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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Morte II

 

Morte II 

       Na publicação anterior fiz alguma reflexão sobre a morte.  Agora quero fazer um exercício sobre preparar-se para a morte. Parece assustador, mas é realidade a ser encarada, porque acontecerá com todos os viventes da Terra, querendo ou não pensar nisso.  

É um grande problema ignorar os mecanismos da morte para quem fica, tanto quanto para quem vai nessa viagem definitiva.   

A sociedade pensa relativamente sobre a morte, parece não se interessar tanto pelo que vem depois. Para o habitante do corpo que morre não há morte, há sempre vida. O problema está na qualidade dessa vida, após deixar o corpo. Não existem castigos e nem maravilhas determinadas, existem, sim, continuidades. Não podemos esquecer a máxima de Jesus: “A cada um segundo as suas obras.”    

Boa parte dos Espíritos com quem conversamos nas reuniões mediúnicas de esclarecimentos não compreendem que deixaram o corpo de carne. Muitas vezes os Técnicos espirituais precisam mostrar, como num vídeo, mas com recursos fluídicos sofisticados -- que em outro momento, farei referência mais esclarecedora sobre isso --, para que o comunicante se certifique que seu corpo morreu. Alguns levam um grande susto, querem retornar; outros ficam admirados, e até ficam agradecidos, vez que o seu corpo estava muito desgastado, proporcionando sofrimentos. 

Uns dizem estar num inferno, vez que sofrem bastante, no entanto, com os esclarecimentos do Orientador Espiritual e com o socorro dos médicos e enfermeiros da espiritualidade se sentem melhor, aliviados no que for possível, e acolhidos por corações bondosos, mas, pode ter transcorrido muito tempo da morte do corpo até esse momento.  

Outros não querem ouvir falar de morte, embora já tenham morrido há muito tempo, dizem que se morrem irão diretamente para o inferno, vez que fizeram algo que sabiam que não deveria, trazem problema de consciência, conforme as suas concepções religiosas. Existe uma severidade de juízo sobre seus feitos, a consciência é juiz implacável. O Orientador espiritual e sua Equipe utilizam de meios sofisticados, que não conhecemos em nosso plano de vida, para amenizar a dureza de julgamento do comunicante consigo mesmo. Falam que sempre haverá oportunidade de refazimento dos erros cometidos; que é necessário se perdoar, tanto quanto pedir perdão a Deus; além disso, fazem oração com o comunicante que se sente mais confiante para ceder da difícil constrição sobre si mesmo.  

Àqueles que se prepararam bem, que tiveram vida moralmente equilibrada, que se dedicaram ao bem de si mesmos e do próximo, logo que entendem a sua condição de Espíritos livres, ficam num estado de felicidade. É bom dizer que muitas pessoas, antes que o organismo físico cesse totalmente o seu funcionamento, já gozam da liberdade de Espírito, porque têm mérito para isso 

A morte é apenas da matéria orgânica, a vida do Espírito é sempre contínua, não sofre intermitência, o problema está na qualidade de como se vive aqui e do outro lado. O guia seguro para se alcançar a plenitude espiritual é o Evangelho de Jesus-Cristo, quando compreendido e vivenciado sem pieguismo e sem fanatismo. “Caminho, verdade e vida” 

Vida, sempre! Morte, nunca! 

                         

                                             Dorival da Silva. 

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Você é um espírito! Já pensou nisso?

 Você é um espírito! Já pensou nisso? 

 

Muitos pensam que espírito é somente de alguém que morreu. Fala-se de espírito sofredor, de espírito maligno, mas, também, de anjo bom, de anjo mau…     

     Mas, o que é o espírito? “Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.” ¹. Assim, todos somos espíritos! Considerando a individualidade, a diferença existe apensas no estado evolutivo, que está composto pela inteligência e a moral. Sendo infinitos esses atributos do espírito. 

Agora, sabemos que toda a multidão que compõem as sociedades do mundo é formada por espíritos. No entanto, cada espírito está revestido de equipamento carnal próprio para a viagem implementada. Como toda viagem, tem limite de tempo e uma determinada finalidade. O proveito desta corresponde à qualidade das atitudes do viajante. 

A mala para se guardar as lembranças, os resultados de seus feitos, a saudade ou o despeito, está na sua própria estrutura espiritual, no componente denominado, pela Doutrina Espírita, por perispírito. Aí ficam catalogados todos nossos atos, todas as intenções, as imagens que criamos com o pensamento, guardando todas as consequências, como filme que mostra a sequência dos fatos, com som, odor…, e estará ao nosso dispor a qualquer tempo.  

É a história real que vai se delineando, mesmo contra a nossa vontade, ela está ali anotada indelevelmente. Se rimos, se choramos, se fizemos o bem ou não, se cometemos crimes ou realizamos efeitos nobres…, tudo está ali, contado em imagem viva, sem recorte. Não dá para editar o passado, mas permite refazer no presente e melhorar no futuro.  

Não há alegria, nem sofrimento, que não sendo conhecida a sua origem na vida atual, tem princípio antes desta vida, porque essa história traz para o presente as vivências de todos os tempos. Somos sempre nós mesmos. Nunca gozamos ou sofremos o que não nos pertence.  

Nesses tempos modernos existe pelas pessoas e pelas organizações sociais grande desejo por direitos, grandes movimentos por direitos de toda ordem, no entanto, não fazem os mesmos esforços de defenderem os deveres e obrigações individuais e coletivos. Esquecem que os direitos são os resultados dos deveres cumpridos e das obrigações atendidas. O egoísta considera usufruir de direitos que não conquistou. Como espiritualmente não morremos, mas renascemos muitas vezes na carne, sempre encontraremos a sociedade como ajudamos construir, e sofremos os impactos de suas qualidades. Assim, primeiro cumpramos os deveres e obrigações para consigo, a família, a sociedade, enfim, com a vida, e tenhamos certeza de que não será necessário reivindicar direitos, vez que estes estarão reservados.    

A paz e a felicidade são direitos reservados, não precisam ser reivindicados, quem tem é portador, não é necessário buscar em lugar nenhum. Uma das razões de Jesus-Cristo ter dito: “A cada um segundo as suas obras.” 

Como Espíritos, somos viajantes do “tempo-sem-tempo”, todos os feitos e consequências em que participamos, em todas as vidas, estarão em nós mesmos, que nossas consciências sejam cada vez mais límpidas e lúcidas, para formarmos uma sociedade onde os direitos não precisarão ser buscados por serem presentes, em conta os deveres e obrigações atendidos.  

A verdadeira fraternidade, se primeiro atendermos as necessidades do próximo, tenhamos a certeza de que as nossas estarão atendidas naturalmente.  Todos somos o próximo de todos!

Todos somos Espíritos. Caminhemos para a Luz! 

Dorival da Silva 

1. O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 76, FEB 

Nota: As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo:  

 

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Família! Honestidade!

 

Família! Honestidade!

      De longa data se estuda que a família é a célula “mater” da sociedade. A experiência do tempo transcorrido parece confirmar que isto é uma verdade. Uma constatação.

       Se fala muito em sociedade, organização social, desenvolvimento organizacional e político, seguimentos culturais vários, setores acadêmicos de múltiplas extensões de saberes, o conhecimento tecnológico que se encontra em todos os setores produtivos e científicos, tanto quanto de lazer e entretenimento.

       Conquanto tantas coisas que favorecem a vida das pessoas, agilizam resoluções e mostram qualidades em situações sem número; a saúde para os que tem meios, ou estão em áreas de melhores recursos é atendida com louvor.  No entanto, não podemos excluir os excluídos, que dependem de favores oficiais, ou da generosidade popular, através de organizações voluntárias, que atendem àqueles sem voz, que por muito tempo não se sabia da existência ou não se pretendia enxergá-los, surgiram por acaso na pandemia.

       A questão da família organizada, que começa com um jovem e uma jovem, que naturalmente em razão da perpetuação da espécie, então de uma necessidade antropológica, depois da necessidade emocional, e a expectativa normal de uma prole, vem os filhos. Da mesma forma que os pais repassam aos filhos uma carga genética na construção de suas formas, passarão carga de valores morais, conforme a educação que tiveram, ou serão omissos.

       Como as gerações sucedem outras gerações, e essas são compostas de famílias, assim, terão a apresentar o traço da educação das gerações anteriores, embora muitos avanços evolutivos, uma coisa torna-se sustentáculo facilmente perceptível: a honestidade. Honestidade em todas as ações, todos os comportamentos, todas as relações.

       “Não desejar ao próximo o que não pretende para si”, em outras palavras, Jesus lecionou porque é relevante para a Humanidade, de todos os tempos, e isso não é possível se não nascer da família e irradiar pelos descendentes, depois como o Sol permanecer em todas as sociedades. Enseja nesse particular, para se ser honesto em todas as circunstâncias da vida, uma educação abrangente, quando as virtudes não poderão deixar de se manifestar, caso isso não ocorra seria desmentir a honestidade de aparência.

       Sem uma formação familiar como a colocada acima, que parece uma utopia, não haverá sociedade justa, pois, que a desonestidade tida, às vezes, como virtude dilacera o tecido social deslocando contingente enorme de seres humanos a segundo plano, ou a um plano invisível, como massa amorfa, que não tem necessidades, não tem dores e não tem fome. É a desonestidade de muitos “honestos”, que sonegam e ajuntam soberbamente sem proveito para a sociedade, sem se preocupar com as dificuldades alheias. 

       Quem está cheio de recursos financeiros e outros quer segurança para a sua riqueza e aos seus familiares, ‘ledo engano’! Como ter segurança se se é devedor daqueles que nada ou quase nada têm; seria absurdo considerar que numa hora ou numa determinada ocasião não virão requisitar o que lhes pertencem, que por vias que desconhecem lhes foram negadas, gerando a dor, a miséria e a insuficiência?

       Todos os desastres sociais existentes podem ser resolvidos a partir da família constituída e com seus componentes educados, primando pelo respeito ao próximo, com verdade, longe da hipocrisia disseminada nas sociedades atuais. Veja-se como exemplo o que é corriqueiro nas muitas cidades onde existem conjuntos de famílias portentosas de recursos que residem em condomínios extraordinários, ilhados por milhares de casas e casebres pobres em ambiente sem estrutura, sendo entre muros abundância, conforto, facilidades e nos arredores destes a escassez, a dor, a dificuldade de toda ordem.

       Das famílias surgem para a sociedade os trabalhadores da construção, do comércio, da indústria, das universidades, os gestores públicos, os legisladores, as autoridades do judiciário, os artistas, todos os trabalhadores da saúde e tudo o mais que se possa constatar na condução das necessidades sociais, assim, o resultado da sociedade é a mescla da educação das famílias, refletida no indivíduo. Direta ou indiretamente todos recebem os efeitos dessa educação.

       As ações públicas são as que mais demonstram os efeitos de origem familiar, a maleabilidade de trato ou a rudeza, a sinceridade ou devaneios, a certeza ou a desconfiança, o desejo firme de servir ou o propósito falso para enganar.

       O comportamento pessoal precisa ser de liberdade, sendo o quê, de forma alguma, poderá ser confundido com a libertinagem, faz-se o se quer, é absurdo, pois, a liberdade não poderá ultrapassar o limite do bom senso, do equilíbrio, do respeito ao próximo.  Além dos valores morais, que não precisam estar escritos, vez que estão na própria consciência individual, existem as leis civis que norteiam a sociedade nos seus diversos passos até que o discernimento próprio alcance nível tal que as legislações civis se tornem inservíveis, porque ninguém as infringem.

       Sem famílias bem constituídas não haverá sociedades equilibradas, sem bases sólidas não existirão edificações sustentáveis. A segurança individual e das coletividades está postada na própria essência da formação das células constitutivas, vidas pulsantes, que desenvolvem os seus valores nobres que apresentarão sempre resultados melhores que retornam à própria família espraiando nas gerações futuras. 

       Quando ao contrário, permanecem os efeitos da má educação, ou da ignorância, ou, ainda, da má-fé, tais como pústulas doentias que espocarão na massa, contaminando-a reincidentemente com   consequências danosas que lhe corresponderão aos efeitos. Esse futuro não há de se cogitar, por ser um caos que a ninguém serve e contraria a Lei de Evolução, em conta disso, o sofrimento se torna insuportável, levando o próprio ser humano buscar o seu reajuste –- mas, quanto tempo se demorará para tal acontecer? --, o que pode ser evitado.

       O ser humano, como toda a sociedade mundial sabe, é viajante da vida na organização social da Terra, com tempo limitado para residir, ou seja, enquanto a vida do corpo permitir, considerando um olhar meramente materialista.  Depois vem as concepções das mais variadas ou supostas de como se dará a ‘posteriori’ a esta existência ao que permanece do ser pensante, o que se denomina alma.

       Com a Doutrina Espírita muita luz foi trazida sobre o tema para a Humanidade, demonstrando a perpetuidade da vida do Ser Pensante, ou seja, do Espírito, que a vestimenta de carne é recurso de experiência e fenômeno evolutivo excelente, exarado pelas Leis da Vida, vinda do Grande Construtor de tudo, que se conhece pelo nome: Deus.

       Existe um termo que muito bem representa esse processo de evolução que é a Reencarnação, significa reentrar novamente na carne, ou seja, viver num estágio material, num corpo novo, embora, seja o mesmo Espírito que viveu em outros corpos, originários de outros pais e mães, porque a matéria vem da matéria e o Espírito já existia, criado uma única vez, “simples e ignorante”, e jamais deixará de ser um ser vivo no rumo da perfeição.

       Assim, constituir bem a família, com educação esmerada, reflete na sociedade os seus valores, que se aprimora, preparando sabiamente as gerações futuras, àquelas mesmas que receberão a partir das “terceiras e quartas gerações” os artífices das qualidades que irão encontrar num retorno futuro, que ninguém escapa, pois, o estado evolutivo existente demandará por bom tempo processo reencarnatório neste Planeta.

       Com isso, não é difícil deduzir que jamais se escapará de encontrar com o resultado de suas próprias obras, trata-se da Lei de Amor e Justiça Divina, imutável, que não deseja a extinção do pecador e sim a sua elevação, implementando esforços paga pelos erros, resgata as consequências destes para alcançar a sua regeneração e caminhar até a plenitude espiritual.

       A família é um encontro de viajores do tempo, na existência física, a consanguinidade, os laços ancestrais, as tradições; no campo espiritual, a união das afinidades ou, ainda, a aproximação dos desafetos de outros tempos, que exigem de todos a tolerância, a paciência e o exercício do amor, na busca da reversão do antagonismo para a amorosidade, a fraternidade.

       O grupo familial estruturado é celeiro de virtudes existenciais, a honestidade é a alavanca de sustentação; a Humanidade necessita se tornar uma família de dignidade, reflexo de suas células constituintes, formadas por partículas de verdadeiras qualidades intelectuais e morais. O todo é a soma das partes e representa os seus valores.

       Família! Família! Muito ainda se poderia dizer!

                            Dorival da Silva


sábado, 23 de novembro de 2019

Gentileza e Paz


Gentileza e Paz

À medida que a criatura humana vem desenvolvendo as suas nobres funções intelecto-morais, libera-se dos instintos agressivos e adquire valores que engrandecem a vida, dando-lhe sentido e significado.

Periodicamente, porém, surgem momentos difíceis no crescimento histórico da sociedade, quando nuvens escuras geram situações lamentáveis de incompreensões e disputas, nas quais o ego predomina, facultando que as paixões inferiores apenas adormecidas assomem e agridem-se os indivíduos, uns aos outros.

Estamos vivendo um desses períodos sombrios, no qual prevalecem a insensatez e o ódio, com incidentes de conduta primitiva que deveria estar superada.

Questões sociopsicológicas necessitadas de orientação e equilíbrio dividem as criaturas e atiram-nas, furibundas, em batalhas de anarquia, destruição e crimes de todo porte.

Conquistas grandiosas do pensamento que foram logradas em milênios de sacrifícios, quando idealistas fizeram-se mártires em benefício do mundo melhor, são desprezadas e vergonhosamente exaltadas as lutas de classes, de raças, de condutas, de desconsideração pelo ético e pelo bem, num vergonhoso retrocesso cultural e moral.

Indivíduos que constituem o mesmo clã, os mesmos esforços de dignificação, separam-se e promovem combates contínuos de rancor e desforço numa lamentável demonstração de primarismo evolutivo.

Os primeiros sinais dessa postura adversária do progresso manifestam-se nas carrancas do semblante e na arbitrariedade do comportamento.

Alucinados pelos desejos asselvajados, desejam permitir-se tudo sem respeito aos outros e às leis estabelecidas que contestam, e a sociedade como um todo retorna aos mecanismos da sobrevivência apoiados no velho refrão cada um por si e nada para os demais.

Apesar da situação deplorável, surgem nos movimentos da violência e da soberba as expressões insuperáveis da gentileza prenunciadora da paz. Erguem-se pessoas simples ou enobrecidas que não se permitem perder a dignidade no caos que predomina, preservando os valores da civilização e do direito.

São esses apóstolos do bem que mantêm as tradições da honra e do dever, sempre dispostos a construir a felicidade onde se encontram, assim como em favor de todos aqueles que a necessitam. Nesse báratro assustador preserva a gentileza nos teus gestos e nos relacionamentos, porque o ser humano está destinado às estrelas, que alcançará quando superar o primarismo do qual se originou.

Todos, afinal de contas, anelamos pela paz e pelo progresso. Comecemos nos pequenos gestos de cortesia e de afabilidade… Não reajamos com grosseria ao mal, nem nos detenhamos no exame das imperfeições alheias, orientando sempre a conduta que dignifica.

Gentileza sempre!

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, Coluna Opinião, em 14.11.2019.
Em 20.11.2019.