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sábado, 30 de dezembro de 2023

Céu!

 

Céu! 

Uma multidão quer o Céu. Existe uma ilusão sobre o que seja esse Céu; são as concepções dos tempos e das vivências nas muitas gerações, grande parte dessas ideias foram transmitidas por tradição, outras vêm de ensinos religiosos. 

A ideia central é alcançar um lugar onde tudo é belo, não fazem parte as aflições deste mundo, e a alegria é algo permanente. Uma contemplação de felicidades sem fim! Algo fascinante! Fantástico sonho. 

Não é proibido sonhar, nem de ter esperança. Mas, cuidar de ilusões, não tardarão as frustrações. Muitas vezes as frustrações surgem com a realidade que não se faz esperar. A realidade apresenta o estado de sofrimento, porque é a verdade, somos sofredores, é a nossa condição espiritual. Ainda, imperam em nós a pobreza moral e a consciência aviltada pelas impropriedades de nossas ações. 

No dia a dia, busca-se esse estado de vida plena de alegrias e gozos. No entanto, com satisfações muito imediatas, fáceis de se alcançar. São festas grandiosas, particulares e mesmo populares, viagens extraordinárias, exuberâncias comportamentais a títulos de liberdade (que, às vezes, escorrem para a libertinagem, aplaudida hipocritamente).  

Quando a balbúrdia exterior se acalma, advém a solidão, o ressaibo da ilusão. A alegria imediata, com avultados custos, como um sopro, já passou. Muitos, logo depois, recomeçam jornada de mesmo teor, às vezes de mais intensidade, para retornar em curto tempo ao mesmo estado de frustração. Assim, a tal ilusão se torna um círculo vicioso. Dessa forma, a vida passa.  

Terminada essa existência seria possível encontrar o Céu que se sonhou? Certamente não! Como se sabe sobre isso? É lógica simples. Não é possível encontrar o que não se construiu. Encontrará o que viveu, sendo que a vida espiritual é sempre a continuidade da preferência do período da existência corporal.  

E as pessoas que sofrem a vida toda? Existe um esclarecimento do Espírito Lacordaire, numa mensagem com o título: Bem e mal sofrer, que consta de O Evangelho segundo o Espiritismo¹, que elucida a situação de que estamos analisando, anotamos um excerto: “Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, que deles é o reino dos céus”, não se referia àqueles que sofrem, em geral, porque todos aqueles que estão neste mudo sofrem, estejam sobre o trono ou sobre a palha; mas, há! Poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus.” 

Ontem mesmo, ouvimos em nossa reunião mediúnica, por psicofonia, de Espírito Amigo, quando dizia que a construção da felicidade é infinita, no entanto, acontece no ambiente interno do ser, na profundidade íntima de si mesmo. -- Em outras palavras.  

As coisas que acontecem externamente têm a duração de suas finalidades. Quando se busca a felicidade com fatos e circunstâncias externas, porque não são duráveis, daí decorrem as frustrações e as desilusões da vida.  

Então, onde está o reino dos céus”, como ensina Jesus. Podemos afirmar que é um estado de Espírito ou de Alma. É a construção profunda em cada Ser. Toda construção exige esforço e aprimoramento.  

Sofremos porque somos imperfeitos. Sofremos porque ainda temos nossos interesses buscados exteriormente. Apenas bagatelas materiais. Coisas passageiras.  

Mas, sem desprezar o que está fora e necessário para manutenção do equipamento orgânico, que nos mantém neste mundo de experiências temporárias, é preciso despertar para as questões espirituais que são definitivas para a vida e serão mais eloquentes depois da existência física.  

É importante avaliar que há necessidade de constante reflexão sobre os fatos da vida, sejam positivos ou não. Vivemos momentaneamente a condição de reencarnados, mas não deixamos de ser um espírito, e a vida para o espírito não tem fim, é sempre continuidade. Assim, levamos no tempo todas as virtudes e misérias que vamos ajuntando, podemos dizer que são os tijolos (vibracionais) que utilizamos na construção do nosso estado celestial.  

Que qualidade tem esse céu? Não poderá ser melhor que as qualidades morais que se acumulou. É o estado de espírito construído. Ele elegerá o ambiente e o contexto que se habitará. Não podemos esquecer que no mundo espiritual os iguais se atraem. A atração se dá pelo estado espiritual conquistado. São forças intrínsecas que se buscam por similitude. 

Assim, não é difícil entender que o céu é construção particular e comporá ambiente coletivo de acordo com as qualidades.  

Reflitamos, o céu de felicidades precisa se iniciar agora! Só depende de nós. 

Dorival da Silva 

  

1. O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo 5, item 18, Ed Boa Nova, Allan Kardec, Trad. Salvador Gentile. 

Nota: As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Crianças! Quem são elas?

 Crianças! Quem são elas? 

    Todas as pessoas surgiram para este Mundo através da maternidade e na condição de criança. Uma parcela teve pais amorosos, independente da condição social; outra parte encontrou pais indiferentes e não foram amadas; ainda, àquela porção que abandonada ficou pelo caminho; sem contar àquelas que não chegaram a nascer ou tendo nascido foram trucidas.  

Dentre as que nascem, existe grande número de crianças que requerem cuidados especiais, sejam àquelas que apresentam problemas anatômicos ou de ordem mental, além de síndromes que serão percebidas no transcorrer do desenvolvimento, pela idade.  

Independente das condições do nascimento, não cessam as transformações orgânicas, o que ocorre desde a concepção, com o andar da cronologia, se desenvolve conforme as suas possibilidades, alcança as fases consequentes desse processo, podendo chegar à velhice do corpo.  

O corpo que nasce é um invólucro de algo perene e exclusivo, que não existe no Universo outro exatamente igual. É um Ser pensante, com vida indestrutível. Essa vida é o que se denomina alma, antes de estar no corpo, chama-se espírito. Então, quando se nasce, nasce o corpo, quando morre, morre o corpo, o espírito é pré-existente e pós-existe ao corpo, assim, nem nasce e nem morre. A intermitência do espírito no corpo é visível para todos. Por exemplo, quando se está dormindo, o espírito, embora conectado por filamentos energéticos, está distanciado do corpo, com a liberdade na intensidade que tinha antes. O que se denomina pela expressão: emancipação da alma.  

Jesus diz ao doutor da lei judaica, Nicodemos, que o corpo procede do corpo e o espírito do espírito...  Quando explicava que era preciso nascer de novo para entrar no reino dos Céus. Não sendo possível detalhar esse processo naquele momento, vez que era preciso que as Ciências avançassem para darem suporte a tal entendimento.  

É jargão popular, quando nasce uma criança em nossa família, bonita e apresentando boa saúde, dizer: é um "tesouro".  Mesmo que inconscientemente, disse uma grande verdade. É um ente que surge junto de nós vindo de passado distante, que pode ter convivido conosco na figura de pais, filho, esposos, amigo, pode ter sido inimigo ou desafeto de alguma ordem, considerando que desse ambiente também viemos e algum laço temos com essa criança que acaba de chegar. Simpatia ou antipatia com alguém, ou até de todos da atual família consanguínea, tem origem no passado, em outras vidas.  Deverão pela convivência e a prática da tolerância ajustarem tal animosidade. 

A criança que nasce em nossa casa é um mundo particular de experiências, portadora de inteligência, de virtudes e defeitos, hábitos ou viciações que certamente ressurgirão se não houver vigilância e correção de tendências demonstradas. Assim, também os pendores das coisas boas conquistadas nessas existências de outros tempos, mas que estão presentes em seus registros espirituais, estabelecidos no subconsciente. Estes que se apresentam na forma de pendores, seja por uma determinada profissão, uma arte, alguma facilidade mais destacada nas suas ações e interesses manifestados desde a infância.  

No entanto, como estamos num mundo classificado de provas e expiações, vez que existem mundos regenerados e mundos felizes, isto considerando o estado intelectual e moral dos espíritos que aí residem, que podem ser mundo material, que os espíritos se utilizam de um corpo material, compatível com tal ambiente, e, ainda, em mundo onde os seus habitantes alçaram o estado de perfeição e não precisam mais de corpos físicos.   

Voltando à criança, existem àquelas que apresentam boa inteligência e certas habilidades, no entanto, encontram desde o nascimento tantos empecilhos que são poucas que conseguem forças e persistência suficientes para romper com as barreiras que dificultam as suas realizações. Essas barreiras são o encontro com as dificuldades plantadas em existências anteriores. Tudo o que se faz tem consequência, tanto as realizações positivas, como as negativas. A chamada lei do retorno, ou ainda, causa e efeito.  Nascer, mesmo sendo em novo corpo, o espírito é o mesmo, goza das boas conquistas e arrasta as mazelas para sofrer seus efeitos e corrigir-se.  Assim, sempre depararemos com as nossas obras.  

Pensando nas crianças que nascem diariamente no mundo, com seus projetos e esperanças, existem uma legião de outras impedidas pelas mães ou seus pais, pelo processo do aborto. São números estarrecedores de casos pelo mundo, legais ou não. Isto não importa! A consciência dos envolvidos carregará a responsabilidade até que solucione tais pendências morais. As legalidades deste mundo não suplantam a Lei Divina! Existe uma exceção possível para a realização da interrupção da gravidez, quando a gestação coloca a vida da mãe em risco iminente de morte, situação que não serve de subterfúgio, vez que a consciência não se engana. 

Todos nós crianças que chegamos à fase adulta, ou à madureza, fomos trabalhadores, técnicos, engenheiros, operadores do direito, exercemos a medicina, a gestão pública, enfim, tivemos ações produtivas na sociedade, porque nos permitiram nascer, nos deram alguma educação e pudemos adquirir competências. E precisaremos retornar aqui outras vezes, sendo que nosso estado evolutivo ainda necessita dessas oportunidades, uma vez que não somos o corpo, mas o espírito que se desenvolve com as próprias vivências. E se nos impedirem? E se nos abortarem o nascimento!  

Todos precisamos estar cientes disso, principalmente os que lutam pela "legalização do aborto", certamente não escaparão à experiência, caso permaneçam na busca desse tal "direito", que não passa de irresponsabilidade e conveniência, frutos do egoísmo.  

Crianças todos fomos e seremos muitas vezes ainda, é a forma da perpetuação da espécie humana, o que equivale dizer, favorecimento à elevação espiritual da Humanidade da Terra.  

Assim, facilitar o nascimento da criança e auxiliar o desenvolvimento social para que todas tenham condições de desenvolvimento intelectual e moral é estabelecer ambiente favorável ao nosso retorno, com experiência reencarnatória proveitosa, num mundo com sistema de vida equilibrado e justo.  

Crianças! ... 

Dorival da Silva. 

 

Nota: O pensamento que dá base ao texto acima está na Doutrina Espírita, para isto fornecemos abaixo endereços onde se pode consultar e estudar todas as obras básicas do Espiritismo: 

Também podem ser baixadas no endereço: