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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Ensinamento Vivo

Leitores, registramos abaixo mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, do espírito de uma moça, que, quando na vida física era sua conhecida, como relatado; posteriormente, na condição de desencarnada, retornou para esclarecer a sua situação de paralítica, muda e surda numa existência de mais de meio século, com grande sofrimento. 

Os fatos que ocasionaram a condição limitante do seu corpo físico na última existência terrena originaram-se quando: “Dama vaidosa e influente da corte de Felipe II, na Espanha inquisitorial (...).”

A referência nos leva à pesquisa na enciclopédia Wikipédia, que registra o reinado de Felipe II no período de 1556 a 1598, portanto, no século XVI, sendo que aquele espírito renasceu com a problemática relatada, possivelmente no início do século XX, assim, foram transcorridos três séculos no mundo espiritual, pelo que se depara na narrativa esse tempo elástico foi de sofrimento, liberando-se após uma vida em corpo limitado e com muitas dificuldades. 

O título da mensagem é: “Ensinamento Vivo”, o que nos motivou  colocá-la neste “blog”, para a reflexão que todos devemos fazer sobre a condução da nossa presente vida, sendo que de acordo como vivemos as consequências no futuro serão de paz ou de sofrimentos.

Boa leitura!

                                                         Dorival da Silva   

Notas: 1. Mantivemos a ortografia válida à época do lançamento da obra original (1957).

2. Mensagem extraída da obra: Vozes do Grande Além, psicografia de Francisco Cândido Xavier, páginas 77 e 78.

 

 

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Ensinamento Vivo

                                            Maria da Conceição

 

Aqueles que se entregam às lides espiritistas encontram, surpresas consoladoras e emocionantes.

Visitáramos, várias vezes, Maria da Conceição, pobre moça que renascera paralítica, muda e surda, vivendo por mais de meio século num catre de sofrimento, sob os cuidados de abnegada avó.

Nunca lhe esqueceremos os olhos tristes, repletos de resignação e humildade, e que a morte cerrou em janeiro de 1954, como quem liberta dos grilhões da sombra infortunada criatura desde muito sentenciada a terríveis padecimentos. Pois, foi Maria da Conceição na nossa visitante, no encerramento das tarefas da noite de 30 de junho de 1955. Amparada por benfeitores da Espiritualidade, falou-nos em lágrimas de sua difícil experiência.

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 Filhos de Deus, que a paz do Senhor seja a vossa luz.

Enquanto permanecemos no corpo de carne, não conseguimos, por mais clara se nos faça a compreensão da justiça, apreender-lhe a grandeza em toda a extensão.

Admitimos a existência do Inferno que pune os transgressores e acreditamos no braço vingador daqueles que se entregam ao papel de carrascos de quantos se renderam ao sorvedouro do crime.

Raras vezes, porém, refletimos nos tormentos que a consciência culpada impõe a si própria, além-túmulo.

Fascinados pelo mundo exterior, dormitamos ao aconchego da ilusão e não nos recordamos de que, um dia, virá o despertar no mundo de nós mesmos.

A morte arranca-nos o véu em que nos ocultamos e ai de nós quando não temos por moldura espiritual senão remorso e arrependimento, vileza e degradação.

Achamo-nos em plena nudez, diante do autojulgamento, e somente assinalamos os quadros e gritos acusadores que nascem de nossa própria alma, exprimindo maldição.

Nossos olhos nada mais vêem senão o painel das lembranças amargas, os ouvidos não escutam outras palavras que não as do libelo por nós e contra nós, e, por mais vagueemos com a ligeireza do pensamento, através de milhares de quilômetros no espaço, encontramos simplesmente a nós mesmos, na vastidão do tempo, confinados ao escuro e estreito horizonte de nossa própria condenação.

Os dias passam por nós como as vagas no mar, lambendo o rochedo na solidão que lhe é própria, até que os raios da Compaixão Divina nos dissipem as sombras, ensejando-nos a prece como caridosa luz que nos clareia a furna da inconsciência.

É então que a Bondade do Senhor interfere na justiça, permitindo ao criminoso traçar mentalmente a correção que lhe é necessária.

E o delinqüente sempre escolhe a posição das vítimas que lhe sucumbiram às mãos, bendizendo a reencarnação expiatória que lhe faculta o reexame dos caminhos percorridos.

Trazida até aqui por nossos Benfeitores, falo-vos de minha experiência.

Sou a vossa irmã Conceição, que volta a fim de comentar convosco o impositivo da consciência tranqüila perante a Lei.

Administrais o esclarecimento justo às almas desgarradas do trilho reto e determinam nossos Instrutores vos diga a todos, encarnados e desencarnados, daquele esclarecimento vivo que nos é imposto pelas duras provas da vida, quando não assimilamos o valor da palavra enquanto é tempo!...

Paralítica, surda, muda e quase cega, não era surda para as vozes que me acusavam, na profundez de minhas dores da consciência, não era paralítica para o pensamento que se movimentava a distância de minha cabeça flagelada, não era muda para as considerações que me saltavam do cérebro e nem cega para os quadros terrificantes do plano imaginativo...

Dama vaidosa e influente da Corte de Filipe II, na Espanha inquisitorial, reapareci neste século, de corpo desfigurado, a mergulhar nos próprios detritos, corpo que era simplesmente a imagem torturada de minhalma, açoitada de angústia e emparedada nos ossos doentes, para redimir o passado delituoso.

Durante mais de cinqüenta anos sucessivos, por felicidade minha experimentei fome, frio, enfermidade e desprezo de meus semelhantes... Em toda a existência, como bênção de calor na carne devastada de sofrimento, não recebi senão a das lágrimas que me escorriam dos olhos...

Mas a doutrinação regeneradora que não recolhi da palavra de quantos me ampararam noutro tempo, com amoroso aviso, fui constrangida a assimilá-la sob o rude tacão de atrozes padecimentos.

Quando a lição do Senhor é recusada por nossos ouvidos, ressurge invariável, em nós mesmos, na forma de provação necessária ao reajuste de nossos destinos.

Dirigindo-me, assim, a vós outro que me conhecestes o leito atormentado no mundo e a vós que me escutais sem a vestimenta física, rogo devoção e respeito para com o socorro moral de Jesus através daqueles que lhe distribuem os dons de conhecimento e consolação.

Quem alcança a verdade, sabe o que deve fazer.

Submetamo-nos ao amor de Deus, enquanto há tempo de partilhar o tempo daqueles que mais amamos, a fim de que a dor não nos submeta, implacável, obrigando-nos a partilhar o tempo da dificuldade e da solidão.

Essa tem sido para mim a mais severa advertência da vida.

Com o Amparo Divino, entretanto, sinto que o meu novo dia nasceu.

Aprendamos, pois, a ouvir e a refletir, sem jamais esquecer que o Amor reina, soberano, em todos os círculos do Universo, recordando, porém, que a Justiça cumprir-se-á, rigorosa, na senda de cada um.


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Dinheiro

Elucidações de Emmanuel
Ano 7 - N° 350 - 16 de Fevereiro de 2014

Dinheiro

Abençoa o dinheiro para que o dinheiro te abençoe.

Em verdade, não temos nele a vida, mas em si mesmo se erige por valioso sustentáculo do progresso, sobre o qual a vida se aperfeiçoa.
 
Não é o amor; entretanto, suscita a simpatia e o reconhecimento em que, muitas vezes, o amor aparece em fontes de luz.
 
Não é a saúde; todavia, assegura o medicamento que combate a enfermidade.
 
Não é a paz; contudo, é fator de equilíbrio, promovendo o trabalho ou extinguindo muitos dos débitos que atormentam o espírito.
 
Não é a felicidade; no entanto, pode criar a felicidade a nosso favor, através do bem que é capaz de esparzir.
 
“Talvez… Talvez…”, dirás, com amargura de quantos viste no resvaladouro da delinquência por não saberem usufruí-lo com segurança e proveito.
 
De nossa parte, porém, tomamos a liberdade de perguntar se conheces todo o inventário:
das dores que o dinheiro suprime;
das lágrimas que enxuga;
das aflições que desfaz;
das empresas culturais que sustenta;
do reconforto que espalha;
das esperanças que semeia;
das boas obras que realiza;
das vidas que salva;
dos suicídios e delitos outros que consegue evitar;
das indústrias que incentiva e mantém;
das inteligências que aprimora; ou
das bênçãos de alegria que distribui.
 
Não censures a fortuna amoedada e nem condenes aqueles que a conservam, carregando responsabilidades e dirigindo-se a fins que ignoramos.
 
Na Terra o dinheiro é uma alavanca que a Divina Providência nos coloca nas mãos; manejando-a, tanto se pode marginalizar o coração nas trevas quanto edificar o luminoso caminho para a Vida Maior.
 
Dinheiro, em suma, vem de Deus, mas é forçoso reconhecer que a aplicação dele vem de nós.

 

Do cap. 6 do livro Diálogo dos Vivos, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos.
 
Mensagem extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que pode ser acessada no endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano7/350/emmanuel.html

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Louvor do Natal

 
Louvor do Natal

Senhor Jesus!

Quando vieste ao mundo, numerosos conquistadores haviam passado, cimentando reinos de pedra com sangue e lágrimas.

Na retaguarda dos carros de ouro e púrpura, em que lhes fulgia a vitória, alastravam-se, como rastros da morte, a degradação e a pilhagem, a maldição do solo envilecido e o choro das vítimas indefesas.

Levantavam-se, poderosos, em palácios fortificados e faziam leis de baraço e cutelo, para serem, logo após, esquecidos no rol dos carrascos da Humanidade.

Entretanto, Senhor, nasceste nas palhas e permaneceste lembrado para sempre.

Ninguém sabe até hoje quais tenham sido os tratadores de animais que te ofertaram esburacada manta por leito simples, e ignora-se quem foi o benfeitor que te arrancou ao desconforto da estrebaria para o clima do lar.

Cresceste sem nada pedir que não fosse o culto à verdadeira fraternidade.

Escolheste vilarejos anônimos para a moldura de tua palavra sublime... Buscaste para companheiros de tua obra homens rudes, cujas mãos calejadas não lhes favoreciam os voos do pensamento. E conversaste com a multidão, sem propaganda condicionada.

No entanto, ninguém conhece o nome das crianças que te pousaram nos joelhos amigos, nem das mães fatigadas a quem te dirigiste na via pública!

A História, que homenageava Júlio César, discutia Horácio, enaltecia Tibério, comentava Virgílio e admirava Mecenas, não te quis conhecer em pessoa, ao lado de tua revelação, mas o povo te guardou a presença divina e as personagens de tua epopeia chamam-se “O cego Bartimeu”, «o homem de mão mirrada», «o servo do centurião», «o mancebo rico», «a mulher cananeia», «o gago de Decápolis», «a sogra de Pedro», «Lázaro, o irmão de Marta e Maria»...

Ainda assim, Senhor, sem finanças e sem cobertura política, sem assessores e sem armas, venceste os séculos e estás diante de nós, tão vivo hoje quanto ontem, chamando-nos o espírito ao amor e à humildade que exemplificaste, para que surjam, na Terra, sem dissensão e sem violência, o trabalho e a riqueza, a tranquilidade e a alegria, como bênção de todos.

É por isso que, emocionados, recordando-te a manjedoura, repetimos em prece:
— Salve, Cristo! os que aspiram a conquistar desde agora, em si mesmos, a luz de teu reino e a força de tua paz, te glorificam e te saúdam!... 


Do cap. 90 do livro Religião dos Espíritos, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Copiada da Revista Eletrônica "O Consolador", no endereço: