quinta-feira, 9 de maio de 2019

Prece em seu lar

Prece em seu lar 

Você sabe como o bafio pestilento que vem dos pântanos consegue desaparecer com as rajadas do vento perfumado dos prados e jardins.
  
Você já pode observar o modo como a sombra noturna fica desfeita sob a ação da luz solar a cada manhã. 

Você conhece os fenômenos da natureza por meio dos quais a rocha é cortada pelo filete d’água permanente, que passeia sobre o seu corpo pétreo, ou como ela é lixada, pouco a pouco, pelos ventos pacientes que vêm e que vão.  

Dentro desses enforques, podemos meditar sobre o efeito dos pensamentos elevados, quando agem sobre as incontáveis ocorrências da existência.  

Nas atividades do lar, não são poucos os dias de penumbra ou de sombra intensa motivados pelos temperamentos exasperados, irascíveis, odientos, ou por mil e uma tormentas que invadem a vivência da família, que podem até provir de motivos externos ao grupo doméstico, mas que o apanham no lance da surpresa.  

Não são poucos os corações endurecidos, os sentimentos rochosos de almas demarcadas por muitas frustrações, por profundas amarguras ou decepções alimentadas que se converteram em seres empedernidos que oscilam da indiferença à crueldade no seio da família. 

Os problemas variados somam-se a variadas bênçãos que todos, quase sem exceção, costumam viver dentro dos lares, sem atinar muitas vezes quanto aos caminhos que lhes permitam romper a teia das dificuldades.  

Introduza a prece em casa, caso essa providência ainda não tenha sido tomada. A prece em casa é como a brisa leve, dúlcida e perfumada, desfazendo fétidos que se insinuam aqui ou ali. 

A vibração da mente que ora tem o poder de iluminar consciências, de clarear discernimento, trazendo solução para diversos problemas de difíceis aparências. 

Quem ora no lar vai, aos poucos, sensibilizando as almas de todos, mesmo aquelas que, aborrecidas consigo mesmas, desforram na vida e nos outros, como se todos devessem suportar seus impulsos venenosos ou suas posturas de chumbo. 

Você que costuma ter cuidados com a qualidade dos alimentos de uso familiar, que se esmera em oferecer o melhor aos de casa, em todos os sentidos, não deverá esquecer ou menosprezar a eloquente contribuição da prece como aroma inebriante que desponta no jardim do lar, ou como medicação formidável frente às enfermidades morais em curso.   

Reúna quem se disponha, sem nenhuma pressão que não seja a fraterna persuasão, e de maneira descontraída, como quem se prepara para receber um querido e íntimo amigo, ore. Abra o coração e deixe que sua pulsação sensibilizada chegue à boca. Agradeça as alegrias e tristezas do dia vivido ou por viver, caso você ore à tarde, à noite ou pela manhã.  

Abra uma pequena página, seja de O Novo Testamento, onde se acham os fatos e feitos de Jesus, seja de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde encontramos os ensinamentos da moral de Jesus sob a visão de luminosos Mentores da vida planetária, ou de qualquer outro trabalho inspirado nas leis de Deus, sobre a felicidade humana. Leia um pequeno trecho que lhe permita fácil entendimento, rápidos comentários que lhe atestem a utilidade para todos.  Banhe a alma nessas mensagens felizes e conclua esses momentos de sublime evocação das bênçãos divinas dirigindo ao Senhor a sua gratidão.
  
Evite utilizar esses instantes renovadores para “puxar orelhas” dos afetos, ou para fazer “sermões” despropositados e cansativos, ou, ainda, para o excesso de recitações que simulam preces, mas que são falatórios ditados por forte ansiedade de contar com privilégios indevidos, diante da imparcialidade das leis de Deus. 
Estabeleça um comentário fraterno em torno das lições lidas, no qual quem quiser possa colaborar, sem constrangimento, até porque todos sabem onde os calos lhes doem e onde as orientações de Jesus lhes servem às íntimas necessidades. 

Se for do seu interesse, para maior aproveitamento do ensejo, disponha sobre um móvel qualquer um vaso com água para uso individual ou de todos, após a oração, guardando a certeza da atuação benfazeja da prece sobre ela e da colaboração invisível dos Mensageiros Celestes que virão em atendimento a sua busca. 

Instale esse regime de prece em seu lar, e, enquanto em toda parte a desordem perturbe, o crime negreje e a dor faça sucumbir, junto a você e aos seus, pela ação da prece, tudo se torne construção da harmonia, cultivo da virtude e explosão de esperança. Ao longo dos dias você experimentará os resultados venturosos da sua iniciativa.  

                                                                   Joanes 
                                               (Psicografia de J. Raul Teixeira) 


  O Evangelho no lar 

O EVANGELHO NO LAR é a reunião fraterna dos componentes do lar, sob o amparo de Jesus.

Maneira de realizar o EVANGELHO NO LAR: 

Reunir os componentes do lar uma vez por semana, em dia e hora pré-           determinados; 
Iniciar com uma prece simples e espontânea; 
  •     Ler um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, 
  • comentando-o de forma acessível;  
  •  Em desejando, pode-se completar a leitura com outras obras espíritas, como por exemplo livros de mensagens psicografadas        pelos médiuns Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco        ou J. Raul Teixeira; 
  •     Em havendo crianças, quando presentes, aproveitá-las para fazer    uma prece, declamar uma pequena poesia ou ler um pequeno            trecho evangélico; 
  •     Encerrar com prece de agradecimento, rogando pela paz no            Mundo, pelas criaturas carentes de toda sorte, pelas pessoas com      quem temos dificuldades de ajustamento, pelo incentivo e                proteção dos trabalhadores do Bem e da Verdade, por nós                  próprios.  

Lembretes: 
  • A duração não deve ultrapassar uma hora; 
  • Cautelar-se para não transformar a reunião em trabalho mediúnico; a mediunidade e a assistência espiritual devem ser atendidas em Sociedade Espírita idônea; 
  • Não suspender a reunião em virtude de visitas ou eventos adiáveis. As visitas podem participar da reunião.  


A mensagem e as orientações para a realização do Evangelho no Lar foram retiradas do folheto informativo da FEP-Federação Espírita do Paraná, Al. Cabral, 300 – 80410-210 – Curitiba, PR, fone: 41 3223-6174, feparana.com.br, momento.com.br, mundoespirita.com.br, fep@feparana.com.br, livraria@mundoespirita.com.br. 

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Jesus, o Cristo!


Jesus, o Cristo! 

Jesus, o Cristo, é um ser histórico e verdadeiro que dividiu as eras da humanidade em antes e depois de Cristo. Nos dias atuais, Ele tem sido ovacionado em diversos credos, relembrado nas circunstâncias mais dolorosas de sua trajetória e utilizado como justificativa para várias atitudes, algumas descabidas e outras justas. Ele foi inserido no marketing comercial para atender a vários interesses econômicos. No entanto, a essência de seu ensinamento, sua excelente proposição e o objetivo primordial de sua vinda ao mundo em um corpo de carne foram esquecidos. Para Ele mesmo, não havia necessidade de vir ao mundo, mas fez por altruísmo divino em favor de seus irmãos menores em evolução espiritual. 

O nome 'Jesus' não poderia ser mencionado sem que fosse considerado em circunstância de nobreza e elevação, em estudos sérios, em momentos específicos de reflexão sobre a vida, suas circunstâncias e objetivos, e no desenvolvimento e nutrição de uma fé com raciocínio e discernimento. Conforme ensina a Doutrina Espírita, Jesus é o Governador do Planeta Terra e trabalha para o desenvolvimento físico e espiritual de sua humanidade desde os planos iniciais para a sua existência. 

O que marcou a trajetória de Jesus para grade parte dos homens de sua época, e que perdura até os dias atuais, foram os chamados 'milagres'. Estes têm sido muito enfatizados no afã de prosélitos em muitos credos, com luxuosas construções faraônicas e espetáculos televisivos, acumulando capital e poder temporal, comprometendo as consciências tanto dos líderes quanto dos liderados. 

Aquilo que foi chamado de 'milagre' era uma ciência que não se conhecia no tempo de Jesus, pois Ele a estava revelando. Nos dias atuais, essa ciência ainda pouco conhecida, sendo compreendida apenas pela Doutrina Espírita, que é o Consolador prometido. Ensinada pelos Espíritos do Senhor,  que foram enviados no tempo apropriado, e consolidado por Allan Kardec, a Doutrina Espírita materializou os ensinamentos que tornam compreensíveis os fatos dAquele que veio salvar os Espíritos vinculados à Terra da materialidade, com a claridade de suas luzes. 

Jesus veio trazer a esperança para os espíritos que estão transitando pelas experiências da vida corpórea, necessárias à sua evolução nos aspectos intelectuais e morais, para que vençam as dificuldades que obtiveram em outras vidas. Essas dificuldades causaram-lhes as dores que ainda sofrem, os desconfortos morais, que resultaram em aleijões e doenças incontáveis, deficiências de toda ordem, tendo em conta o estado precário da alma, que viaja repetindo erros e alimentando vícios, chumbando o indivíduo num estado de sofrimento, que passa de uma vida para a outra. 

Nos dias que se correm, no período que se denomina “Semana Santa”, existe uma manifestação intensa, utilizando-se de teatralização dos últimos momentos da vida de Jesus, com grande ênfase na impressa, causando comoção em alguns, e nem tanto numa boa maioria. Passada a euforia do momento, os crédulos retornam ao seu estado espiritual anterior, não permanecendo alteração significativa na alma.   Embora o Senhor Jesus tenha demonstrado, em todos os momentos do martírio que lhe foi imposto, a conduta de um Espírito de Escol, que tudo sofria, compreendendo a miserabilidade espiritual de seus irmãos, que não tinham capacidade de perceber a sua grandiosidade. Condição que não mudou muito, transcorridos dois mil anos, vez que sua superioridade e finalidade ainda não se estabeleceram na intimidade da humanidade que se estorce na vida atual, apesar da elevada inteligência e da avançada ciência acadêmica, salvo as exceções. 

A tortura, o julgamento injusto, o açoite, o coroamento com espinhos, o suplício na cruz, não pertencem sob nenhum aspecto aos ensinamentos de Jesus. Apenas, foi o deboche da miserabilidade moral de um poder temporal que se demora passar, pois, se não tem a mesma ênfase material daquele momento, percorre o tempo sendo alimentado pela repetição das senas horripilantes a título de fé, que impedem os seguidores de buscarem a essência do ensinamento do Mestre, que leva a alma à paz e à felicidade. 

Jesus leciona: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração”–Mateus, 6:21. Assim, devemos nos ater ao que enobrece a alma. Em todas as circunstâncias da vida, precisamos escolher, decidir, empreender, construir, como espíritos que não morrem. No entanto, somos herdeiros de nós mesmos, em todos os tempos. A sublimação é o objetivo, porque nos tornará atemporais, pela grandeza intelectual e pureza moral. 

As bem-aventuranças recitadas por Jesus são as recompensas dos esforços de superação sobre as misérias humanas, aquelas que estabelecemos por nossa conta e aquelas que coletivamente implementamos. Por nos comprazermos nas próprias criações, as alimentamos repetindo-as, até que não mais as suportemos pelas dores que nos provoca. Isso desperta em nós a consciência, trazendo-nos a luz do entendimento de que somos responsáveis pela nossa salvação. Jesus é o Mestre que nos mostra o caminho e nos tange com os conhecimentos. 

Psicologicamente, é preciso tirar Jesus da cruz, pois não é isso que nos salva.  É preciso implementar os seus ensinamentos nas nossas vidas, o que não significa decorar os versículos dos Evangelhos, mas interiorizar o entendimento da mensagem, vivendo-as, sem pieguices, sem extremismos, sem fanatismos… Apenas viver de verdade, com a verdade. 

Dorival da Silva