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domingo, 2 de novembro de 2025

A morte — ela não está distante de nós

                       A morte ela não está distante de nós 

Há poucos dias, estava escrevendo uma página em homenagem aos finados. Isso, naturalmente, fez-nos pensar no fenômeno da morte. Assim, resolvemos escrever algo sobre o tema, não sob o enfoque biológico, mas com uma expressividade voltada ao campo filosófico e psicológico. 

Dizer que tudo o que nasce morre é de domínio geral. 

Falar da consternação que a morte de um familiar ou amigo causa é desnecessário, pois não há quem ainda não tenha passado por tal experiência. Diante de catástrofes com muitas mortes, também conhecemos a comoção que toma conta das pessoas.   

Agora, pensar na própria morte isso é um pensamento fugidio, no qual raramente se fixa a atenção para uma análise profunda. Muitas vezes, fazem-se brincadeiras ou piadas sobre o assunto como um subterfúgio para não o enfrentar 

O que, de modo geral, parece incômodo até um masoquismo — é, na verdade, o receio que grande parte das pessoas tem de pensar em si mesmas, pois isso leva, necessariamente, ao autoconhecimento. Há um grande medo de se conhecer, evita-se, até com certo esforço, o encontro consigo mesmo.  

Esse fato, tão comum, é contraproducente para a condição espiritual do indivíduo. Sendo a morte apenas do corpo — pois a alma não morre ela (a alma) ficará despida de subterfúgios e, naturalmente, terá de se autoconhecer. Isso, em geral, causa frustração, porque o que se verifica não corresponde às expectativas ou simplesmente não se sabia. Intrinsecamente, psicologicamente, um contingente enorme de pessoas não se conhece. uma grande preferência pela aparência, pela forma como se deve apresentar. Isso é um artificialismo: o indivíduo não se mostra como realmente é, permanecendo quase sempre atrás de uma máscara que julga mais conveniente.  

Por essa razão, não se deve deixar esse assunto — a morte para depois, porque ela é a grande reveladora de quem somos. Sendo a morte inevitável, também será inevitável a revelação de nossa alma para nós mesmos. Assim, a consciência enfrentará a razão, e não pairará dúvida sobre a nossa real condição evolutiva.  

O estudo sistemático da Ciência Espírita traz-nos sólido embasamento sobre o tema, e a prática mediúnica confirma esse fato, pelos diálogos mantidos com Espíritos desencarnados que se manifestam nas reuniões mediúnicas 

Os preconceitos e os medos trazidos na esteira do tempo criam dificuldades – muitas vezes, verdadeiras forças psicológicas impeditivas para se tratar de um assunto tão sério para a vida espiritual de cada um.  

Deixar de analisar a própria vida durante a existência no corpo físico, cujas consequências se projetam na dimensão espiritual, é um grande engano.  Como espiritualmente ninguém morre apenas se deixa a matéria densa, adentrando outra frequência vibratória, o ser mantém a mesma personalidade, mas com uma percepção ampliada das coisas. Assim, tanto a felicidade quanto a infelicidade têm suas intensidades aumentadas. 

Com essa pequena reflexão sobre a morte, torna-se evidente a importância cabal do autoconhecimento e da compreensão da finitude dos dias na vida presente. Pois, passados estes, os horizontes da vida se ampliam significativamente para aqueles que se descobriram e se prepararam para a realidade que virá depois. Aqueles que preferiram olhar apenas para a sua exterioridade, voltando-se para fora de si mesmos, certamente se encontrarão embotados espiritualmente, confusos, sem um rumo claro.  Quase sempre necessitarão do auxílio de companheiros espirituais bondosos, que os orientarão em estudos e trabalhos visando à aquisição de valores e qualidades compatíveis com o novo meio de vida.  

Há um ensinamento de Jesus Cristo que nos permite refletir sobre as dificuldades que termos em compreender as razões de estarmos vivendo esta fase material da existência, quando Ele diz: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”(João 8:32).  

Quando buscamos a verdade e a conhecemos, é como se, ao surgir a luz, a treva desaparecesse. 

A morte é a grande reveladora da verdade para o próprio Espírito. Não nos iludamos! 

                                                     Dorival da Silva. 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Causas atuais das Aflições

 Aflições! Justiça e causas das aflições II 

Inserimos os itens 4 e 5 do quinto capítulo de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde o Codificador, apoiado nas orientações dos Espíritos reveladores da Doutrina Espírita, coloca para a Mundo as causas dos sofrimentos que se dão nas comunidades sociais de nosso tempo, embora o ensinamento seja do século XIX serve perfeitamente aos dias presentes, como estará atual nos tempos futuros. É questão de análise e reflexão de situações que ocorrem no nosso meio de vivência.  

Assim, atentemos para o que se ensina na lição em destaque. Muito sofrimento se poderia ter evitado caso refletíssemos sobre as finalidades de nossa atual existência. Vejamos.  

Causas atuais das Aflições 

  4. As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.  

Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são a consequência natural do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa!  

Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!  

Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por não terem limitado os seus desejos!  

Quantas uniões infelizes, porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração!  

Que de dissenções, de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!  

Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão.  

Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: "Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa não estaria nesta situação".  

A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos, o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.  

Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.  

5. A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a consequência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis porque não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos consequentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe a experiência e o fazem sentir, a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento e, portanto, a sua felicidade futura.  

Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: "Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!" Como o trabalhador preguiçoso que diz: "Perdi o meu dia", ele também diz: "Perdi a minha vida". Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte começa uma nova Jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e em execução suas boas resoluções para o futuro. 

   Dorival da Silva 

 

- Continua na próxima publicação - 

 

 

Notas: 1. A parte do texto que está grafada na cor azul, foi retirada da obra: O Evangelho segundo o Espiritismo, que compõe as obras básicas da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, foi publicada em 1864. Esta obra tem a tradição de J. Herculano Pires, editora LAKE. 

2. As obras básicas do Espiritismo podem ser baixadas gratuitamente do sítio da Federação Espírita Brasileira (FEB), através do endereço eletrônico abaixo: