Nos dias atuais se
fala muito em destruição, atentados, assassinatos, insurgências de toda ordem;
enfim, muito desrespeito para com a existência. Embora o ser humano carregar a
própria história, transita com um corpo de carne, tendo-o desgastado por muitos
fatores, que se enumeram, principalmente, com a velhice, a doença, o
acidente..., ainda, a autodestruição, pelo suicídio direto ou indireto,
abandona o corpo de manifestação no mundo material mantendo toda a memória,
recobrando-a no plano espiritual, de acordo com as suas possibilidades morais. Com
essa abordagem vamos transcrever adiante a questão nº 220 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, e o texto
extraído do livro: Religião dos Espíritos, do espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, esta que
enseja o título da postagem, que é muito elucidativa sobre a percepção própria
do Espírito quando retorna à espiritualidade.
220 – Mudando de corpo (reencarnando), pode o Espírito perder algumas faculdades intelectuais, deixar de ter, por exemplo, o gosto das artes? (grifo nosso).
Resposta dos Espíritos responsáveis pelas revelações constantes da Codificação Doutrinária Espírita: “Sim, se corrompeu sua inteligência ou a utilizou mal. Além disso, uma faculdade qualquer pode ficar adormecida durante uma existência inteira, se o Espírito quiser exercitar outra que com ela não guarde relação. Neste caso, permanece em estado latente, para ressurgir mais tarde.”
Na continuidade registramos o comentário do Espírito Emmanuel, que se deu em reunião pública do dia 16-01-1959, em estudo realizado juntamente com a equipe da Comunhão Espírita Cristã da cidade de Uberaba (MG), com a anotação do médium Francisco Cândido Xavier, como segue:
“Memória além-túmulo
Reunião pública de 16/1/59
Questão nº 220
Automaticamente, por força da lógica, elege o homem na contabilidade uma das forças de base ao próprio caminho.
Contas maiores legalizam as relações do comércio e contas menores regulamentam o equilíbrio do lar.
Débitos pagos melhoram as credenciais de qualquer cidadão, enquanto que os compromissos menosprezados desprestigiam a ficha de qualquer um.
Assim também, para lá do sepulcro, surge o registro contábil da memória como elemento de aferição do nosso próprio valor.
A faculdade de recordar é o agente que nos premia ou nos pune, ante os acertos e os desacertos da rota.
Dessa forma, se os atos louváveis são recursos de abençoada renovação e profunda alegria nos recessos da alma, as ações infelizes se erguem, além do túmulo, por fantasmas de remorso e aflição no mundo da consciência.
Crimes perpetrados, faltas cometidas, erros deliberados, palavras delituosas e omissões lamentáveis esperam-nos a lembrança, impondo-nos, em reflexos dolorosos, o efeito de nossas quedas e o resultado de nossos desregramentos, quando os sentidos da esfera física não mais nos acalentam as ilusões.
Não olvideis, assim, que, além da morte, a vida nos aguarda em perpetuidade de grandeza e de luz, e que, nessas mesmas dimensões de glorificação e beleza, a memória imperecível é sempre o espelho que nos retrata o passado, a fim de que a sombra, reinante em nós, se dissolva, nas lições do presente, impelindo-nos a seguir, desenleados da treva, no encalço da perfeição com que nos acena o futuro. ”
Observação - a obra inteira pode ser consultada através do endereço:
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/chicoxavier/