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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Dissertação de Além-Túmulo: A INFÂNCIA

Dissertação de Além-Túmulo: A INFÂNCIA -- Comunicação espontânea do Sr. Nélo, Médium, lida na Sociedade em 14 de janeiro de 1859 -- REVISTA ESPÍRITA (fevereiro de 1859)

Não conheceis o segredo que, na sua ignorância, escondem as crianças. Não sabeis o que são, nem o que foram, nem em que se tornarão. E, contudo, as amais e as prezais como se fossem uma parte de vós mesmos, de tal sorte que o amor de uma mãe pelos filhos é reputado como o maior amor que um ser possa ter por outro ser. De onde vem essa doce afeição, essa terna benevolência que os próprios estranhos sentem por uma criança? Vós o sabeis? Não. É isso que vos quero explicar.

As crianças são seres que Deus envia em novas existências; e, para que elas não possam queixar-se de sua grande severidade, dá-lhes toda a aparência da inocência; mesmo numa criança de natureza má seus defeitos são cobertos pela inconsciência de seus atos. Essa inocência não é uma superioridade real sobre aquilo que foram antes; não, é a imagem do que deveriam ser; e, se não o são, unicamente sobre elas recairá a culpa.

Mas não foi apenas por elas que Deus lhes deu esse aspecto; foi também e sobretudo por seus pais, cujo amor é necessário à sua fraqueza; e esse amor seria singularmente enfraquecido à vista de um caráter intolerante e impertinente, ao passo que, supondo os filhos bons e meigos, dão-lhes toda a sua afeição e os cercam das mais delicadas atenções. Mas quando as crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência que lhes foi prodigalizada durante quinze ou vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda a sua nudez: permanece bom, se for fundamentalmente bom, mas se irisa sempre de matizes que se ocultavam na primeira infância.

Vedes que os caminhos de Deus são sempre os melhores e que, quando se tem puro o coração, fácil é conceber a explicação.

Com efeito, imaginai que o Espírito das crianças que nascem entre vós pode vir de um mundo onde adquiriu hábitos completamente diferentes. Como quereríeis que estivesse em vosso meio esse novo ser, que vem com paixões completamente diversas das que possuís, com inclinações e gostos inteiramente opostos aos vossos? Como quereríeis que se incorporassem em vossas fileiras de modo diferente do que Deus o quis, isto é, pelo crivo da infância? Aí se vêm confundir todos os pensamentos, todos os caracteres, todas as verdades de seres engendrados por essa multidão de esferas onde se desenvolvem as criaturas. Vós mesmos, ao morrer, vos encontrais numa espécie de infância, em meio a novos irmãos. E, em nova existência fora da Terra, ignorais os hábitos, os costumes e as relações desse mundo tão novo para vós; manejareis com dificuldade uma língua que não estais habituados a falar, língua mais viva do que o vosso pensamento atual.

A infância tem ainda outra utilidade. Os Espíritos não entram na vida corporal senão para se aperfeiçoarem, para se melhorarem. A fraqueza da tenra idade os torna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que devem fazê-los progredir. É então que podemos reformar o seu caráter e reprimir seus maus pendores. Tal é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual hão de responder.

Assim, não somente a infância é útil, necessária e indispensável, mas, ainda, é a consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo.


Observação – Chamamos a atenção de nossos leitores para esta notável dissertação, cujo elevado alcance filosófico é facilmente compreensível. Que há de mais belo, de mais grandioso que essa solidariedade que existe entre todos os mundos? Que de mais apropriado para nos dar uma ideia da bondade e da majestade de Deus? A Humanidade cresce por tais pensamentos, ao passo que se avilta se a reduzimos às mesquinhas proporções de nossa vida efêmera e de nosso imperceptível mundo entre os demais mundos.

                                       (Observação de Allan Kardec)

-- A página acima também poderá ser acessada através do endereço:

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

OS INIMIGOS DESENCARNADOS


Não sendo a morte física o aniquilar da vida, é natural que todos aqueles Espíritos que se transferem de retorno para o mundo espiritual mantenham as características morais que lhes assinalavam a individualidade.


Recuperando a lucidez após o decesso celular, volvem à consciência as mensagens que foram armazenadas durante a trajetória orgânica, auxiliando-os na evocação de acontecimentos e feitos nos quais participaram.


Em algumas ocasiões, não ocorre esse fenômeno, em razão do estado de perturbação em que se encontram após o túmulo, mantendo fixações enfermiças e condutas infelizes.


Compreensivelmente, no primeiro caso, ressumam com mais facilidade as impressões vigorosas, aquelas que fortemente feriram ou dignificaram as emoções.


Nesse capítulo, os sentimentos de animalidade que tipificam os Espíritos inferiores ressurgem, levando-os aos processos de angústia e ressentimento, que procuram contornar mediante o desforço a que se propõem contra aqueles que os afligiram e que permanecem na viagem carnal.


É compreensível que, não possuindo os tesouros morais de nobreza nem de elevação, deixem-se consumir pelo ódio, sendo levados às fontes geradoras do sofrimento que experimentam, no caso, as pessoas que se fizeram responsáveis pela sua desdita.


Surgem, nessa fase, as vinculações psíquicas com os antigos desafetos, aqueles que se tornaram motivo da sua aflição.


Reconhecendo a razão do sofrimento, sem, no entanto, entender as causas profundas, aquelas que dizem respeito à Justiça Divina, em face do desconhecimento da reencarnação e sua Lei de Causa e Efeito, convertem-se em inclementes cobradores do que supõem serem dívidas para com eles contraídas.


Dispondo de mobilidade e fixando-se mentalmente ao adversário mediante a afinidade moral, inicia-se o doloroso processo de obsessão, que tanto se apresenta em forma de surto patológico, na área dos distúrbios psicológicos de conduta e de emoção, bem como em lenta e perversa inspiração doentia que termina por transformar-se em transtorno mais grave.


Quando não se encontram lúcidos, são igualmente atraídos, em razão da lei de sintonia existente entre devedor e cobrador, decorrente da convivência espiritual nas mesmas faixas de inferioridade em que se movimentam os encarnados e os desencarnados.


Não padece qualquer dúvida, quanto à influência exercida pelos Espíritos na convivência com as criaturas humanas, especialmente com aquelas de natureza permissiva e vulgar, cruel e indiferente, em razão do estágio moral em que ainda se encontram.


Pululam em volta do planeta bilhões de seres espirituais em estágio primário de evolução, aguardando ensejo de renascimento carnal, tanto quanto de desencarnado em estado de penúria e de sofrimento que se transformam em parasitas dependentes de energias específicas, que exploram e usurpam dos seres humanos que se lhes assemelham.


Desse modo, aqueles que se sentem prejudicados de alguma forma têm maior facilidade em imiscuir-se na economia mental e emocional daqueles que consideram seus adversários pelos prejuízos que lhes teriam causado, perseguindo-os de maneira consciente ou não.


Os inimigos desencarnados constituem fator de desequilíbrio na sociedade terrestre que deve ser levado em conta pelos estudiosos do comportamento e das diretrizes sociológicas.

***

O mundo espiritual é preexistente ao físico, real e fundamental de onde vêm as populações humanas e para onde retornam mediante o veículo da desencarnação.

O objetivo essencial da desencarnação é propiciar o desenvolvimento intelecto-moral do Espírito na sua trajetória evolutiva.

Possuindo o psiquismo divino embrionário, em cada etapa do processo de crescimento desdobram-se-lhe faculdades e funções adormecidas que se agigantarão através dos evos até que seja alcançada a plenitude.

Não obstante, os atavismos que remanescem como tendências para repetir os gravames e os equívocos a que se acostumaram, exercem maior predominância em a natureza de todos, embora o Deotropismo que o atrai na direção fecunda e original da sua causalidade.

A escolha de conduta define-lhe o rumo de ascensão ou de queda, a fim de permanecer no obscurantismo em relação à verdade ou no esforço dignificante da autoiluminação.

Quando se esforça pelo bem proceder, prosseguindo na vivência das regras da moral e do bem, libertando-se dos grilhões dos vícios, mais facilmente alcança os níveis elevados de harmonia interior e os planos espirituais de felicidade, onde passa a habitar.

Todavia, quando se compromete na ação do mal, é induzido a reescrever as páginas aflitivas que ficaram na retaguarda, resgatando os delitos praticados através do sofrimento ou mediante as ações de benemerência que o dignificam.

Em razão da comodidade moral e da preguiça mental, situa-se, não raro, na incerteza, na indiferença em relação ao engrandecimento ou comprazendo-se nas sensações nefastas, quando poderia eleger as emoções superiores para auxiliar-se e para socorrer aqueles a quem haja prejudicado, reparando os males que forem gerados mediante os contributos de amor educativo oferecidos.

Os inimigos desencarnados, desse modo, vinculam-se aos seres humanos atraídos pelas afinidades morais, pelos sentimentos do mesmo teor, pelas condutas extravagantes que se permitem.

***


Nunca desperdices a oportunidade de ser aquele que cede em contendas inúteis quão perniciosas;

de perder, no campeonato da insensatez, a fim de ganhar em paz interior;
de servir com devotamento, embora outros sirvam-se, explorando a bondade do seu próximo;
de oferecer compreensão e compaixão em todas e quaisquer circunstâncias que se te deparem;
de edificar o bem onde te encontres, na alegria ou na tristeza, na abundância ou na escassez:
de oferecer esperança, mesmo quando reinem o pessimismo e a crueldade levando ao desânimo e à indiferença;
de ser aquele que ama, apesar das circunstâncias perversas;
de silenciar o mal, a fim de referir-te àquilo que contribua em favor da fraternidade;
de perdoar, mesmo aquilo e aquele que, aparentemente não mereçam perdão;
de ensinar corretamente embora predominem a prepotência, e, por essa razão mesmo...
Nunca te canses de confiar a Deus, seja qual for a situação em que te encontres.
Vestindo a couraça da fé e esgrimindo os equipamentos do amor, os teus inimigos desencarnados não encontrarão campo emocional nem vibratório em ti para instalar as suas matrizes obsessivas, permitindo-te seguir em paz, cantando a alegria de viver e iniciando a Era Nova de felicidade na Terra.


Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo P.Franco, na sessão mediúnica da noite de 28 de fevereiro de 2005, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.) – Jornal Mundo Espírita, julho de 2009, nº 1.500)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Memória Além-Túmulo

          Nos dias atuais se fala muito em destruição, atentados, assassinatos, insurgências de toda ordem; enfim, muito desrespeito para com a existência. Embora o ser humano carregar a própria história, transita com um corpo de carne, tendo-o desgastado por muitos fatores, que se enumeram, principalmente, com a velhice, a doença, o acidente..., ainda, a autodestruição, pelo suicídio direto ou indireto, abandona o corpo de manifestação no mundo material mantendo toda a memória, recobrando-a no plano espiritual, de acordo com as suas possibilidades morais. Com essa abordagem vamos transcrever adiante a questão nº 220 de "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, e o texto extraído do livro: Religião dos Espíritos, do espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, esta que enseja o título da postagem, que é muito elucidativa sobre a percepção própria do Espírito quando retorna à espiritualidade.

           
              220 – Mudando de corpo (reencarnando), pode o Espírito perder algumas faculdades intelectuais, deixar de ter, por exemplo, o gosto das artes? (grifo nosso).

       Resposta dos Espíritos responsáveis pelas revelações constantes da Codificação Doutrinária Espírita: “Sim, se corrompeu sua inteligência ou a utilizou mal. Além disso, uma faculdade qualquer pode ficar adormecida durante uma existência inteira, se o Espírito quiser exercitar outra que com ela não guarde relação. Neste caso, permanece em estado latente, para ressurgir mais tarde.”

          Na continuidade registramos o comentário do Espírito Emmanuel,  que se deu em reunião pública  do dia 16-01-1959, em estudo realizado juntamente com a equipe da Comunhão Espírita Cristã da cidade de Uberaba (MG), com a anotação do médium Francisco Cândido Xavier, como segue:





            “Memória além-túmulo


Reunião pública de 16/1/59

Questão nº 220


             Automaticamente, por força da lógica, elege o homem na contabilidade uma das forças de base ao próprio caminho.

              Contas maiores legalizam as relações do comércio e contas menores regulamentam o equilíbrio do lar.

        Débitos pagos melhoram as credenciais de qualquer cidadão, enquanto que os compromissos menosprezados desprestigiam a ficha de qualquer um.

          Assim também, para lá do sepulcro, surge o registro contábil da memória como elemento de aferição do nosso próprio valor.

                A faculdade de recordar é o agente que nos premia ou nos pune, ante os acertos e os desacertos da rota.

               Dessa forma, se os atos louváveis são recursos de abençoada renovação e profunda alegria nos recessos da alma, as ações infelizes se erguem, além do túmulo, por fantasmas de remorso e aflição no mundo da consciência.

         Crimes perpetrados, faltas cometidas, erros deliberados, palavras delituosas e omissões lamentáveis esperam-nos a lembrança, impondo-nos, em reflexos dolorosos, o efeito de nossas quedas e o resultado de nossos desregramentos, quando os sentidos da esfera física não mais nos acalentam as ilusões.

          Não olvideis, assim, que, além da morte, a vida nos aguarda em perpetuidade de grandeza e de luz, e que, nessas mesmas dimensões de glorificação e beleza, a memória imperecível é sempre o espelho que nos retrata o passado, a fim de que a sombra, reinante em nós, se dissolva, nas lições do presente, impelindo-nos a seguir, desenleados da treva, no encalço da perfeição com que nos acena o futuro. ”


Observação -  a obra inteira pode ser consultada através do endereço:
http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/chicoxavier/