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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

As crianças não-batizadas


As crianças não-batizadas e sua destinação 


Em abril de 2012 fará cinco anos desde que foi publicado o documento "A esperança de salvação para bebês que morrem sem serem batizados", no qual a Comissão Teológica Internacional da Igreja Católica considerou inadequado o conceito de limbo.
Originária do latim, a palavra limbo – limbu, 'orla' – tem vários significados, mas, no âmbito da religião, é o nome que se dava ao lugar onde, segundo a teologia católica posterior ao século XIII, se encontrariam as almas das crianças muito novas que, embora não tivessem alguma culpa pessoal, morreram sem o batismo que as livrasse do pecado original.
O texto publicado em abril de 2007 pela Igreja “diz que a graça tem preferência sobre o pecado, e a exclusão de bebês inocentes do céu não parecia refletir o amor especial que Cristo tinha pelas crianças". O documento, de 41 páginas, considera que o conceito de limbo refletia uma "visão excessivamente restritiva da salvação". Segundo seus autores, "Deus é piedoso e quer que todos os seres humanos sejam salvos". E aduziram: "Nossa conclusão é que os vários fatores que analisamos fornecem uma base teológica e litúrgica séria para esperar que os bebês não-batizados que morrerem sejam salvos".
Em face deste novo entendimento da Igreja, os bebês que morrem sem batismo são considerados inocentes e sua destinação, portanto, passa a ser o céu, verificando-se o mesmo com os chamados infiéis, ou não-batizados, desde que tenham levado uma vida justa.
O pensamento acima traz algumas implicações que pouca atenção mereceram dos estudiosos em matéria de religião.
Uma delas diz respeito diretamente ao batismo, conhecido sacramento da Igreja Católica, considerado indispensável para apagar os efeitos do pecado original e as faltas cometidas pela pessoa antes de sua admissão, o qual passa a não ser mais condição necessária para a salvação, fato que representa uma evolução do pensamento católico e faz justiça à bondade e à misericórdia de Deus.
Antes disso, sob o pontificado de João Paulo II, o inferno deixara de ser considerado um lugar determinado, para tornar-se, segundo palavras do próprio papa, um estado de espírito. Os anos se sucederam e, com o documento ora em exame, a ideia de limbo deixou também de existir.
A Igreja, porém, insiste ainda em um equívoco lamentável ao ensinar a seus fiéis que a alma é criada por ocasião da concepção, o que explicaria sua condição de inocência no período da infância, quando sabemos, com base em fatos inúmeros, que a alma de uma criança pode chegar a uma nova existência corpórea trazendo um longo passivo de erros e enganos.
Segundo os ensinamentos espíritas, criado simples e ignorante, o Espírito tem de passar pela experiência da encarnação para progredir. A perfeição é sua meta, mas o caminho até ela é árduo e longo, o que significa que terá de passar por uma série de existências até que esteja depurado o suficiente para desligar-se dos liames materiais.
A Igreja, ao não reconhecer o limbo, avança para uma visão mais justa da vida humana e rompe com o sectarismo que caracteriza a necessidade do batismo para a destinação feliz do homem. Esta nova visão está, além disso, de conformidade com a lógica, porquanto, como sabemos, apenas um terço dos que habitam nosso planeta professa as ideias cristãs, enquanto dois terços as ignoram e, evidentemente, não se submetem ao batismo cristão.
Não sendo batizadas, para onde irão essas pessoas?
Até abril de 2007, segundo a Igreja, não poderiam ir para o céu. Mas, agora, com as novas ideias contidas no documento em exame, sim. Basta que tenham levado uma vida justa.
Lembremo-nos, porém, sempre que falarmos em céu e em inferno, das palavras proferidas pelo saudoso papa João Paulo II.
"Nem o inferno é uma fornalha nem o céu um lugar”, afirmou o papa.
“O céu não é o paraíso nas nuvens nem o inferno é aterradora fornalha. O primeiro é uma situação em que existe comunhão com Deus e o segundo é uma situação de rejeição.” (Correio da Manhã, de 29/7/1999.)

Editorial da Revista Eletrônica "O Consolador"
Ano 5 - N° 237 - 27 de Novembro de 2011

A Revista poderá ser acessada pelos endereço:

Tomamos a liberdade de incluir o fragmento abaixo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que amplia o entendimento e dá o ensinamento da Doutrina Espírita sobre as questões enfocadas no que diz respeito à criança que morre em tenra idade.  A ideia da preexistência da vida espiritual a presente vida no corpo físico e a compreensão da justiça da reencarnação derrogam, por si sós, as ideias cristalizadas no tempo, que não sofreram análise e crítica séria, o que somente foi possível com o surgimento da fé raciocinada exarada pelo Espiritismo.



BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS
Causas anteriores das aflições

(...)

Que dizer, enfim, dessas crianças que morrem em tenra idade e da vida só conheceram sofrimentos? Problemas são esses que ainda nenhuma filosofia pôde resolver, anomalias que nenhuma religião pôde justificar e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, se se verificasse a hipótese de ser criada a alma ao mesmo tempo que o corpo e de estar a sua sorte irrevogavelmente determinada após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram essas almas, que acabam de sair das mãos do Criador, para se verem, neste mundo, a braços com tantas misérias e para merecerem no futuro uma recompensa ou uma punição qualquer, visto que não hão podido praticar nem o bem, nem o mal?
Todavia, por virtude do axioma segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. E uma alternativa a que ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de Deus.
O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às consequências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado. O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei”. (Item 6 – fragmento – de  “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec, 112ª edição, tradução de Guillon Ribeiro – FEB) 

pode ser consultado através do endereço:
 http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/principal.html )