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sexta-feira, 17 de junho de 2022

Aborto (III)

 Aborto (III)

        Considerando a atualidade, precisamos ter ciência de que é imprescindível nascermos de novo. Sem a existência do pai e da mãe não há como produzir corpos humanos. A equipagem reprodutiva feminina, que custodia a formação orgânica do ser humano até o nascimento e dispõe o recurso de aleitamento e os cuidados que garantem o início da jornada corporal, é intransferível por natureza e irrecusável contributo à Vida.

        A formação de um corpo no útero feminino constituindo-se um ser humano, funciona como um caminho de passagem, onde um ser espiritual integrará a população com a indumentária que aí se construirá pela sua influência, na qualidade de modelador da massa carnal, que nesse ambiente é formada pelas células sexuais que se fundiram.  

É necessário considerar que antes do corpo existe um ser espiritual que irá modelar tal estrutura em gestação, com os fatores que atenderão ao seu planejamento; em que pesem as características genéticas herdadas dos pais.  Assim, o corpo em formação não pertence à mãe e sim ao Espírito em retorno à vida carnal.  A mulher oferece o seu tributo à Vida, na condição de coautora com a Providência Divina, dando oportunidade transformadora do estado daquele que nascerá para o mundo, tirando a mãe o proveito evolutivo das experiências que se darão no transcorrer da existência.

        Na Lei Natural, sendo os Homens (a Humanidade) Criaturas, e sabendo que os atributos de Deus são: a perfeição, o amor e a justiça, dessa forma, todas as circunstâncias para se nascer estão sob a mais justa condição.

        A lei civil de nenhuma Nação pode derrogar a Lei Divina, sob nenhum aspecto; pode, no entanto, infringir a Lei Natural, o que cedo ou tarde apresentará a consequência para os responsáveis e a coletividade que enganosamente se “beneficiou” desse arranjo aos seus interesses imediatistas.

        Campanhas ideológicas para a interrupção da gravidez em qualquer fase da vida do nascituro, ou da vida cronológica da mãe, não encontram justificativa diante da consciência. Há, no entanto, uma situação em que se admite a realização do aborto, quando verdadeiramente as conclusões médicas testificam que a mãe tem risco de morte, em virtude da gestação, sendo preferível que a mãe continue a sua jornada. “Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.¹”

        A reencarnação é caminho evolutivo mais eficaz para aprendizado e solução de problemas estabelecidos pelo Espírito em outra vida.  O aborto é o obstáculo promovido pelo egoísmo, o desrespeito a si mesmo e desconsideração com a Divindade. Todos somos Espíritos e dependemos de renascer para continuarmos o caminho do progresso.

“Jesus respondeu (à Nicodemos): Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo²”.

        O aborto é impedimento ao retorno de nossos amores, que vêm do mundo espiritual, e, possivelmente, de alguns desafetos. Estes estariam juntos de nós para aprender a amar. Por nossa vez, aprenderíamos a amá-los.  Impedir que o Espírito renasça é criar dificuldade para o nosso retorno, quando estivermos na espiritualidade necessitados da reencarnação. O progresso espiritual é obra da solidariedade entre as Criaturas. Hoje somos pais, ocorrendo a morte deste corpo, poderemos renascer como netos, bisnetos, tetranetos, ou em outra geração. Mas, se barrarmos essa possibilidade não haverá porta para o retorno entre os que amamos.  Assim, renasceremos entre estranhos que nenhum afeto guarda por nós e nos abandonarão em qualquer lugar, deixando-nos na dependência da boa vontade de outros estranhos que, possivelmente, nos criarão, ou seremos cuidados em algum estabelecimento de apoio à criança desamparada.

        O marido, o companheiro, o parceiro assume responsabilidade severa diante da consciência se incentivar ou ser indiferente ao aborto do feto que se encontra em desenvolvimento no ventre da esposa, da companheira, da parceira, em qualquer estágio.  O pai assume idêntico compromisso ao da mãe para salvaguardar a vida do filho concebido. Não importa o estado civil, não adianta alegar que o ato sexual se deu em encontro fortuito ou casual, porque no campo da vida não cabe a inconsequência e o descomprometimento, sempre se precisará fazer o ajuste com a consciência, os fatos não se apagam. 

                Ninguém, que por opinião, sugestão, procedimento e facilitação ao aborto fique sem responsabilidade diante da Consciência Cósmica.  Tudo é registrado na Alma, segundo a interferência e intenção no caso. Assume as consequências do que disso resultar. Terá que se ressarcir à própria consciência, que não se calará.

Caso a consciência esteja adormecida ou insensível, não tardará despertar, mesmo que após o térmico da vida deste corpo, quando o Espírito estiver no campo espiritual, onde não há engano e nem subterfúgios a títulos de ilusórias justificativas. 

        Vê-se na imprensa instantânea deste tempo moderno, notícias de legisladores que propõem a legalização do aborto, governos que permitem e outros que impedem, embora a decisão de manutenção da gravidez ou sua interrupção é por conta da mulher, ou desta e seu cônjuge. Cientes, porém, que nada fica encoberto aos olhos de Deus.

        Uma das razões de estarmos no mundo é aproveitarmos a oportunidade evolutiva de existirmos num corpo. A outra, tão importante como esta, é oportunizar o nascimento de outros Espíritos para as experiências adequadas às suas condições e necessidades espirituais. Futuramente através de seus corpos ou de seus descendentes nos proporcionarão o retorno em nova existência terrena para a caminhada evolutiva imprescindível.

        Todos os Espíritos no estágio evolutivo que nos encontramos na Terra necessariamente terão que reencarnar vezes sem conta até que adquiram elevação espiritual que os desobriguem de retornar à vida material. Assim, todos precisam respeitar a Lei de Progresso, lei inderrogável, pois, é Divina, portanto, imutável. 

        Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.³”

        Preferência à Vida, sempre!  Aborto nunca!

                                    Dorival da Silva

        

 

1.     O Livro dos Espíritos, questão 359

2.    João 3:5-7

3.    Dólmen de Allan Kardec,  livro “Allan Kardec” vol. III, cap. 3, item 2. “A desencarnação” – Zêus Wantueil e Francisco Thiesen

 

Outras páginas que tratam desse tema publicadas neste “blog”:       

https://draft.blogger.com/u/1/blog/posts/6111272247005520446?pli=1&q=Aborto%20na%20Argentina

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2018/08/aborto-em-debate-publico-o-que.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2017/03/microcefalia-nao-e-pena-de-morte.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2016/09/aborto-criminoso_23.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2016/09/proposta-para-legalizacao-da.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2014/05/aborto-delituoso.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/06/aborto.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/08/aborto-ii.html

https://espiritismoatualidade.blogspot.com/2012/04/voce-gostaria-de-ser-abortado.html

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Racismo, preconceito!? Por que ignorar isso?

 Racismo, preconceito!? Por que ignorar isso? 

      Para analisar esse assunto em profundidade, é preciso considerar que todos os homens do mundo são espíritos imortais em viagem sem fim na busca do estado de perfeição. Racismo, preconceito e todos os sectarismos e outros “ismos” referentes existem pela ignorância da própria essencialidade espiritual. 

A perseguição de uma raça de gente por outra, de um entendimento religioso por outro; ou, a intolerância de dissensão política ou, mesmo, de comportamento, não se justificam, se se tem conhecimento lúcido do “Ser”, que cada um é.  

Cabem os questionamentos adiante que ajudarão no entendimento: O que é o Ser humano?  “Do ponto de vista corpóreo e puramente anatômico, o homem pertence à classe dos mamíferos, dos quais unicamente difere por alguns matizes na forma exterior. Quanto ao mais, a mesma composição de todos os animais, os mesmos órgãos, as mesmas funções e os mesmos modos de nutrição, de respiração, de secreção, de reprodução. (...).”¹   

“Que seria o nosso corpo, se não tivesse alma? Uma massa de carne sem inteligência, tudo o que quiserdes, exceto um homem.”²

“Que é a alma? Um Espírito encarnado.”³ 

“Que é a alma antes de unir ao corpo? “Espírito.”4  

Então, o Homem é um Espírito que está reencarnado num corpo, enquanto dá vida inteligente ao seu equipamento de carne, chama-se Alma. Diz-se: reencarnado, porque não é a primeira vez que encarna, ou seja, retorna à vida material em novo corpo. Quando se refere a “Homem” ou “Os Homens” está se referido à Humanidade, o que inclui os seres masculino e feminino (homem e mulher), sem nenhuma distinção de gênero, mesmo porque se trata de Espíritos que poderão reingressar no mundo num e noutro sexo. 

A consciência dessa realidade permite a retirada do véu que impedia o entendimento mais amplo da vida e suas razões.  Assim, o racismo e os preconceitos perdem a razão para existir, como a escuridão que se extingue à chegada da luz, o desfazer da ignorância de quem realmente se é, e a finalidade de estar neste mundo.

Com a reencarnação, agora bem entendida pela revelação dos Espíritos Superiores, condutores da Humanidade, não é possível que as mentes e corações conhecedores dessa verdade, que supera  as conjecturas outras, não compreendam a grandiosidade da justiça Divina para com seus filhos, mostrando que todos têm o mesmo direito diante de sua Lei. “Qual a finalidade da reencarnação? Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?”5.   

A reencarnação, que é uma Lei Divina, que todos estão submetidos, resolve a questão do racismo…  Os indivíduos que compõem a atual sociedade, passada essa experiência -- toda geração passa --, retornando à vida espiritual, quando terão condições para analisar as consequências da existência terminada, às suas e da sociedade da qual participou, verão quais necessidades que lhes incomodam e novas programações de retorno à carne serão preparadas, na busca da solução dos seus incômodos espirituais.  

Assim, com as revisões que as análises e estudos no mundo espiritual proporcionam ao Espírito, de acordo com os novos propósitos, individuais e coletivos, buscam o reingresso na vida material, possivelmente, em muitos casos, por escolha própria, em posição reversa a da vida anterior; se eram negros poderão ser brancos, se eram do sexo masculino poderão envergar a estrutura feminina, se foram pobres encontrarem o caminho da riqueza. Não sendo essa alternância uma regra fixa, pois que existe o livre-arbítrio, mas o Espírito, estando fora da matéria tem visão mais ampla, vê as melhores possibilidades para vencer as suas deficiências, limitações, e os problemas de consciência. Embora no novo corpo não lembre as suas resoluções anteriores, mas estas estão no Espírito, e elas fluem através das tendências e da intuição. É possível observar isso no dia a dia das pessoas, como as habilidades inatas, que se apresentam sem nunca nesta existência ter feito treinamento para determinado fim, no entanto, demonstram facilidades para tais e tais tarefas. 

Racismo e preconceito são heranças de educação deformada, resultado da ignorância e do orgulho, que geram o ódio e a vingança, como são sentimentos que estão no Espírito, e não se sabe quando originou e nem em que circunstância, mas existe como uma nuvem invisível que magoa uns, ao mesmo tempo, atiça outros; todos digladiam, sendo vítimas do mesmo mal. Certamente os racistas de hoje são os mesmos que envergaram indumentária carnal que representava a raça que odeiam, e vice-versa. O sentimento está no Espírito. A única solução é o entendimento de que todos são Espíritos, que caminham para a libertação das peias, entre outras, aqui se trata do racismo e dos preconceitos de maneira geral. A decisão primeiramente é particular, íntima, depois os gestos e atitudes novos refletem na sociedade. Quando a maior parte da população estiver livre de tais amarras o Mundo já será outro, muito melhor, porque os Espíritos estão mais adiantados. 

Sem a educação moral, àquela que se adquire no berço, a educação de família, como preconiza Allan Kardec, será muito difícil aguardar que a escola regular e a justiça formal possam resolver tais problemas. Jesus, o Cristo, ensina: “Ame o seu próximo com si mesmo.”6 Grande parte dos racistas e preconceituosos conhecem a máxima do Mestre Nazareno, no entanto, sobre  as verdades espirituais não bastam estar informado, é preciso que se torne uma realidade internalizada na Alma, e reflitam nos gestos e atitudes no seu contexto de vida. Indivíduo evangelizado desconhece sentimentos racistas e preconceituosos. 

A Doutrina Espírita tem como máxima: “Fora da caridade não há salvação”7.  Desrespeito a quem quer que seja é faltar com a caridade. Agressividade para com os outros, o primeiro agredido é o próprio agressor. Tudo na vida é via de duas mãos. “É dando que se recebe.”, recita São Francisco.

      Com um pouco de boa vontade não é difícil perceber os equívocos da vida, depende do foco preferencial. 

      O eixo principal desses males é o orgulho e a insensatez.  

                                               Dorival da Silva

  1. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, capítulo X, item 26, Allan Kardec, FEB, tradução de Guillon Ribeiro

  2. Questão 136-b, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, FEB, tradução de Evandro Noleto Bezerra.

  3. Questão 134, idem.

  4. Questão 134-a, idem.

  5. Questão l67, idem.

  6. Mateus, 22:39.

  7. Capítulo XV, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Karde, LAKE, tradução de J. Herculano Pires.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Vida inextinguível


Vida inextinguível

O objetivo essencial da existência humana é a conquista da plenitude. Mediante continuado esforço, o Espírito desenvolve as aptidões que se lhe encontram em latência, de modo que se conheça a si mesmo, enriquecendo-se de instrumentação para os enfrentamentos naturais no processo evolutivo.

Atravessando as experiências do instinto ao longo do tempo, passa a compreender as emoções que acompanham as sensações, libertando-se das amarras dos automatismos orgânicos para a administração saudável dos sentimentos.

Envolto na tecelagem complexa da matéria, trabalha-a, a fim de bem conduzir o carro orgânico enquanto aspira às delícias da imortalidade.

Etapa a etapa, deve aprimorar-se, sublimando as paixões primitivas e transformando-as em beleza e alegria indispensáveis ao êxito do empreendimento.

Reencarnando-se por necessidade de crescimento íntimo, dá sentido à existência física, aformoseando o planeta e a existência em esforço contínuo e enriquecedor.

O conhecimento do sentido de viver favorece-o com a lucidez para superar as tendências primárias, que permanecem em largo período agrilhoando-o ao passado.

Essas injunções, às vezes, penosas, impulsionam-no à autoiluminação, de modo que se operem as transformações morais no íntimo para a vitória sobre a ignorância, a dor, o desequilíbrio.

É todo um processo de crescimento, no qual todas as conquistas de enobrecimento ampliam-lhe os horizontes para a espiritualização.

Impulsos e reações dos instintos básicos que lhe serviram de suporte para vencer as fases iniciais, são transformados em métodos seguros para as experiências libertadoras através das quais o sentido existencial supera todos os outros.

Autor dos conhecimentos que defronta, cabe-lhe recuperar-se, agindo corretamente, de modo que a paz que deflui da consciência dignificada constitua-lhe a razão primordial da jornada evolutiva.

Enquanto a ignorância das Divinas Leis predomina, o ser permanece mergulhado no primarismo, necessitado do buril do sofrimento para romper o envoltório grosseiro que abafa as aspirações e impede-lhe a ruptura de dentro para fora, mediante o conhecimento da verdade.

A dor, desse modo, é instrumento do Bem para despertar todos aqueles que se encontram submetidos ao sono do desconhecimento.

Bendize, pois, esses fatores-sofrimento que te induzem à reflexão e ao encontro da liberdade.

*
Nasceste ou renasceste para morrer no momento quando concluíres o trâmite carnal. Isso é inevitável, pois que é fatalidade da vida.

O fenômeno da morte é parte fundamental do programa da existência.

Tudo que nasce tem o seu período próprio de existir no invólucro material, para logo depois experimentar a consumpção orgânica através da desencarnação.

Em razão da afetividade e da imensa necessidade de união e de comunhão de uns Espíritos com os outros, a morte representa uma dor moral quase que insuperável.

Embora todos os seres humanos tenham conhecimento de que acontecerá em momento determinado, quando ocorre em algum lar, também despedaça os sentimentos daqueles que permanecerão na roupagem física.

Importante considerar como despertará esse viajante de retorno ao Grande Lar, quando terá que contabilizar os resultados da experiência vivenciada.

Por outro lado, aqueles que lhe perderam a presença padecem a dor da ausência material, da convivência abençoada dos sonhos e anelos programados para o que se denomina como felicidade.

A morte, em consequência, é detestada; no entanto, é a grande libertadora, porque propicia o encontro com a paz, desencarcerando o ser da prisão sem grades das doenças degenerativas, daquelas incuráveis e de muitas situações penosas.

A certeza de que o reencontro é inevitável, porque o amor jamais separa aqueles que se vinculam, constitui um bálsamo, uma esperança anunciada para depois.

A imortalidade é a expressão da sábia misericórdia de Deus, propiciando vida exuberante, quando o corpo de constituição transitória consome-se.

Não te desesperes ante a morte do ser amado. Ele vive e logo readquire a lucidez, passado o período de ajustamento, volve a visitar-te, a estar contigo, inspirando-te nas injunções da carne.

Por tua vez, envolve-o em lembranças afetuosas e gratulatórias que eles captam e sentem-se bem pelas evocações amadas.

Não te permitas revoltar ou sucumbir pela dor da sua viagem. Se as lágrimas da saudade visitarem-te, verte-as com ternura e amor, e eles se sentirão queridos, também emocionados.

Em situação nenhuma te permitas a rebeldia, considerando que também desencarnarás.

Vive de tal forma que, ao chegar o teu momento de retorno, exultantes, os seres queridos que te anteciparam venham receber-te cantando um hino de alegria inefável, homenageando-te.

Como jamais te esqueceram, no Além-túmulo trabalham para a continuação da afetividade, preparando-te o lar, novas realizações que ignoras, de forma que vivas o banquete de luz e de paz que está prometido a todos aqueles que são fiéis ao Bem e à Verdade.

*

À dor da separação do Mestre Jesus na crucificação, aqueles que O amavam reativaram as alegrias ante a Sua ressurreição luminosa.

Aquela madrugada de bênçãos foi a resposta de Deus à tarde-noite de sombras e morte.

Tem paciência quando desencarne um ser querido, considerando os júbilos que te tomarão oportunamente, por ocasião do reencontro, quando fores recebido por quem agora choras...


Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite
de 2 de setembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, 
em Salvador, Bahia.
Em 28.12.2015.

sábado, 17 de janeiro de 2015

O tempo agora...


O tempo agora...

O tempo que se transcorre é bom ou é ruim? Para todas as pessoas, ou...? Parecem indagações sem nexo. Conquanto a dualidade, vive-se às duas sensações.  Nem tudo é só bom, nem tudo é só ruim! Porque dentro desse caldo situacional existe um ser pensante, que altera com a sua disposição, o sentimento e a percepção.

Quem tem o entendimento de que este momento é de aprendizado ou de reajuste do que não estava bem estabelecido e vislumbra que depois tudo ficará melhor, então, se tem uma visão de futuro, o bom e o ruim são apenas estados transitórios que não permanecerão. É a consciência da mutabilidade. Nada é estático neste Mundo. O que é bom agora poderá ser visto de outra maneira em outro momento. E assim com o que é ruim. 

A maturidade modifica a valorização das coisas e dos fatos.  É observável para quem faz reflexões da própria vida. Todo indivíduo tem uma trajetória própria, perpassou por inúmeras circunstâncias boas e ruins, nas perspectivas daqueles momentos, que nas reflexões da maturidade, muitas que pareciam boas e foram defendidas com intensidade, se mostram que eram equívocos, apenas frutos da ignorância ou da vaidade. Outras que nas ocasiões que se deram eram ruins, também eram apenas uma questão do foco dos interesses, eram as percepções daquele momento, porque ignorava ou o orgulho não permitia se curvasse. 

As dissonâncias dos sentimentos são os exercícios da construção do edifício intelectual e moral, sendo o progresso um fatalismo, mostrando um rumo, sem erro, é o futuro. É o depois, o amanhã, a próxima década... Já não é o agora.  Esse agora é um instante, já não existe mais... Passou àquele, agora é outro... “Tudo passa...” Tanto as dores como as alegrias passam.  O que fica é um novo estado de alma. É bom ou é ruim, depende da escolha. Da agregação de valores. Se há uma soma harmônica é certo que há paz. Se o tumulto impera, tanto “o agora”, como “o depois” aguardarão a reflexão.

                                                                                    Dorival da Silva

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O caminho da paz



O caminho da paz

Reunião pública de 8/6/59
Questão nº 743

Dos grandes flagelos do mundo antigo, salientavam-se dez que rebaixavam a vida humana:


A barbárie, que perpetuava os desregramentos do instinto.


A fome, que atormentava o grupo tribal.


A peste, que dizimava populações.


O primitivismo, que irmanava o engenho do homem e a habilidade do castor.


A ignorância, que alentava as trevas do espírito.


O insulamento, que favorecia as ilusões do feudalismo.


A ociosidade, que categorizava o trabalho à conta de humilhação e penitência.


O cativeiro, que vendia homens livres nos mercados da escravidão.


A imundície, que relegava a residência terrestre ao nível dos brutos.


A guerra, que suprime a paz e justifica a crueldade e o crime entre as criaturas.


*


Veio a política e, instituindo vários sistemas de governo, anulou a barbárie.


Apareceu o comércio e, multiplicando as vias de transporte, dissipou a fome.


Surgiu a ciência, e exterminou a peste.


Eclodiu a indústria, e desfez o primitivismo.


Brilhou a imprensa, e proscreveu-se a ignorância.


Criaram-se o telégrafo sem fio e a navegação aérea, e acabou-se o insulamento.


Progrediram os princípios morais, e o trabalho fulgiu como estrela na dignidade humana, desacreditando a ociosidade.


Cresceu a educação espiritual, e aboliu-se o cativeiro.


Agigantou-se a higiene, e removeu-se a imundície.


Mas nem a política, nem o comércio, nem a ciência, nem a indústria, nem a imprensa, nem a aproximação entre os povos, nem a exaltação do trabalho, nem a evolução do direito individual e nem a higiene conseguem resolver o problema da paz, porquanto a guerra – monstro de mil faces que começa no egoísmo de cada um, que se corporifica na discórdia do lar e se prolonga na intolerância da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das raças, alimentando-se de sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e rapina, tão cruel entre as nações supercivilizadas do século 20, quanto já o era na corte obscurantista de Ramsés 2º – somente desaparecerá quando o Evangelho de Jesus iluminar o coração humano, fazendo que os habitantes da Terra se amem como irmãos.


É por isso que a Doutrina Espírita no-lo revela, atualmente, sob a luz da Verdade, fiel ao próprio Cristo que nos advertiu, convincente: – “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres.”

Mensagem extraída da obra: Religião dos Espíritos, capítulo 41, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.


Para facilitar a leitura e o entendimento acrescentamos abaixo a questão 743 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, conforme a referência inicial da página analisada por Emmanuel na reunião pública de 08.06.1959:

743. Da face da Terra, algum dia, a guerra desaparecerá?

“Sim, quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Nessa época, todos os povos serão irmãos.”