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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Inferno!

 Inferno! 

Esse termo é forte. É de concepção muito particular, cada pessoa carrega a sua interpretação. Tem origem em histórias infantis, em conversas de família, surgem de causos contados como folclore, colhe-se essa ideia também em pregação religiosa...  

O problema é que, a concepção de inferno mais significativa para as pessoas, carrega consigo algo irremissível. É condenação definitiva.  Muitas vezes o estado emocional de fragilidade das pessoas leva a sofrimento intenso, provocando medo, pânico, além de estado depressivo profundo.  

Como o estado emocional proporcionado por certas ideias, não se tem como mensurar sua influência na intimidade das pessoas, podendo gerar tumulto arrasador na sua alma.  

A situação se agrava porque o valor atribuído àquilo de que se julga culpado somente poderá ser avaliado por quem carrega tal concepção, uma certa percepção de ideia sobre o que se denomina inferno. O fato que leva uma pessoa emocionalmente frágil ao estado de culpa, visto por outra, com senso de análise mais desenvolvido, entende como um estado de consciência irreal, mas, realíssimo para quem sofre.  Assim, as concepções e os efeitos são exclusivos para cada pessoa.

Geralmente, a ideia de inferno leva a se pensar em um lugar circunscrito, ou uma região, que ninguém até hoje localizou. A Geologia que esquadrinhou o Planeta nunca fez nenhum registro sobre esse lugar. E existe um agravante, na concepção de tal inferno, não bastasse o sofrimento, é necessário a ação de fogo permanente, queimando os culpados. Além de fustigados por seres infernais! 

"Santa" ingenuidade!   

Quando essas ideias são pregadas por líderes religiosos, é o império da irreflexão sobre Àquele que julgam representar, Deus!  

Como atribuir ao Criador de todas as coisas, que mantém o maquinismo universal em harmonia -- com tantas espirais de Astros e Planetas bailando pela eternidade, respeitando as próprias órbitas, atendendo suas finalidades --, a construção de algo antagônico aos seus atributos de amor e justiça absolutos? Ainda, para torturar indefinidamente as Suas criaturas, que surgiram de Sua vontade e por amor?  

Jesus, o Cristo, deixou claro nos seus ensinamentos: "Há muitas moradas na casa de meu Pai." - São João, 14:1-1.  Porque há uma infinidade de estados evolutivos de Seus filhos, que formam sociedades de Espíritos (mundos) com infindáveis estados de aperfeiçoamento.   

Existem sofrimentos depois da morte do corpo? Existem. É comum para todos? Não! Boa parte vive vida equilibrada, produtiva...   

Como sabemos isso?  A Doutrina Espírita é ampla em esclarecimento. E seu grande objetivo é levar o entendimento às pessoas que sempre haverá "um depois", diante de toda liberdade que a vida nos permite, todas a ações e pensamentos geram desdobramentos, ou seja, consequências. Toda ação produz consequência! Boa ou ruim! Às vezes se verifica os efeitos nesta própria existência e outros depois. "A cada um segundo as suas obras" – como ensinou Jesus. O melhor parâmetro para isso é: "Não fazer ao próximo o que não desejar para si." - também ensinamento do Mestre de Nazaré, em outras palavras. 

Por que depois? Isso ocorre porque o Espírito não sofre interrupção de sua vida. É sempre uma continuidade. Precisa-se considerar ainda que tudo o que ocorre se origina no Espírito, o corpo nunca tem responsabilidade de nada. É apenas instrumento de manifestação da sua vontade. Assim, a qualquer tempo o Espírito responde pelos seus atos, pensamentos e intenções.  

Aí, no Espírito, está a tal de consciência, o juiz!  A justiça Divina mora aí, na consciência. Não existe nenhum ser inteligente que não carregue um tribunal em si mesmo. Podemos asseverar ser esse juízo muito rigoroso. Implacável mesmo!  

Então, existe inferno? Existe. Não como a concepção do mundo, o qual é um lugar de castigo para os outros, para os inimigos, para atender o desejo de vingança muito cruel. O que, na verdade, de modo geral, não se acredita, embora, cultive tal ideia, muito pela tradição.  

Mas, a realidade é bem pior, porque existe o inferno, o sofrimento, e somos nós os próprios juízes que estabelecemos o castigo e não nos perdoamos enquanto não resgatarmos o último "ceitil". Enquanto não nos limparmos da pendência moral que deliberadamente infringimos em algum tempo. Vejamos exemplos: Quem não conhece caso de criança que nasce com doença grave, que exige tratamento médico severo e apesar de todos os cuidados existem sofrimentos; e as que surgem no mundo com problemas neurológicos tão comprometidos que parecem apenas vegetar. Nem ao menos conseguem manifestar as suas dores, é preciso que se adivinhe que está com algum incômodo. Estes, apenas para assinalar alguns mais difíceis aos olhos do observador.  E, ainda, a multidão de sofredores que carrega problemas dolorosos sem que os perscrutadores possam notar!  Os acidentes inopinados, que deixam uns paraplégicos, outros tetraplégicos, alguns desmemoriados e muitos mutilados!  Nenhuma dessas circunstâncias acontece sem razão.  E não há injustiça.  

A paz e a felicidade são um estado de alma que se constrói, com a evolução espiritual (moral e intelectual), no entanto, não se pode esquecer a fraternidade, a convivência com os diferentes. A relação humana honesta e digna é o que traz o melhor estado espiritual individual, porque reflete no coletivo, criando ambiência harmônica, beneficiando a todos em sua abrangência.  

O inferno, tal como o céu, corresponde ao estado de alma. O que se dá na vida física e depois no mundo espiritual. Na vida espiritual, as percepções e os sentimentos são mais intensos, quanto que na vida corporal a massa carnal ameniza os efeitos do sentimento.  

Se o passado nos traz dificuldades e sofrimentos, a presente existência nos proporciona a possibilidade do conserto e podemos trabalhar para construção feliz que perdurará depois desta vida. 

Inferno existe? Existe! Mas, é por nossa conta. 

 

Dorival da Silva. 


Nota: As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  



quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A morte não existe

 

A morte não existe 


Parece absurda essa afirmação. Mas, quando falamos da Vida, ela, a morte, realmente não existe. A Vida é independente do corpo, existirá plenamente sem ele. É bom afirmar que a Vida sem o corpo é mais intensa. Pode-se ser muito feliz, ou muito infeliz.  

Geração que sucede geração, sempre a mais recente tem melhor inteligência e o desenvolvimento moral também caminha, no entanto, mais lentamente, quando em boa parte sofre derrocada pela educação deficiente, pelos vícios, crimes…  Os professores escolares, os dirigentes religiosos, as lideranças sociais e políticas são pessoas nascidas nas porções da sociedade, que carregam o conteúdo cultural e moral correspondente ao meio onde foram criadas.  

O suicídio, o suicídio assistido, a eutanásia, o aborto, pena de morte, matar para se livrar do desafeto, matar o cônjuge por ciúme, desconfiança ou desejo de posse, tudo ignorância sobre a morte.  

A Vida é permanente. O corpo tem serventia por um tempo limitado. Todos têm consciência que o corpo morrerá e não se sabe quando! Com a inteligência avançada destes dias, não se pode ignorar que a Vida continuará depois do corpo, tanto como existia antes dele. O que falta é a fé que raciocina.  

Morreu o corpo, ele irá retornar seus elementos ao laboratório da Natureza, com as disjunções celulares, com a decomposição eletroquímicas naturais. Seus componentes retornados a elementos simples formarão outras composições, outros tecidos, outros corpos. É da Natureza que nada se perde! 

E a cultura, os cabedais intelectuais, as experiências vividas, as virtudes e as fraquezas onde estarão? Se desaparecessem como o corpo seria irracional. Se na Natureza material “tudo se transforma e nada se perde”; o que pensar da Natureza espiritual, onde a Vida que habitou o corpo é indestrutível, é eterna a sua individualidade, tem consciência de si mesma, tem liberdade de ação — livre arbítrio — e assume incontestavelmente as suas responsabilidades, não importando que sejam agradáveis ou desagradáveis.  

Desde a antiguidade, as religiões de todos os tempos, os expoentes religiosos de todas as gerações nunca pregaram a morte voluntária, a morte provocada, a morte do que não nasceu, porque, pela intuição, sabiam, e todas as pessoas sabem que a vida do corpo é para ser respeitada e conservada. Trata-se de recurso extraordinário de progresso. Não lhe pertence. É empréstimo com finalidade própria.  

Todos os meios e recursos existentes no Universo são de origem Divina, O Incriado, que todos conhecem, Deus!  Assim, o que pertence ao ser humano? À alma humana? Somente os valores espirituais (intelectuais e morais) que conquistou pelos seus esforços.  

Matar-se ou matar para livrar-se de frustração, dor, egoísmo, orgulho… é adquirir dívida de difícil solvência. Dívida com a consciência! Dívida com Deus!  

Deus, Amor e Justiça, não elimina o pecador. Nenhuma de suas criaturas se perderá! Dá sempre oportunidade.  No entanto, as dificuldades são inerentes à rebeldia. As dificuldades são as pedras e os espinhos que a criatura espargiu no carreiro da vida, correspondendo a seu estado de consciência. Precisará limpar a consciência de seus crimes, para encontrar a paz e a felicidade verdadeiras. O que não ocorre na vida corporal e sim na Vida espiritual.  

Existe o sofrimento para se vencer as barreiras do não saber, porque a conquista de conhecimento exige esforço e superação; mas, o dever cumprido enche o cumpridor de satisfação e reconhece que o sabor da vitória corresponde aos esforços dispendidos. É a luz que se faz na alma do vencedor de si mesmo.  

O sofrimento do rebelde é carregado de amargores e recidivas, sente-se revivendo dissabor, com o sentir refazer o que não foi bem feito, ou mal feito. Conviver com pessoas que não gozam de sua simpatia, depender de pessoa que não se gosta, arrastar dependência física grotesca, limitada, feia!  Sempre se encontra àqueles que foram abandonados, que não foram amados!  

Quando não, o rebelado, carrega disfunção mental, com lucidez prejudicada, ou, ainda, totalmente com escuridão mental, dependente integral da atenção de terceiros.  

Não há injustiça! Em nenhuma situação. No que se chama anomalia, doença irreversível, aleijão é somente o reencontro do criminoso consigo mesmo.  Trata-se de resgate da consciência maculada. Consequência da rebeldia contra a Lei Imutável de Deus, causando desarmonia na Casa do Pai!  Onde? Na própria consciência!  “A Lei de Deus está inscrita na consciência.”   

Suicídio, eutanásia, aborto…  Jamais! 

 

Dorival da Silva.