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sábado, 12 de setembro de 2020

Que temos com o Cristo?

 Que temos com o Cristo?


“Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? vieste destruir-nos? Bem

sei quem és: o Santo de Deus.” — (Marcos, capítulo 1, versículo 24.)


Grande erro supor que o Divino Mestre houvesse terminado o serviço ativo, no Calvário.

Jesus continua caminhando em todas as direções do mundo; seu Evangelho redentor vai triunfando, palmo a palmo, no terreno dos corações.

Semelhante circunstância deve ser lembrada porque também os Espíritos maléficos tentam repelir o Senhor diariamente.

Refere-se o evangelista a entidades perversas que se assenhoreavam do corpo da criatura.

Entretanto, essas inteligências infernais prosseguem dominando vastos organismos do mundo.

Na edificação da política, erguida para manter os princípios da ordem divina, surgem sob os nomes de discórdia e tirania; no comércio, formado para estabelecer a fraternidade, aparecem com os apelidos de ambição e egoísmo; nas religiões e nas ciências, organizações sagradas do progresso universal, acodem pelas denominações de orgulho, vaidade, dogmatismo e intolerância sectária.

Não somente o corpo da criatura humana padece a obsessão de Espíritos perversos. Os agrupamentos e instituições dos homens sofrem muito mais.

E quando Jesus se aproxima, através do Evangelho, pessoas e organizações indagam com pressa: “Que temos com o Cristo? que temos a ver com a vida espiritual?”

É preciso permanecer vigilante à frente de tais sutilezas, porquanto o adversário vai penetrando também os círculos do Espiritismo evangélico, vestido nas túnicas brilhantes da falsa ciência.


Mensagem extraída da obra: Caminho, Verdade e Vida, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, capítulo 144, publicação de 1948.


                                                            **************



Reflexão: 

Na página acima, o Orientador Espiritual, referindo-se a versículo do evangelho faz abordagem que com precisão dá a clareza à realidade comportamental das gentes destes dias modernos. 

Lembra-nos que Jesus está presente, continua o trabalho revelador das coisas dos Céus para os homens, iniciado à margem do Tiberíades, ensinando e socorrendo os aflitos, os doentes do corpo e da alma, exemplificando o bem e marcando no tempo, com suas vibrações de amor e caridade, as pegadas que nos levarão a Deus. 

No entanto, observa a existência das inteligências infernais, que conheciam Jesus, mas O tinham como adversário, pois, perguntam-Lhe: “Vieste destruir-nos?” .  Certo é que Ele veio destruir o mal existente na intimidade dos Espíritos, com o trabalho educativo de restauração dos Seres,  oferecendo as ferramentas e ensinando a utilizá-las a seus próprios benefícios. Não resolverá por Sua vontade os males das criaturas se elas não se propuserem ao esforço do autoconhecimento e as lutas constantes no domínio e erradicação das más tendências, direcionando os pensamentos, os desejos para o bem, distanciando-se das próprias tentações. 

O Espírito Emmanuel, no trecho transcrito a seguir, nos traz a reflexão para os dias atuais, vejamos: “(...), essas inteligências infernais prosseguem dominando vastos organismos do mundo.

Na edificação da política, erguida para manter os princípios da ordem divina, surgem sob os nomes de discórdia e tirania; no comércio, formado para estabelecer a fraternidade, aparecem com os apelidos de ambição e egoísmo; nas religiões e nas ciências, organizações sagradas do progresso universal, acodem pelas denominações de orgulho, vaidade, dogmatismo e intolerância sectária.). Levantando o olhar na direção do mundo, considerando o meio político, está visível a discórdia e a tirania; no comércio, nos diversos sistemas, a ambição e o egoísmo se tornaram monstro carrasco das multidões; nas religiões e nas ciências, que deveriam balizar a moral e a inteligência da humanidade, enxameiam por muitos caminhos, implícitos e explícitos, o arraigamento do orgulho, da vaidade, do dogmatismo e da intolerância abrindo chagas enormes de preconceitos, escuridão moral, empobrecimento intelectual e miséria religiosa nos seios de milhões e milhões de almas exaustas, com desequilíbrios emocionais de variadas etiologias.   

Nesse eixo reflexivo, ressaltam a depressão, as desilusões, as fantasias, os desvios comportamentais, o suicídio, as corrupções materiais e morais, a desesperança, a desestima de si mesmo… A anarquia emocional e moral dos indivíduos gera a anarquia social, pois são as anomalias da alma que comprometem a normalidade da sociedade.  

“Não somente o corpo da criatura humana padece a obsessão de Espíritos perversos. Os agrupamentos e instituições dos homens sofrem muito mais.”

No parágrafo acima, o Mentor de Chico Xavier, levanta uma questão que todos os Cristãos de Verdade deveriam prestar atenção. O grande problema é a obsessão de Espíritos perversos que atinge os indivíduos, mas também as organizações sejam quais forem. É situação gravíssima, lentamente essa força perversa vai assenhoreando dos pensamentos, criando hábitos, instalando vícios, dependências emocionais, libertinagens morais a título de liberdade…, enfraquecendo a ordem social.  Instalam-se a corrupção e os  corruptores, que repetidamente admitidos tornam-se práticas comuns, enquistando doença moral de difícil solução, sementes contaminadoras das gerações futuras.

A solução para todo o mal está à disposição, mas a hipocrisia vai se manifestar, dada a má vontade e o interesse da continuidade das loucuras do poder e do fugaz prazer de usufruir da ilusória riqueza de que se nunca satisfaz, E quando Jesus se aproxima, através do Evangelho, pessoas e organizações indagam com pressa: “Que temos com o Cristo? que temos a ver com a vida espiritual?”  

Comparecer ao templo, recitar os versículos do Evangelho, contribuir afanosamente com recursos à agremiação religiosa, construir edificação faraônica para o Cristo ou Deus não credencia ninguém a posição espiritual de relevância, caso não exista vivência verdadeira  da mensagem de Jesus, de forma a eliminar da alma a ganância, o orgulho, o desejo de poder, a auto exaltação, o exibicionismo, a corrupção de qualquer ordem...;   resultando para o crente a bondade, o amor, a caridade, a humildade, a abnegação no bem…

Após conquista pessoal, pode-se entender: “Que temos com o Cristo? que temos a ver com a vida espiritual?” 

Jesus deixa claro para a humanidade que seu Reino não é deste mundo, “mundo de materialidade”, próprio dos seres imperfeitos, devedores, sofredores, que carregam em si o próprio mal; no entanto, trazem também em si recursos a serem desenvolvidos, que depois dos esforços de muitos séculos e com a conquista de luz própria, se qualificam a alcançar o mundo de Jesus: de trabalho, de paz e felicidades, pois correspondem ao estado do próprio Espírito vitorioso.

No último tópico, Emmanuel, coloca alerta de muita gravidade: “É preciso permanecer vigilante à frente de tais sutilezas, porquanto o adversário vai penetrando também os círculos do Espiritismo evangélico, vestido nas túnicas brilhantes da falsa ciência.”  Para os que acolheram a Doutrina Espírita (O Cristianismo redivivo), é indispensável o conhecimento dos seus postulados, ter em mente o rigor analítico de Allan Kardec, “o crivo da razão” diante dos fatos novos para não se permitir enganar, não importando a sua origem.  A responsabilidade espiritual é pessoal, não é possível atribuir a terceiros, é preciso que todos tenham clareza própria e façam análise das ocorrências que surgem antes de aceitá-las, o engano é de quem se permite ser enganado. Jesus ensinou:  “Vigiai e orai…”. É preciso estar atento, pois somos responsáveis pela nossa vida espiritual. 

Esclarecer e orientar os menos experientes sim, para isso precisa redobrar cuidados, estar ciente se seus conhecimentos são sólidos, se está convicto do que ensina, pois, haverá sempre ressaibo de responsabilidade. É verdade para você o que ensina? Está em conformidade com a Doutrina Espírita?

Vou registrar adiante uma história espiritual verdadeira que exemplifica:

-- Certo dia, numa das reuniões mediúnicas que dirigimos, compareceu o Espírito de um pastor evangélico para esclarecimento. Iniciado o diálogo, nota-se que o comunicante é pessoa muito distinta e educada, conquanto com as ideias próprias de sua vivência.

-- O senhor é pastor evangélico?

-- Sim. Mas... não estou entendendo como vim parar aqui, neste lugar que não conheço e nem essas pessoas são de minhas relações sociais e nem religiosas. 

-- O senhor se lembra de ter ficado doente? 

-- Estou em tratamento…; tem algum tempo que não cuidam de mim, não me alimentam e nem me dão medicamento; não entendo…

-- Por que será? Os seus familiares não são sempre solícitos e amorosos? Já pensou que fato importante ocorreu? Estava doente, não é? 

-- Se morri, não entendo, deveria estar “em sono aguardando o dia do juízo…”; deve ser uma ilusão… um…

-- O senhor percebe que houve uma mudança significativa, não consegue falar com os seus conhecidos e nem eles te ouvem, por quê? como o senhor entende isso?

-- Não entendo?!

-- Observa que está falando comigo, mas através desta mulher, o senhor fala e ela repete para mim, assim nós vamos conversando -- ela  tem uma capacidade especial, é médium, capta seu pensamento e seus sentimentos e me transmite, para que eu o entenda --, percebe? 

-- Estou vendo, minha religião nunca falou disso!?  Então, quer me falar que estou morto!?

-- O melhor a dizer é que o senhor está vivo, no entanto, o seu equipamento carnal, que é o corpo, portanto, ele não é o senhor, aquele sim passou pelo fenômeno da morte, pois estava doente, agora o senhor se apresenta como um Espírito, é o que todos nós somos. 

-- Impressionante! Nunca nos ensinaram assim! 

-- Vê aqui no ambiente novo,  que se abriu, pessoas que o senhor conhece? São várias…

-- Estou vendo!... 

-- Tem algum conhecido?

-- Muitos. Pastores amigos, meu professor… Mas, eles estão mortos há muito tempo…

-- Vieram para demonstrar-lhe de que a morte não existe. Continuam vivendo e trabalhando...

-- Estão me convidando para ir com eles, que me explicarão muitas coisas…

 Seguiu com seus amigos espirituais e encerrou-se esse diálogo.

 Na reunião da semana seguinte, compareceu o espírito do Pastor novamente, dizendo:

-- Na semana passada estive aqui, compreendi a minha realidade, mas você me arrumou uma situação que me trouxe perturbação que está me enlouquecendo, porque vi que a morte não é como eu aprendi em minha vida, como exaustivamente ensinei ao povo da minha igreja e agora que eu sei que daquela forma não era verdade como fica a minha consciência, se ensinei o que não é verdade, como vou dar conta disso? Como vou retornar lá para dizer àquele povo que não é daquela forma que acontece...

-- Um orientador espiritual socorre, esclarecendo: “Meu irmão, não se preocupe com isto, você, quanto na tribuna do seu templo, ensinou honestamente a verdade de que tinha convicção, assim, não poderás carregar culpa. Terás, após se preparar condizentemente, aqui na espiritualidade, oportunidade de levar esses novos conhecimentos para todos aqueles que desejarem ouvir”.

Assim, elucidada a questão encerrou-se essa comunicação. 

O Pastor da comunicação ensinou a verdade, pois assim estava convicto, teve a sua consciência justificada; e, caso, estivesse ensinado sem convicção, tendo em suas mãos as orientações espirituais adequadas, mas pretendendo prevalecer com a sua opinião, em detrimento da verdade, como estaria diante da consciência?

O espírita não tem escolha, precisa estudar e estudar, vez que tem os elementos da promessa de Jesus (O Consolador), que veio lembrar ao homem tudo o tinha ensinado e ensinar o que não foi possível, considerando o próprio estado evolutivo da humanidade àquela época. Agora tem toda uma Doutrina reveladora da relação da vida espiritual no corpo e  fora dele, é o estágio de vida na Terra  que chegou na sua maior culminância, abrindo as portas da espiritualidade.

As balizas estão colocadas, o rumo acertado, agora é caminhar pela própria vontade. O atraso para se atingir a meta pertence a quem se acomoda, ou vive a questionar sem buscar resposta, ou sem querer ouvi-la. Desejar que os segredos do futuro lhe venham ao encontro é infantilidade. Sem a ferramenta da renovação interior, os esforços para dominar o orgulho e o egoísmo enclausurados na alma, impedindo o  enriquecimento do espírito com a humildade e o reconhecimento da urgência para abandonar as futilidades e quaisquer vantagens materiais que entorpecem o cumprimento dos deveres maiores para com o próprio futuro espiritual. 

Jesus aguarda decisão de quem desejar o encontro decisivo para vida plena numa realidade de consciência livre. A paz e a felicidade precisam existir no céu de cada indivíduo para que componham a plenitude coletiva que os séculos noticiaram.   

O Mestre Divino jamais destruirá alguém, mas,  sim, aguarda todos os seus filhos-irmãos para compor o seu redil de luz e amor.

Reflitamos!

                                                Dorival da Silva


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Desobsessão! Como fazer?


O Espiritismo responde
Ano 9 - N° 411 - 26 de Abril de 2015
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)


BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI



Um companheiro de lides espíritas perguntou-nos: Por que os protetores espirituais não impedem que os Espíritos obsidiem uma pessoa?
Existem em nosso meio pessoas que lidam com a mesma dúvida, como há também aqueles que gostariam que fosse adotada nas instituições espíritas uma prática usual em determinados círculos, na qual o agente causador da obsessão é afastado do enfermo, às vezes até mesmo por meio de violência.

Ora, se essa prática fosse realmente eficaz, certamente Allan Kardec e outros autores a teriam proposto. Ocorre que obsessão não se dá por acaso e, conforme diz Kardec, sua causa mais frequente, sobretudo nos casos mais graves, é o desejo de vingança. Alguém lesou determinada pessoa e esta, incapaz de perdoar, parte para o desforço, para a desforra, para a vindita.

O objetivo da desobsessão em casos assim não poderia ser simplesmente a separação dos litigantes, fato que, ainda que fosse possível, não resolveria a pendência que deu origem ao sentimento de vingança. Trata-se, pois, de algo maior: a reconciliação dos litigantes, para que eles se acertem e resolvam, em definitivo, o problema que deu origem ao processo.

O tratamento espírita da obsessão é objeto de inúmeras obras espíritas e todas nos mostram que as pessoas envolvidas no processo – tanto o algoz como a vítima – jamais deixam de ser assistidas pelos benfeitores espirituais.
É necessário, contudo, para a real eficácia do tratamento, que a pessoa que sofre a constrição obsessiva faça a sua parte, o que é proposto com clareza por Allan Kardec no capítulo 28, itens 81 e seguintes, d’ O Evangelho segundo o Espiritismo.

Evidente que, no tocante a esse assunto e a muitos outros, não podemos restringir-nos ao que Kardec escreveu, mas todos os autores, encarnados e desencarnados, que trataram até hoje do tema confirmaram o que o Codificador estabeleceu para que a terapia desobsessiva tenha sucesso, a saber:
1.) a necessidade do tratamento magnético;
2.) a importância da chamada doutrinação;
3.) a renovação das atitudes por parte do enfermo.

Encontramos na Revista Espírita de janeiro de 1865, pp. 4 a 19, o relato de um dos fatos que levaram Kardec a semelhante conclusão. Referimo-nos ao caso de Valentine Laurent, uma jovem que residia em Marmande (França).

Com 13 anos na época, Valentine experimentava convulsões diárias. Ela ficava tão violenta que era preciso amarrá-la ao leito, providência que exigia o concurso de cinco pessoas. Exorcismos, missas, passes – nada disso resolveu o problema. O Sr. Dombre, dirigente de um grupo espírita radicado na cidade de Marmande, inicialmente utilizou os passes. Com a insuficiência deles, resolveu evocar a entidade que perturbava a jovem. Teve início, então, a doutrinação, que se realizou no período de 16 a 24-9-1864. A entidade afastou-se; deu-se depois a recaída e afinal o êxito.

Ao relatar na Revista Espírita a experiência de Marmande, Kardec fez as seguintes observações:
1ª.) O caso demonstrou a insuficiência do tratamento magnético.
2ª.) Era preciso, e é preciso em casos assim, remover-se a causa.
3ª.) Para removê-la é necessário o que chamamos de doutrinação.

Kardec diria depois, como vemos no cap. 28, item 81, d´O Evangelho segundo o Espiritismo, acima citado, que a vontade do paciente torna mais fácil o sucesso.

Suely Caldas Schubert, reportando-se ao tema, escreveu em sua conhecida e apreciada obra "Obsessão/Desobsessão": 
1.) Esclarecer o paciente é fazê-lo sentir quanto é essencial a sua participação no tratamento; é orientá-lo, dando-lhe uma visão gradativa, cuidadosa, do que representa em sua existência aquele que é considerado o obsessor; é levantar-lhe as esperanças, se estiver deprimido; é transmitir-lhe a certeza de que existem dentro dele recursos imensos que precisam ser acionados pela vontade firme, para que venham a eclodir, revelando-lhe facetas da própria personalidade até então desconhecidas dele mesmo. É, enfim, ir aos poucos conscientizando-o das responsabilidades assumidas no passado e que agora são cobradas através do irmão infeliz que se erigiu em juiz, cobrador ou vingador. (Obsessão/Desobsessão, segunda parte, cap. 9, p. 114.)
2.) O obsidiado só se libertará quando ele mesmo se dispuser a promover a autodesobsessão. O Espiritismo não pode fazer por ele o que ele não fizer por si mesmo. Muito menos ainda os médiuns, ou alguém que lhe queira operar a cura. É preciso compreender que o tratamento da obsessão não consiste na expulsão do obsessor: alcançado isso, se fosse possível, ele depois voltaria, com forças redobradas, à obra interrompida. A terapia tem em vista a reconciliação; trata-se de uma conversão a ser feita, tarefa que requer do obsidiado uma ampla cooperação, grandes esforços e boa vontade. (Obra citada, segunda parte, cap. 2.)
3.) A renovação moral é, como já foi dito, fator essencial ao tratamento desobsessivo. Yvonne A. Pereira, em seu livro Recordações da Mediunidade, é incisiva a tal respeito: “O obsidiado, se não procurar renovar-se diariamente, num trabalho perseverante de autodomínio ou auto-educação, progredindo em moral e edificação espiritual, jamais deixará de se sentir obsidiado, ainda que o seu primitivo obsessor se regenere. Sua renovação moral, portanto, será a principal terapêutica, nos casos em que ele possa agir”. (Obra citada, segunda parte, cap. 2.)

Cremos que as explicações acima dão-nos subsídios suficientes para entendermos por que, diante da obsessão, não é suficiente afastar, por meio da violência, o agente espiritual que a provoca, fato que, por si só, demonstra a ineficácia dos exorcismos.

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Página copiada da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá 
ser acessada no endereço:
 http://www.oconsolador.com.br/ano9/411/oespiritismoresponde.html

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Maria, mãe de Jesus, teve outros filhos além de Jesus (?)

O Espiritismo responde
Ano 8 - N° 370 - 6 de Julho de 2014
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
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ESPIRITISMO SÉCULO XXI


 
Com a fidalguia que se espera de um espírita verdadeiro, três leitores de nossa revista – Leandro Cosme Oliveira Couto (Belo Horizonte, MG), Luiz Alberto Cunha da Silva (Viamão, RS) e Fernando Rosemberg Patrocínio (Uberaba, MG) –, conforme mensagens publicadas na seção de Cartas desta mesma edição, estranharam a resposta dada à leitora Zilma Dias Keown na edição 369 desta revista.
Eis a mensagem recebida da leitora:  
De: Zilma Dias Keown (Jacksonville – Flórida, Estados Unidos)
Sexta-feira, 20 de junho de 2014 às 14:27:33
Boa tarde! Gostaria muito de saber se Maria mãe de Jesus teve outros filhos além de Jesus. Li a respeito no livro A Gênese, mas, burrinha como sou, não entendi muito bem. Desde já agradeço-lhe pela atenção.
Zilma
Eis o que lhe foi respondido: 
“A questão proposta pela leitora não foi jamais examinada por Kardec nem, ao que sabemos, por nenhum autor espírita. Sempre que esse assunto vem à baila, dizemos o que está escrito em nota de rodapé constante da pág. 11 da edição do Novo Testamento publicada em 1980 por LEB – Edições Loyola, a saber: o Novo Testamento não conhece outros filhos de Maria, nem de José; nunca, em nenhuma passagem do NT, ninguém é chamado filho de Maria, a não ser Jesus, e nunca, em nenhum texto, de ninguém Maria é chamada mãe, a não ser de Jesus.”
A estranheza dos leitores acima citados prende-se ao fato de que o próprio Allan Kardec referiu-se no cap. XIV d´O Evangelho segundo o Espiritismo aos irmãos de Jesus, o que, para eles, é uma clara evidência de que José e Maria tiveram outros filhos. Além da referência feita a Kardec, os leitores mencionaram várias passagens do Novo Testamento em que se faz alusão aos irmãos de Jesus, fato que serviria como comprovação do que o Codificador do Espiritismo escreveu.
Não ignoramos que Kardec e o Novo Testamento fizeram referência ao termo “irmãos”, aludindo com isso a Jesus de Nazaré, mas é preciso convir, como dissemos inicialmente, que o Novo Testamento, em nenhum de seus livros, fala sobre “filhos” de Maria. E foi essa, exatamente essa, a questão tratada na resposta dada à leitora Zilma Dias Keown.
Ela não perguntou se Jesus teve “irmãos”: ela perguntou se Maria teve outros “filhos”, o que é coisa bem diferente.
Filhos de Jacó, José e Benjamim, cuja mãe se chamava Raquel, tinham dez irmãos e uma irmã de nome Dina. Raquel, porém, foi mãe apenas de dois filhos, visto que os outros filhos de Jacó e irmãos de José e Benjamim foram gestados por Bala (Dan e Nefthali), Zelfa (Gad e Aser) e Lia (Ruben, Simeão, Levi, Judá, Isacar e Zabulon).
O Novo Testamento faz, realmente, diversas referências aos “irmãos” de Jesus, como mostram os trechos abaixo: 
E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. Gálatas 1:19
Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos. Atos 1:14
Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? 1 Coríntios 9:5-6
Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no chamar. E a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora. E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? Marcos 3:31-33
E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. Marcos 6:2-3
E, falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te. Ele, porém, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? Mateus 12:46-48
E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas? Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto? Mateus 13:54-56
Disseram-lhe, pois, seus irmãos: Sai daqui, e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos criam nele. João 7:3-5 
Tantas passagens não permitem que se negue o fato. Mas – perguntamos – o termo “irmãos” usado por Paulo e pelos evangelistas teria o sentido estrito que damos usualmente a essa palavra?
Carlos Torres Pastorino estudou meticulosamente o assunto e chegou a uma conclusão diferente da opinião dos nossos três leitores.
Segundo Pastorino, como se pode ler em sua obra Sabedoria do Evangelho - Volume 2, os quatro personagens citados como “irmãos” de Jesus – Tiago, José, Simão e Judas – seriam, em verdade, primos-irmãos de Jesus, parentesco que costumava ser abreviado com a simples palavra "irmão".
Alguns pais da Igreja, como Orígenes, Epifânio, Gregório de Nissa, Hilário, Ambrósio e Eusébio, entendiam que eles fossem filhos de José, frutos de um primeiro matrimônio que o pai de Jesus teria tido, hipótese que Jerônimo refutou. Na obra de Pastorino a que nos reportamos, os interessados podem verificar as fontes em que Pastorino se baseou para expressar suas conclusões.
Registra o evangelista João, na parte final de suas anotações, uma passagem importante que dá apoio ao pensamento de Pastorino. Ei-la:
“E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.” (João 19:25-27.)
Eis os comentários feitos por Pastorino à passagem transcrita:
“Foi quando Jesus cônscio de si e com todas as Suas energias, percorreu o olhar pelas pessoas ali presentes, e proferiu as frases curtas e incisivas: Mulher, eis teu filho (gynai, híde ho huiós sou). Com isso nomeava João, o discípulo amado, como Seu substituto legal no afeto de Maria. Voltando-se, depois, para João, ratifica o mesmo legado: eis tua mãe (híde hê mêtêr sou). E o evangelista acrescenta: e desde essa hora, tomou-a o discípulo como coisa própria (eis tà ídia), ou a seu cargo.
(...)
Anotemos, de passagem, que se Maria tivesse tido outros filhos, ou mesmo enteados (filhos do primeiro matrimônio de José), esse gesto de Jesus tem ensanchas de magoá-los profundamente. Daí termos aceitado, desde o início, a hipótese da expressão ‘irmãos de Jesus’, como sendo seus primos irmãos.
(...)
João, a essa época, parece que contava cerca de 21 ou 22 anos. A partir daí, João manteve Maria a seu lado, tendo-a levado para Éfeso, segundo a tradição, onde ela veio a falecer muitos anos depois.” (Sabedoria do Evangelho, Volume 8, p. 154 a 158.) 
No cap. 5 do livro Boa Nova, psicografia de Chico Xavier, Humberto de Campos (Espírito) diz que Levi, Tadeu e Tiago, filhos de Alfeu e sua esposa Cleofas, parenta de Maria, eram nazarenos e amavam a Jesus desde a infância, sendo muitas vezes chamados “os irmãos do Senhor”, à vista de suas profundas afinidades afetivas.
Quanto à informação de que Maria foi efetivamente morar em Éfeso com o evangelista João, o cap. 30 da mesma obra é recheado de preciosas informações, que vale a pena ler.
Eis alguns trechos do citado capítulo:
Maria deixou-se enlaçar pelo discípulo querido e ambos, ao pé do madeiro, em gesto súplice, buscaram ansiosamente a luz daqueles olhos misericordiosos, no cúmulo dos tormentos. Foi aí que a fronte do divino supliciado se moveu vagarosamente, revelando perceber a ansiedade daquelas duas almas em extremo desalento. “Meu filho! Meu amado filho!“ exclamou a mártir, em aflição diante da serenidade daquele olhar de melancolia intraduzível.
O Cristo pareceu meditar no auge de suas dores, mas, como se quisesse demonstrar, no instante derradeiro, a grandeza de sua coragem e a sua perfeita comunhão com Deus, replicou com significativo movimento dos olhos vigilantes: “Mãe, eis aí teu filho!. . .“ E dirigindo-se, de modo especial, com um leve aceno, ao apóstolo, disse: “Filho, eis aí tua mãe!”
(...)
Após a separação dos discípulos, que se dispersaram por lugares diferentes, para a difusão da Boa Nova, Maria retirou-se para a Betaneia, onde alguns parentes mais próximos a esperavam com especial carinho. Os anos começaram a rolar, silenciosos e tristes, para a angustiada saudade de seu coração.
Tocada por grandes dissabores, observou que, em tempo rápido, as lembranças do filho amado se convertiam em elementos de ásperas discussões, entre os seus seguidores. Na Bataneia, pretendia-se manter uma certa aristocracia espiritual, por efeito dos laços consanguíneos que ali a prendiam, em virtude dos elos que a ligavam a José. Em Jerusalém, digladiavam-se os cristãos e os judeus, com veemência e acrimônia. Na Galileia, os antigos cenáculos simples e amoráveis da Natureza estavam tristes e desertos.
Para aquela mãe amorosa, cuja alma digna observava que o vinho generoso de Caná se transformara no vinagre do martírio, o tempo assinalava sempre uma saudade maior no mundo e uma esperança cada vez mais elevada no céu.
Sua vida era uma devoção incessante ao rosário imenso da saudade, às lembranças mais queridas. Tudo que o passado feliz edificara em seu mundo interior revivia na tela de suas lembranças, com minúcias somente conhecidas do amor, e lhe alimentavam a seiva da vida.
Relembrava o seu Jesus pequenino, como naquela noite de beleza prodigiosa, em que o recebera nos braços maternais, iluminado pelo mais doce mistério. Figurava-se-lhe escutar ainda o balido das ovelhas que vinham, apressadas, acercar-se do berço que se formara de improviso.
E aquele primeiro beijo, feito de carinho e de luz? As reminiscências envolviam a realidade longínqua de singulares belezas para o seu coração sensível e generoso. Em seguida, era o rio das recordações desaguando, sem cessar, na sua alma rica de sentimentalidade e ternura. Nazaré lhe voltava à imaginação, com as suas paisagens de felicidade e de luz. A casa singela, a fonte amiga, a sinceridade das afeições, o lago majestoso e, no meio de todos os detalhes, o filho adorado, trabalhando e amando, no erguimento da mais elevada concepção de Deus, entre os homens da Terra. De vez em quando, parecia vê-lo em seus sonhos repletos de esperança. Jesus lhe prometia o júbilo encantador de sua presença e participava da carícia de suas recordações.
A esse tempo, o filho de Zebedeu, tendo presentes as observações que o Mestre lhe fizera da cruz, surgiu na Bataneia, oferecendo àquele espírito saudoso de mãe o refúgio amoroso de sua proteção. Maria aceitou o oferecimento, com satisfação imensa.
E João lhe contou a sua nova vida. Instalara-se definitivamente em Éfeso, onde as ideias cristãs ganhavam terreno entre almas devotadas e sinceras. Nunca olvidara as recomendações do Senhor e, no íntimo, guardava aquele título de filiação como das mais altas expressões de amor universal para com aquela que recebera o Mestre nos braços veneráveis e carinhosos.
Maria escutava-lhe as confidências, num misto de reconhecimento e de ventura. João continuava a expor-lhe os seus planos mais insignificantes. Levá-la-ia consigo, andariam ambos na mesma associação de interesses espirituais. Seria seu filho desvelado, enquanto receberia de sua alma generosa a ternura maternal, nos trabalhos do Evangelho. Demorara-se a vir, explicava o filho de Zebedeu, porque lhe faltava uma choupana, onde se pudessem abrigar; entretanto, um dos membros da família real de Adiabene, convertido ao amor do Cristo, lhe doara uma casinha pobre, ao sul de Éfeso, distando três léguas aproximadamente da cidade.
A habitação simples e pobre demorava num promontório, de onde se avistava o mar. No alto da pequena colina, distante dos homens e no altar imponente da Natureza, se reuniriam ambos para cultivar a lembrança permanente de Jesus. Estabeleceriam um pouso e refúgio aos desamparados, ensinariam as verdades do Evangelho a todos os espíritos de boa-vontade e, como mãe e filho, iniciariam uma nova era de amor, na comunidade universal.
Maria aceitou alegremente. Dentro de breve tempo, instalaram-se no seio amigo da Natureza, em frente do oceano. Éfeso ficava pouco distante; porém, todas as adjacências se povoavam de novos núcleos de habitações alegres e modestas.
A casa de João, ao cabo de algumas semanas, se transformou num ponto de assembleias adoráveis, onde as recordações do Messias eram cultuadas por espíritos humildes e sinceros.
Maria externava as suas lembranças. Falava dele com maternal enternecimento, enquanto o apóstolo comentava as verdades evangélicas, apreciando os ensinos recebidos. Vezes inúmeras, a reunião somente terminava noite alta, quando as estrelas tinham maior brilho. E não foi só. Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sitio singelo e generoso. A notícia de que Maria descansava, agora, entre eles, espalhara um clarão de esperança por todos os sofredores. Ao passo que João pregava na cidade as verdades de Deus, ela atendia, no pobre santuário doméstico, aos que a procuravam exibindo-lhe suas úlceras e necessidades. Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de “Casa da Santíssima”. (Boa Nova, cap. 30.) 
Se Maria tivesse outros filhos, motivo nenhum haveria para ser levada para tão longe, seguindo o evangelista João, que para ali havia ido por imposição do Sinédrio, como é relatado em minúcias no livro Paulo e Estêvão, de autoria de Emmanuel, psicografia de Chico Xavier.
Esperamos que estas observações satisfaçam a todos aqueles que se interessam pelo assunto de que ora tratamos, conquanto não tenhamos a pretensão de haver esgotado o palpitante tema.
 
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sábado, 5 de julho de 2014

A parentela corporal e a parentela espiritual



A parentela corporal e a parentela espiritual

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família, e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações. Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual.

Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, isto é, minha família pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (...)


Extraída de o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XIV, item 8.