram uma capela com ossos humanos, especialmente de pessoas que se encontravam sepultadas em volta das igrejas.

Com as alterações naturais do tempo, o recinto que era dedicado a orações, meditação e profundas reflexões, transformou-se em lugar de turismo.
À entrada encontra-se uma frase muito peculiar: Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos.

Surpreendentemente é uma grande verdade e deveríamos, com certa frequência, pensar na realidade que somos: Espíritos imortais!

Observamos que a maioria das criaturas humanas, mesmo aquelas que se vinculam a doutrinas religiosas, vivem como se a sua fosse uma existência eterna, fadada ao prazer e às comodidades, como privilégios que merecem.

Para que sejam alcançadas essas metas frívolas dos gozos ligeiros, entregam-se, não poucas vezes, a comportamentos lamentáveis, distantes de todo e qualquer conceito ético-moral, de respeito a si mesmo, à sociedade, à vida.

Enriquecer, adquirir prestígio social e fama, aumentar o orgulho e a ostentação, zombar do bom senso e das condutas retas, parecem constituir objetivos que devem ser alcançados a qualquer custo.

Os desatinos morais e os crimes de toda ordem predominam em nossa cultura, aureolados como normais, tal o cinismo de quem os comete.

Olvidam-se que a morte espreita, e que, a cada momento, todos somos arrancados do mapa existencial, exatamente quando pensamos estar em máxima segurança.

A fatalidade dessas ocorrências nefastas tem afetado o Brasil, numa sucessão de lances dolorosos, nos quais mulheres e homens notáveis, que trabalham e zelam pelo bem, que confiam no destino histórico da nacionalidade, causando impactos terríveis e dores indefiníveis.

Estamos vivendo um desses momentos cruéis com a desencarnação por acidente aéreo do Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dr. Teori Zavascki, cuja existência fez-se caracterizar pela honradez e nobreza de caráter.

Essa tragédia dantesca dá-se num momento muito grave no país, quando S. Exa. deveria prosseguir na tarefa nobre a que se dedicava, trabalhando pela dignidade e justiça contra a corrupção de autoridades insensatas e de outros cidadãos criminosos que se locupletaram nos bens públicos e nos valores que poderiam solucionar os graves problemas do país…

Várias hipóteses têm sido levantadas para esclarecer o infausto acontecimento, no entanto, merece considerarmos que nada impede que se manifeste a Justiça Divina, alcançando-nos a todos, cujos ossos estão sendo esperados por aqueles que edificaram a capela portuguesa.

Divaldo Pereira Franco.
      Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em  26.1.2017.
Em 22.2.2017.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Entrevista de Divaldo Pereira Franco à TV Portuguesa

Entrevista de Divaldo Pereira Franco à TV Portuguesa

Entrevistadora – Entrevistar Divaldo Pereira Franco é uma grande honra. Divaldo é um homem que tem uma obra social com um peso enorme, no Brasil, que se dedica aos outros e tem ajudado muitas famílias.

Divaldo – É que o sentido da vida é servir. Quando  não servimos, ainda não aprendemos a viver. Quando a criatura humana descobre que a vida tem um sentido profundo, esse sentido se converte num ato de amor e, sem dúvida, como dizia Dostoiewski, a beleza e o amor salvarão o mundo.

Entrevistadora – É nisso que sempre acreditou e é por isso que tem sempre trabalhado?

Divaldo – Exatamente. Ao descobrir o Espiritismo, encontrei um mundo inteiramente novo. Pertencente a uma religião tradicional, tinha perguntas sem respostas. Essas perguntas faziam parte do meu cotidiano porque desde os quatro anos de idade eu via os Espíritos e acreditava que eram alucinações.
Mais tarde, informações indevidas asseveravam que se tratava de uma força do mal, demoníaca e isso me lançava grande conflito. Como pode o mal aconselhar o bem? Porque me aconselhavam o bem, uma vida reta, atitudes castas perante a vida e, sobretudo o ato de abnegação, em nome de Jesus Cristo, esse Ser incomparável que ainda deslumbra o mundo e, lentamente me apaixonei por Ele. Ao ler o Sermão da Montanha, encontrei respostas para todas as inquietações da minha alma e lembrei-me de Gandhi: Se todos os livros desaparecessem e ficasse apenas o Sermão da Montanha, não necessitaríamos de mais nada.
Então, imitando esses grandes vultos tentei ser útil e não faltaram colaboradores porque o mundo é bom, as pessoas são boas, estão mal informadas. Não existe a maldade, no sentido tácito; existem transtornos de natureza emocional, patologias. Então, aquele a quem consideramos mau é o indivíduo que perdeu o endereço de si mesmo. Ao perder o endereço de si mesmo, perdeu o endereço da vida e agride porque se agride e tendo medo de ser agredido por outros, se torna violento.
Diz a Organização Mundial da Saúde que a violência é um mal do Espírito, deve ser tratado o Espírito com amor, ternura e bondade.

Entrevistadora – É tão bonito tudo aquilo que a vida tem lhe ensinado. Mas, como descobriu o Espiritismo? Realmente começou muito cedo, aos quatro anos tinha as primeiras manifestações. Levou tempo para que sua mãe percebesse o que estava acontecendo com você? Você consegue explicar aos nossos espectadores o que é Espiritismo, o que é perceber um Espírito, sentir uma Entidade?

Divaldo – Allan Kardec foi o mestre francês que propôs a palavra Espiritismo. Sempre houve a palavra Espiritualismo, essa abrangência de crenças na Imortalidade da alma e em Deus. E ele então, ao apresentar o resultado das suas investigações, estabeleceu que o Espiritismo é uma Ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos Espíritos e as suas relações com o mundo corporal.
Em todas as épocas, desde o período paleontológico, que se veem Espíritos. São eles que nos vêm dizer que a vida continua. As religiões são metodologias pedagógicas para nos ensinar a encontrar o equilíbrio e, naturalmente, cada uma de acordo com o seu fundador.
Allan Kardec estabeleceu que essa Ciência é também uma Filosofia. Quem de nós não perguntou: Por que eu sofro? Por que há pessoas más que progridem e outras boas que não logram nada? Qual a razão do meu infortúnio? As doenças terríveis e devastadoras, os fenômenos teratológicos, a riqueza, a miséria são interrogações que as velhas doutrinas do esoterismo denominavam como reencarnação. Mas, também, por que os mortos vêm falar conosco? Para demonstrarem que a vida continua.
O Espiritismo estuda todos esses fenômenos, hoje ditos paranormais, metapsíquicos e outras denominações, para dizer que são fenômenos naturais, apenas não são de todo o momento.
Nós possuímos um sistema nervoso específico. E foi descoberto, pelos russos, que aqueles neurônios que eram considerados lixo, são detentores de praticidade e, além dos cinco sentidos, temos outros sentidos, a intuição, a clarividência, a clariaudiência, o profetismo.

Entrevistadora – Nós temos todos?

Divaldo – Todos, é uma dependência apenas de um exercício. Allan Kardec o Codificador, o homem que nos propôs a Doutrina, estabelece que é uma faculdade paranormal dentro da nossa normalidade e todos temos a sensibilidade.
A intuição feminina é tão tradicional que mesmo os homens céticos respeitam. Quando a mulher diz uma coisa, têm muito cuidado. Os sonhos premonitórios, os fenômenos de aparição na Bíblia, no Corão, no Zenda-Avesta, e todas as obras tradicionais das religiões demonstram que existe algo e que conseguimos captar.
Nesta época da Cibernética, temos sensores que estão em nossa glândula pineal, no nosso Sistema Nervoso Central e nas glândulas endócrinas.

Entrevistadora – Agora, nos dias de hoje, ainda bem que fala nesta época da Cibernética porque estamos numa fase em que as pessoas estão num momento de muito desespero. Aqui em Portugal, muito em virtude  da crise econômica que se tem vivido, as pessoas estão desorientadas, com muito pouca esperança, com uma visão, às vezes, bastante indevida de vida, sem saber para onde caminhar. Eu pergunto o que a Doutrina Espírita poderá dizer a essas pessoas? Que mensagem você nos pode passar?

Divaldo – Vale a pena confiar na vida porque a vida muda. As alternativas entre hoje e amanhã são inesperadas. O Espiritismo é Doutrina de consolo.
Imagine a perda de uma pessoa querida, o desespero, e a certeza de que a vai reencontrar. Saber que ela volta e continua guiando-nos. Mas esse desespero que nos assalta é fruto de uma cultura ética devastadora que nos ensinando espiritualismo somente trabalhou pelo capitalismo.
Somos pessoas eminentemente individualistas, sexistas, consumistas e, quando esses três fatores, ou um deles não corresponde, desesperamo-nos. Mas, se olharmos um pôr do sol, a nascente do dia, o sorriso de uma criança, uma flor que desabrocha, a natureza e nos olharmos, voltaremos para Deus.
Para nossa crise existencial é necessário não apenas crer no que toca. A Física Quântica nos diz que tudo quanto vemos é invisível. Antes era necessário ver para crer, agora é necessário crer para ver. Essa crise é mais do indivíduo que vai somada a outro indivíduo e atinge a coletividade.
Na hora em que me torno melhor, o mundo se melhora. Na hora em que  passo a confiar, ter não é tão importante.  É mais importante ser, adquirir um estado de equilíbrio emocional e considerar esses valores nos valores que eles têm, não lhes dar um valor ultrapassado, daqueles que é a base da vida: Eu só serei feliz se...Por que se...? Eu sou feliz e me tornarei mais feliz quando lograr tal ou qual meta, que nem sempre é a felicidade, porque depois ela se converte e se reverte.
O Espiritismo nos diz: Muito bom ânimo. A vida é feita de transformações, nosso corpo, em cada segundo, perde trinta milhões de hemácias e nascem trinta milhões de hemácias. A cada sete anos, o corpo é inteiramente novo. Um homem ou mulher de setenta anos já teve dez corpos, então, tudo isso faz parte do nosso processo de autoiluminação.
Se entronizamos Deus, não importa que Deus seja, só há um, aquela Causa Criadora, a Natureza, o Cosmo....

Entrevistadora – Chamemos do que quisermos...

Divaldo – Pouco importa. Os nomes são apenas designações mas, nos voltarmos para esta crença: Eu sou filho de Deus, eu valho a pena, eu tenho que realizar algo, a minha vida tem sentido, por mínimo que seja. Como ninguém existe tão autossuficiente que não necessite de outrem, então, nasce o amor.

Entrevistadora – Por outro lado, a única pessoa que nos vai fazer seguramente companhia ao longo de toda a vida somos nós próprios.

Divaldo – Nós próprios estamos conosco.

Entrevistadora – Nós. Exatamente. Teremos sempre a nossa companhia até o fim.

Divaldo – Por isso temos que nos amar.

Entrevistadora – Exatamente.

Divaldo – O que me fascina na Filosofia de Jesus, entre outros, é o primeiro mandamento: Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Se nós não nos amamos como iremos amar a outrem? Serão paixões, serão manifestações da libido, desejos, ansiedades. Quando nasce esse autoamor, nós nos aprimoramos interiormente, adquirimos beleza, os nossos olhos brilham e a vida se torna muito menos dolorosa do que as fitas negras do pessimismo.

Entrevistadora – Agora, eu ficaria lhe ouvindo durante dez horas... Está para acontecer um Congresso muito importante, um Congresso de três dias, quer explicar que Congresso é esse?

Divaldo – Esse Congresso reúne mais de quarenta países onde os espíritas estamos procurando entender os enigmas da vida e tornar a sociedade mais pródiga, mais generosa, mais compassiva, mais honesta, porque a nossa ética é do individualismo, é do interesse pessoal e quando temos esse interesse pessoal, o interesse da coletividade desmaia. Estaremos reunidos para poder apresentar teses espíritas e, sobretudo, o direito à vida, alegria de viver. Temos o dever de estar alegres, a maior dádiva da vida é a vida.

Entrevistadora – Não podemos maltratá-la.

Divaldo – Não temos o direito de maltratarmo-nos. Vamos encontrar uma vida exuberante, de dentro para fora.
O Congresso está reunindo quase quarenta países para discutirmos os temas que dizem respeito à grande problemática da atualidade, acompanhando a ciência, situar a ciência dentro do contexto da religião, fazer a religião científica e uma ciência religiosa.

Entrevistadora – Percebem porque esse Congresso é tão importante. Reúne mais de quarenta países, vêm grandes nomes a esse Congresso, um dos nomes mais importantes, sem dúvida, Divaldo Franco. Aliás, assim que se soube da sua vinda a Portugal, imediatamente se juntaram as Instituições e as pessoas que poderiam assistir, porque efetivamente é um homem que já fala por si.
Eu gostei muito de recebê-lo aqui. Acho que é uma pessoa muito especial. Ainda bem que escreve tantos livros e que escreve da forma que escreve, porque a sua mensagem consegue chegar tão longe.
Desejo-lhe muita saúde e felicidades.

Divaldo – Muito obrigado. Desejo-lhe também muitas bênçãos porque seu nome me é muito popular, como em Portugal e também no Brasil. Muita felicidade.

Entrevista concedida em 6.10.2016.
Mensagem extraída do endereço:

 http://www.divaldofranco.com.br/noticias.php?not=445