quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A caridade material e a caridade moral



“Amemo-nos uns aos outros e façamos aos outros o que quereríamos nos fizessem eles.” Toda a religião, toda a moral se acham encerradas nestes dois preceitos. Se fossem observados nesse mundo, todos seríeis felizes: não mais aí ódios, nem ressentimentos. Direi ainda: não mais pobreza, porquanto, do supérfluo da mesa de cada rico, muitos pobres se alimentariam e não mais veríeis, nos quarteirões sombrios onde habitei durante a minha última encarnação, pobres mulheres arrastando consigo miseráveis crianças a quem tudo faltava.

Ricos! pensai nisto um pouco. Auxiliai os infelizes o melhor que puderdes. Dai, para que Deus, um dia, vos retribua o bem que houverdes feito, para que tenhais, ao sairdes do vosso invólucro terreno, um cortejo de Espíritos agradecidos, a receber-vos no limiar de um mundo mais ditoso.

Se pudésseis saber da alegria que experimentei ao encontrar no Além aqueles a quem, na minha última existência, me fora dado servir! ...

Amai, portanto, o vosso próximo; amai-o como a vós mesmos, pois já sabeis, agora, que, repelindo um desgraçado, estareis, quiçá, afastando de vós um irmão, um pai, um amigo vosso de outrora. Se assim for, de que desespero não vos sentireis presa, ao reconhecê-lo no mundo dos Espíritos!

Desejo compreendais bem o que seja a caridade moral, que todos podem praticar, que nada custa, materialmente falando, porém, que é a mais difícil de exercer-se.

A caridade moral consiste em se suportarem umas às outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando fale outro mais tolo do que ele. É um gênero de caridade isso. Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes erradamente, se supõem acima de vós, quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder de outrem é caridade moral.

Essa caridade, no entanto, não deve obstar à outra. Tende, porém, cuidado, principalmente em não tratar com desprezo o vosso semelhante.

Lembrai-vos de tudo o que já vos tenho dito: Tende presente sempre que, repelindo um pobre, talvez repilais um Espírito que vos foi caro e que, no momento, se encontra em posição inferior à vossa. Encontrei aqui um dos pobres da Terra, a quem, por felicidade, eu pudera auxiliar algumas vezes, e ao qual, a meu turno, tenho agora de implorar auxílio.


Lembrai-vos de que Jesus disse que todos somos irmãos e pensai sempre nisso, antes de repelirdes o leproso ou o mendigo. Adeus: pensai nos que sofrem e orai.”  – Irmã Rosália. (Paris, 1860.)

Mensagem extraída de O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XIII, item 9.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O Espiritismo responde

O Espiritismo responde
Ano 7 - N° 329 - 15 de Setembro de 2013
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI

 Mensagem extraída do endereço:

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Uma leitora diz-nos o seguinte: “Vamos supor que uma pessoa morre no seio de uma determinada família, onde foi pai, avô, irmão, marido, mulher, irmã... Anos depois, reencarna e volta em outro corpo e para outra família. Mas, a primeira família ainda existe. Se for evocado por alguém dessa primeira família, o Espírito pode aparecer com a aparência anterior, mesmo estando reencarnado e, portanto, com outra aparência?”

Pelo que entendemos, a resposta é sim.

Um exemplo disso é descrito no cap. 48 do livro “Nosso Lar”, em que D. Laura, em seus preparativos para uma nova reencarnação, recebe em visita o Espírito do seu esposo Ricardo. Ele estava reencarnado e era uma criança quando o fato se deu.

Eis como André Luiz descreveu esse encontro:
“Às derradeiras notas da bela composição, notei que o globo se cobria, interiormente, de substância leitoso-acinzentada, apresentando, logo em seguida, a figura simpática de um homem na idade madura. Era Ricardo.
Impossível descrever a sagrada emoção da família, dirigindo-lhe amorosas saudações.
O recém-chegado, após falar particularmente à companheira e aos filhos, fixou o olhar amigo em nós outros, pedindo fosse repetida a suave canção filial, que ouviu banhado em lágrimas. Quando se calaram as últimas notas, falou comovidamente:
– Oh! meus filhos, como é grande a bondade de Jesus, que nos aureolou o culto doméstico do Evangelho com as supremas alegrias desta noite! Nesta sala temos procurado, juntos, o caminho das esferas superiores; muitas vezes recebemos o pão espiritual da vida e é, ainda aqui, que nos reencontramos para o estímulo santo. Como sou feliz!
A senhora Laura chorava discretamente. Lísias e as irmãs tinham os olhos marejados de pranto. Percebi que o recém-chegado não falava com espontaneidade e não podia dispor de muito tempo entre nós.” 

*

O fato que descrevemos não é algo inusitado ou excepcional.
Conforme as experiências realizadas pelos cientistas franceses Pierre Janet, Pitres, Bourru e Burot, tudo o que vivenciamos deixa em nós um traço indelével e a subconsciência registra sempre os estados mentais e os associa indissoluvelmente aos estados fisiológicos contemporâneos.
Descobriu-se desse modo, graças às experiências de “regressão de memória”, que toda vez que a memória regride ao passado reproduzem-se o “estado psicológico” e também o “estado fisiológico” correspondentes.
Em obras escritas por André Luiz como por Manoel Philomeno de Miranda, é comum verificar que os desencarnados, quando se reúnem para resolver pendências pretéritas, assumem a personalidade da época revivida e retomam a aparência correspondente, tal como se deu com Ricardo, que, embora criança na existência atual, apareceu na casa de D. Laura com aparência de um homem na idade madura e falou aos seus filhos como o velho pai que eles conheceram no passado.

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A matéria acima, copiada da Revista Eletrônica "O Consolador", onde o confrade Astolfo apresenta resposta a questionamento que é comum entre as pessoas que fazem reflexão sobre a vida, a vida depois desta vida, sobre a reencarnação e a comunicação dos Espíritos, que podem estar no plano espiritual ou vivendo em um corpo físico, mesmo na condição de criança. Conforme Allan Kardec, "a Doutrina Espírita é uma ciência séria, para pessoas sérias". E como toda ciência exige estudo, não é diferente com a Doutrina Espírita, que oferece elementos para muito estudo, pois transcende os limites das coisas materiais. 

Dorival da Silva                       

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Influência Espiritual, Obsessão Simples, Fascinação, Subjugação e Possessão



                O admirável orador e estudioso espírita Doutor Alberto Almeida faz uma importante diferenciação entre a influência espiritual e a obsessão simples propriamente dita.

Segundo Doutor Alberto Almeida, a influência espiritual é o contato fluídico negativo ou a presença espiritual de entidade sofredora, perturbada e perturbadora, que ocorre com frequência em nosso dia-a-dia em contatos sociais e tarefas diárias. Tal influência básica costuma durar, por exemplo, 5, 6, ou 12 horas. É causada, por exemplo, por um encontro inesperado com um amigo que sofre algumas influências espirituais negativas e não está muito bem espiritualmente ou pela visita a uma banca de jornal que não está com uma psicosfera elevada. É possível, inclusive, sentir o impacto físico destas influências, através, por exemplo, de dores de cabeça e bocejos, entre outros sintomas, se tivermos um mínimo de sensibilidade mediúnica.

Desta forma, a influência mediúnica básica tende a ser mais facilmente controlada por todos aqueles que cultivam a oração, a leitura evangélica diária, o evangelho no lar, a frequência à casa espírita (ou a uma casa de oração que apresenta uma mensagem de significativo valor espiritual), etc. Os centros espíritas têm barreiras vibratórias, que são mais ou menos intensas e rigorosas em seu processo seletivo de Espíritos ingressantes, dependendo da qualidade espiritual e do mérito do trabalho espírita do grupo ali reunido. Assim, Espíritos que estão “acompanhando” companheiros que chegam para uma reunião pública no centro espírita, por exemplo, podem ser afastados, frequentemente, logo na chegada destes irmãos ao centro. E se, por qualquer motivo, for permitido que ele entre na casa para acompanhar a reunião, provavelmente será orientado e a influência será eliminada.

O caso da obsessão simples é mais complexo, pois seja pelos vícios em comum, pelo desejo de vingança ou pela afinidade vibratória, associados sempre a um vazio existencial e/ou monoideia, o Espírito já gerou um acoplamento perispírito-a-perispírito de alta intensidade de aderência fluídica, tornando-se difícil, portanto, de ser erradicado. Essa simbiose espiritual mais profundamente instalada, usualmente, requer um tratamento espiritual assíduo e bem mais longo do que uma, duas ou três reuniões, as quais, em alguns casos, são suficientes para a eliminação da influência espiritual básica. Na obsessão simples, muitas vezes faz-se necessário uma série de medidas, tais como o reconhecimento do problema, uma mudança consistente de atitudes morais, esforço diário no evangelho no lar, transformação moral de toda a família, entre outros.

A fascinação é quando o obsediado não se reconhece como tal. Acredita-se iluminado. Crê que suas ideias estão sempre corretas. Muitas vezes pensa que só ele está certo e que todos os outros estão completamente errados em variados assuntos. Está, usualmente, associada ao orgulho e/ou à vaidade de variadas nuances, com especial destaque para a vaidade intelectual, muitas vezes envolvendo a área religiosa. De fato, frequentemente, a fascinado admite que somente Espíritos de escol o influenciem. É um caso muito complicado para ser tratado, pois todos aqueles que tentam “abrir” os olhos do fascinado são considerados por este como pessoas ignorantes ou como os verdadeiros obsediados. Foi considerada por Allan Kardec como sendo mais difícil de ser tratada do que as mais graves subjugações, pois o fato de se reconhecer doente e necessitado de ajuda espiritual é fundamental para a resolução do problema. No caso do fascinado, ele se considera um gênio (portanto, muito mais inteligente do que os outros) e/ou grande missionário e/ou verdadeiro mentor espiritual encarnado. Não é trivial, portanto, identificar seus pontos negativos para tentar melhorá-los já que, para o fascinado, esses aspectos negativos não existem.

Os casos de subjugação constituem casos muito graves de obsessão, os quais frequentemente geram consequências físicas facilmente identificáveis. O domínio do Espírito obsessor sobre os pensamentos, sentimentos, falas e ações do obsediado é explícito e mesmo quem não tem conhecimento doutrinário pode admitir a hipótese de causa espiritual em função da extravagância dos fenômenos.  Tais casos podem gerar a chamada “transfiguração”, ou seja, uma mudança da expressão facial do encarnado (obsediado), tamanha é a intensidade do acoplamento perispírito-a-perispírito. O tratamento destes casos normalmente é muito lento e gradual exigindo grande paciência do enfermo, da família e dos trabalhadores da casa espírita.

Possessão foi uma palavra que Allan Kardec rejeitou no início da Codificação. Essa rejeição tinha dois motivos principais. O primeiro é que tal termo estava muito associado às crenças de possessão demoníaca e como o Espiritismo não aceita a existência do chamado “Demônio”, poderia ser um conceito muito deturpado e negativo, do ponto de vista didático, em relação ao objetivo de divulgação dos verdadeiros postulados doutrinários. O segundo é que Kardec considerava que nunca um Espírito poderia “possuir” totalmente o corpo de outra pessoa, por mais que a influenciasse intensamente. Desta forma, o termo novamente sugeria um significado diferente do que acontecia realmente. Entretanto, já nos últimos livros da Codificação, Kardec percebe que existiam alguns casos de subjugação tão graves, tão intensos, nos quais o Espírito encarnado (o “dono” do corpo) era quase que completamente deslocado do corpo (desdobramento parcial da consciência), que ficava sob um domínio de grandes proporções do(s) obsessor(es). Este tipo de obsessão impressionou de tal maneira o Codificador e, de certa forma, mostrou-se tão mais grave do que as subjugações (que já são muito graves!), que Allan Kardec passa a utilizar o termo para os casos mais intensos de subjugação, nos quais as consequências espirituais, perispirituais e físicas são extremamente nocivas para o obsediado. É claro que o tratamento destes enfermos é tarefa altamente complexa, requisitando grupos amadurecidos doutrinária e espiritualmente para que os mesmos consigam conduzir a bom termo tratamentos frequentemente de longo e longuíssimo prazo.

Leonardo Marmo Moreira

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Músicas nas Instituições Espíritas



Pergunta: O que você tem a dizer, à luz da fidelidade espírita, sobre o fato de músicas do contexto doutrinário católico e outros serem trazidas para o meio espírita?
Resposta: Eu tenho encontrado, nos últimos tempos, essa preocupação e me alegra, porque antes a gente engolia tudo sem nenhum questionamento. Felizmente, já existem pessoas questionando!...
Sempre que possível, mantenhamos as bases da nossa Doutrina.
Não há necessidade de adotarmos evocações de outras crenças para o Espiritismo. Há músicas que foram criadas no catolicismo, mas a mensagem é universal. Nenhum problema! Há músicas que são cantadas e foram criadas no ambiente protestante que igualmente são universais. Não têm nenhuma ideia catequética, doutrinária, mas há outras que têm! Trazem mensagens que não são da Doutrina Espírita. Portanto, sempre que possível incentivemos aos espíritas, principalmente aos jovens que componham as músicas, que façam as letras...
Estimulemos os torneios de jovens. Por exemplo: vamos estudar a reencarnação em nosso seminário com a juventude; e, numa segunda parte, abrimos uma atividade lúdica, ou seja: um grupo para fazer poesia sobre a reencarnação, outro para compor música temática sobre a reencarnação, outros vão criar peças teatrais com textos, esquetes, sobre reencarnação, para nós podermos mobilizar o poder criativo dos nossos jovens, das nossas crianças, dos nossos adultos. E aí aquele grupo que fez a letra se junta com a turma que fez a música, tenta encaixar... E no final da atividade nós vamos ter surpresas agradabilíssimas! Muita coisa boa sai daí... Nossos jovens cantarão a música e a letra que eles próprios produziram.
Há algum tempo, eu tive ensejo de ter contato espiritual com o Espírito Sebastião Lasneau, que desencarnou em 1969. Ele era de Barra do Piraí, no sul do Estado do Rio de Janeiro. Era um poeta de mão cheia! Repentista... Mas o Lasneau gostava muito de fazer paródias: ele pegava uma música conhecida e colocava uma letra evangélica numa composição dele.
Nesse contato espiritual,  nos disse o Benfeitor quanto tempo perdeu, quando podia ter incentivado a outros espíritas de sua época a compor e a fazer letras... Mas ele não teve essa habilidade. Achava bonita determinada música, colocava letra evangélica...
Só que quando cantamos uma paródia, a tendência é ficarmos nos lembrando da letra original.
Sebastião Lasneau tem uma paródia muito conhecida que ele fez com a música Recuerdos del YpacaraiContam que Jesus, certo dia, andou junto ao lago azul de Genesaré... Eu canto isso, desde o meu tempo de mocidade, mas estou no Paraguai! Eu estou vendo o lago azul de Ypacarai... Não tem jeito! As pessoas estão cantando uma coisa bonita, mas o inconsciente está buscando a letra original. Até porque, muitas vezes, a palavraespírita não dá a rima musical devida, e a original dava, então a gente muda para a original. Quer dizer: esse tipo de coisa deve-se evitar.
As músicas de hoje são muito sensuais.Coloca-se uma letra evangélica, mas a original nos remete a outras propostas... E estaremos derramando, no ambiente espírita, essa outra proposta...
Noutra cidade , o povo cantou, também num evento, uma música que era o plágio de um jingle da cerveja Brahma e, no final, todo mundo cantando de mão para trás, segurando uma mão recortada em cartolina. Levei um susto quando todo mundo botou a mão recortada em cartolina para a frente, onde se lia  a frase:Porque Jesus é o número 1! Era o jingleda Brahma!
De modo que vejo sempre com muita preocupação o que as pessoas, os espíritas, trabalham para criar. Quando se vê e ouve letra e música de João Cabete, (eu conheci Cabete encarnado) era ele que escrevia as letras que compunham as músicas lindíssimas, com motivação espiritual e maduras.
Há certas letras cantadas no meio espírita (criadas por espíritas) que são chatas, feias, melosas e mentirosas! Ora, vamos fazer uma letra que nos impulsione, que nos anime, que nos dê essa energia de viver o Bem, de viver a esperança...
A minha turma fala em amor o tempo todo: amor, amor, amor...amor... amor...AMOR! Igualzinho a Roberto Carlos!Mas, e a contextualização desse amor? Está baseado em quê?
Vamos fazer uma letra que se goste de cantar, pela sua coerência, pela sua beleza! Daí, vamos ter cuidado com músicas que venham de outros credos e que carreguem a marca desse credo.
Como o povo está cantando hoje nos Centros Espíritas!
Músicas populares, dos compositores populares, vai-se podando o que vai chegando em termos de novidade musical.
A turma está cantando as músicas de Djavan no Centro! Ah! Porque ele fala de Natureza! Cantam músicas de Roberto Carlos que até nas missas já cantaram. Roberto Carlos tem lá sua parte religiosa, então vou pôr Jesus Cristo e Nossa Senhora...
Nossa Senhora, então, cantam numa procissão que vejo da minha janela... Mas, nós não temos que copiar aquilo que não precisamos copiar. Se pudermos fazer, vamos fazer!  E se tivermos que cantar alguma composição que não seja do nosso meio, que seja uma composição espiritualmente neutra, que não traga proposta doutrinária de outros contextos, para que os espíritas cantem. Da mesma forma, nenhum católico ou protestante cantará nossas canções espíritas sobre a reencarnação, sobre isso, sobre aquilo do contexto espírita porque elas têm conteúdo doutrinário na sua proposta.
Então, é muito importante que tenhamos esse cuidado...
Não há nada contra as músicas, mas temos que tomar cuidado com a nossa proposta, visto que estamos trabalhando para enfatizar as ideias espíritas.
Vamos fazer isso e respeitar a todos os outros que não sejam espíritas, mas que estão na faixa do Bem; cada um trabalhando com a sua ferramenta...
Extraído de Pinga Fogo, realizado com
Raul Teixeira, na cidade de Santo Antonio
da Glória, Minas Gerais, no ano de 2004
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Mensagem extraída do endereço:  http://www.raulteixeira.com.br/noticias.php?not=323 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Médiuns Sensacionalistas


A frase de João Batista: "É necessário que Ele cresça, e que eu diminua", tem atualidade no comportamento dos médiuns de todas as épocas, especialmente em nossos dias tumultuados.

À semelhança do preparador das veredas, o médium deve diminuir, na razão direta em que o serviço cresça, controlando o personalismo, a fim de que os objetivos a que se entrega assumam o lugar que lhes cabe.

A mediunidade é faculdade neutra, a que os valores morais do seu possuidor oferecem qualificação.

Posta a serviço do sensacionalismo entorpece os centros de registro e decompõe-se. Igualmente, em razão do uso desgovernado a que vai submetida, passa ao comando de Entidades, perversas e frívolas, que se comprazem em comprometer o invigilante, levando-o a estados de desequilíbrio como de ridículo, por fim, ao largo do tempo, empurrando o médium para lamentáveis obsessões.

Entre os gravames que a mediunidade enfrenta, a vaidade e o personalismo do homem adquirem posição de relevo, desviando-o do rumo traçado, conduzindo-o ao sensacionalismo inquietante e consumidor.

Neste caso, o recolhimento, a serenidade e o equilíbrio que devem caracterizar o comportamento psíquico do médium cedem lugar à inquietação, à ansiedade, aos movimentos irregulares das atrações externas, passando a sofrer de irritação, devaneios, e à crença de que repentinamente se tornou pessoal especial, irrepreensível e irreprochável, não tendo ouvidos para a sensatez nem discernimento para a equidade.

Torna-se absorvido pelos pensamentos de vanglória, e, disputado pelos irresponsáveis que lhe incensam o orgulho, levam-no à lenta alucinação, que o atira ao abismo da loucura.

A faculdade mediúnica é transitória como outra qualquer, devendo ser preservada mediante o esforço moral de seu possuidor, assim tornando-se simpático aos Bons Espíritos que o inspiram à humildade, à renuncia, à abnegação.

Quando ao personalismo sensacionalista domina o psiquismo do homem, naturalmente que o aturde, tornando-se mais grave nos sensores mediúnicos cuja constituição delicada se desarticula ao impacto dos choques vibratórios dos indivíduos desajustados e das massas esfaimadas, insaciadas, sempre à cata de novidades e variações, sem assumirem compromissos dignificantes.

S. João Bosco, portador de excelentes faculdades mediúnicas, resguardava-as da curiosidade popular, utilizando-as com discrição nas finalidades superiores.

Santa Brigida, da Suécia, que possuía variadas expressões mediúnicas, mantinha o pudor da humildade, ao narrar os fenômenos de que se fazia objeto.

José de Anchieta, médium admirável e curador eficiente, agia com equilíbrio cristão, buscando sempre transferir para Jesus os resultados das suas ações positivas.

S. Pedro de Alcântara, virtuoso médium possuidor de vários "dons", ocultava-os, a fim de servir, apagado, enquanto o Senhor, por seu intermédio, se engrandecia.

Santa Clara de Montefalco procurava não despertar curiosidade para os fenômenos mediúnicos de que era instrumento, atribuindo-os todos à graça divina de que se reconhecia sem merecimento.

Os médiuns que cooperaram na Codificação do Espiritismo, sensatamente anularam-se, a fim de que a Doutrina fixasse nas almas e vidas as bases da verdade e do amor como formas para a aquisição dos valores espirituais libertadores.

Todo sensacionalismo altera a face do fato e adultera-lhe o conteúdo.

Quando este se expressa no fenômeno mediúnico corrompe-o, descaracteriza-o e põe-no a serviço da frivolidade.

Todos quantos se permitiram, na mediunidade, o engano do sensacionalismo, não obstante as justificações sob as quais se resguardam, desceram as rampas do fracasso, enganados e enganando aqueles que se deixaram fascinar pelos seus espetáculos, nos quais, o ridículo passou a figurar.

O tempo, este lutador incessante, encarrega-se de aferir os valores e demonstrar que a "árvore" que o Pai não plantou "termina" por ser arrancada.

Quando tais aficionados da mediunidade bulhenta se derem conta do erro, caso isto venha acontecer, na Terra, possivelmente, o caminho de retorno à sensatez estará muito longo e o sacrifício para percorrê-lo os desencorajará.

Diante do sensacionalismo mediúnico, recordemo-nos de Jesus, que após os admiráveis fenômenos de socorro às massas jamais aceitava o aplauso, as homenagens e gratulações dos beneficiários, recolhendo-se à solidão para, no silêncio, orar, louvando e agradecendo ao Pai, a Eterna Fonte geradora do Bem.

Vianna de Carvalho

Mensagem psicografada por Divaldo P. Franco em 1989, transcrita em o Reformador.
Esta mensagem pode ser lida o site: http://www.mediunato.com.br/

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Em família


Em família

“Aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais, porque isto é bom e agradável diante de Deus.” 
Paulo. (1ª Epístola a Timóteo, 5:4.)

A luta em família é problema fundamental da redenção do homem na Terra. Como seremos benfeitores de cem ou mil pessoas, se ainda não aprendemos a servir cinco ou dez criaturas?  Esta é indagação lógica que se estende a todos os discípulos sinceros do Cristianismo.

Bom pregador e mau servidor são dois títulos que se não coadunam.

O apóstolo aconselha o exercício da piedade no centro das atividades domésticas, entretanto, não alude à piedade que chora sem coragem ante os enigmas aflitivos, mas àquela que conhece as zonas nevrálgicas da casa e se esforça por eliminá-las, aguardando a decisão divina a seu tempo.

Conhecemos numerosos irmãos que se sentem sozinhos, espiritualmente, entre os que se lhes agregaram ao círculo pessoal, através dos laços consanguíneos, entregando-se, por isso, a lamentável desânimo.

É imprescindível, contudo, examinar a transitoriedade das ligações corpóreas, ponderando que não existem uniões casuais no lar terreno. Preponderam aí, por enquanto, as provas salvadoras ou regenerativas. Ninguém despreze, portanto, esse campo sagrado de serviço por mais se sinta acabrunhado na incompreensão. Constituiria falta grave esquecer-lhe as infinitas possibilidades de trabalho iluminativo.

É impossível auxiliar o mundo, quando ainda não conseguimos ser úteis nem mesmo a uma casa pequena – aquela em que a Vontade do Pai nos situou, a título precário.

Antes da grande projeção pessoal na obra coletiva, aprenda o discípulo a cooperar, em favor dos familiares, no dia de hoje, convicto de que semelhante esforço representa realização essencial.

Extraída do livro Pão Nosso, do espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier - cap. 117

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Glória da Imortalidade - II

Glória da Imortalidade - II

Glória da Imortalidade

O triunfo da imortalidade do Espírito inicia-se no momento da sua ressurreição após a morte do corpo físico.

Despertando na dimensão espiritual e dando-se conta da sobrevivência, o Espírito compreende o significado da existência corporal e faz um balanço das realizações durante toda a jornada, aprofundando os conteúdos felizes daquelas que o enriqueceram de paz e de lucidez, enquanto confere aqueloutras nas quais não logrou o êxito que poderia ter conseguido se houvesse persistido nos sentimentos nobres.

Dá-se conta da oportunidade que se lhe apresenta, assim como das infinitas possibilidades de que passa a dispor, caso deseje avançar no rumo da plenitude.

Descortina, mediante a reflexão calma e sábia, as bênçãos que o aguardam através das futuras reencarnações e começa a empenhar-se na autopreparação para os futuros empreendimentos libertadores.

Indizível alegria invade-o ante a perspectiva de que é possível conseguir a autoiluminação e que tudo quanto produza de bem ou de mal reverte-se em sua própria direção, propiciando-se alegrias inauditas ou desventuras perturbadoras.

Mesmo que haja vivenciado a existência de maneira incorreta, agora dispõe de novos recursos para a autorrecuperação, que passa a depender exclusivamente do empenho com que se dedique à conquista dos valores mal-utilizados.

Quando, porém, deixou-se intoxicar pelos vapores da soberba e do orgulho, entregando-se aos despautérios nos quais se comprazia, toma conhecimento dos terríveis danos a si próprio infligidos e, não tendo amadurecimento psicológico para compreender a responsabilidade que lhe pesa sobre os ombros, permite-se a revolta e o desespero que mais o atormentam, empurrando-o para as sombras demoradas da perturbação e do desequilíbrio.

Cada ser é responsável pelas consequências dos atos que pratica. O seu livre-arbítrio proporciona-lhe a eleição do que considera como digno de respeito, arrastando-o, mesmo quando a contragosto, pelo caminho escolhido, naturalmente assumindo os resultados da atitude infeliz.

O Senhor do Universo não aplicaria mais de dois bilhões de anos para que a vida se iniciasse no orbe terrestre até alcançar o nível da razão e do discernimento, da consciência e do saber, se a mesma não tivesse a finalidade sublime da perfeição.

Negar-se-Lhe a causalidade é fuga e transferência para a ilusão, na qual se compraz o invigilante, pensando em evadir-se das responsabilidades, sob a vão justificativa da ignorância.

Tudo no Cosmo fala de ordem, de equilíbrio, de harmonia, mesmo quando se contempla o aparente caos, que oculta os princípios que o produzem, embora permaneçam desconhecidos.

Há, portanto, em tudo e em todos a fatalidade para a glória da imortalidade em permanente triunfo.

A vida jamais se extingue, desde quando foi iniciada.

O Espírito é criação do amor com o destino da alegria sem limites.

*   *   *
       
Enquanto se transita na carne, a memória dos acontecimentos espirituais diminui de intensidade, momentaneamente bloqueada em parte, a fim de não gerar embaraços no processo de crescimento interior.

As heranças atávicas dos instintos primários, não poucas vezes, tentam obstaculizar a lucidez do pensamento que aspira por mais altos voos na direção do Infinito.

Isso concorre para os equívocos morais lamentáveis e as fixações tormentosas no prazer, que nunca se faz saciado, sempre aspirando a novas sensações proporcionadoras de gozos.

Os elevados conceitos de dever e de responsabilidade, invariavelmente cedem lugar aos de direitos e permissões, sem a correspondente contribuição que confere essas ofertas existenciais.

As mentes desvairadas pelos tormentos ancestrais, que se encontram fixados nos mapas do processo de crescimento ético-moral, elaboram apressadas, informações diluentes dos sérios compromissos com a realidade, proporcionando comportamentos materialistas, utilitaristas, investindo no aniquilamento do Espírito a partir do fenômeno da morte orgânica.

Embora a intuição e as lembranças vagas da imortalidade, da experiência fora do corpo, durante o interregno da desencarnação anterior e da reencarnação atual, o ser irresponsável e presunçoso vitaliza essa conduta aberrante e permite-se apenas o uso da indumentária fisiológica para as satisfações egoístas em que se compraz.

Arrebatado pela desencarnação que a todos alcança, desperta em desvario, procurando o esquecimento absoluto, a ausência de vida, encontrando-a estuante, experimentando, então, uma frustração terrível que o amargura e atormenta.

A vida é constituída de valores bons e maus, a depender de como são aplicados por cada criatura, cabendo-lhe a sábia eleição que faculte o resultado da alegria inefável da consciência reta, que permanece fiel aos ditames da ordem e do dever.

Por que a uns, a vida exigiria ações dolorosas, fadigas e lutas, enquanto que, a outros concederia somente comodidades e júbilos, numa eleição desigual e absurda?

Não existem privilégios nas Soberanas Leis que regem o Universo, todos os seres que nele se encontram estão subalternos aos mesmos códigos morais e responsabilidades espirituais, que permitem as bênçãos dos sorrisos, tanto quanto as dádivas das lágrimas.

Vive, portanto, de tal modo que, ao chegar o momento de despedida das vestes corporais, disponhas de recursos para a libertação plena do seu ergástulo que, por um período permitiu-se fruir os meios que proporcionam o estado de paz.

Enquanto estejas no corpo, utiliza-o com respeito e desincumbe-te dos deveres que te cabem, porque desencarnarás conduzindo as ações em que te empenhaste e que se constituirão nos recursos indispensáveis para a continuação da jornada.

O mesmo ocorre com os familiares e amigos que fazem parte do teu relacionamento, assim como sucede com aqueles que te geraram dificuldades e criaram embaraços existenciais, tornando-se inimigos e perseguidores.

Ninguém foge de si mesmo.

A glória da ressurreição é o incomparável despertar para a vida em triunfo.

*   *   *
Dia de finados!

Aqueles que são considerados mortos encontram-se vivos em processo de autoavaliação dos próprios atos, ansiosos pela oportunidade de recomeçar e refazer os caminhos mal percorridos.

À sua semelhança, aqueles que se empenharam na obra da verdade, também anelam pela felicidade de ajudar e de crescer na direção de Deus, o Amor sem Limites.

Ora pelos que desencarnaram e ajuda os Espíritos encarcerados na matéria, que ainda ignoram o destino que os aguarda.

(...) E segue em paz, amando e servindo sempre.

Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na
tarde de 11 de agosto de 2012, na residência do Dr. Epaminondas
Corrêa e Silva, em Paramirim, Bahia.
Em 18.1.2013.
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