Como buscar ajuda para seus problemas?
Há uma busca
grandiosa junto a Jesus, junto a Deus na solução de problemas dos mais
variados, são questões financeiras, desajustes familiares, doenças, desvios
comportamentais, desarranjos emocionais, viciações... Muitas lágrimas, sofrimentos intensos. Recorrem-se a templos religiosos de variada
denominação, quase sempre depois de ter buscado solução pelas vias regulares
para cada situação, não as encontrando.
Essas buscas fazem em
extrema necessidade, em desespero, pois não vê solução plausível. Acolhe
sugestão de parente, amigo ou qualquer um que possa apresentar uma
possibilidade de solução para o problema existente.
Atribuir a outrem
resolver o problema, dar término ao sofrimento, estabelecer a paz. É real essa
possibilidade, somente porque procurou um templo religioso? As práticas que são
oferecidas são transformadoras do indivíduo ou apenas são artifícios para
acumular prosélitos?
Vejamos. Quem busca
ajuda em algum templo religioso é a pessoa que é o problema ou somente o
familiar que sofre com o problema?
Situação que precisa ser analisada. Se o doente, o dependente ou o
rebelde não pretende mudança, não acolhe orientação e se compraz com a situação
que vive, assim o caso é bastante complexo.
Se quem busca ajuda é o doente, o caminho para solução é mais curto.
Nos Templos
religiosos sérios, que propõem o Evangelho de Jesus, como medicamento da alma,
são respeitáveis, no entanto, precisa-se compreender que o doente precisa tomar
esse medicamento, voluntariamente. O que exigirá estudo, compreensão, mudança dos
valores negativos que estão arraigados na sua intimidade – o que vai levar ao
exercício da meditação. Para as dores
morais, ressentimentos, mágoas, será imprescindível considerar o perdão das
ofensas que lhe corroem a alma. A desordem moral está no próprio indivíduo, que reflete no dia a dia atrapalhando a vida.
Se algumas ofensas
recebidas nos correm a alma, as ofensas que destinamos a outrem nos
proporcionam o mesmo efeito. Por isso é necessário a reconciliação. É indicação
do Evangelho.
Outro ponto crucial é
o auto perdão. É preciso reconhecer que
somos falíveis, que erramos e podemos nos corrigir, temos defeitos e
fragilidades, mas temos que considerar que os outros também estão nesta mesma
faixa evolutiva, com as mesmas dificuldades.
Jesus ensina “perdoar
setenta vezes sete vezes os erros do próximo contra nós”, o que corresponde
perdoar definitivamente. Essa receita de Jesus é como uma vacina polivalente,
contra infindáveis problemas na vida do indivíduo, porque o perdão é solução
para quem perdoa. Assim se evitam os crimes de toda ordem, vinganças,
ódios... As doenças da alma trazem a
infelicidade nesta vida, que fica horrível, que continua depois da morte, vez
que morrendo o corpo não soluciona as feridas da alma, continuará sofrendo. Tanto aqui com o corpo como lá sem o corpo
quem sofre sempre é a alma.
Comparecer a um
Templo religioso é uma boa decisão, no entanto, não poderemos nos encher de
ilusões, acreditar no imediatismo, em cerimônias estapafúrdias, demonstrações
exibicionistas, soluções relâmpagos para as nossas aflições, não é esse o
ensinamento do Evangelho de Jesus. A
harmonização da vida de um indivíduo inicia-se no desejo de melhoria e no
trabalho para a mudança de seu estado interior. As modificações iniciam-se de
dentro para fora, na profundidade da alma. Não há solução sem esforços
próprios. Todos poderão colaborar, mas não farão a parte que nos compete.
A cura com o
Evangelho é lenta e gradual, precisa da modificação daquele que se propõe à
melhoria íntima, a cura precisa ser provada, poderá haver
recaída, exigirá grande esforço, porque nas questões da vida espiritual somente
prevalece o mérito, não há dúvida, porque a cura proposta por Jesus é cura
definitiva. A preocupação de Jesus não
era de curar corpos e sim curar a alma, o que se corresponde salvá-la, do seu
estado miserável. É bom dizer que a iniciativa para a melhoria modifica o estado geral com novo ânimo para a vida.
Exceção existe para
aquele que está dementado ou organicamente impossibilitado de se orientar,
sendo que a solução virá em outra existência, ou a própria doença é o remédio
que curará a alma.
Há grande ilusão
quando se busca Jesus ou Deus, com o fim único de resolver problemas puramente
materiais, porque isso compete aos próprios homens ou as suas organizações.
Quando o objetivo é buscar a coragem, a esperança, a confiança para vencer suas
limitações, suas viciações, seus desregramentos, o egoísmo, o orgulho e a
vaidade, para praticar o bem, a justiça, a caridade, aí a situação muda, se
houver sinceridade. Os céus se
movimentarão para oferecer o possível, em socorro daquele que quer melhoria
espiritual. A vida é um grande empreendimento visando o aprimoramento da
alma. De outra forma, seria inútil aqui
estar.
Cuidar das coisas
materiais, construir, conservar, desenvolver tecnologias, contribuir com a
Natureza, esforçar-se para a melhoria da vida social fazem parte do
desenvolvimento da inteligência e da responsabilidade, que são compatíveis com
a evolução espiritual alcançada. As
doenças, os desequilíbrios emocionais, as questões financeiras e econômicas são
experiências negativas ou não, depende como são encaradas e as disposições para
as correções, a vida é laboratório vivo, nós, os encarnados, somos os elementos
em aprimoramento. Nesse cadinho que avaliamos as nossas deficiências, o nível
de competência, conquistamos virtudes, ampliamos a inteligência, melhoramos o
relacionamento com o próximo e acumulamos riqueza espiritual. Aí está a ventura do Evangelho de Jesus, dar
suporte para vencermos a nós mesmos.
Agora pode-se dizer
que Jesus ou Deus, conforme a busca que se faz, em conta os princípios
religiosos, está presente, nos houve, nos atende, sim, é uma verdade, porque
fazem com a Lei Natural, que tudo rege, e não falha, mas não acontece de acordo
com os caprichos dos homens. Ninguém sofre além do necessário, caso assim não
fosse, seria uma injustiça, no entanto, todos temos a certeza que a Lei Divina
é justa.
É indispensável que o
homem faça a sua parte na vida, pois os céus aguardam que apresente as suas
obras, são elas que determinarão o seu estado de paz e felicidade ou não. Jesus
ensinou: “A cada um segundo as suas obras”, aí está a maior justiça, ninguém
determinará a sua felicidade ou ruína, além de si mesmo.
Todos os seres
humanos têm autonomia, o que quer dizer, tem o livre-arbítrio, portanto,
precisa fazer a sua parte, ninguém virá dos céus para resolver o que é de sua
conta, porque quem pode tem discernimento, tem responsabilidade, e não faltaria
com a caridade, retirando a oportunidade de crescimento de quem quer que seja.
Seria um grande erro, e Seres Sublimados não erram, conhecem o pensamento
Divino e suas Leis e os respeitam.
Dorival
da Silva