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domingo, 23 de outubro de 2016

Enfermidades saneadoras - Joanna de Ângelis

Enfermidades saneadoras - Joanna de Ângelis

Toda enfermidade que aflige o ser humano possui as suas nascentes no cerne do Espírito. Ainda imperfeito, necessita depurar-se enfrentando a lapidação das suas arestas morais perniciosas.
Herança do passado evolutivo, quando os instintos básicos dominavam todas as suas ações, eles permanecem vigorosos e geram dificuldades nos momentos de decisões que devem ultrapassar as barreiras do ego, em benefício da sociedade.
Não fosse a necessidade do crescimento interior, a fim de lhe permitir o desabrochar dos valores de enobrecimento que jazem no seu íntimo, e o sofrimento não existiria.
A sua finalidade precípua é proporcionar o respeito às soberanas leis da Vida e ampliar-lhe a capacidade intelectual e o desenvolvimento moral.
Portanto, em vez de ter apenas um caráter punitivo, a enfermidade possui o objetivo terapêutico libertador dos males que insistem em permanecer dominantes.
Toda deficiência moral produz no perispírito um sinal que o organismo decodificará no momento próprio, para dar lugar à enfermidade.
Nos fenômenos graves das expiações decorrentes dos delitos de alta significação, apresentam-se as manifestações genéticas na imensa gama de deformidades que constituem o recurso depurativo necessário à libertação, à conquista da harmonia. Como não se pode fugir do cárcere imposto pela reencarnação, desde muito cedo o Espírito vivencia a evolução a que se negou, comprometendo-se com severidade.
Noutras vezes, as dificuldades de outro gênero - moral, social, econômica, emocional e psíquica - constituem elementos de redenção por aprimorarem os sentimentos e ensejarem a autoiluminação.
Há, no entanto, o recurso do bem fazer ao alcance de todos, que propicia a sua reabilitação com perspectivas de crescimento espiritual.
Graças à lei de evolução, a ciência médica alcançou na atualidade elevado patamar que proporciona com a sua tecnologia alterações profundas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Certamente, esses recursos estão distantes da grande maioria dos comprometidos espirituais. No entanto, quase todos desfrutam dos benefícios da assepsia, da anestesia, de cirurgias extraordinárias, que os auxiliam na recuperação ou na atenuação das doenças.
Indispensável, todavia, que se operem também transformações internas para que ocorra o resgate do erro, o conhecimento da verdade, a consideração pela existência, tornando menos áspera a jornada.
A ausência, porém, do conhecimento espiritual responde pelo prolongamento dos processos degenerativos, degradantes da matéria e, principalmente, aqueles que dizem respeito à emoção.
Em qualquer situação, a preservação do equilíbrio mental é responsável pela atividade reparadora, especialmente quando impulsiona o paciente para a introspecção, a autodescoberta e a identificação da imortalidade de que se constitui.     
Não ocorrendo essa experiência valiosa, transfere-se de uma para outra problemática, mantendo-se o quadro enfermiço que aparece e retorna com frequência.
Seja qual for a problemática que te aflija ou desconserte na área da saúde ou de tudo o que possa te constituir infortúnio, não te entregues à ansiedade e ao desespero, visto que a tranquilidade favorecerá o teu restabelecimento.
As ondas mentais de aceitação e o contínuo direcionamento para o bem auxiliarão com vigor o processo de restauração da saúde e da manutenção da paz.
*   *   *
É fenômeno natural o desgaste orgânico, assim como as complexidades emocionais e psíquicas pertencem ao mesmo esquema de harmonia ou desajuste.
A inevitabilidade da morte ronda a existência e sempre aguarda que sejam propiciados os fatores de instalação das doenças.
Ninguém há que atravesse a existência terrena em barcas de exceção.
Observa antigos atletas que apenas cuidaram do corpo, ora consumidos pelos excessos que os induziram a manter-se no clímax ilusório do altar da vaidade.
Alguns foram vitimados por tormentos emocionais que não souberam controlar, enquanto expressivo número de triunfadores de um dia recorreram a drogas perversas que os ludibriaram e se encontram inutilizados.
Cada fase da existência possui sinais de beleza, de resistência, de valores inapreciáveis, que permitem um canto de gratidão a Deus.
A velhice, por mais postergada, é inevitável, e as características que a assinalam são irremovíveis.
Desse modo, acende a luz do amor no imo e deixa-te incendiar pela alegria de viver.
Estabelece o teu programa de educação íntima e preservarás o estado saudável em todos os períodos existenciais, mesmo naqueles em que sejas visitado por alguma ocorrência doentia.
Busca no trabalho de auxílio fraternal a sustentação da tua utilidade de viver, e faze a tua existência valiosa para todos aqueles que se te acerquem com necessidades.
Não te atormentes com as doenças nem com os desafios existenciais.
Constituem esses recursos bênçãos que Deus oferece àqueles que O buscam e necessitam de alcançar a plenitude.
Quando, porém, as dificuldades se te fizerem mais severas, recorre à oração que te vinculará aos dínamos superiores da Vida de onde haurirás forças e resistência para superar a fase angustiante.
Quem ora fortalece-se na captação das vibrações harmoniosas espalhadas pelo Universo.
Doença é sinal de imperfeição em processo de aprimoramento.
Não recalcitres, pois, contra a dor, nem ao natural fenômeno do desgaste orgânico .
*   *   *
Jesus, que é perfeito, jamais se apresentou, durante a sua existência, assinalado por qualquer distúrbio.
Saudável e jovial, apresentou o reino de ventura num momento de aridez dos sentimentos e de desesperos morais, tornando-se modelo de coragem ante a dor e a incompreensão dos seus coevos, a fim de que tu, por tua vez, transformes qualquer doença em bênção reparadora.   
Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de
25 de novembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
 em Salvador, Bahia.
Em 5.10.2016.
Mensagem extraída do endereço abaixo:
http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=436 

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O fenômeno da morte


O fenômeno da morte

Presente e constante na existência humana, o fenômeno da morte constitui uma fatalidade da qual ninguém consegue eximir-se.
Ocorrendo a cada momento nas células, que também se renovam, ocasião chega em que a anóxia cerebral se encarrega de parar as funções do tronco encefálico, interrompendo a ocorrência biológica da vida física.
Todos os seres que nascem morrem, dando prosseguimento ao milagre da vida em outra dimensão, aquela de onde tudo procede.
O objetivo essencial da existência física, em consequência,  é a construção e a vivências dos valores éticos responsáveis pelo progresso incessante do Espírito até o momento em que alcança a plenitude.
Mesmo nos reinos vegetal e animal, o processo de nascimento e morte obedece à planificação do desenvolvimento evolutivo da essência divina presente em tudo e em toda parte como fundamental manifestação da vida.
Desde quando criado o ser, o deotropismo atrai-o com força dinâmica inescapável...
Ao atingir a fase do instinto, desenham-se-lhe no psiquismo, pelas experiências, os pródromos da razão, passo gigantesco no rumo da angelitude.
Fixar os valores que dignificam e elevam, que o libertam das heranças grosseiras da fase antropológica primitiva, torna-se-lhe, portanto, imposição inevitável que o arrasta no rumo da ascese, que se lhe constitui meta a ser conquistada.
Passo a passo, experiência após vivência, a ânsia de alcançar a paz e a sabedoria estimula-o ao prosseguimento, mesmo quando sob ações penosas do sofrimento, decorrente da desatenção e da rebeldia ante as leis que regem o universo.
Parte integrante do Cosmo, essa unidade minúscula que é o ser humano, à semelhança de uma micropartícula que forma a unidade atômica, deve manter a sua constância sob o comando da consciência lúcida que reflete o estágio em que se encontra.
As ocorrências desastrosas por falta de discernimento, por teimosia dos instintos agressivos, retardam-lhe a marcha, sem dúvida, porém, não impedem que ocorram novas oportunidades vigorosas em provações ou expiações pungitivas que se encarregam de corrigir as anfractuosidades morais e os desvios comportamentais, impondo a conduta correta como a solução adequada para o equilíbrio e o bem-estar.
Viver é automático, porém, bem viver, selecionando as questões que promovem os sentimentos e a inteligência em níveis mais elevados, para a conquista da sabedoria, deve ser o objetivo de máxima importância para todo viajante na indumentária carnal.
Sócrates, totalmente lúcido e decidido a demonstrar a sua grandeza moral em fidelidade a tudo quanto ensinou e viveu, recebeu a morte como um grande bem.
Instado a fugir por Críton, que houvera organizado um plano audacioso com os seus demais amigos, surpreendeu-se e o repreendeu, demonstrando que as leis, mesmo quando injustas, devem ser obedecidas, de modo que a sociedade aprenda a estabelecer códigos de nobreza.
Caso fugisse, evidenciaria que era realmente o que dele diziam os inimigos, especialmente aqueles que o levaram ao tribunal com infâmias grosseiras.
E sofismando a respeito da existência, qual fizeram antes os juízes, anuiu com tranquilidade à sentença infame, demonstrando que a existência física é uma experiência de iluminação e não uma pousada para o prazer infinito.
Buda, de igual maneira, despedindo-se dos discípulos que aguardavam mais informações, a fim de darem continuidade à divulgação dos seus pensamentos, informou que lhes legava o dharma – a ordem universal imutável – e, serenamente abandonado por muitos que antes o assistiam, silenciou a voz e retornou à pátria da imortalidade.
Jesus é o exemplo máximo, porque no auge dos sofrimentos pôde pronunciar frases que assinalariam com vigor a sua despedida, desde o perdão aos crucificadores que não sabiam o que estavam fazendo (Lucas, 23:34), até entregar a mãezinha aos cuidados do discípulo amado e este ao seu carinho (João, 19:26-27), rompendo os laços da consanguinidade terrestre em favor da fraternidade universal.
Foi mais além, dialogando com o ladrão que lhe suplicava ajuda e socorrendo-o com a resposta da sublime esperança da sua entrada no reino dos Céus (Lucas, 23:43), assim que se desvencilhasse das asperezas dos erros, e se cumprisse tudo para quanto viera, num inolvidável silêncio após o tudo consumado(João, 19:30).
Logo mais, porém, retornava em júbilo na madrugada esplendente de sol e de beleza, confirmando a imortalidade e o triunfo da vida sobre contingência material, de modo que os amigos e quantos outros que o viram pudessem superar a injunção corpórea e voar nos rumos do Infinito.
Francisco de Assis, sofrido pela ingratidão de alguns dos melhores companheiros, ferido e maltratado, sem forças nem resistências orgânicas, exauriu-se lentamente, cantando sempre até o último hausto, a ponto de ser censurado por tanta alegria...
Todos aqueles que descobriram a imortalidade enfrentaram o fenômeno da consumpção dos tecidos orgânicos com estoicismo e naturalidade, alegrando-se com o término da tarefa terrestre abraçada, de modo a retornarem vitoriosos ao grande Lar de onde partiram no rumo do planeta terrestre.

*

Reflexiona diariamente a respeito da tua partida em direção à imortalidade, preparando-te, a fim de que não te fixes em interesses mesquinhos retentivos da retaguarda material.
Treina o pensamento em considerações constantes em torno da desencarnação, porquanto ela chegará, talvez, quando menos a esperes.
Se tiveres a felicidade de enfermar por longo prazo, diluindo os liames retentivos do corpo físico, isto será uma bênção.
Mas se fores convocado repentinamente, deixa-te conduzir com alegria, certo de que viverás.
Nada obstante, prepara-te conscientemente para enfrentar esse fenômeno terminal, agradecido ao corpo que te vem servindo de instrumento para a evolução, bem como a tudo quanto te ocorre na atual conjuntura evolutiva.
 
                                                                    Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na tarde de
2 de junho de 2014, na residência de Dominique e
Armandine Chéron, em Vitry-sur-Seine, França.
Em 8.12.2014.
A mensagem acima foi copiada do sítio:
http://divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=287