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segunda-feira, 24 de junho de 2024

Cada um de nós possui autonomia

 Cada um de nós possui autonomia 

  É hora de nos libertarmos de concepções antigas. Desde a antiguidade sempre a educação presente nas sociedades foi separatista, considerando o valor que era atribuído à profissão que os indivíduos escolhiam ou lhes era imposta. Geralmente, a escolha ou imposição se dava em virtude do ganho financeiro, do destaque na sociedade ou do poder político.  Isso, visando ao poder de influência de grupo familiar, a princípio, preservando e ampliando o seu poderio econômico e financeiro.  

Situação que se perpetuou. Incutindo assim, em muitas gerações, esse conceito de trabalho mais importante uns em detrimento de outros. Em tempo mais recuado era de muita importância para as famílias abastadas que existisse entre os seus: um médico ou um advogado e um clérigo. Depois, com a ampliação das possibilidades de os indivíduos frequentarem a academia nos seus variados segmentos mudou-se esse padrão, mas a concepção antiga permaneceu. A visão geral é a que proporciona melhores possibilidades de ganho e destaque no seu meio de atuação. 

Será que desta forma é possível ter uma sociedade justa? Sempre vivendo para buscar o melhor ganho financeiro, o melhor destaque social e outras relevâncias de seus interesses, como se somente isso importasse, atendendo a uma visão materialista reinante!  Se isso é importante, devemos perguntar a nós mesmos, até quando isso nos servirá?  Será até amanhã? Será uma década? Ou…? Do que preciso para viver? E depois desse amanhã? Depois dessa década? Ou…? O que virá?  Será que compreendemos bem a razão de estarmos num processo de vida corporal temporário?  

Não se busca condenar a tradição, mas sim compreendê-la. Agora estamos no tempo de novo entendimento, novas buscas e perspectivas de futuro. Mas, existe o depois deste futuro que se almeja, o que vem depois desta vida.   A perspectiva de novo futuro, daquele que permanecerá depois de tudo, a vida essencial.  

Todos os diplomas, todos os bens de família, de grupos econômicos, as riquezas materiais de todas as modalidades do total da geração de seu tempo ficarão onde estiverem. E os seus antigos detentores, como estarão?  Quais riquezas de que estarão investidos?   

Ao refletirmos sobre a nossa existência além da vida física, aí avançamos o limite de entendimento para além do túmulo. Nesse ponto os nossos corpos cessam suas finalidades e somos nós mesmos que avançamos, com as riquezas de que fomos capazes de acumular em nós mesmos, são os valores morais e intelectuais. Esses valores compõem o patrimônio espiritual. Trata-se de um estado vibratório. Tem, intrínseco, o seu valor, que pode ser positivo ou negativo, conforme a forma como se conquistou tais valores.  

Considerando essa autonomia de vida, seja em que condição for, não podemos repassar de nosso patrimônio nenhuma parte de responsabilidade a ninguém, seja boa ou ruim.  Existe uma lei natural que regula tudo isso. O que se denomina a Lei de Deus. Essa lei está incrustrada em nós mesmos. Uma das razões que Jesus-Cristo ensinou: “A cada um segundo as suas obras.  Mateus, 16:27 – Em outras palavras."   

Com isso, a vida pede sempre a reflexão diante de qualquer circunstância, mesmo que tenhamos recebido sugestão de terceiro, até mesmo se formos constrangidos a certas decisões, precisamos ter cautela, porque a decisão final é nossa e suas consequências nos acompanham. É certo que, quem sugeriu algo imoral ou criminoso, tanto quem pretendeu o constrangimento para levar alguém a uma decisão de mesmo sentido, mesmo que não consigam os intentos, eles carregarão consigo a mácula da má intenção. Assim, sempre seremos os responsáveis pelo que é bom e útil, bem como pelo que é contrário a isso.  

Com isso, todas as profissões úteis precisam ter os seus exercícios reconhecidos, vez que compõem o tecido de opções da vida. Cada atividade serve ao todo. As melhorias nas atividades sociais dependem da qualidade de cada uma das partes.  Razão para a boa formação de cada indivíduo, sob os aspectos intelectuais e morais.  

Sendo a nossa vida infinita, a vida espiritual, e que carrega em si todas as experiências, sendo que seremos felizes ou infelizes em razão dessas, faz-se necessário cuidado com a atual existência no corpo. Isso, leva-nos a ser mais seletivos em tudo o que o mundo nos oferece. Requer reflexão e decisões bem conscientes de que não somos daqui, estamos aqui temporariamente, com o objetivo de conquistarmos qualidades, sendo estas de valores positivos para a vida. Devemos considerar que tudo o que demandar de seus efeitos quando negativos teremos que corrigi-lo a qualquer tempo, atrasando a nossa viagem para um estado melhorado.  A consciência não tergiversa, não cede, não mente, ela exige a harmonização com a verdade e com a justiça, porque ali está inscrita a Lei Maior.  

A autonomia de que estamos falando é uma construção de autoridade sobre si mesmo, de autoconhecimento. Não se trata de egoísmo. Na verdade, é a verdadeira postura da humildade. Saber exatamente o que se é.   O que pode fazer. Que contributo pode oferecer ao todo. Ter visão de futuro, o futuro infinito, pois tem consciência de que sempre existirá e tem compromisso com a Humanidade. Assim, entendemos, a visão crística de Jesus-Cristo. 

Quem conquistou a autonomia espiritual é harmônico em tudo que realiza, propõe e ensina. Essa condição faz parte de sua natureza. Reportamo-nos novamente a Jesus-Cristo, como maior exemplo que se conhece, Ele é assim! 

Também podemos buscar a autonomia que Ele nos demonstrou.  

Dorival da Silva 

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

A Ciência do Perdão

A Ciência do Perdão  

 

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?  Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. (Mateus, 18:21)  

 

Jesus aceitou que o chamassem Mestre, porque Mestre Ele era. “Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou (João, 13:13)”.  

___________________________________  

 

Antes da existência do Planeta Terra Jesus já era Jesus, o Cristo. Jesus é membro da Comunidade dos Espíritos Puros, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida em todas as coletividades planetárias; esses Espíritos Puros são eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, conforme se retira da obra: A Caminho da Luz, no capítulo I, A Gênese planetária, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier.   

 

Localizamos Jesus no tempo em relação à Terra para refletirmos sobre a lição do perdão, dada a sua importância e a ênfase que Jesus lhe deu. 

 

É intuitivo que Jesus, na sua condição de Espírito Puro, conhecia todas as Ciências (estamos usando o verbo no passado para situar o Seu momento na Terra), no entanto, aquele momento não permitia que ampliasse esclarecimentos sobre os temas que ensinava, em conta a inexistência nas línguas de palavras que pudessem traduzir o que se pretendia ensinar. As Ciências do mundo eram rudimentares; a maioria do povo não tinha instrução escolar e se dedicava às atividades agropecuárias e comerciais aprendidas por tradição, o que também moldava as culturas dos povos.   

 

O Senhor precisava utilizar os meios disponíveis, os costumes, as atividades, e os saberes do povo para estabelecer fundamentos científicos. Embora a compreensão fosse limitada na época, esses fundamentos produziam efeitos e seriam plenamente compreendidos com os avanços futuros da Ciência, proporcionando um entendimento mais profundo em benefício de todos os Espíritos ligados ao Planeta Terra.   

 

O advento da Doutrina Espírita, fundamentada no tripé: Ciência, Filosofia e Religião, proporcionou ao mundo uma expansão significativa no entendimento da mensagem de Jesus. Ela se vale dos conhecimentos disponíveis em sua época e enriquecida por diversos trabalhos espirituais e obras psicografadas que contribuem para a iluminação das mentes.  

 

E o perdão?  É um antídoto aos sofrimentos. Como? Todo ser humano, encarnado ou desencarnado, é uma fonte de forças guiadas pelo pensamento e pela intensidade da vontade. Essas forças têm a qualidade de sua origem. Se originadas do ódio e do desejo de vingança, torna-se projéteis com destino certo. Quando emanam de corações persistente no mal e em conflito, criam uma corrente de força indestrutível, que só se rompe quando pelo menos uma das partes decide perdoar, encerrando assim à conexão prejudicial.   

 

O indivíduo que carrega o ódio, o desejo de vingança, mesmo que não alcance o seu alvo com as vibrações morbíficas, faz mal terrível a si mesmo, acumulando vibrações compatíveis à sua vontade que lhe corroem a alma. Com o passar do tempo, a persistir, causa-lhe reflexos na sua organização física que se desequilibra, em conta o seu estado emocional negativo, causando problemas digestivos, AVC, infarto e até desenvolve o câncer de várias etiologias.   

 

Caso alcance o seu objetivo em relação ao seu desafeto, porque este se encontra na mesma faixa de vibração, mesmo que o atingido não tenha consciência desse estado de agressividade contra si, causa-lhe sensação de mal-estar, dor de cabeça, insônia, desenvolve doença emocional e outras.  

 

Quando o desejo de vingança é muito persistente e não se cogita o perdão, pode passar de uma vida e ter continuidade em outra. Ocorrendo a desencarnação de pessoa com esse sentimento, com muita frequência continua com seu intento, causando graves dissabores ao que está encarnado, perturbando de diversas formas, vez que se encontra livre da matéria e ainda encontra outros espíritos que se comprazem com vinganças somando forças para isso.  

 

Pensando nessa situação, a recomendação de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; (...). - Mateus, 26:41”, é bastante significativa porque não nos permite irmos para uma frequência vibratória baixa, onde os inimigos gratuitos sejam encarnados ou desencarnados estabeleçam o seu império, vez que estamos atentos sobre a qualidade de nossas ações e hábitos, mantendo-nos numa frequência vibratória melhor, secundada pela oração, que fluir de alma enobrecida pelo bem que realiza.   

 

Perdoar é o antídoto excelente, porque é como a vacina que impede que a doença terrível se instale num organismo vivo, que pode levá-lo a grande sofrimento e até mesmo à morte.  O perdão neutraliza na origem os males que poderiam ultrapassar os tempos prejudicando os envolvidos, com as consequências negativas de grande gravidade, atrasando irremediavelmente a evolução desses Espíritos em estágio deplorável, exigindo trabalho e tempo para se corrigir e sanar a dívida que se tornou grande diante da Lei Divina, vez que tudo o que é cultivado se desenvolve e dá frutos, e se nasce de uma ação má os frutos terão a mesma qualidade.  

   

Assim nascem as guerras, originadas de desentendimentos entre líderes, que se aliam aos seus pares, adotando partes de interesses, alimentando a desavença e motivando forças negativas para a agressão, a forra, descambando para a crua vingança entre  desafetos que nem se conhecem. No entanto, se entrelaçam despoticamente pelas vias materiais e mais ainda pelas vias vibratórias, gerando sofrimentos de grande monta para todos que estão no seu raio de alcance.  

 

Quanto o Planeta Terra poderia ter se adiantado se conhecêssemos as leis que regem o pensamento, a vontade; se soubéssemos como funcionam as leis vibratórias espirituais; sendo que somos nós mesmos que as produzimos com as nossas intenções.  

 

Quantas guerras que causaram destruições e infelicidades poderiam ter sido evitadas se observássemos a lição do perdão ensinada por Jesus, o Cristo, que nos pede para perdoar as ofensas, não somente sete vezes, mas setenta vezes sete vezes, cada erro de nosso irmão; não sendo difícil de deduzir que é sempre.  

 

A mesma força produzida pelas desavenças, ódios e vinganças que causam o mal, o sofrimento, o endividamento moral, o ressarcimento difícil e demorado, o arrastamento às misérias de toda ordem, é a mesma proporcionada pelo exercício do bem, da caridade, que eleva o ser, que faz a felicidade, a harmonia e a paz. A questão é de qual mente, de qual coração nasce tal força. A qualidade corresponde a sua origem, tanto que Jesus ensina: “Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.”  - Mateus, 7:17.    

 

Como o Espírito humano tem a liberdade de agir, o livre-arbítrio, experimenta os efeitos de suas escolhas sorvendo as consequências, dando conta de seus feitos, sabendo que o mal sempre exigirá justificativa, o bem sempre proporcionará a harmonia, a paz e a felicidade, porque é a sua finalidade, é a comunhão da criatura com o Criador de Todas as Coisas, que permite ao Espírito desenvolver o mal e sofrer suas consequências para conhecer o bem, conquanto ninguém é obrigado realizar o mal, é uma questão própria do estado de ignorância do Espírito.   

 

Jesus é o Mestre dos Mestres, o Médico dos Médicos, o mais perfeito exemplo que temos na Terra, suas palavras têm a base de todas as Ciências, fundadas na essência de todas as coisas, o Amor que vem de Deus e se instala nos corações que O buscam.   

 

Perdão! Uma grande ciência para se alcançar a paz e a felicidade.


Dorival da Silva