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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

PÃO DE CADA DIA

                                                  PÃO DE CADA DIA  

“Dá-nos cada dia o nosso pão.” — Jesus.  

(LUCAS, capítulo 11, versículo 3.) 

 

  Já pensaste no pão de cada dia?  

A força de possuí-lo, em abundância, o homem costuma desvalorizá-lo, à maneira da criatura irrefletida que somente medita na saúde, ao sobrevir a enfermidade.  

Se a maioria dos filhos da Terra estivessem à altura de atender à gratidão nos seus aspectos reais, bastaria o pão cotidiano para que não faltassem às coletividades terrestres perfeitas noções da existência de Deus. Tão magnânima é a bondade celestial que, promovendo recursos para a manutenção dos homens, escapa à admiração das criaturas, a fim de que compreendam melhor a vida, integrando-se nas responsabilidades que lhes dizem respeito, nas Organizações de trabalho a que foram chamadas, com a finalidade de realizarem o aprimoramento próprio.  

O Altíssimo deixa aos homens a crença de que o pão terrestre é conquista deles, para que se aperfeiçoem convenientemente no dom de servir. Em verdade, no entanto, o pão de cada dia, para todas as refeições do mundo, procede da Providência Divina.  

O homem cavará o solo, espalhará as sementes, defenderá o serviço e cooperará com a Natureza, mas a germinação, o crescimento, a florescência e a frutificação pertencem ao Todo-Misericordioso.  

No alimento de cada dia prevalece sublime ensinamento de colaboração entre o Criador e a criatura, que raras pessoas se dispõem a observar. Esforça-se o homem e o Senhor lhe concede as utilidades.  

O servo trabalha e o Altíssimo lhe abençoa o suor.  

É nesse processo de íntima cooperação e natural entendimento que o Pai espera colher, um dia, os doces frutos da perfeição no espírito dos filhos. 

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Mensagem extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, capítulo 174, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, ano de 1948. 

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REFLEXÃO:  

Diante das conturbações existentes no mundo, que não se limitam a uma parte, mas afetam, de alguma forma, o contexto geral, em todas as sociedades veem-se os males e a doenças morais.   

Quando analisamos a lição acima, percebemos quanto nos falta para termos um mundo regenerado (o que podemos compreender: quando a parcela da humanidade que pensa no bem, seja a maioria).  Que os males que vierem a público, sejam considerados grandes escândalos, objeto de atenção profunda não somente para apurar responsabilidades, mas para se achar solução definitiva, proporcionando os meios para a cura dos doentes da Alma.  O caminho ainda é longo, no entanto, começa com o pensar nessa possibilidade.  Trabalhar para que isso aconteça, mesmo que seja num horizonte de séculos. 

Espírito são (equilibrado, evangelizado) não realiza o mal em tempo algum.  Porque o mal não pertence à sua natureza, já é estágio evolutivo superado, somente faz o bem e só no bem pensa.  

  "Já pensaste no pão de cada dia?"  A pergunta que o Espírito Emmanuel coloca no início de sua argumentação, abre nossas perspectivas educativas, sobre o Criador, como reproduzimos adiante: "Se a maioria dos filhos da Terra estivessem à altura de atender à gratidão nos seus aspectos reais, bastaria o pão cotidiano para que não faltassem às coletividades terrestres perfeitas noções da existência de Deus. Tão magnânima é a bondade celestial que, promovendo recursos para a manutenção dos homens, escapa à admiração das criaturas, a fim de que compreendam melhor a vida, integrando-se nas responsabilidades que lhes dizem respeito, nas Organizações de trabalho a que foram chamadas, com a finalidade de realizarem o aprimoramento próprio." Vejamos que o alimento de todos os dias está para o pobre, para o rico, para o ignorante, para o criminoso... 

Deus faz que o Sol nasça para justos e injustos, pois a sua perspectiva é de eternidade.  A imperfeição pertence aos homens (humanidade), o planeta Terra é apenas um departamento de oportunidades ao aprimoramento do Espírito humano.  

O que falta é a análise e a reflexão sobre a vida, para compreender que tudo gira em benefício da criatura humana. No entanto, há rebeldia. Própria do ingrato! Há quantos milênios os homens matam e destroem povos -- seus irmãos --, aniquilam parte da Natureza, queimam irresponsavelmente florestas, não se importam com a morte dos animais e dos ecossistemas, no intuito de saciar suas sanhas criminosas. Se faltou alimento em algum tempo ou região, foi pela própria incúria dos que ali viveram e por seus interesses desrespeitaram os meios produtivos ou proporcionaram o esgotamento dos recursos naturais que ofereciam extrativismo abundante. 

 "O Altíssimo deixa aos homens a crença de que o pão terrestre é conquista deles, para que se aperfeiçoem convenientemente no dom de servir. Em verdade, no entanto, o pão de cada dia, para todas as refeições do mundo, procede da Providência Divina." Hoje, o homem tem inteligência e tecnologias bastante avançadas, que proporcionaram ampliação da produtividade agropecuária, nas atividades mais desenvolvidas, de estudos e pesquisas chamadas de "ponta", as consciências também se dilataram, reconhecendo-se que sem o respeito à Natureza não se produz a contento. Assim, não se descuram de proteger as fontes e mananciais de águas, a conservação dos terrenos produtivos, tanto quanto os ecossistemas que dão sustentabilidades às produções sistematizadas. 

Assim, todas as percepções vão até o máximo que os meios tecnológicos apontam, sem avançar além desse ponto, pois, daí em diante, os olhos e mentes pesquisadores precisam, além do microscópio e outros equipamentos modernos, do elemento espiritual capaz de avançar no terreno não material. Somente com a mente forrada na pesquisa e ciências navega no campo da subjetividade. O campo da compreensão intuitiva e dedutiva das percepções espirituais, com o alcance da base da Natureza Divina que cuida da Humanidade para atendimento de sua evolução, material e espiritual. 

"O homem cavará o solo, espalhará as sementes, defenderá o serviço e cooperará com a Natureza, mas a germinação, o crescimento, a florescência e a frutificação pertencem ao Todo-Misericordioso." O homem sabe do que não é capaz, mesmo utilizando toda a tecnologia que desenvolveu para melhoria da produção de alimentos, para salvaguardar a população de mundo: "... a germinação, o crescimento, a florescência e a frutificação ..." A partir dessa constatação, a força para consecução dos objetivos produtivos estão noutra estância, na estância Divina, que cabe reconhecimento e respeito. Toda a Natureza é Templo de Deus, nela tudo acontece, inclusive a vida e manutenção da própria Humanidade.  

"No alimento de cada dia prevalece sublime ensinamento de colaboração entre o Criador e a criatura, que raras pessoas se dispõem a observar. Esforça-se o homem e o Senhor lhe concede as utilidades." O Espírito Emmanuel abre-nos os horizontes sobre a relação do ser humano e o Criador através do "Pão de cada dia"; inconcebível que não pensemos em Deus toda vez que tomamos uma refeição. Se o Senhor de todas as coisas nos preserva a existência física para nosso adiantamento espiritual, o que não fará por nós quando alcançarmos estágio de perfeição espiritual?  

"O servo trabalha e o Altíssimo lhe abençoa o suor."  

"É nesse processo de íntima cooperação e natural entendimento que o Pai espera colher, um dia, os doces frutos da perfeição no espírito dos filhos." Emmanuel encerra sua página nos certificando que o trabalho nobre do homem não é sem razão. Trata-se de processo cooperativo, com objetivo Divino, do qual o homem é a parte primordial, pois dele o Senhor aguarda competências forjadas nos tempos sem conta, entretanto, num estado de perfeição que consiga oferecer resultados ao contexto Divino, que alcança o Universo. Todo Pai espera as melhores coisas de seus filhos! Deus nos espera capazes de cooperar na Sua obra, agora e sempre! 

 

Dorival da Silva 

sábado, 5 de janeiro de 2019

Como buscar ajuda para seus problemas?


Como buscar ajuda para seus problemas?

Há uma busca grandiosa junto a Jesus, junto a Deus na solução de problemas dos mais variados, são questões financeiras, desajustes familiares, doenças, desvios comportamentais, desarranjos emocionais, viciações...  Muitas lágrimas, sofrimentos intensos.  Recorrem-se a templos religiosos de variada denominação, quase sempre depois de ter buscado solução pelas vias regulares para cada situação, não as encontrando. 

Essas buscas fazem em extrema necessidade, em desespero, pois não vê solução plausível. Acolhe sugestão de parente, amigo ou qualquer um que possa apresentar uma possibilidade de solução para o problema existente.

Atribuir a outrem resolver o problema, dar término ao sofrimento, estabelecer a paz. É real essa possibilidade, somente porque procurou um templo religioso? As práticas que são oferecidas são transformadoras do indivíduo ou apenas são artifícios para acumular prosélitos?

Vejamos. Quem busca ajuda em algum templo religioso é a pessoa que é o problema ou somente o familiar que sofre com o problema?  Situação que precisa ser analisada. Se o doente, o dependente ou o rebelde não pretende mudança, não acolhe orientação e se compraz com a situação que vive, assim o caso é bastante complexo.  Se quem busca ajuda é o doente, o caminho para solução é mais curto.

Nos Templos religiosos sérios, que propõem o Evangelho de Jesus, como medicamento da alma, são respeitáveis, no entanto, precisa-se compreender que o doente precisa tomar esse medicamento, voluntariamente. O que exigirá estudo, compreensão, mudança dos valores negativos que estão arraigados na sua intimidade – o que vai levar ao exercício da meditação.  Para as dores morais, ressentimentos, mágoas, será imprescindível considerar o perdão das ofensas que lhe corroem a alma. A desordem moral está no próprio indivíduo, que reflete no dia a dia atrapalhando a vida.

Se algumas ofensas recebidas nos correm a alma, as ofensas que destinamos a outrem nos proporcionam o mesmo efeito. Por isso é necessário a reconciliação. É indicação do Evangelho.

Outro ponto crucial é o auto perdão.  É preciso reconhecer que somos falíveis, que erramos e podemos nos corrigir, temos defeitos e fragilidades, mas temos que considerar que os outros também estão nesta mesma faixa evolutiva, com as mesmas dificuldades. 

Jesus ensina “perdoar setenta vezes sete vezes os erros do próximo contra nós”, o que corresponde perdoar definitivamente. Essa receita de Jesus é como uma vacina polivalente, contra infindáveis problemas na vida do indivíduo, porque o perdão é solução para quem perdoa. Assim se evitam os crimes de toda ordem, vinganças, ódios...  As doenças da alma trazem a infelicidade nesta vida, que fica horrível, que continua depois da morte, vez que morrendo o corpo não soluciona as feridas da alma, continuará sofrendo.  Tanto aqui com o corpo como lá sem o corpo quem sofre sempre é a alma.

Comparecer a um Templo religioso é uma boa decisão, no entanto, não poderemos nos encher de ilusões, acreditar no imediatismo, em cerimônias estapafúrdias, demonstrações exibicionistas, soluções relâmpagos para as nossas aflições, não é esse o ensinamento do Evangelho de Jesus.  A harmonização da vida de um indivíduo inicia-se no desejo de melhoria e no trabalho para a mudança de seu estado interior. As modificações iniciam-se de dentro para fora, na profundidade da alma. Não há solução sem esforços próprios. Todos poderão colaborar, mas não farão a parte que nos compete.   

A cura com o Evangelho é lenta e gradual, precisa da modificação daquele que se propõe à melhoria íntima, a cura precisa ser provada, poderá haver recaída, exigirá grande esforço, porque nas questões da vida espiritual somente prevalece o mérito, não há dúvida, porque a cura proposta por Jesus é cura definitiva.  A preocupação de Jesus não era de curar corpos e sim curar a alma, o que se corresponde salvá-la, do seu estado miserável. É bom dizer que a iniciativa para a melhoria modifica o estado geral com novo ânimo para a vida.

Exceção existe para aquele que está dementado ou organicamente impossibilitado de se orientar, sendo que a solução virá em outra existência, ou a própria doença é o remédio que curará a alma.

Há grande ilusão quando se busca Jesus ou Deus, com o fim único de resolver problemas puramente materiais, porque isso compete aos próprios homens ou as suas organizações. Quando o objetivo é buscar a coragem, a esperança, a confiança para vencer suas limitações, suas viciações, seus desregramentos, o egoísmo, o orgulho e a vaidade, para praticar o bem, a justiça, a caridade, aí a situação muda, se houver sinceridade.  Os céus se movimentarão para oferecer o possível, em socorro daquele que quer melhoria espiritual. A vida é um grande empreendimento visando o aprimoramento da alma.  De outra forma, seria inútil aqui estar.

Cuidar das coisas materiais, construir, conservar, desenvolver tecnologias, contribuir com a Natureza, esforçar-se para a melhoria da vida social fazem parte do desenvolvimento da inteligência e da responsabilidade, que são compatíveis com a evolução espiritual alcançada.  As doenças, os desequilíbrios emocionais, as questões financeiras e econômicas são experiências negativas ou não, depende como são encaradas e as disposições para as correções, a vida é laboratório vivo, nós, os encarnados, somos os elementos em aprimoramento. Nesse cadinho que avaliamos as nossas deficiências, o nível de competência, conquistamos virtudes, ampliamos a inteligência, melhoramos o relacionamento com o próximo e acumulamos riqueza espiritual.  Aí está a ventura do Evangelho de Jesus, dar suporte para vencermos a nós mesmos.

Agora pode-se dizer que Jesus ou Deus, conforme a busca que se faz, em conta os princípios religiosos, está presente, nos houve, nos atende, sim, é uma verdade, porque fazem com a Lei Natural, que tudo rege, e não falha, mas não acontece de acordo com os caprichos dos homens. Ninguém sofre além do necessário, caso assim não fosse, seria uma injustiça, no entanto, todos temos a certeza que a Lei Divina é justa.

É indispensável que o homem faça a sua parte na vida, pois os céus aguardam que apresente as suas obras, são elas que determinarão o seu estado de paz e felicidade ou não. Jesus ensinou: “A cada um segundo as suas obras”, aí está a maior justiça, ninguém determinará a sua felicidade ou ruína, além de si mesmo.

Todos os seres humanos têm autonomia, o que quer dizer, tem o livre-arbítrio, portanto, precisa fazer a sua parte, ninguém virá dos céus para resolver o que é de sua conta, porque quem pode tem discernimento, tem responsabilidade, e não faltaria com a caridade, retirando a oportunidade de crescimento de quem quer que seja. Seria um grande erro, e Seres Sublimados não erram, conhecem o pensamento Divino e suas Leis e os respeitam.

                                                                             Dorival da Silva

quinta-feira, 9 de março de 2017

No serviço cristão

No serviço cristão

“Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” - (I Pedro, 5:3.)

Aos companheiros de Espiritismo cristão cabem tarefas de enormes proporções, junto das almas.

Preocupam-nos profundos problemas da fé, transcendentes questões da dor.

Porque dão de graça o que por graça recebem, contam com a animosidade dos que vendem os dons divinos; porque procuram a sabedoria espiritual, recebem a gratuita aversão dos que se cristalizam na pequena ciência; porque se preparam em face da vida eterna, desligando-se do egoísmo destruidor, são categorizados como loucos, pelos que se satisfazem na fantasia transitória.

Quanto maior, porém, a incompreensão do mundo, mais se deverá intensificar naqueles as noções da responsabilidade.

Não falamos aqui dos estudiosos, dos investigadores ou dos observadores simplesmente. Referimo-nos aos que já entenderam a grandeza do auxílio fraternal e a ele se entregaram, de coração voltado para o Cristo. Encontram-se nos círculos de uma experiência nobre demais para ser comentada, mas a responsabilidade que lhes compete é igualmente muito grande para ser definida.

A ti, pois, meu irmão, que guardas contigo os interesses de muitas almas, repito as palavras do grande apóstolo, para que jamais te envaideças, nem procedas “como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 69.

*   *   *

REFLEXÃO: Quantos pretendem locupletar-se do que não lhe pertence. Como o livre arbítrio é uma Lei Natural, que, nem sempre, exerce a cobrança das consequências dos desvios imediatamente, mas, aguarda o reposicionamento do próprio infrator, dando tempo ao tempo.

Em se tratando das questões da fé, tanto os enganadores como os enganados são responsáveis pelo que advier desse processo de venda do que se recebe de graça, que deveria ser dado de graça.

A fé com ou sem a organização religiosa não serve de recurso de sobrevivência, nem meio de enriquecimento material, a qualquer pretexto. Para isto existem as profissões, as transações comerciais e empresariais com suas leis norteadoras, que exercidas de forma justa proporcionam o suficiente para atender as exigências da vida.

Jesus tinha profissão, era como o seu pai José, carpinteiro, não cobrava para ensinar as Primícias do Reino, apresentava essas verdades sem pompas, sem luxo, sem aparato desconcertantes. O seu templo era a Natureza, à luz do Sol, o som era o marulhar do mar, seus instrumentos, os apetrechos de trabalho: o barco, a enxada, a pá, o arado, a candeia...

Suas revelações eram espargidas, como a chuva suave que cala devagarinho as entranhas da terra ressequida. Tocavam os corações ansiosos por algo que não conheciam, mas que necessitavam de alento e esperança. Algo norteador das mentes, que pudessem estabelecer consciências clarificadas naquilo de essencial para a Vida, porque só conheciam desolação, desrespeito, abusos e a morte.

Jesus, arauto da esperança, da iluminação, do amor, apresenta a grandiosidade de Deus, apazigua a dor, modifica o estado moral reinante no mundo, abre a clareira da paz, mostra o rumo para a felicidade, franqueia o conhecimento da existência das muitas moradas na Casa do Pai e que iria à frente para preparar o lugar, para que seus irmãos pudessem encontrá-Lo, na sequência desta vida na outra Vida.

Ele, o Cristo, não precisou de ambiente suntuoso, não exigiu tapete de honorabilidade, não exigiu moedas, não condicionou o acesso à verdade sob nenhuma forma, não teatralizou nenhuma circunstância para chamar a atenção, não disse o que faria ou que alguém faria isto ou aquilo acontecer.  Apenas realizou com humildade e singeleza os fatos mais extraordinários, com o objetivo de ensinar, porque era Mestre.

A luz espiritual resplandece daquele que a conquistou, não é existente naquele que apenas almeja, imita, falseia ou engana.  A verdade surgirá em momento inopinado e as máscaras dos vendilhões cairão, restando a frustração, o arrependimento, a aflição de muitos, e longo caminho para o refazimento do plantio de árvores de frutos amargosos que darão colheitas arrasadoras.

Não fazer comércio daquilo que foi dado de graça para que de graça seja distribuído, sob pena de sofrimento intenso, em virtude do aviltamento de consciência.

Jesus é: “O Caminho, a verdade e a vida.”

                                                             Dorival da Silva.


sábado, 14 de julho de 2012

Noite inexcedível



Vivia-se o período da supremacia do poder absoluto sobre as pessoas e as nações.

O ser humano era, de alguma sorte, alimária submetida ao jugo das paixões dos conquistadores impiedosos e dos regimes perversos.

Os direitos repousavam nos poderes execrandos que não distinguiam justos de injustos, nobres de serviçais, todos colocados na mesma lixeira de degradação gerada pelos fâmulos das glórias mentirosas de um dia.

A Terra estorcegava sob as legiões romanas que, embora tolerassem alguns cultos dos vencidos e as suas tradições, estorquiam ao máximo todas as possibilidades de sobrevivência, mediante impostos absurdos e perseguições sem nome.

Esplendia o Império em glórias da literatura, da arte, da beleza, mas, sobretudo, da guerra.

Espalhadas, praticamente, por quase todo o mundo conhecido, não havia fronteiras para delimitar o poder de Roma, que se assenhoreara do planeta através das suas forças poderosas.

Antes desse período, Alexandre Magno, da Macedônia, Ciro, rei dos persas, Aníbal, o cartaginês e outros sicários dos povos haviam passado, deixando rastros de destruição e de desgraça, assinalando as suas conquistas com o pesado tributo das vidas que eram arrebatadas.

O mundo sofria a opressão dos mais perversos e a lei era sempre aplicada pelas armas de aniquilamento das vidas.

Israel havia perdido a direção do seu pensamento vinculado ao Deus único, padecendo as injunções arbitrárias dos seus governantes insanos, encontrando-se sob o jugo de Herodes, o Grande, que nem sequer era judeu, mas idumeu. Tentando harmonizar a sua origem com a raça hebreia, casou-se com Marianne, de origem hasmoniana, filha de nobre sacerdote do Templo, a quem mandou matar por inconcebível suspeita de adultério, como fizera com alguns dos seus próprios filhos, temendo que lhe tomassem o poder.

Tentando diminuir os ódios da raça que administrava, encarregou-se de embelezar o Templo, adornando-o com uma parreira de ouro maciço numa das laterais de entrada, e continuando a construção grandiosa, que seria derrubada por Tito, no ano 70 d. C., não ficando pedra sobre pedra.

O seu execrando governo deixou marcas inapagáveis de imoralidade e de perversão por toda parte, facultando que o povo sofresse todos os tipos de perseguição e aumentasse a sanha dos ódios entre as diferentes classes.

A religião descera ao fundo do poço do desrespeito às leis mosaicas e às tradições proféticas, tornando-se um negócio rendoso que engabelava os frequentadores do Templo de Jerusalém e das sinagogas, mais caracterizados pelos formalismos do que, realmente, pelo significado espiritual que desaparecera quase em totalidade.

Raros, eram os sacerdotes escrupulosos e respeitáveis, porquanto a imensa maioria se encontrava mancomunada com os governantes em lamentáveis conciliábulos de exploração da ignorância e da superstição.


*   *   *


É nesse clima de hostilidades e no surgimento de uma fase nova na governança do Império romano, que nasceu Jesus.

Contrastando com as construções luxuosas e as hospedarias erguidas no fausto e na ostentação, Ele veio ter com a Humanidade numa gruta modesta de calcário nas cercanias de Belém, numa noite arrebatadora de estrelas fulgurantes em verdadeira orquestração de luzes.

Ao invés da presença da elite em torno do seu berço e dos destacados administradores do país, esteve cercado pelos pais e pelos animais domésticos que dormiam na modesta brecha da Natureza.

O vento frio que soprava no exterior não perturbava o aquecimento pela fogueira no pequenino espaço em que Ele dormia.

Nada obstante, uma insuperável musicalidade angélica esparzia as vibrações harmônicas em toda parte, anunciando a chegada à Terra do Seu Rei e Senhor.

Nunca mais o opróbrio ganharia prêmios nem se destacaria nas comunidades humanas, porque Ele viera para que os oprimidos experimentassem o arrebentar das grilhetas, os vencidos pudessem respirar o ar balsâmico da liberdade, os infelizes tivessem ensejo de cultivar a esperança e os abandonados recebessem carinho onde quer que se encontrassem.

Jesus foi o Homem que demarcou a História com a Sua presença, assinalando-lhe todos os fastos antes e depois da Sua estada entre nós.
Mais tarde, atendendo às injunções tradicionais, Seus pais levaram-nO ao Templo, onde foi reconhecido como o Messias e distinguido por Simeão e Ana que logo O identificaram.

Ainda jovem, retornou ao grande santuário durante as celebrações da Páscoa, que mais tarde se tornarão trágicas, enfrentando os astutos sacerdotes num diálogo extraordinário, a todos confundindo com a Sua palavra excepcional.

(...) E, posteriormente, saiu a ensinar o amor e a vivê-lo em toda a sua gloriosa dimensão, modificando a paisagem humana do planeta que, embora ainda não haja absorvido todos os Seus ensinamentos, caminha, inexoravelmente, para o clímax após a transição que hoje experimenta.

Jesus não é um símbolo da grandeza do amor, mas o Amor mesmo em nome do Pai, alterando a legislação dos homens, sempre interesseiros, e da governança, invariavelmente injusta, em novas condutas para a felicidade dos povos.

Sob todos os aspectos considerados, é excepcional o Seu ministério terrestre e incomparável a Sua dedicação.

Ruiu o Império Romano, outros o sucederam, modificaram-se as organizações terrestres, a Sua doutrina foi ultrajada pelos interesses mesquinhos dos infiéis seguidores, mas ela permanece imutável na mensagem moral de que se reveste, renascendo sob outras formas de dedicação e de caridade, como caminhos de autoiluminação e de vida para todas as criaturas.

Logo mais, celebrar-se-ão as festas evocativas daquela noite inexcedível.

Faze silêncio de oração e deixa-te mimetizar pelo psiquismo do Mestre a quem amas, dedicando a tua existência ao serviço de amor, nestes tormentosos dias da Humanidade.

Não permitas que o Natal seja apenas uma festa vulgar de trocas de presentes e de comilanças, mas, sobretudo, de espiritualidade, contribuindo para que a dor seja menos sofrida e o desespero ceda lugar à alegria em memória dEle, o Conquistador inconquistado.

Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de setembro de 2011, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.
Em 27.01.2012.

Mensagem extraída do site: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=269