domingo, 6 de novembro de 2022

Oração

  

  Oração 


O Ser humano compõe a unidade universal, cada um tem o seu lugar. Pulsa na intensidade própria. No entanto, mutante. Por ser pensante e consciente nunca é o mesmo. Cada momento surge algo novo, ou se estaciona, sendo que isto não o impede de ver, desejar, compreender ou refutar os movimentos que se fazem ao seu redor. Assim, sempre haverá progresso, embora, com velocidades diferentes.  

Existem, em si, forças grandiosas que desconhece, como: o pensamento, a vontade e a confiança. 

A confiança nasce a partir do saber.  O saber existe com a busca de conhecimento. O conhecimento depende da vontade de pesquisar, analisar e compreender.  O pensamento é o veículo onde tudo transita, classifica, valora e armazena, estabelecendo o registro, a memória.  

Tudo isso, compõe a mente. A mente é atributo do Ser Espiritual.  Assim, tudo está no Espírito.  

Essa Unidade-Espírito-Universo é força pensante consciente. Essência do Espírito humano. Existe independente do corpo de carne.  

Potência individualizada, intrínseca à força imanente que vem de Deus! Bem entendido, graduada aos esforços evolutivos do ser espiritual. 

A oração é raio de potência, que congrega os valores de um ponto luminoso no Universo que o dispara pela vontade, o Espírito, em busca da potência magnífica do Todo Universal, no entanto, conseguirá agregar apenas as forças compatíveis com as qualidades de quem a emite. 

A oração é o instrumento de impulso dos valores de quem ora. Assim, a oração é força que nasce na intimidade do indivíduo e carrega todos os seus valores.  

Com as orações lidas, ou decoradas raramente ocorre impulsos que viajem no pensamento Àquele que é fonte.  

Quando a mulher hemorroíssa tocou as franjas das vestes de Jesus, enquanto muitos O tocavam e outros O empurravam, Ele, O Mestre, acusou: “Quem me tocou!”  Os Apóstolos que o assessoravam, dizem: como saber, muitos O esbarram!  Pois, de mim, saiu uma virtude! E a mulher acocorada, cheia de temores, pois, realmente tocara a barra de Seu vestido. Mas, Jesus, diz-lhe, mulher a tua fé te curou! (Em outras palavras, Mc. 5:30 e 33 e 34) 

Aconteceu com a mulher, mesmo que não soubesse nada do que acima informamos sobre a oração, porque naquela época nem se sonhava em saber de tal condição espiritual. Que somente a partir das revelações da Doutrina Espírita é possível análise mais profunda sobre o mecanismo da prece. No entanto, a prece sincera sempre foi ouvida e teve o atendimento segundo a Lei Divina.  

Para melhor clareza, é bom aprofundar mais um pouco, pois a mulher dos versículos acima, tinha mais de uma década de sofrimento, e já tinha realizado muitas preces, mas a que foi atendida foi aquela exclusiva, num ato extremo, como último recurso. Caminhou decidida no rumo de Jesus, vencendo todas as dificuldades suas, vez que estava doente e fraca, e as do ambiente. Precisou competir com a multidão que O cercava, mas independente de seu toque na veste de Jesus, as suas vibrações espirituais alcançaram tal força que conseguiram obter das virtudes do Mestre o suficiente para se curar do mal que a acometida de muito tempo.   

Aí se percebe que a oração é uma atitude, uma busca, uma ação, com toda a vontade e com objetivo claro do que se deseja alcançar.  

E as orações decoradas, lidas, têm valor? Enquanto somos simples e ignorantes, as boas intenções Deus considera, segundo os méritos de cada um.  “A cada um segundo suas obras.”. 

A Misericórdia Divina atende a seus filhos, não exatamente como queremos, mas diante do que precisamos, às vezes até mesmo com um esforço para o autodespertamento da sonolência espiritual. Deus sempre prepara seus filhos para a eternidade!  

Precisamos ter confiança naquele para quem se ora, mas, é preciso saber que tudo respeita a Lei de Deus, porque Dele tudo dimana. No entanto, a solicitação precisa partir de coração limpo, com propósito justo.  

Em nossos trabalhados de mediunidade, com certa frequência conversamos com Espíritos de pessoas que foram religiosas, devotadas e diante das dificuldades que tiveram em alguma fase da vida requisitaram ajuda dos entes de sua predileção de fé, insistentemente. Não obtiveram o que pretendiam, revoltando-se, deixando de orar, e esquecendo-se da religião.  Posteriormente à morte, continuaram revoltadas, mesmo magoadas.  Não eram pessoas más, eram pessoas de vida regular, apenas não compreendiam que a oração não funciona com exigências, nem a troco de promessas.    Faz-se necessário a renúncia, a paciência, a resignação, e que os Seres Maiores da espiritualidade atendem por caminhos que não conhecemos. Em conta disso, precisamos solicitar coragem, entendimento, disposição para continuar lutando frente ao problema que estamos enfrentando.  

A oração é uma comunicação, uma conexão entre a criatura e o Criador, essa ligação se faz pelos laços da consciência lúcida, que carrega consigo todo o cabedal de seus esforços, apresentando os méritos que conquistou na trajetória do tempo.   

O que se deseja? É a cura de algum mal? Esta é a razão da reencarnação, alimpar a Alma. Mas, se a doença é o medicamento que curará a Alma de suas mazelas de outros tempos? Libertando o Espírito para a felicidade real depois desta vida. Em conta disto, devemos pleitear a paciência, a coragem, forças; buscar a cura é dever.  Os esforços para a cura do físico, mesmo que esta não aconteça, é também a busca da cura da Alma.  

Sejamos agradecidos a Deus pela oportunidade de vivenciar situações que nos incomodam, sem que as procuremos, porque é algo que planejamos passar para nos livrarmos de dívidas que nos causavam incômodos espirituais, quando estávamos no Mundo dos Espíritos.  

Também podemos louvar a Deus através da oração. Aprender a ser humilde de coração é sempre favorável ao Espírito que busca a perfeição, o caminho se torna menos íngreme.  

A oração é o instrumento imaterial que todos podem exercitar, é questão de vontade! 

Oremos com lucidez! 


Dorival da Silva

sábado, 29 de outubro de 2022

Homenagem aos finados!

                                      Homenagem aos finados! 

Vamos falar com o coração!  É muito bom ser lembrado.  Seja na relação social, familiar, profissional...  Quando se fala de homenagem aos finados, mesmo que intuitivamente, transcendemos os limites materiais das relações e avançamos com nossas emoções, alcançando o mundo dos que passando pelo portal do túmulo ganharam os horizontes da espiritualidade.  

Jesus, revela: "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (João, 14:2), essa casa é o Universo, dentre as moradas encontra-se a Terra. Compondo os modos de vida: material e espiritual. O primeiro, relativo e temporário; o outro, real e permanente.   

Há relação constante entre os habitantes dos dois planos de vida.  Interferem-se um no outro, pelas lembranças, pelas saudades, pelos sentimentos nobres e também pelos não recomendáveis. Existem as mágoas, as inimizades, trágicas traições, infidelidades, deslealdades que não se apagam com o fechar dos olhos pela morte.  

As recordações dos amores, quando equilibradas e coerentes, causam emoções boas, como receber uma visita alegre, generosa, sem exigência, sem cobrança. Quando os Espíritos se tocam e se entrelaçam nas ondas simpáticas do bem-querer a felicidade se multiplica.  No entanto, aquelas recordações, mesmo que "amorosas", mas que trazem a lembrança de pendências afetivas, sensação de posse do ser "amado", ou cobrança de dívida do sentimento, em conta do egoísmo, das mágoas, da insinceridade, desconfiança, mesmo passado muito tempo, causam mal-estar, sofrimento que repercute entre o ente que está na espiritualidade e o que permanece na vida material.   

Embora, o calendário apontar um dia para se homenagear os mortos, é recomendável que homenageemos diariamente os nossos parentes, amigos e todos que amamos, com o silêncio de nossa alma com relação a quaisquer lembranças que possam causar sentimento negativo. Mesmo as coisas boas das relações enquanto estavam juntos, sejam lembranças suaves e sem ênfases desnecessárias para não causarem constrangimento ou contrariedade aos que estão agora noutro plano da vida.  Lembrar insistentemente dos que amamos e se foram é um incômodo. É como chamá-los constantemente, impedindo que deem continuidade em seus afazeres e obrigações.  

As organizações sociais deste lado e do outro lado da vida tem alguma relação, embora aqui tudo seja uma cópia relativa àquilo que lá se dá. Se trabalhamos aqui é porque trabalhávamos do outro lado da vida, embora em situações diferentes, considerando as expressões materiais e não materiais. O trabalho existe em toda parte nas mais diversas formas.  

Nós que estamos na existência material, por um tempo, do plano espiritual viemos, lá tínhamos nossas ocupações; terminado o nosso tempo aqui, para lá retornaremos e aqueles que no plano sutil se encontram para cá virão.  Assim sucedem-se as gerações.  

Os chamados "finados", que generaliza todos que deixaram o corpo, estão muito vivos, com todos os seus valores morais e suas inteligências, são eles mesmos, quando individualizamos pelos seus nomes, os personalizamos, definimos com quem nos comunicamos, a quem homenageamos.  É José, é Maria, é João, é "Filha", é "Mãe", é "Querida" ou "Querido" que importa o chamamento, o que prevalece são as vibrações que partem do coração de quem homenageia. O homenageado, a homenageada não se preocupam com as palavras, mas com a emoção que emociona, que carrega todas as palavras que a boca não sabe falar.   

Todos devemos homenagear os "finados", porque "finados" fomos homenageados; assim, se sucederão gerações e gerações! 

                                           Dorival da Silva. 

 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A morte não existe

 

A morte não existe 


Parece absurda essa afirmação. Mas, quando falamos da Vida, ela, a morte, realmente não existe. A Vida é independente do corpo, existirá plenamente sem ele. É bom afirmar que a Vida sem o corpo é mais intensa. Pode-se ser muito feliz, ou muito infeliz.  

Geração que sucede geração, sempre a mais recente tem melhor inteligência e o desenvolvimento moral também caminha, no entanto, mais lentamente, quando em boa parte sofre derrocada pela educação deficiente, pelos vícios, crimes…  Os professores escolares, os dirigentes religiosos, as lideranças sociais e políticas são pessoas nascidas nas porções da sociedade, que carregam o conteúdo cultural e moral correspondente ao meio onde foram criadas.  

O suicídio, o suicídio assistido, a eutanásia, o aborto, pena de morte, matar para se livrar do desafeto, matar o cônjuge por ciúme, desconfiança ou desejo de posse, tudo ignorância sobre a morte.  

A Vida é permanente. O corpo tem serventia por um tempo limitado. Todos têm consciência que o corpo morrerá e não se sabe quando! Com a inteligência avançada destes dias, não se pode ignorar que a Vida continuará depois do corpo, tanto como existia antes dele. O que falta é a fé que raciocina.  

Morreu o corpo, ele irá retornar seus elementos ao laboratório da Natureza, com as disjunções celulares, com a decomposição eletroquímicas naturais. Seus componentes retornados a elementos simples formarão outras composições, outros tecidos, outros corpos. É da Natureza que nada se perde! 

E a cultura, os cabedais intelectuais, as experiências vividas, as virtudes e as fraquezas onde estarão? Se desaparecessem como o corpo seria irracional. Se na Natureza material “tudo se transforma e nada se perde”; o que pensar da Natureza espiritual, onde a Vida que habitou o corpo é indestrutível, é eterna a sua individualidade, tem consciência de si mesma, tem liberdade de ação — livre arbítrio — e assume incontestavelmente as suas responsabilidades, não importando que sejam agradáveis ou desagradáveis.  

Desde a antiguidade, as religiões de todos os tempos, os expoentes religiosos de todas as gerações nunca pregaram a morte voluntária, a morte provocada, a morte do que não nasceu, porque, pela intuição, sabiam, e todas as pessoas sabem que a vida do corpo é para ser respeitada e conservada. Trata-se de recurso extraordinário de progresso. Não lhe pertence. É empréstimo com finalidade própria.  

Todos os meios e recursos existentes no Universo são de origem Divina, O Incriado, que todos conhecem, Deus!  Assim, o que pertence ao ser humano? À alma humana? Somente os valores espirituais (intelectuais e morais) que conquistou pelos seus esforços.  

Matar-se ou matar para livrar-se de frustração, dor, egoísmo, orgulho… é adquirir dívida de difícil solvência. Dívida com a consciência! Dívida com Deus!  

Deus, Amor e Justiça, não elimina o pecador. Nenhuma de suas criaturas se perderá! Dá sempre oportunidade.  No entanto, as dificuldades são inerentes à rebeldia. As dificuldades são as pedras e os espinhos que a criatura espargiu no carreiro da vida, correspondendo a seu estado de consciência. Precisará limpar a consciência de seus crimes, para encontrar a paz e a felicidade verdadeiras. O que não ocorre na vida corporal e sim na Vida espiritual.  

Existe o sofrimento para se vencer as barreiras do não saber, porque a conquista de conhecimento exige esforço e superação; mas, o dever cumprido enche o cumpridor de satisfação e reconhece que o sabor da vitória corresponde aos esforços dispendidos. É a luz que se faz na alma do vencedor de si mesmo.  

O sofrimento do rebelde é carregado de amargores e recidivas, sente-se revivendo dissabor, com o sentir refazer o que não foi bem feito, ou mal feito. Conviver com pessoas que não gozam de sua simpatia, depender de pessoa que não se gosta, arrastar dependência física grotesca, limitada, feia!  Sempre se encontra àqueles que foram abandonados, que não foram amados!  

Quando não, o rebelado, carrega disfunção mental, com lucidez prejudicada, ou, ainda, totalmente com escuridão mental, dependente integral da atenção de terceiros.  

Não há injustiça! Em nenhuma situação. No que se chama anomalia, doença irreversível, aleijão é somente o reencontro do criminoso consigo mesmo.  Trata-se de resgate da consciência maculada. Consequência da rebeldia contra a Lei Imutável de Deus, causando desarmonia na Casa do Pai!  Onde? Na própria consciência!  “A Lei de Deus está inscrita na consciência.”   

Suicídio, eutanásia, aborto…  Jamais! 

 

Dorival da Silva.