Morte Assistida!?
Há poucos dias se lia nos meios de comunicação que uma
pessoa iria a um País estrangeiro para se submeter à morte assistida para fugir
do medo e da dor de uma doença autoimune de que era acometida.
Conquanto o respeito à decisão particular de cada pessoa,
mesmo em atitude extrema e definitiva com a própria vida, preciso é esclarecer,
conforme a Doutrina Espírita, de que a vida do ser pensante é a alma, quando
está envolvida num corpo carnal, para as experiências necessárias, que pode ser
uma expiação ou prova, o que corresponde a liberação definitiva dessas aflições
que faz parte de sua herança de outras existências.
A morte assistida, embora todas as justificativas
técnicas, médicas e até filosóficas, moralmente corresponde a um suicídio, que
terá severas consequências para o que se submete como para os que a sugerem e
implementam, pois é impedir o cumprimento de planejamento que o próprio
padecente implorou quando se encontrava em sofrimento atroz antes de adentrar a
esta vida material, acovardando-se diante do compromisso consigo mesmo,
desconsiderando que é a Lei Divina que se cumpre em seu favor, comprometendo-se
em muito para as existências futuras, além de adentrar sofrimento bem maior que
àquele que no corpo material se apresenta.
Não há sofrimento por maior que possa parecer no corpo
físico que não tenha correspondência com a condição espiritual do que sofre, na
verdade, é a manifestação da mazela interior que se manifesta maculando a máquina
de carne, que lhe serve de mata-borrão expungindo a nódoa espiritual.
O sofrimento que se apresenta no corpo físico, com as
limitações, dependências de terceiros, submissão a tratamentos incômodos, tem
atenuantes, como os analgésicos e os medicamentos adequados a cada situação que
a medicina do mundo aplica eficazmente, como recursos que a Divindade permite
em favor da alma em ressarcimento de seus débitos, é acréscimo de
misericórdia. Para isso não é preciso se
ter religião e nem acreditar na existência de Deus, pois a misericórdia Divina
não depende do entendimento da criatura. No entanto, se o sofredor tem fé e
crença verdadeiras no Criador de todas as coisas, terá melhores condições para
superar os seus males com coragem, resignação, confiança e esperança que tudo
vai passar, mesmo que o corpo físico sucumba à doença, mas que a sua alma se
libertará do sofrimento.
Não se justifica interromper uma vida voluntariamente
para fugir de sofrimento, uma vez que não é o corpo que cria a doença, é a alma,
com sua carga energética desequilibrada, em razão da consciência comprometida,
que provoca a manifestação da doença no corpo, de acordo com o feito que causou
tal comprometimento. Não basta eliminar o organismo doente, sem sanar o mal da
alma.
A chamada morte assistida, apensar de todas as
justificativas que se possa intentar, não passa de ilusão, pois tira dos olhos
do Mundo a presença do sofrimento, mas não se dá nenhum suporte à alma que
continuará padecendo enormemente longe dos olhos dos que ignoram que a vida não
pertence ao corpo e que ela é independente e nunca se extingue, que somente
sofre ou é feliz segundo as suas obras. Onde estaria a justiça de Deus se
alguém sofresse o que não é de sua conta. Deus é justo!
Dorival da Silva