Especial
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por Rogério Coelho
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A linguagem dos Espíritos é o
verdadeiro critério pelo qual podemos julgá-los
Experimentai se os Espíritos são de Deus. (I João, 4:1) Na sequência, disse São Luís: “Sabeis que a revelação existiu desde os tempos mais remotos, mas foi sempre apropriada ao grau de adiantamento daqueles que a recebiam. Hoje, não é caso mais de vos falar por figuras e por parábolas: deveis receber os nossos ensinamentos de um modo claro, preciso e sem ambiguidade. Mas seria muito cômodo não ter senão que perguntar para ser esclarecido; isso seria, aliás, sair das leis progressivas que presidem ao adiantamento universal. Não estejais, pois, admirados se, para vos deixar o mérito da escolha e do trabalho, e também para vos punir por infrações que podeis cometer contra os nossos conselhos, algumas vezes é permitido a certos Espíritos, ignorantes mais do que mal intencionados, de responderem em qualquer caso às vossas perguntas. Isso, em lugar de ser para vós uma causa de desencorajamento, deve ser um poderoso estímulo para procurar a verdade com ardor. Sede, pois, bem convencidos que, seguindo essa rota, não podeis deixar de chegar a resultados felizes. Sede unidos de coração e de intenção; trabalhai todos; procurai, procurai sempre, e encontrareis”.
A linguagem dos Espíritos sérios e
bons tem um cunho do qual é impossível se equivocar, por pouco que se tenha
de tato, de julgamento e do hábito da observação. Os maus Espíritos, por
qualquer véu hipócrita que eles cobrem suas torpezas, não podem jamais
sustentar seu papel indefinidamente; eles mostram sempre seus verdadeiros
projetos por alguma faceta, de outro modo, se sua linguagem fosse sem mácula
eles seriam bons Espíritos. A linguagem dos Espíritos é, portanto, o
verdadeiro critério pelo qual podemos julgá-los; sendo a linguagem a
expressão do pensamento, tem sempre um reflexo das qualidades boas ou más do
indivíduo. Não é sempre pela linguagem que nós julgamos os homens
que não conhecemos? Se recebeis vinte cartas de vinte pessoas que jamais
vistes, é lendo-as que estareis impressionados diversamente? É que, pela
qualidade do estilo, pela escolha das expressões, pela natureza dos
pensamentos, por certos detalhes mesmos de forma, não reconheceis, naquilo
que vos escreveu, um homem bem elevado de um homem grosseiro, um sábio de um
ignorante, um orgulhoso de um homem modesto? Ocorre absolutamente o mesmo com
os Espíritos: suponde que sejam homens que vos escrevem, e julgai-os do mesmo
modo; julgai-os severamente! Os bons Espíritos não se ofendem de modo algum
com essa investigação escrupulosa, uma vez que são eles mesmos que no-la
recomendam como meio de controle. Sabemos que podemos ser enganados,
portanto, nosso primeiro sentimento deve ser o de desconfiança; só os maus
Espíritos que procuram nos induzir ao erro podem temer o exame, porque estes,
longe de provocá-lo, querem ser acreditados sob palavra.
Desse princípio decorre muito natural
e muito logicamente, o meio mais eficaz de afastar os maus Espíritos, e de se
premunir contra as suas velhacarias. O homem que não é escutado para de
falar; o velhaco que sabe que se está a par do que ele é, não faz tentativas
inúteis. Do mesmo modo os Espíritos enganadores abandonam a parte onde veem
que nada têm a fazer, e onde não encontram senão pessoas atentas que rejeitam
tudo o que lhes pareça suspeito.
Resta-nos, para terminar, passar em
revista os principais caracteres que nos revelam a origem das comunicações
espíritas:
1. Os Espíritos superiores têm em
muitas circunstâncias uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem mistura
com qualquer trivialidade; eles dizem tudo com simplicidade e modéstia, não
se vangloriam nunca, não exibem jamais seu saber nem sua posição entre os
outros. A dos Espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das
paixões humanas; toda a expressão que exala a baixeza, a suficiência, a
arrogância, a fanfarrice, a acrimônia, é um indício característico de
inferioridade, ou de fraude se o Espírito se apresenta sob um nome
respeitável e venerado.
2. Os bons Espíritos não dizem senão
o que sabem; eles se calam ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem.
Os maus falam de tudo com segurança, sem se importarem com a verdade. Toda
heresia científica notória, todo princípio que choca com a razão e o bom
senso, mostra a fraude se o Espírito se dá por um Espírito esclarecido.
3. A linguagem dos Espíritos elevados
é sempre idêntica, senão pela forma, ao menos pelo fundo. Os pensamentos são
os mesmos, quaisquer que sejam o tempo e o lugar; eles podem ser mais ou
menos desenvolvidos segundo as circunstâncias, as necessidades e as
facilidades de comunicar, mas não serão contraditórios. Se duas comunicações
levando o mesmo nome estão em oposição uma com a outra, uma das duas,
evidentemente, é apócrifa, e a verdadeira será aquela onde NADA desminta o
caráter conhecido do personagem. Uma comunicação que tenha em todos os pontos
o caráter da sublimidade e da elevação, sem nenhuma mácula, é que ela emana
de um Espírito elevado, qualquer que seja o seu nome; encerre ela uma mistura
de bom e de mau, será de um Espírito comum, se ele se der por aquilo que é:
de um patife se enfeitar com um nome que não saiba justificar.
4. Os bons Espíritos nunca mandam;
não se impõem: eles aconselham, e, se não são escutados, se retiram. Os maus
são imperiosos: dão ordem, e querem ser obedecidos. Todo Espírito que
se impõe trai sua origem.
5. Os bons Espíritos não lisonjeiam;
eles aprovam quando se faz bem, mas sempre com reserva; os maus dão elogios
exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade pregando a humildade, e procuram
exaltar a importância pessoal daqueles que querem cooptar.
6. Os Espíritos superiores estão
acima das puerilidades das formas, em todas as coisas; para
eles o pensamento é tudo, a forma nada é. Só os Espíritos vulgares podem
ligar importância a certos detalhes incompatíveis com ideias verdadeiramente
elevadas. Toda prescrição meticulosa é um sinal de
inferioridade e fraude da parte de um Espírito que toma um nome imponente.
7. É necessário desconfiar de nomes
bizarros e ridículos que tomam certos Espíritos que querem se impor à
credulidade; seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a sério.
8. É necessário igualmente desconfiar
daqueles que se apresentam, muito facilmente, sob nomes extremamente
venerados, e não aceitar suas palavras senão com a maior reserva; é aí sobre-
tudo que um controle severo é indispensável, porque, frequentemente trata-se
de uma máscara que tomam para fazer crer em pretensas relações íntimas com os
Espíritos fora de linha. Por esse meio eles agradam a vaidade, e dele se
aproveitam para induzir, frequentemente, a diligências lamentáveis ou
ridículas.
9. Os bons Espíritos são muitos
escrupulosos sobre os meios que possam aconselhar; eles não têm jamais, em
todos os casos, senão um objetivo sério e eminentemente útil. Deve-se, pois,
olhar com suspeitas todos aqueles que não tenham esse caráter e maduramente
refletir antes de executá-los.
10. Os bons Espíritos não prescrevem
senão o bem. Toda máxima, todo conselho que não esteja estritamente
conforme a pura caridade evangélica não pode ser a
obra de bons Espíritos; ocorre o mesmo com toda insinuação malévola tendente
a excitar ou entreter sentimentos de ódio, de ciúme ou de egoísmo.
11. Os bons Espíritos não aconselham
jamais senão coisas perfeitamente racionais; toda recomendação que se
afastasse da direita linha do bom senso e das leis
imutáveis da Natureza acusa um Espírito limitado e ainda sob a
influência de preconceitos terrestres, e, por conseguinte, pouco digno de
confiança.
12. Os Espíritos maus, ou
simplesmente imperfeitos, se trairiam ainda por sinais materiais com os quais
não poderia equivocar-se. Sua ação sobre o médium, algumas vezes, é violenta,
e provoca em sua escrita movimentos bruscos e irregulares, uma agitação
febril e convulsiva, que contrasta com a calma e a doçura dos bons Espíritos.
13. Outro sinal de sua presença é a
obsessão. Os bons Espíritos não obsidiam jamais; os maus se impõem em todos
os instantes; é por isso que todo médium deve desconfiar da
necessidade irresistível de escrever que se apodera dele nos momentos mais
inoportunos. Isso nunca traduz a atitude de um bom Espírito, e não deve a
isso ceder.
14. Entre os Espíritos imperfeitos
que se misturam às comunicações, há os que se insinuam, por assim dizer,
furtivamente, como para fazer uma travessura, mas que se retiram tão
facilmente quanto vieram, e isso à primeira intimação; outros, ao contrário,
são tenazes, se obstinam junto de um indivíduo, e não cedem senão com o
constrangimento e a persistência; apoderam-se dele, subjugam-no fascinam-no a
ponto de fazê-lo tomar os mais grosseiros absurdos por coisas admiráveis,
felizes quando pessoas de sangue frio conseguem abrir-lhes os olhos, o que
não é sempre fácil, porque esses Espíritos têm a arte de inspirar a
desconfiança e o distanciamento para quem possa desmascará-los; de onde se
segue que se deve ter por suspeito de inferioridade ou má intenção todo
Espírito que prescreva o isolamento, o distanciamento de quem possa dar bons
conselhos. O amor próprio vem em sua ajuda, porque lhe custa, frequentemente,
confessar que foi vítima de mistificação, e reconhecer um velhaco naquele sob
cujo patrocínio se glorificava por se colocar. Essa ação do Espírito é
independente da faculdade de escrever; na falta da escrita, o Espírito
malévolo tem inúmeros meios de agir e de enganar; a escrita é para ele um
meio de persuasão, e não uma causa; para o médium, é um meio de se
esclarecer.
Passando todas as comunicações
espíritas pelo controle das considerações precedentes, se lhes reconhecerá
facilmente a origem, e poder-se-á frustrar a malícia dos Espíritos
enganadores que não se dirigem senão àqueles que se deixam benevolentemente
enganar; se veem que se ajoelha diante de suas palavras, disso aproveitam,
como fariam simples mortais; está, pois, em nós provar-lhes que perdem seu
tempo. Acrescentamos que, para isso, a prece é um poderoso recurso,
por ela chama-se a si a assistência de Deus e dos bons Espíritos, aumenta-se
a própria força; mas conhece-se o preceito: ajuda-te e o Céu
te ajudará.
Deus quer muito nos assistir, mas com
a condição de que façamos, de nossa parte, o que é necessário”.
http://www.oconsolador.com.br/ano12/571/especial.html
Página extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada através do endereço eletrônico acima.
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quinta-feira, 21 de junho de 2018
Procedimentos para afastar os maus espíritos - Parte 2 e final
quinta-feira, 10 de março de 2016
Momento difícil
Momento
difícil
O mundo está em crise, e o
Brasil estertora, conforme o noticiário de todo instante. Sucedem-se os
escândalos, e as surpresas com as pessoas envolvidas produzem um duplo efeito:
desencanto em confiar em indivíduos de aparente apresentação digna,
inimputável, mantenedores, no entanto, de conduta vulgar e criminosa, assim
como a perda da esperança em dias melhores ante a cultura da desonestidade que
campeia à solta. A questão, no entanto, é mais ampla porque se apresenta com
caráter internacional. O ser humano parece ter perdido o rumo ético,
entregando-se aos excessos de toda ordem, revivendo preconceitos bárbaros que
se repetem causando lástima e compaixão.
Haja vista o que o Estado
Islâmico está realizando em uma cidade do Iraque onde se encontram cristãos.
Além de destruir todos os monumentos que honram o passado e são patrimônio da Humanidade,
estão degolando selvagemente os adeptos do Cristo, em espetáculo de hediondez,
repetindo com mais crueldade as perseguições promovidas pelo Império Romano
durante os três primeiros séculos do nosso calendário.
Os crimes crescem
assustadoramente, e os cidadãos nos encontramos amedrontrados, receando as ruas
e também a intimidade dos lares, onde os bandidos se adentram e cometem arbitrariedades.
Como mecanismo de fuga, os brasileiros sorrimos dos comportamentos anedóticos
de autoridades que deveriam zelar pelo idioma pátrio, sem aventureirismos
ridículos, através dos veículos da comunicação virtual. Não serão resolvidos os
dramas existenciais com a zombaria, as reclamações, os doestos. Tornam-se
indispensáveis comportamentos corretos, conscientização de possibilidades de
ação através das leis que vigem no país.
Se cada cidadão e cidadã
brasileiros cumprirem com o seu dever, poderemos restabelecer a ordem e voltar
a confiar no futuro. Jesus estabeleceu uma ética desafiadora que serve de
bastão psicológico de segurança: Não
fazer a outrem o que não gostaria que outrem lhe fizesse.
Divaldo
Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal
A Tarde, coluna Opinião, em 27.8.2015.
Em 31.8.2015.
quinta-feira, 28 de março de 2013
Os tempos são chegados - 2/5
Os tempos são chegados (parte 2)
A Humanidade realizou até agora incontestáveis progressos.
Por sua inteligência, os homens chegaram a resultados jamais atingidos em
relação às ciências, às artes e ao bem-estar material; resta-lhes ainda uma
imensidão a realizar; é fazer reinar entre si a caridade, a fraternidade e a
solidariedade, para assegurar o seu bem-estar moral. Não o podiam com suas
crenças, nem com suas instituições antiquadas, resquícios de uma outra idade,
boas numa certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, tendo
dado o que comportavam, seriam hoje um ponto de parada. Tal uma criança
estimulada por móbiles, impotentes quando ela chega à idade madura. Já não é
apenas o desenvolvimento da inteligência que é necessário aos homens, é a
elevação do sentimento e, para tanto, é preciso destruir tudo quanto neles
pudesse excitar o egoísmo e o orgulho.
Tal o período em que agora vão entrar, e que marcará uma das
fases principais da Humanidade. A fase que neste momento se elabora é o complemento
necessário do estado precedente, como a idade viril é o complemento da
juventude; ela podia, pois, ser prevista e predita por antecipação, e é por
isto que se diz que os tempos marcados por Deus são chegados.
Neste tempo não se trata de uma mudança parcial, de uma
renovação limitada a um país, a um povo, a uma raça; é um movimento universal,
que se opera no sentido do progresso moral. Uma nova
ordem de coisas tende a se estabelecer e os homens que a ela são mais opostos
nela trabalham mau grado seu; a geração futura, desembaraçada das escórias do
velho mundo e formada de elementos mais depurados, achar-se-á animada de ideias
e sentimentos completamente diversos da geração presente, que desaparece a
passos de gigante. O velho mundo estará morto e viverá na História, como hoje
os tempos medievais, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas.
Aliás, cada um sabe que a ordem de coisas atual deixa a
desejar. Depois de haver, de certo modo, esgotado o bem-estar material, que é
produto da inteligência, chega-se a compreender que o complemento desse
bem-estar não pode estar senão no desenvolvimento moral. Quanto mais se avança,
mais se sente o que falta, sem, contudo, poder ainda o definir claramente: é o
efeito do trabalho íntimo que se opera para a regeneração; tem-se desejos,
aspirações que são como o pressentimento de um estado melhor.
Mas uma mudança tão radical quanto a que se elabora não pode
realizar-se sem comoção; há luta inevitável entre as ideias, e quem diz luta,
diz alternativa de sucesso e de revés. Entretanto, como as ideias novas são as
do progresso e o progresso está nas leis da Natureza, estas não deixam de
triunfar sobre as ideias retrógradas. Desse conflito nascerão, forçosamente,
perturbações temporárias, até que o terreno esteja livre dos obstáculos que se
opõem à construção do novo edifício social. É, pois, da luta das idéias que
surgirão os graves acontecimentos anunciados, e não de cataclismos, ou
catástrofes puramente materiais. Os cataclismos gerais eram consequência do
estado de formação da Terra; hoje não são mais as entranhas do globo que se
agitam, são as da Humanidade.
A Humanidade é um ser coletivo, no qual se operam as mesmas
revoluções morais que em cada ser individual, mas com esta diferença: umas se
realizam de ano a ano, e as outras de século em século. Que a seguir em suas
evoluções através dos tempos verá a vida das diversas raças marcadas por
períodos que dão a cada época uma fisionomia particular.
Ao lado dos movimentos parciais há um movimento geral, que dá
impulso à Humanidade inteira; mas o progresso de cada parte do conjunto é
relativo ao seu grau de adiantamento. Tal seria uma família composta de vários
filhos, dos quais o mais jovem está no berço e o mais velho com dez anos, por
exemplo. Em dez anos, o mais velho terá vinte e será um homem; o mais jovem
terá dez e, embora mais adiantado, será ainda uma criança; mas, por sua vez, se
tornará homem. Dá-se o mesmo com as diversas frações da Humanidade; os mais
atrasados avançam, mas não atingem de um salto o nível dos mais adiantados.
Tornando-se adulta, a Humanidade tem novas necessidades, aspirações
mais largas, mais elevadas; compreende o vazio das ideias com que foi embalada,
a insuficiência das instituições para a sua felicidade. Não mais encontra no
estado de coisas as satisfações legítimas a que se sente chamada. Eis por que
sacode as fraldas e se lança, impelida por uma força irresistível, para as
margens desconhecidas, à descoberta de novos horizontes menos limitados. E é no
momento em que se encontra muito confinada em sua esfera material, onde a vida
intelectual transborda, onde se expande o sentimento da espiritualidade, que
homens, pretensos filósofos, esperam encher o vazio pelas doutrinas do niilismo
e do materialismo! Estranha aberração! Esses mesmos homens que pretendem
empurrá-la para frente, esforçam-se por circunscrevê-la no estreito círculo da
matéria, de onde aspira a sair; fecham-lhe o aspecto da vida infinita, e lhe
dizem, mostrando-lhe o túmulo: Nec plus ultra!
Como dissemos, a marcha progressiva da Humanidade se opera de
duas maneiras: uma gradual, lenta, insensível, se se consideram as épocas mais
próximas, que se traduz por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos
usos, e não se percebe senão à superfície do globo; a outra, por um movimento
relativamente brusco, rápido, semelhante ao de uma torrente rompendo seus
diques, que lhes faz transpor em alguns anos o espaço que teria levado séculos
a percorrer. É então um cataclismo moral que, em alguns instantes, devora as
instituições do passado, e ao qual sucede uma nova ordem de coisas, que se
assenta pouco a pouco à medida que a calma se restabelece e se torna
definitiva.
Para quem vive bastante para abarcar os dois aspectos da nova
fase, de crescimento moral, que
chegou a Humanidade. Da adolescência passa à idade viril; o passado já não pode
bastar às suas novas aspirações, às suas novas necessidades; não pode mais ser
conduzida pelos mesmos meios; não mais se permite ilusões e sortilégios; sua
razão amadurecida exige alimentos mais substanciais. O presente é por demais
efêmero; sente que seu destino é mais vasto e que a vida corporal é muito
restrita para a encerrar toda inteira. Eis por que ela mergulha o olhar no
passado e no futuro, a fim de aí descobrir o mistério de sua existência e
haurir uma segurança consoladora.
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
Allan Kardec - Revista Espírita - outubro de 1866
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Terra
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Síndrome do Pânico
Síndrome do Pânico
Entre os transtornos de comportamento que tomam conta da sociedade hodierna, com enormes prejuízos para a saúde do indivíduo e da comunidade geral, a síndrome do pânico apresenta-se, cada vez, mais generalizada.
Vários fatores endógenos e exógenos contribuem para esse distúrbio que afeta grande e crescente número de vítimas, especialmente a partir dos vinte anos de idade, embora possa ocorrer em qualquer período da existência humana.
A descarga de adrenalina, avançando pela corrente sanguínea até o cérebro no ser humano, produz-lhe o surto que pode ser de breve ou de larga duração.
Trata-se de um problema sério que merece tratamento especializado, tanto na área da psicologia quanto da psiquiatria, mediante os recursos psicoterapêuticos a serem aplicados, assim como os medicamentos específicos usados para a regularização da serotonina e de outros neurocomunicadores.
No momento em que ocorre o surto, o sofrimento do paciente pode alcançar níveis quase insuportáveis de ansiedade, de desespero e de terror. Nada obstante, o fenômeno, invariavelmente, é de breve duração, com as exceções compreensíveis.
Podem ocorrer poucas vezes, o que não constitui um problema de saúde, mas, normalmente é recorrente, portanto, necessitado de tratamento.
Graças aos avanços da ciência médica, nas áreas das doutrinas psicológicas, o mal pode ser debelado com assistência cuidadosa e tranquila.
No entanto, casos existem que não cedem ante o tratamento específico, ao qual o paciente é submetido, dando lugar a preocupações mais sérias.
Sucede que, em todo problema na área da saúde ou do comportamento humano, o enfermo é sempre o Espírito que se encontra em processo de recuperação do seu passado delituoso, experienciando as consequências das ações infelizes que se permitiu praticar antes do berço atual.
Renascendo com a culpa insculpida nos tecidos sutis do ser, temores e inquietações aparentemente injustificáveis, surgem de inopino, expressando-se como leves surtos do pânico.
Em consequência, por haver gerado animosidade e ressentimento, as suas vítimas, que o não desculparam pelas atitudes perversas que lhe padeceram, retornam pelo impositivo das afinidades psíquicas e morais, estabelecendo conúbios de vingança por intermédio das obsessões.
O número de pessoas em sofrimento sob os acúleos das obsessões produzidas por desencarnados é muito maior do que parece.
É natural, portanto que, nesses casos, a terapêutica aplicada mais eficaz não resulte nos propósitos desejados, tais sejam, a cura, o bem-estar do paciente...
Torna-se urgente o estudo mais cuidadoso da fenomenologia mediúnica, das interferências dos Espíritos nas existências humanas, a fim de serem melhor compreendidos os distúrbios psicopatológicos, dessa maneira, facultando-se existências saudáveis e comportamentos equilibrados.
* * *
Anteriormente confundido com a depressão, o distúrbio do pânico foi estudado mais detidamente e, após serem analisadas todas as síndromes, foi reclassificado, a partir de 1970, como sendo um transtorno específico, recebendo orientação psicoterapêutica de segurança.
Pode acontecer que, num surto do distúrbio do pânico, de natureza fisiológica, os inimigos espirituais do paciente aproveitem-se do desequilíbrio emocional do seu adversário e invistam agressivamente, acoplando-se-lhe no perispírito e produzindo, simultaneamente, a indução obsessiva.
Trata-se, portanto, de uma problemática mais severa porque são dois distúrbios simultâneos, que exigem mais acurada atenção.
Nesse sentido, a psicoterapia espírita oferece recursos valiosos para a recuperação da saúde do enfermo.
Concomitante ao tratamento especializado na área da medicina, as contribuições fluídicas, mediante os passes, a água magnetizada ou fluidificada, as leituras edificantes e a meditação, a prece ungida de amor e de humildade, os socorros desobsessivos em reuniões especializadas, sem a presença do paciente, oferecem os benefícios de que necessita.
Face ao débito moral ante as Leis da Vida, é indispensável que o padecente recupere-se espiritualmente, por meio da vontade para alterar a conduta para melhor, envidando esforços para sensibilizar a sua vítima antiga, afastando-a através da paciência, da compaixão e da solidariedade.
O distúrbio do pânico é transtorno cruel, porque durante o surto pode induzir o paciente ao suicídio, conforme sucede com relativa frequência, em razão do desespero que toma conta da emoção do mesmo.
O hábito da oração e o recurso das ações em favor do próximo em sofrimento constituem uma admirável medicação preventiva às investidas dos Espíritos inferiores, equilibrando as neurotransmissões e facultando a manutenção da harmonia possível.
A reencarnação é, graças a isso, o abençoado caminho educativo para o Espírito que, em cada etapa, desenvolve os tesouros sublimes da inteligência e da emoção, da beleza e do progresso, avançando com segurança na conquista da plenitude que a todos está reservada.
As enfermidades, especialmente as de caráter emocional e psiquiátrico constituem, assim como outras orgânicas de variadas expressões, desde as degenerescências genéticas até as de caráter infeccioso, os métodos educativos e reeducativos para o discípulo da Verdade.
A cada erro cometido tem lugar uma nova experiência corretiva, de forma que a consciência individual, em se harmonizando, possa sintonizar com a Consciência Cósmica, numa sinfonia de incomparável beleza.
Somente, portanto, existem as doenças porque permanecem enfermos em si mesmo os Espíritos devedores.
* * *
Seja qual for a situação em que te encontres na Terra, abençoa a existência, conforme se te apresente.
Se dispões de saúde e desfrutas de bem-estar, multiplica os dons da bondade e serve, esparzindo alegria, sem o desperdício do tempo em frivolidades e comprometimentos perturbadores.
Se te encontras enjaulado em qualquer forma de sofrimento, bendize o cárcere que te impede piorar a situação evolutiva, evitando que novamente derrapes nos desaires e alucinações.
O corpo é uma dádiva superior que Deus concede a todos os infratores, a fim de que logrem a superação da argamassa celular para cantar as glórias imarcescíveis do Amor completamente livre.
Joanna de Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã do dia 30 de outubro de 2012, em Sydney, Austrália. Em 9.11.2012.
Extraída do endereço: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=305
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