Mostrando postagens com marcador imortalidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador imortalidade. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Vida inextinguível


Vida inextinguível

O objetivo essencial da existência humana é a conquista da plenitude. Mediante continuado esforço, o Espírito desenvolve as aptidões que se lhe encontram em latência, de modo que se conheça a si mesmo, enriquecendo-se de instrumentação para os enfrentamentos naturais no processo evolutivo.

Atravessando as experiências do instinto ao longo do tempo, passa a compreender as emoções que acompanham as sensações, libertando-se das amarras dos automatismos orgânicos para a administração saudável dos sentimentos.

Envolto na tecelagem complexa da matéria, trabalha-a, a fim de bem conduzir o carro orgânico enquanto aspira às delícias da imortalidade.

Etapa a etapa, deve aprimorar-se, sublimando as paixões primitivas e transformando-as em beleza e alegria indispensáveis ao êxito do empreendimento.

Reencarnando-se por necessidade de crescimento íntimo, dá sentido à existência física, aformoseando o planeta e a existência em esforço contínuo e enriquecedor.

O conhecimento do sentido de viver favorece-o com a lucidez para superar as tendências primárias, que permanecem em largo período agrilhoando-o ao passado.

Essas injunções, às vezes, penosas, impulsionam-no à autoiluminação, de modo que se operem as transformações morais no íntimo para a vitória sobre a ignorância, a dor, o desequilíbrio.

É todo um processo de crescimento, no qual todas as conquistas de enobrecimento ampliam-lhe os horizontes para a espiritualização.

Impulsos e reações dos instintos básicos que lhe serviram de suporte para vencer as fases iniciais, são transformados em métodos seguros para as experiências libertadoras através das quais o sentido existencial supera todos os outros.

Autor dos conhecimentos que defronta, cabe-lhe recuperar-se, agindo corretamente, de modo que a paz que deflui da consciência dignificada constitua-lhe a razão primordial da jornada evolutiva.

Enquanto a ignorância das Divinas Leis predomina, o ser permanece mergulhado no primarismo, necessitado do buril do sofrimento para romper o envoltório grosseiro que abafa as aspirações e impede-lhe a ruptura de dentro para fora, mediante o conhecimento da verdade.

A dor, desse modo, é instrumento do Bem para despertar todos aqueles que se encontram submetidos ao sono do desconhecimento.

Bendize, pois, esses fatores-sofrimento que te induzem à reflexão e ao encontro da liberdade.

*
Nasceste ou renasceste para morrer no momento quando concluíres o trâmite carnal. Isso é inevitável, pois que é fatalidade da vida.

O fenômeno da morte é parte fundamental do programa da existência.

Tudo que nasce tem o seu período próprio de existir no invólucro material, para logo depois experimentar a consumpção orgânica através da desencarnação.

Em razão da afetividade e da imensa necessidade de união e de comunhão de uns Espíritos com os outros, a morte representa uma dor moral quase que insuperável.

Embora todos os seres humanos tenham conhecimento de que acontecerá em momento determinado, quando ocorre em algum lar, também despedaça os sentimentos daqueles que permanecerão na roupagem física.

Importante considerar como despertará esse viajante de retorno ao Grande Lar, quando terá que contabilizar os resultados da experiência vivenciada.

Por outro lado, aqueles que lhe perderam a presença padecem a dor da ausência material, da convivência abençoada dos sonhos e anelos programados para o que se denomina como felicidade.

A morte, em consequência, é detestada; no entanto, é a grande libertadora, porque propicia o encontro com a paz, desencarcerando o ser da prisão sem grades das doenças degenerativas, daquelas incuráveis e de muitas situações penosas.

A certeza de que o reencontro é inevitável, porque o amor jamais separa aqueles que se vinculam, constitui um bálsamo, uma esperança anunciada para depois.

A imortalidade é a expressão da sábia misericórdia de Deus, propiciando vida exuberante, quando o corpo de constituição transitória consome-se.

Não te desesperes ante a morte do ser amado. Ele vive e logo readquire a lucidez, passado o período de ajustamento, volve a visitar-te, a estar contigo, inspirando-te nas injunções da carne.

Por tua vez, envolve-o em lembranças afetuosas e gratulatórias que eles captam e sentem-se bem pelas evocações amadas.

Não te permitas revoltar ou sucumbir pela dor da sua viagem. Se as lágrimas da saudade visitarem-te, verte-as com ternura e amor, e eles se sentirão queridos, também emocionados.

Em situação nenhuma te permitas a rebeldia, considerando que também desencarnarás.

Vive de tal forma que, ao chegar o teu momento de retorno, exultantes, os seres queridos que te anteciparam venham receber-te cantando um hino de alegria inefável, homenageando-te.

Como jamais te esqueceram, no Além-túmulo trabalham para a continuação da afetividade, preparando-te o lar, novas realizações que ignoras, de forma que vivas o banquete de luz e de paz que está prometido a todos aqueles que são fiéis ao Bem e à Verdade.

*

À dor da separação do Mestre Jesus na crucificação, aqueles que O amavam reativaram as alegrias ante a Sua ressurreição luminosa.

Aquela madrugada de bênçãos foi a resposta de Deus à tarde-noite de sombras e morte.

Tem paciência quando desencarne um ser querido, considerando os júbilos que te tomarão oportunamente, por ocasião do reencontro, quando fores recebido por quem agora choras...


Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite
de 2 de setembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, 
em Salvador, Bahia.
Em 28.12.2015.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Glória da Imortalidade


Glória da Imortalidade


Medita a respeito da transitoriedade do carro orgânico, das suas contínuas transformações, do seu desgaste, à medida que nele te movimentas e serás induzido a pensar no que irá ocorrer após o fenômeno biológico da sua morte ou desestruturação molecular.

Vives em um mundo onde ocorrem contínuas alterações das formas e dos conteúdos, que se modificam incessantemente, as mais grosseiras dando lugar a outras mais sutis, num continuum sem fim.

Ao verdor exuberante do início sucedem-se as fases em que as alterações se apresentam inevitáveis, seguindo no rumo da consumpção do aspecto externo para dar lugar a outras vibrantes expressões.

Por mais se arrastem as horas de sofrimento, sucedem-se os dias de ufanismo e de alegria, outros de reflexão e de pausa, obedecendo à lei inexorável das transformações a que tudo se submete.

Assim é a vida física: enganosa na aparência, rápida nas alterações profundas.

Desse modo, um instante chega para tudo e todos em que o fluxo vital se interrompe e o casulo orgânico se desconecta, vitimado pelo fenômeno da morte, igualmente parte da Vida.

Nascer, viver, morrer são termos da mesma equação biológica e prosseguir vivendo é a fatalidade da Criação.

Por mais se recalcitrem ou se ignorem as incessantes alterações biológicas, elas prosseguem ocorrendo automaticamente, porquanto a vida é parceira da morte e esta é pórtico de entrada na Vida.

A trajetória existencial não poderia ser de outra forma, tendo-se em vista a indestrutibilidade do ser, que necessita experienciar diversas aprendizagens até alcançar o objetivo para o qual foi gerado - a glória da Imortalidade!

Lamentavelmente foram criados tabus e superstições em tomo da sua realidade extracorpórea, tombando-se em fantasias injustificáveis, em vãs tentativas de negar-se a sobrevivência ou envolvê-la em mistérios absurdos.

Fosse analisada com a mesma naturalidade com que se consideram os fenômenos orgânicos, e mais fácil seria a aceitação da morte, não como fim, mas como etapa de transferência de uma para outra expressão de comportamento.

Mais apegadas às sensações do que às emoções, as criaturas humanas desejariam que o carro material não cessasse o seu curso, sem dar-se conta da perversidade de tal conduta. Como seriam insuportáveis as dores e os processos degenerativos que tomam conta da matéria, não fossem interrompidos pela morte libertadora! Quanto desesperadores se apresentariam as aflições morais e os desencantos emocionais, caso não houvesse o abrandamento da angústia mediante o processo da desencarnação!

A morte, desse modo, ao invés de ser a destruidora da alegria e do afeto, é o anjo amigo que interrompe os fenômenos circunstanciais e transfere o ser para a realidade onde tudo tem solução, onde a vida tem início e prossegue.

Assim sendo, passa a considerar a morte, antes detestável, como sendo a tecelã da felicidade, que contribui para o ajustamento das ocorrências no contexto da Imortalidade.

Não houvesse a morte, impossível seria a ressurreição. À noite, pois, da saudade, apresenta-se o dia do reencontro feliz.


*   *   *

Sem qualquer dúvida, o corpo de que te utilizas irá morrer. Não és a indumentária que se corrompe, mas o Espírito que comanda a argamassa celular.

Da mesma maneira como surgiste no mundo físico, dele te apartarás, pelo impositivo da transformação carnal.

Antes de embarcares no veículo orgânico vivias independente dele e assim prosseguirás depois da sua consumpção molecular.

A vida é mais poderosa do que a morte, superando-a de forma eloquente e ditosa.

Ciente dessa realidade, vive de tal maneira que, em chegando o momento de abandonares o corpo, possas fazê-lo com tranquilidade e alegria, sem apegos ou lamentações, destituído de saudades ou de ressentimentos.

O indivíduo são as suas aquisições morais ao largo do processo orgânico. Sucedendo-se, uma etapa a outra, em cada fase adquire experiências que o enriquecem, facultando-lhe novas conquistas que incorpora em forma de bênção.

Mesmo as dores e os desconfortos morais constituem preciosos contributos que o auxiliam na seleção de valores para a sua própria felicidade.

Não fossem essas ocorrências e os significados da paz, da alegria de viver, da plenitude, ficariam destituídos de sentido, em fase do desconhecimento da aflição, das perdas, das angústias, das dores em geral...

Enquanto estejas reencarnado, trabalha com afinco as tuas aspirações e amplia-lhes o campo, selecionando aquelas que são de significado profundo e duradouro em relação às outras superficiais e sem sentido iluminativo.

Avança, desalgemando-te do passado, mas sem ansiedade pelo futuro, permitindo que cada ocorrência tenha lugar na circunstância e no momento próprios.

A precipitação roubar-te-á o prazer de cada conquista e a insegurança tomar­-te-á a alegria de cada abençoada emoção.

Assim, utiliza-te de todo instante para melhorar-te, aprimorando os teus sentimentos e desenvolvendo a capacidade de entendimento e de realização intelecto-moral, que te concederão a palma da vitória sobre os vícios e as paixões perniciosas.

Não postergues o bem que possas fazer nem os deveres que aguardam realização, porquanto poderás ser surpreendido pelo fenômeno da desencarnação, deixando, na retaguarda, atividades interrompidas que irão perturbar-te.

O teu dia ideal é hoje, enquanto luz a oportunidade de crescimento interior. Vive-o intensamente, e verificarás que o seu curso nunca se interrompe, continuando atual e vibrante.

Com essa atitude enfrentarás a morte inevitável com plena consciência da sobrevivência e rico de alegria por haver-te preparado para a viagem de retomo ao Grande Lar.

*   *   *

Se, por acaso, estás ferido pela saudade que decorre da ausência física de alguém amado, que a morte arrebatou, enxuga o pranto do coração e sorri feliz ante a expectativa do reencontro que ocorrerá, após a tua viagem de volta.

Em sua homenagem, ama e serve, evocando-o com a ternura e o reconhecimento pelos instantes felizes que ao seu lado viveste.

Não lamentes a perda, porque, vivo, onde se encontre tem conhecimento daquilo que ocorre contigo e poderá visitar-te, comungar das tuas emoções, dialogar pelo pensamento e reencontrar-te na esfera dos sonhos, nos teus momentos de parcial desprendimento pelo repouso físico.

Honra-lhe a memória através de ações dignificantes em seu louvor e por meio de vibrações de afeto que lhe dirigirás.

A morte não possui o poder de romper as afeições nem os ódios.

Desse modo, não guardes mágoas, não te tornes inimigo de ninguém, mesmo que haja quem se te faça adversário.

Vibra, portanto, no amor, e o amor vibrará contigo em harmonia cósmica, na glória da Imortalidade.

 

Joanna de Ângelis.
Psicografia do  médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de
06 de agosto de 2005, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.
Em 03.01.2011

Mensagem extraída  do  endereço:

sábado, 5 de maio de 2012

Os dez princípios básicos do Espiritismo



LEONARDO MARMO MOREIRAleonardomarmo@gmail.com  
São José dos Campos, 
São Paulo (Brasil)


Os dez princípios básicos do Espiritismo: um resumo mais completo da Doutrina 
 
A Doutrina Espírita é constituída por um conjunto de conceitos interligados que são interdependentes, implicando em um todo altamente racional haja vista a coerência entre os tópicos em questão. Essa coerência, obviamente, ocorre em função de a Doutrina Espírita retratar a harmonia das Leis Universais de Deus, que são didaticamente organizadas pelo Codificador. Allan Kardec (foto)enfatizou os cinco princípios básicos do Espiritismo, a saber: Existência de Deus; Existência e Imortalidade da Alma; Comunicabilidade dos Espíritos; Pluralidade das Existências e Pluralidade dos Mundos Habitados.
 
Entretanto, a título didático, fundamentados estritamente na Codificação Kardequiana, poderíamos sugerir o acréscimo de mais cinco princípios (Fé Raciocinada; Lei de Causa e Efeito; Evolução Espiritual; Moral de Jesus e Verdadeira Religiosidade) a esse sintético conjunto, para que, em uma análise rápida, leigos e estudiosos pudessem vislumbrar, mesmo que de forma introdutória, todo o edifício filosófico do Espiritismo.  
De fato, há muitos livre-pensadores e adeptos de diversas correntes espiritualistas que aceitam os cinco tópicos básicos sem, necessariamente, possuírem quaisquer vínculos com o Espiritismo propriamente dito. Ora, se o Espiritismo foi o termo criado por Allan Kardec para designar a Doutrina dos Espíritos visando diferenciá-la das várias vertentes do Espiritualismo, isto se deu em função das deturpações (propositais ou não) que eventualmente poderiam ocorrer. Realmente, o Codificador não se equivocara, uma vez que desde o seu surgimento até os dias atuais o Espiritismo vem sendo, intencionalmente ou não, confundido com outras correntes filosófico-religiosas. Desta maneira, a utilização didática de 10 princípios básicos tornaria o Espiritismo menos sujeito a erros de interpretação doutrinários, uma vez que esses princípios, em conjunto, se reforçam e corroboram mutuamente, fornecendo uma noção muito mais clara das bases conceituais da Codificação. Saber o que o Espiritismo é e o que o Espiritismo não é, trata-se de pré-requisito conceitual fundamental a qualquer indivíduo que pretenda analisar, deforma minimamente isenta de preconceitos, quaisquer aspectos da Terceira Revelação, seja o estudioso em questão espírita ou não. 
O corpo espiritual pode se afastar com maior ou menor intensidade do vaso orgânico 
Assim sendo, sugerimos a consideração dos cinco tópicos adicionais, que são apresentados e discutidos a seguir, juntamente com os cinco tópicos mais usuais.  
1. Existência de Deus - Não havendo efeito sem causa, sob todos os aspectos em que se analise o Universo, é inevitável concluir que tamanha complexidade não poderia deixar de ter sido originada por uma causa superinteligente, isto é, o Criador. Realmente, o Efeito deve ser proporcional à Causa e, por conseguinte, pela exuberância do Efeito, infere-se a excelência dos Atributos intelecto-morais da Causa.  
2. Existência e Imortalidade da Alma - Além dos fenômenos mediúnicos propriamente considerados, ou seja, das inumeráveis evidências de comunicação entre os chamados “mortos” e os “vivos”, existe uma gama de eventos paranormais denominados anímicos. Ambos os fenômenos sugerem fortemente a existência, relativa independência em relação ao corpo físico e imortalidade da alma. Os eventos anímicos são gerados pela própria alma do indivíduo encarnado, evidenciando a existência e até mesmo certa independência em relação ao corpo físico. Estes fenômenos de “Emancipação da Alma” demonstram o fato de o corpo espiritual (perispírito) poder se afastar com maior ou menor intensidade do vaso orgânico. Sono e sonhos, desdobramento (também chamado de “projeção da consciência” ou mesmo “viagem astral”), sonambulismo, êxtase, clarividência (também denominada “segunda vista”) e clariaudiência são exemplos de “Emancipação da Alma”. Vale registrar que os casos de mediunidade no leito de morte assim como as “Experiências de Quase-Morte (EQM)” têm fornecido extraordinárias evidências da existência e imortalidade da alma.  
A proposta tradicional de um “Céu” e um “Inferno” eternos é algo completamente artificial 
3. Comunicabilidade dos Espíritos - O primeiro e geral benefício do fenômeno mediúnico consiste na demonstração da imortalidade da alma através de diferentes mecanismos. A mediunidade pode se apresentar de variadas maneiras. Afirma o Apóstolo Paulo que “Há Diversidade de Dons, mas o Espírito é o Mesmo”, denotando que a mediunidade é inerente ao ser humano, mas, para cada criatura, o fenômeno apresenta diferentes peculiaridades e intensidades. Assim como ocorreu no passado, haja vista a abundância de manifestações mediúnicas exaradas em Livros Sagrados como a Bíblia e o Corão, os fenômenos continuam a ocorrer, modificando, no entanto, algumas especificidades em função da evolução intelecto-moral dos habitantes da Terra. A mediunidade se baseia, no mínimo parcialmente, nas propriedades do perispírito, que permite a ocorrência de significativo nível de “Telepatia” entre Espíritos encarnados e desencarnados. De fato, essa espécie de mediunidade basal, comum a todas as criaturas, é o que possibilita a obsessão bem como a chamada “inspiração superior” através da intuição dos protetores espirituais.  
4. Pluralidade das Existências - Também chamada Reencarnação, Palingenesia ou Renascimento, a multiplicidade das vidas físicas é o mecanismo pelo qual a Lei de Progresso se manifesta na Obra da Criação. De fato, a sucessão de etapas nas esferas física e espiritual fornece, respectivamente, as provas e expiações (vida física) e a pausa para avaliação, estudo e preparação para novas experiências (vida espiritual). Uma única vida física seria totalmente injusta, pois os Espíritos nascem com capacidades claramente diferentes, vivendo em ambientes também distintos e morrendo com idades completamente diferentes. Além disso, a proposta tradicional de um “Céu” e um “Inferno” eternos após uma única vida física seria algo completamente artificial. Esse mecanismo seria cruel, injusto e profundamente incoerente com as características que a grande maioria das religiões atribui a Deus. Além disso, tal proposição nega um dos aspectos mais belos da Lei de Deus, que é a Evolução Espiritual. Interessante adir que lembranças de vidas passadas, que se dão tanto de maneira espontânea como de forma espontânea, evidenciam a realidade das várias reencarnações.  
Somente a Fé Raciocinada proporciona uma efetiva aliança entre Ciência, Filosofia e Religião 
5. Pluralidade dos Mundos Habitados - Jesus afirmou que “Há Muitas Moradas na Casa do Pai”. Realmente, segundo a Codificação, Deus não faz nada inútil, e, consequentemente, toda a sua Obra Universal deve ter uma função efetiva na Criação. Em verdade, tanto a Pluralidade dos Mundos Habitados como a Pluralidade das Existências estão profundamente relacionadas à Lei de Progresso. De fato, como o Espírito é imortal e evolui infinitamente, necessitará de várias experiências físicas em diferentes contextos de existência orgânica para atender a todas as suas requisições evolutivas. Logo, muitas reencarnações em diferentes mundos são necessárias para o cumprimento das múltiplas etapas espirituais.  
6. Fé Raciocinada - Este princípio é um alicerce fundamental em toda a construção doutrinária de Kardec, pois não é possível a elaboração de um corpo de ideias com caráter realmente científico empregando raciocínios ilógicos, dogmas, atitudes fanáticas etc. Somente a Fé Raciocinada proporciona uma efetiva aliança tríplice entre Ciência, Filosofia e Religião.  
7. Lei de Causa e Efeito - Também denominada de Lei de Ação e Reação ou Lei do Karma, a correlação entre causas e efeitos é um piloti para a Evolução Espiritual dos Filhos de Deus. Realmente, tanto a justiça de Deus como a Lei de Progresso através da reencarnação têm nos mecanismos cármicos a sua ferramenta principal. Somente por meio da perfeita relação entre plantação e colheita é possível conceber a soberana Justiça Divina, pois “a cada um é dado conforme suas obras”, já que “Reconhece-se a árvore pelos frutos”.
Jesus é o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu para servir de modelo e guia 
8. Evolução Espiritual - A Lei de Progresso é uma das mais maravilhosas realidades reveladas pelo Espiritismo. O Espírito jamais retroage, sempre evoluindo para a Felicidade e para Deus. De fato, nada que é vivenciado pelo Espírito é perdido, pois a memória espiritual registra todos os eventos presenciados, permitindo que a chamada “Consciência” se torne o verdadeiro juiz de nós mesmos. Este profundo registro de vivências faz com que o Espírito jamais regrida, pois o ser espiritual não pode diminuir sua bagagem de conhecimentos e experiências. Pelo contrário, como esse acúmulo de informações é sempre crescente, na pior das hipóteses o Espírito “estacionará” evolutivamente, quando se deixar levar pela indolência e pelas más inclinações.
9. Moral de Jesus - A Questão 625, de “O Livro dos Espíritos”, nos ensina contundentemente que “Jesus é o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu para servir de modelo e guia”. Portanto, a Moral de Jesus constitui o maior referencial ético que podemos eleger como diretriz comportamental visando a uma segura busca por espiritualidade. Obviamente, tal paradigma não está em oposição com outros grandes nomes da Espiritualidade, tais como Buda e Krishna, entre outros. Segundo Emmanuel, em “A Caminho da Luz”, todos os grandes missionários do bem constituem uma única falange de mentores e foram todos enviados pelo próprio Jesus, governador do planeta, para um processo sinérgico de evolução de toda a humanidade. Esta análise denota, uma vez mais, o completo absurdo de se cultivar rivalidades religiosas. A atitude ideal seria estudar todos os grandes mensageiros do amor e do conhecimento “examinando tudo e retendo o bem”.  
Liturgias, indumentárias, símbolos, imagens e rituais são manifestações que demonstram primitivismo religioso
10. Verdadeira Religiosidade - O Espiritismo em sua busca racional pela Verdade supera fixações e preconceitos seculares de nossa tradição cultural. Por conseguinte, a Doutrina Espírita não chancela essas “bengalas psicológicas”, filhas de nossa cegueira espiritual, que se apresentam no meio religioso como mitos, dogmas e medos. Assim sendo, liturgias, indumentárias, uniformes, símbolos, imagens, rituais, profissionalismo religioso, sacerdócio religioso, entre outras, são manifestações que demonstram primitivismo religioso. O Espiritismo, propondo uma fé raciocinada para viabilizar o entendimento científico das Leis de Deus, prescinde de tais manifestações, pois o “Reino dos Céus está dentro de nós”. Logo, a verdadeira espiritualidade é conquistada a partir do conhecimento das Leis da Vida aliada ao Autoconhecimento, que possibilitarão a maturidade espiritual necessária para a aceleração do processo evolutivo que requer estudo, trabalho, consciência, caridade e fraternidade. Aliás, o próprio Emmanuel ao prefaciar sua excepcional obra “Fonte Viva” assevera “... reconheceremos sempre no Espiritismo o Evangelho do Senhor, redivivo e atuante, para instalar com Jesus a Religião Cósmica do Amor Universal e da Divina Sabedoria sobre a Terra”. 
Os dez princípios básicos do Espiritismo só proporcionam uma introdução minimamente satisfatória ao Espiritismo se considerados de forma interligada e sob um estudo acurado das Obras Fundamentais de Allan Kardec. De qualquer maneira, tal apanhado é uma forma didática de se organizar ideias iniciais a respeito da Doutrina Espírita, bem como apresentá-lo de maneira breve a neófitos, curiosos, materialistas e adeptos de outras religiões que estejam interessados em obter algumas informações preliminares concernentes à Codificação.



O texto acima foi copiado no seguinte endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano2/97/especial.html

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Silêncio Perturbador



            A ignorância da sociedade contemporânea a respeito da vida espiritual surpreende, exatamente por causa dos altos níveis de conhecimento científico e tecnológico logrados, assim como daqueles que dizem respeito à comunicação.

            Os grandes veículos de divulgação da mídia mantêm um silêncio constrangedor em torno da imortalidade do Espírito e da realidade da vida além-túmulo.

            Excepcionalmente, uma ou outra notícia surpreende os indivíduos, que ficam fascinados, seja por tomarem conhecimento de películas sobre fenômenos mediúnicos ou de reencarnação, seja por apresentação dos mesmos em novelas e em espetáculos de teatro, dando a dimensão formosa do ser transpessoal e da imortalidade, surgindo, porém, explicações disparatadas, sem nenhuma consulta séria à doutrina espírita que dispõe dos recursos hábeis para os esclarecimentos indispensáveis.

            Pessoas inabilitadas são interrogadas, contumazes adversários do Espiritismo são convidados a opinar, resultando em uma babel de informações incorretas, que mais confudem os interessados do que os esclarecem.

            Noutras ocasiões, quando se realizam eventos de magnitude promovidos pelo movimento espírita, com admiráveis possibilidades de iluminação de consciências, convidada, a imprensa nega-se a participar dos mesmos ou noticia em pequeno espaço o acontecimento, mantendo um silêncio injustificável a respeito daquela promoção, aplicando, no entanto, volumoso material para a divulgação de crimes e vulgaridades perniciosas.  

            Muitas vezes, notícias esdrúxulas, heranças do misticismo e da desinformação, aparecem na mídia apresentando o Espiritismo como uma doutrina de bruxaria e de superstições, rica de fantasias e absurdos.

            Aqueles que assim se comportam, negam-se a ler as páginas iluminativas da codificação do Espiritismo, comprazendo em manter as ideias infelizes, distantes de qualquer comportamento ético e digno em relação ao povo.

            Felizmente, os Espíritos sopram onde querem, e ninguém os pode impedir de fazê-lo, comunicando-se em todos os segmentos sociais, produzindo fenômenos específicos que convidam à reflexão e ao estudo.

            Acontecimentos inesperados, desencarnação de seres queridos, transtornos obsessivos numerosos, angústias que tomam conta de muitas emoções, distúrbios de comportamento não regularizados pelas psicoterapias especializadas, convocam à observação a respeito da paranormalidade humana, da mediunidade, das comunicações espirituais...
            Todos vivem em um universo de ondas e mentes, mergulhados em vibrações compatíveis com o seu nível de desenvolvimento moral e mental, sintonizando com os semelhantes que lhes propiciam bem ou mal-estar.

            Mesmo ante a má vontade dos multiplicadores de opinião, os Espíritos chamam a atenção e contribuem para a divulgação dos ideais de beleza, de enobrecimento, de felicidade.

***

            Cabe aos espíritas conscientes das suas responsabilidades a inadiável tarefa de promover a Doutrina Espírita em toda parte onde se encontrem, utilizando-se de maneira eficiente e nobre dos excelentes recursos da mídia em todos os seus aspectos, a fim de torná-la conhecida.

            Dentre outros, a INTERNET constitui-se num poderoso veículo de informação ao alcance de milhões de pessoas que navegam pelas suas ondas virtuais, tomando conhecimento do que se passa pelo mundo e do que ocorre no imo das demais criaturas.

            Lamentavelmente, muitos companheiros de lutas, interessados em servir, embora desequipados do conhecimento doutrinário, apresentam páginas que não retratam com fidelidade a grandeza da Codificação do Espiritismo, expondo ideias pessoais, nem sempre honoráveis, transmitindo informações mediúnicas que carecem de legitimidade, mais interessados na autopromoção do que na divulgação espírita. 

            Igualmente, outras páginas são apresentadas para censurar, denegrir, acusar, referindo-se aos erros de uns e de outros confrades, em terrível atividade de desmoralização, distante dos compromissos assumidos com o conhecimento espírita. Lamentavelmente, lançam calúnias e interpretações equivocadas, como se experimentassem grande prazer em difamar e afligir os corações que se encontram em esforço íntimo para tornar-se melhores.

            Quando se sentem no dever de defender a Doutrina Espírita, que dispensa esses novos Quixotes, porque ela paira acima dos indivíduos bons ou maus, ao invés de se dirigirem àqueles que são os responsáveis pela informação problemática, primeiro lançam o seu nome no rio da crueldade, de forma que o fermento da maldade se propague sem nenhum benefício para a claridade doutrinária do Espiritismo.

            Mensagens apocalípticas são apresentadas com datas previstas para a destruição do planeta, em verdadeiros projetos de apavoramento das criaturas, em nome de revelações destituídas de autenticidade.

            Existe muito sofrimento na Terra esperando orientação e consolo, terapia e libertação.

            O Espiritismo é O Consolador, sem dúvida, que Jesus prometeu. Veio para enxugar lágrimas, mas sobretudo para erradicar a causa das lágrimas, orientando as pessoas e promovendo-as, de modo que evitem comprometimentos negativos e comportamentos insensatos.

            Os livros, que constituem a Codificação, possuem um inesgotável manancial de luzes e de sabedoria, que deve ser oferecido aos sedentos pelos caminhos da evolução.

            Transcrevê-los, colocando-os ao alcance dos internautas e de todas as pessoas, é compromisso com a verdade que não pode ser esquecido, nem sequer postergado.

            O momento de divulgar a imortalidade da alma e a justiça divina através da reencarnação, é agora.

****

            O mundo está repleto de acusadores, de cruéis censores, de discutidores perversos e vazio de servidores do bem e da caridade.

            Une-te a esses poucos trabalhadores da seara de luz que é oferecida pelo Mestre de Nazaré, fazendo da tua existência um exemplo de dignidade que haures no Espiritismo, e divulgando-o por todas as maneiras possíveis, porque há muita ignorância necessitada de esclarecimento e muito sofrimento aguardando libertação.

            O Espiritismo é a luz que não pode ficar sob o alqueire, mas deve ser colocada no velador para que esparza sua claridade por toda parte.

           
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
Extraído da obra: Vitória Sobre a Depressão, cap. 24