Sementeiras e ceifas
“Porque o
que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção.” -
Paulo. (Gálatas, 6:8.)
Plantaremos
todos os dias.
É da lei.
Até os inativos
e ociosos estão cultivando o joio da imprevidência.
É necessário
reconhecer, porém, que diariamente colheremos.
Há vegetais que
produzem no curso de breves semanas, outros, no entanto, só revelam frutos na
passagem laboriosa de muito tempo.
Em todas as
épocas, a turba cria complicações de natureza material, acentuando o labirinto
das reencarnações dolorosas, demorando-se nas dificuldades da decadência.
Ainda hoje,
surgem os que pretendem curar a honra com o sangue alheio e lavar a injustiça
com as represálias do crime. Daí, o ódio de ontem gerando as guerras de hoje, a
ambição pessoal formando a miséria que há de vir, os prazeres fáceis reclamando
as retificações de amanhã.
Até hoje,
decorridos mais de dezenove séculos sobre o Cristianismo, apenas alguns
discípulos, de quando em quando, compreendem a necessidade da sementeira da luz
espiritual em si mesmos, diferente de quantas se conhecem no mundo, e avançam a
caminho do Mestre dos Mestres.
Se desejas,
pois, meu amigo, plantar na Lavoura Divina, foge ao velho sistema de semeaduras
na corrupção e ceifas na decadência.
Cultiva o bem
para a vida eterna.
Repara as
multidões, encarceradas no antigo processo de se levantarem para o erro e
caírem para a corrigenda, e segue rumo ao Senhor, organizando as próprias
aquisições de dons imortais.
Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, ditada
pelo Espírito Emmauel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 53, publicada em 1951.
Reflexão: Os homens são livres para lançarem sementes de todas as
espécies, têm o livre-arbítrio, são senhores de si mesmos; no entanto, existem
Leis que regem a Vida Universal, que são perfeitas, sendo uma dessas Leis, a de
Justiça, requer a harmonização por aqueles que tenham desajustado o contexto;
entendendo que o ajuste deverá ocorrer na intimidade individual dos desarmonizados,
pois a ordem natural depende do reajuste de cada infrator.
O Espírito Emmanuel dá o rumo: “Se
desejas, pois, meu amigo, plantar na Lavoura Divina, foge ao velho sistema de
semeaduras na corrupção e ceifas na decadência.” Assim, tudo o
que dá ênfase unicamente às conquistas materiais em detrimento das espirituais,
é plantio que merece ser analisado, se não vai obrigar o seu cultivador a
reparar a corrupção e a decadência. Aqui se trata de valores morais, que
resultam na intimidade da alma e permanecerão após a passagem pelo fenômeno da
morte física, aí se verá se o indivíduo é rico ou miserável espiritualmente.
A corrupção não é algo que se origina no ambiente externo, conquanto seja
nesse campo que se apresenta para percepção das demais criaturas. Essa
conjectura negativa tem fulcro na alma do infrator, que poderia ser
neutralizada se a vontade para esse mister existisse, ou se existisse fosse
bastante forte para a contenção. No entanto, o desejo de usufruir de vantagem
ou de sensação vai ao encontro do que lhe é impróprio, pela ausência de
reflexão sobre a consequência da iniciativa, para si e para os outros,
assumindo-se responsabilidade de difícil solução, em conta o comprometimento
moral, que não se extinguirá com a matéria.
“Cultiva o bem para a vida
eterna.” O bem que se cultiva ruma para o infinito, sempre
servindo de lastro para sua própria ampliação; o mal sempre será finito, se
apresenta resultado satisfatório por algum tempo isto é ilusório, porque o
desdobramento é danoso, sendo que tudo o que disso originar terá de ser
corrigido pelo usufrutuário dessa ilusão, o que poderá demorar muito tempo e
provocar muitas dores até que sane o mal deliberadamente praticado, às vezes perdurará
mais de uma reencarnação.
Quantos existem encarcerados em si mesmos, com os problemas emocionais
difíceis, que se arrastam a vida inteira; outros encarcerados em
corpos limitados pelos desajustes fisiológicos e motores, exigindo grandes
esforços para a manutenção da existência? Os sofrimentos de hoje não são de
responsabilidades de outrem, mas o resultado de semeadura que deveria ser
evitada e que agora apresenta os seus frutos, foi a semeadura de plantas
amargosas que oferecem os frutos correspondentes e se faz necessário o
recolhimento de todos eles. É a limpeza da consciência diante da Lei Divina.
Dorival da Silva
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