Dinheiro
Abençoa o 
dinheiro para que o dinheiro te abençoe.
Em verdade, 
não temos nele a vida, mas em si mesmo se erige por valioso sustentáculo do 
progresso, sobre o qual a vida se aperfeiçoa.
 
Não é o amor; 
entretanto, suscita a simpatia e o reconhecimento em que, muitas vezes, o amor 
aparece em fontes de luz.
 
Não é a 
saúde; todavia, assegura o medicamento que combate a enfermidade.
 
Não é a paz; 
contudo, é fator de equilíbrio, promovendo o trabalho ou extinguindo muitos dos 
débitos que atormentam o espírito.
 
Não é a 
felicidade; no entanto, pode criar a felicidade a nosso favor, através do bem 
que é capaz de esparzir.
 
“Talvez… 
Talvez…”, dirás, com amargura de quantos viste no resvaladouro da delinquência 
por não saberem usufruí-lo com segurança e proveito. 
 
De nossa 
parte, porém, tomamos a liberdade de perguntar se conheces todo o 
inventário:
das dores 
que o dinheiro suprime;
das lágrimas 
que enxuga;
das aflições 
que desfaz;
das empresas 
culturais que sustenta;
do 
reconforto que espalha;
das 
esperanças que semeia;
das boas 
obras que realiza;
das vidas 
que salva;
dos 
suicídios e delitos outros que consegue evitar;
das 
indústrias que incentiva e mantém;
das 
inteligências que aprimora; ou
das bênçãos 
de alegria que distribui.
 
Não censures 
a fortuna amoedada e nem condenes aqueles que a conservam, carregando 
responsabilidades e dirigindo-se a fins que ignoramos.
 
Na Terra o 
dinheiro é uma alavanca que a Divina Providência nos coloca nas mãos; 
manejando-a, tanto se pode marginalizar o coração nas trevas quanto edificar o 
luminoso caminho para a Vida Maior.
 
Dinheiro, em 
suma, vem de Deus, mas é forçoso reconhecer que a aplicação dele vem de 
nós.