O tempo agora...
O
tempo que se transcorre é bom ou é ruim? Para todas as pessoas, ou...? Parecem indagações
sem nexo. Conquanto a dualidade, vive-se às duas sensações. Nem tudo é só bom, nem tudo é só ruim! Porque
dentro desse caldo situacional existe um ser pensante, que altera com a sua disposição, o sentimento e a percepção.
Quem
tem o entendimento de que este momento é de aprendizado ou de reajuste do que
não estava bem estabelecido e vislumbra que depois tudo ficará melhor, então,
se tem uma visão de futuro, o bom e o ruim são apenas estados transitórios que
não permanecerão. É a consciência da mutabilidade. Nada é estático neste Mundo.
O que é bom agora poderá ser visto de outra maneira em outro momento. E assim
com o que é ruim.
A maturidade
modifica a valorização das coisas e dos fatos. É observável para quem faz reflexões da
própria vida. Todo indivíduo tem uma trajetória própria, perpassou por inúmeras
circunstâncias boas e ruins, nas perspectivas daqueles momentos, que nas
reflexões da maturidade, muitas que pareciam boas e foram defendidas com
intensidade, se mostram que eram equívocos, apenas frutos da ignorância ou da
vaidade. Outras que nas ocasiões que se deram eram ruins, também eram apenas
uma questão do foco dos interesses, eram as percepções daquele momento, porque
ignorava ou o orgulho não permitia se curvasse.
As
dissonâncias dos sentimentos são os exercícios da construção do edifício
intelectual e moral, sendo o progresso um fatalismo, mostrando um rumo, sem
erro, é o futuro. É o depois, o amanhã, a próxima década... Já não é o
agora. Esse agora é um instante, já não
existe mais... Passou àquele, agora é outro... “Tudo passa...” Tanto as dores como as alegrias passam. O que fica é um novo estado de alma. É bom ou
é ruim, depende da escolha. Da agregação de valores. Se há uma soma harmônica é
certo que há paz. Se o tumulto impera, tanto “o agora”, como “o depois” aguardarão
a reflexão.
Dorival da Silva