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sábado, 29 de outubro de 2022

Homenagem aos finados!

                                      Homenagem aos finados! 

Vamos falar com o coração!  É muito bom ser lembrado.  Seja na relação social, familiar, profissional...  Quando se fala de homenagem aos finados, mesmo que intuitivamente, transcendemos os limites materiais das relações e avançamos com nossas emoções, alcançando o mundo dos que passando pelo portal do túmulo ganharam os horizontes da espiritualidade.  

Jesus, revela: "Na casa de meu Pai há muitas moradas" (João, 14:2), essa casa é o Universo, dentre as moradas encontra-se a Terra. Compondo os modos de vida: material e espiritual. O primeiro, relativo e temporário; o outro, real e permanente.   

Há relação constante entre os habitantes dos dois planos de vida.  Interferem-se um no outro, pelas lembranças, pelas saudades, pelos sentimentos nobres e também pelos não recomendáveis. Existem as mágoas, as inimizades, trágicas traições, infidelidades, deslealdades que não se apagam com o fechar dos olhos pela morte.  

As recordações dos amores, quando equilibradas e coerentes, causam emoções boas, como receber uma visita alegre, generosa, sem exigência, sem cobrança. Quando os Espíritos se tocam e se entrelaçam nas ondas simpáticas do bem-querer a felicidade se multiplica.  No entanto, aquelas recordações, mesmo que "amorosas", mas que trazem a lembrança de pendências afetivas, sensação de posse do ser "amado", ou cobrança de dívida do sentimento, em conta do egoísmo, das mágoas, da insinceridade, desconfiança, mesmo passado muito tempo, causam mal-estar, sofrimento que repercute entre o ente que está na espiritualidade e o que permanece na vida material.   

Embora, o calendário apontar um dia para se homenagear os mortos, é recomendável que homenageemos diariamente os nossos parentes, amigos e todos que amamos, com o silêncio de nossa alma com relação a quaisquer lembranças que possam causar sentimento negativo. Mesmo as coisas boas das relações enquanto estavam juntos, sejam lembranças suaves e sem ênfases desnecessárias para não causarem constrangimento ou contrariedade aos que estão agora noutro plano da vida.  Lembrar insistentemente dos que amamos e se foram é um incômodo. É como chamá-los constantemente, impedindo que deem continuidade em seus afazeres e obrigações.  

As organizações sociais deste lado e do outro lado da vida tem alguma relação, embora aqui tudo seja uma cópia relativa àquilo que lá se dá. Se trabalhamos aqui é porque trabalhávamos do outro lado da vida, embora em situações diferentes, considerando as expressões materiais e não materiais. O trabalho existe em toda parte nas mais diversas formas.  

Nós que estamos na existência material, por um tempo, do plano espiritual viemos, lá tínhamos nossas ocupações; terminado o nosso tempo aqui, para lá retornaremos e aqueles que no plano sutil se encontram para cá virão.  Assim sucedem-se as gerações.  

Os chamados "finados", que generaliza todos que deixaram o corpo, estão muito vivos, com todos os seus valores morais e suas inteligências, são eles mesmos, quando individualizamos pelos seus nomes, os personalizamos, definimos com quem nos comunicamos, a quem homenageamos.  É José, é Maria, é João, é "Filha", é "Mãe", é "Querida" ou "Querido" que importa o chamamento, o que prevalece são as vibrações que partem do coração de quem homenageia. O homenageado, a homenageada não se preocupam com as palavras, mas com a emoção que emociona, que carrega todas as palavras que a boca não sabe falar.   

Todos devemos homenagear os "finados", porque "finados" fomos homenageados; assim, se sucederão gerações e gerações! 

                                           Dorival da Silva. 

 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Enfermidades da alma

 
 
 
Enfermidades da alma

Gravame de significado perigoso nos relacionamentos humanos é a intriga.

Perversa, é semelhante à erva daninha e traiçoeira que medra no jardim das amizades, gerando desconforto e agressividade.

A intriga é enfermidade da alma que se alastra perigosamente na sociedade, tornando-se terrível inimiga dos bons costumes.

O intrigante é sempre alguém infeliz e invejoso que projeta os seus conflitos onde se encontra, alegrando-se com os embaraços que proporciona no meio social.

À semelhança de cupim sorrateiro, destrói sem ser vista, até o momento em que as resistências fragilizadas em suas vítimas, rompem-se, dando lugar ao caos, à destruição.

Muitas vezes, o insensato não faz ideia do poder mefítico da intriga, permitindo-se-lhe a manifestação verbal ou gráfica, por falta de responsabilidade ou desvio de conduta psicológica.

Da simples referência a respeito de alguém ou de algum acontecimento adulterado pela imaginação enferma, surge a rede das informações infelizes que dilaceram as vidas que lhes são o alvo inditoso.

Ninguém, na Terra, encontra-se indene à difamação das pessoas espiritualmente enfermas, e, quando são atingidas pelas flechas das narrações deturpadas, permitem-se sucumbir, abandonando os propósitos superiores em que se fixavam, sem ânimo para o prosseguimento nos ideais abraçados.

Lamentavelmente a intriga consegue grassar com imensa facilidade em quase todos os agrupamentos sociais, religiosos, familiares, políticos, de todos os matizes, em razão da presença de alguns dos seus membros que se encontram em desarmonia interior.

Todo empenho deve ser aplicado para a vitória sobre a intriga.

Cabe àqueles que são devotados ao bem não darem ouvidos à intriga que se apresenta disfarçada de maledicência, de censura em relação a outrem ausente, aplicando o antídoto do silêncio nesse trombetear da maldade.

Cuidasse o intrigante do próprio comportamento e dar-se-ia conta do quanto necessita de corrigir, em si mesmo, ao invés de projetar no seu próximo o morbo infeccioso.

Toda censura com sinais de acusação é filha da crueldade que se converte em intriga.

São célebres as intrigas das cortes, nas quais os ociosos e inúteis, compraziam-se em tecer redes vigorosas que asfixiavam as melhores expressões do trabalho, que mesmo imperfeitas ou necessitadas de aprimoramento, produziam para o bem...

Nada se edifica ou se faz sem o exercício, em cujo início os equívocos têm lugar.

As mais colossais realizações são resultado de pequenos ou incertos tentames.

O intrigante, porém, sempre ativo e vigilante, porque insidioso, logo se apropria da mínima falha que se observa em qualquer projeto para investir furibundo e devastador.

*   *   *

Jesus referiu-se com firmeza àquele que vê o argueiro no olho do próximo, embora a trave pesada que se encontra no seu.

Sê tu, no entanto, aquele que adota a complacência, que compreende o limite e a dificuldade do outro.

Fala, quando a tua boca possa cantar o bem de que está cheio o teu coração.

A palavra enunciada torna-te servo, enquanto que a silenciada faz-te dela senhor.

Não estás convidado para vigiar o próximo, mas para conviver e trabalhar com ele.

Tocado no sentimento pelo amor, usa a bondade nas tuas considerações em relação às demais pessoas com as quais convives ou não.

Faz-te a criatura gentil por quem todos anelam, estando sempre às ordens dos Mensageiros da luz para o serviço da fraternidade e da construção do bem no mundo.

A palavra é portadora de grande poder, tanto para estimular, conduzir à plenitude, assim como para gerar sofrimento, destruição e amargura...

Guerras terríveis, representando a inferioridade humana, surgiram de intrigas de pequeno porte, que se tornaram ameaças terríveis...

Tratados de paz e de união também são frutos do acordo pela parlamentação e pelos diálogos, pelas decisões de alto porte.

Tem, pois, cuidado com o que falas, a respeito do que ouves, vês ou participas. Serás responsável pelo efeito das expressões que externes, em razão do seu conteúdo.

Convidado a servir na Seara de Jesus, mantém-te vigilante em relação a esta enfermidade contagiante: a intriga!

Tentado, em algum momento, a acusar, a criar situações danosas, resiste e silencia, legando ao tempo a tarefa que te compete.

Isso não quer dizer conivência com o erro, mas interrupção da corrente prejudicial, mantida pela intriga. Antes, significa também a decisão de não vitalizar o mal, mantendo-te em paz, sustentado pela irrestrita confiança em Deus, na execução da tarefa abraçada, seja ela qual for.

A intriga apresenta-se de forma sutil ou atrevidamente, produzindo choques emocionais que se transformam em dores naqueles que lhes padecem a injunção cruenta.

*   *   *

Allan Kardec, o nobre mensageiro do Senhor, preocupado com o próprio e o comportamento dos indivíduos, buscando uma diretriz segura para evitar a intriga e outros desvios na convivência social, indagou aos Guias espirituais, conforme se lê na questão 886, de O Livro dos Espíritos:

-Qual o verdadeiro sentido da palavra  caridade, como a entendia Jesus?

E eles responderam com expressiva sabedoria:

Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.

Nessa resposta luminosa encontra-se todo um tratado de ética para o bem viver, ser feliz e contribuir para a alegria dos outros.

Joanna de AngelisPsicografia de Divaldo Pereira Franco,na reunião
mediúnica de 23 de janeiro de 2012,no Centro Espírita
Caminho da Redenção,em Salvador,Bahia.
Em 17.05.2012

Mensagem extraída do endereço:
 http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=285

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Marta, Marta!

MARCELO TEIXEIRA
maltemtx@uol.com.br
Petrópolis, RJ (Brasil)



 
Marta, Marta!

Jesus na casa de Marta e Maria é uma passagem evangélica da qual gosto muito. Talvez seja a minha preferida. Interfere diretamente no cotidiano familiar.
Marta e Maria eram irmãs de Lázaro, amigo de Jesus e por ele ressuscitado, como nos narram as Sagradas Escrituras.
Numa das visitas à casa da família, Jesus, acompanhado dos discípulos, transmitia uma série de ensinamentos. Maria ouvia-o, embevecida. Marta, por sua vez, ia e vinha, preocupada em deixar a casa em ordem e à altura de tão ilustre visitante. Decerto preocupava-se com a refeição a ser preparada, aposentos a serem arrumados... Vendo que Maria não a ajudava, ralhou com ela na frente de Jesus e dos apóstolos. Em seguida, pediu a Jesus que dissesse a Maria para ajudá-la. É quando o Cristo aproveita a situação para transmitir a Marta e a toda a humanidade o memorável ensinamento:
"Marta, Marta, tu andas muito inquieta, e te embaraças com o cuidar em muitas coisas. Entretanto só uma coisa é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que lhe não será tirada”. (São Lucas, cap. X, v. 41 e 42.)
O jornalista Stephen Kanitz, no artigo Família em Primeiro Lugar, conta que certa vez foi almoçar com um respeitado empresário. O almoço foi no restaurante da empresa. Por ser um homem muito ocupado, o empresário raramente almoçava em casa ou em restaurantes.
Stephen comenta que o homem estava com o olhar estranho, talvez distante. Foi quando uma lágrima lhe escorreu do olho esquerdo. O jornalista tentou não dar muita importância ao fato. Só que, durante a sobremesa, o poderoso empresário começou a chorar copiosamente. Desconcertado, Kanitz começou a imaginar se havia dito algo impróprio ou se a empresa estava atravessando uma fase difícil... Foi quando o homem disse, meio sem jeito:

"Minha filha vai se casar amanhã e só agora a ficha caiu. Eu fui um tremendo de um workaholic e agora percebo que mal a conheci. Conheço tudo sobre meu negócio, mal conheço minha própria filha. Dediquei todo o tempo à minha empresa e me esqueci de me dedicar à família".
Stephen confessa que nunca mais foi o mesmo depois da cena. Saiu arrasado do almoço e, jurando a si mesmo que nunca aceitaria um emprego desses que sugam a pessoa a ponto de não haver mais tempo para dar boa noite aos filhos, levá-los ao cinema, à praia, acompanhar suas descobertas, vitórias e derrotas...
Finalizando o artigo, o jornalista argumenta: Colocar a família em primeiro lugar tem um custo com o qual nem todos podem arcar. Implica menos dinheiro, fama e projeção social. Muitos de seus amigos poderão ficar ricos, mais famosos que você e um dia olhá-lo com desdém. Nessas horas, o consolo é lembrar um velho ditado que define bem por que priorizar a família vale a pena: ‘Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar’."

Qual o verdadeiro "sucesso" de ter um filho drogado por falta de atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia a dia? De que adianta fazer uma fortuna para ter de dividi-la pela metade num ruinoso divórcio e pagar pensão à ex-esposa para o resto da vida? De que adianta ser um executivo bem-sucedido e depois chorar na sobremesa porque não conheceu sequer a própria filha?
Saber escolher a melhor parte, como ressalta o Cristo, nem sempre é fácil. Vivemos num mundo que exige muito de nós. Ter um curso universitário já não basta. São necessárias mais de uma pós-graduação, mestrado, vários idiomas. Além disso, congressos, simpósios, mesas-redondas... Conheço gente que passa mais tempo em hotéis, aviões e aeroportos do que em casa. E quando está em casa, mal tem tempo para os filhos, a esposa ou o marido. A pessoa fica ao computador, às voltas com planilhas e relatórios, respondendo a e-mails e enviando outros tantos, o celular não para de tocar...
A grande maioria das pessoas tem, hoje em dia, a agenda cheia. Nem sempre é fácil conciliar família e trabalho. Mas quem se dispõe a investir em cônjuge e filhos não pode perdê-los de vista, sob pena de ver o casamento ruir e os filhos se transformarem em ilustres desconhecidos.
Muita gente alega que trabalha feito condenado para garantir um futuro melhor aos filhos. De que futuro estamos falando? Os mais conceituados colégios? Pós-graduação no exterior? Residências cinematográficas? Fins de semana em locais paradisíacos? Idas e mais idas a boates e restaurantes badalados? Talvez os filhos não precisem e nem queiram isso tudo. Queiram apenas nosso ombro amigo, palavras de incentivo, conselhos e advertências precisas... Querem rir e chorar conosco; viver ao nosso lado, curtir o pai e a mãe que têm. O melhor para eles nem sempre é ver os pais se matando de trabalhar para lhes dar o que é top de linha. O melhor talvez seja tempo livre para ajudá-los nas tarefas escolares, colocá-los para dormir... Enfim, aquilo que os pais sonham fazer, mas muitos acabam não fazendo porque querem dar tudo aos filhos. Tudo o quê? Esse tudo pode ser mais simples e acessível do que pensamos. Basta optar pela melhor parte, a que não nos será tirada.
Falar sobre Jesus na casa de Marta e Maria é, além do que acabei de expor, prestar atenção na dinâmica do lar, a fim de não darmos excessiva importância às coisas da casa.
Faço parte da União Municipal Espírita de Petrópolis (Umep), aonde cheguei em novembro de 1984. Conversando com um dos grupos de visitação fraterna da Casa, aprendi que as famílias visitadas nunca devem se preocupar em preparar lanche para os visitadores. Um cafezinho sequer. Motivo: alguém da família vai ficar tão preocupado com o café no fogo e o bolo no forno que não aproveitará direito a visita fraterna. Uma visita em nome de Jesus. O mais importante, nessas ocasiões, é a prece que será feita, o bate-papo acolhedor, a leitura edificante de um livro espírita... Se alguém ficar indo e vindo da cozinha, perderá o contato com Jesus e, tal qual Marta, estará inquieto, se preocupará com muitas coisas, quando só uma é necessária.
Este comportamento em relação às coisas da casa é interessante de ser observado em dias de festas. Aniversários, almoços, jantares, Natal... Martas variadas se matam de trabalhar, ficam até altas horas na cozinha, fazem mais de uma sobremesa, mais de uma opção de carne... O resto da família acaba sofrendo horrores, pois é obrigado a ir inúmeras vezes ao supermercado, a cozinha fica intransitável... Na hora da festa, muitas vezes Marta ainda está na cozinha, atarefada com os últimos preparativos. Quando por fim consegue dar atenção aos convidados, a festa já está no fim e ela mal teve tempo de aproveitá-los. Além disso, sobrou comida. Haja louça para lavar. Dá-lhe reclamação de que ninguém da família aparece para ajudar. Isso sem falar no dinheiro gasto além da conta. A melhor parte, que era o convívio fraterno com os convidados, ficou em segundo plano.
Conheci uma senhora (a quem chamarei de Lourdes) que fazia questão de cuidar pessoalmente de toda a casa. Não queria ninguém ajudando; não admitia nenhuma mulher além dela mexendo em panelas, vassouras e afins. O tempo foi passando, ela envelhecendo, mas não largava o hábito. Uma vez, já tarde da noite, depois de terminar a limpeza da casa todinha, disse a si mesma:- Graças a Deus! Estou morta de cansada, mas a minha casa está limpa!
D. Lourdes já estava com mais de 60 anos. O ritual semanal, contudo, permanecia, só que agora terminando mais tarde, já que estava mais lenta em função da idade. Onde a melhor parte? Onde o tempo para curtir a família?
Ela, no domingo, fazia questão de elaborar os mais variados pratos para o marido e os dois filhos. Certa vez, seu marido confidenciou a meu pai: - Eu admiro tanto aquelas famílias que, no domingo, almoçam fora para aproveitar melhor o dia! Ou, então, comem algo bem trivial e vão passear com os filhos. Aqui em casa é esse festival de comida, é minha esposa presa o dia inteiro na cozinha, se acabando para agradar a família. Agradaria muito mais se fizesse apenas um macarrão e depois saísse para dar uma volta comigo e com as crianças. Ou então, se concordasse em almoçar fora de vez em quando.
Certa feita, no aniversário da mãe, os irmãos de Dona Lourdes falaram em encomendar o bolo. Família grande, com muitos irmãos, filhos e primos, requer um bolo grande. Ela insistiu em fazê-lo, pois era uma data marcante. Os irmãos, então, deixaram o bolo por conta dela. Na hora da festa, chega ela com um bolo enorme na mão e com a fisionomia totalmente desfeita. Morta de cansada. Um dos irmãos, então, alegou que se tivessem encomendado o bolo, ela estaria descansada para a festa, aproveitaria melhor o evento. Mas não. Estava exausta, não curtiria a festa como os demais. Por que agia assim? Atavismo, como já abordado em outro capítulo?
Lidei com jovens espíritas durante muitos anos e ouvi de um deles uma história interessante. Ele, que gostava de escrever, estava no início do curso de letras. Volta e meia, trazia um texto para eu ou alguém do centro espírita ler. Durante um desentendimento doméstico com a mãe, ela disse, magoada, que ele nunca lhe mostrara um texto de sua autoria. Só para o pessoal do centro. Foi então que ele percebeu que agia assim, não de forma proposital, mas porque estava acostumado a ver a mãe sempre preocupada com o almoço, o tapete, o banheiro... Toda vez que ele começava a comentar sobre um texto seu, ela o interrompia com frases do tipo “Pega a farinha para mim?”“Fecha a janela da sala?”, “Desliga a máquina de lavar?”, “Está bom de feijão ou quer mais?”. Ele, sem se dar conta, passara a ver a mãe como a serviçal sempre às voltas com assuntos domésticos. Jamais passou por sua cabeça que a mãe poderia estar interessada em seus textos. A mãe não o acostumara a tratar desses assuntos com ela. Ele, então, encontrara acolhida no pessoal do centro espírita.
Marta, Marta! Você dá mais importância às panelas, às toalhas e aos lençóis do que ao marido e aos filhos! É esse o seu projeto de construção de um lar? Onde a melhor parte? Acorda, Marta!

BIBLIOGRAFIA:

1 -
  KANITZ, Stephen. Família em Primeiro Lugar. Revista Veja, nº 7, 20 de fevereiro de 2002, São Paulo, SP.
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Mensagem extraída da Revista Eletrônica "O Consolador", que poderá ser acessada no endereço: http://www.oconsolador.com.br/ano8/373/marcelo_teixeira.html

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Flexibilidade

Flexibilidade

Todo comportamento extremista responde por danos imprevisíveis e de lamentáveis consequências, por se sustentar na intolerância e no desrespeito à inteligência e ao discernimento dos demais. 
A consciência equilibrada busca sempre o comportamento mais saudável, expressando-se de maneira gentil, mesmo nas circunstâncias mais severas e afligentes. 
A flexibilidade é medida de cometimento edificante pela faculdade de compreender a postura do outro, aquele que nem sempre sabe expressar-se ou agir como seria de desejar, mas, nada obstante, pensa e tem ideias credoras de respeito e de consideração, que devem ser levadas a sério. 
 Quando se assume uma atitude de dureza, destrói-se a futura floração do bem, porque nenhuma ideia é irretocável de tal maneira que não mereça reparo ou complementação, e diversas mentes elaborando programas são mais eficazes do que apenas uma. 
Ademais, essa imposição representa alta presunção decorrente da vaidade de se deter o conhecimento total ou mesmo a verdade plena. 
 Quando se age dessa maneira, gera-se temor e animosidade por se bloquear as possibilidades dos demais, igualmente portadores da faculdade de pensar, de discernir. 
Uma atitude flexível contribui para o somatório das realizações dignificantes que são confiadas a todos. 
 Não obstante reconhecer o equívoco da mulher surpreendida em adultério, o Mestre foi-lhe flexível, dando-lhe nova oportunidade, embora não concordando com a sua conduta desrespeitosa aos estatutos morais e legais. 
Entre dois ladrões no momento extremo, solicitado por um deles, que se arrependera de existência de erros, concedeu-lhe a bênção da esperança de que também alcançaria o paraíso. 
Obras expressivas e honoráveis de serviço social e de edificações do bem no mundo soçobram e desaparecem em ruínas, quando alguns dos seus membros apresentam-se detentores de inflexibilidade em suas proposituras e comportamentos diários. 
A harmonia do conjunto exige que todos contribuam com a sua parte em favor do equilíbrio geral, mesmo que ceda agora, a fim de regularizar no futuro. 
Se alguém discorda e mantém-se inflexível na sua óptica ocorre o desastre no grupo, que se divide, dando lugar a ressentimentos e queixas, amarguras e dissabores. 
Assevera milenária sabedoria oriental que a floresta exuberante cresce em silêncio e discrição, mas quando tomba alguma árvore é com estrondo que o faz, como a significar que o bem, o lado edificante de tudo, acontece com equilíbrio, enquanto a queda, a destruição, sempre se dá de maneira ruidosa e chocante. 
Todo grupamento humano necessita do contributo valioso da tolerância, da paciência, da compreensão. 
A prepotência é geradora de desmandos e tormentos incalculáveis, que poderiam ser evitados com um pouco de fraternidade. 
Sê flexível, mesmo que penses diferente, que tenhas ideias próprias, felizes, facultando aos outros também serem ouvidos e seguidos.
 
*   *   *
No vendaval, a árvore que não deseja ser arrancada verga-se, para depois retornar a postura. Se pretender manter-se ereta, sofrerá a violência que a derrubará na sucessão das horas. 
O bambu é um dos mais belos exemplos de flexibilidade, pois que se recurva, submete-se com facilidade às imposições que lhe são dirigidas, sem arrebentar-se, mantendo-se vigoroso.
Consciente das responsabilidades que te dizem respeito, não te imponhas pela rigidez. Os teus valores morais serão a tua identificação e o cartão de crédito da tua existência. 
Estás convidado a servir, não a estabelecer diretrizes estritas para os outros, especialmente se te encontras servindo na Seara de Jesus, que sempre te proporciona chances novas, mesmo quando malbarataste aquelas que te foram anteriormente concedidas. 
Fácil é ser inflexível para com o próximo e difícil é submeter-se a situação equivalente, quando se altera a circunstância e mudam-se os padrões apresentados. 
Dialogando, ouvindo e abrindo-se novos conceitos e proposituras, adquire-se a faculdade da gentileza, indispensável ao êxito de todo e qualquer empreendimento humano. 
No dia a dia da existência sempre ocorrem fenômenos inesperados, que alteram a programação mais bem estabelecida, exigindo mudanças de rumo, formulações novas e necessárias.
 
O imprevisto é uma forma de intervenção das leis soberanas, ensejando diferente opção para o comportamento saudável. 
Não sejas, desse modo, aquele que cria embaraços, embora as abençoadas intenções de que te encontras revestido. 
Todos são úteis numa equipe e importantes no conjunto de qualquer realização.
 
Sê, portanto, dócil e acessível, porque sempre há alguém mais adiante, portador de aspereza que, com certeza, suplantará a tua. 
Nunca sentirás prejuízo por ceder em favor do bem comum, da ordem geral, abrindo espaço para outras experiências e atitudes.
 
*   *   *
A flexibilidade é dileta filha do amor, que se expande e enriquece a vida com esperança e paz. 
Todos aqueles que se fizeram temerários e se impuseram não fugiram de si mesmos, do envelhecimento, das enfermidades, da desencarnação. 
Pacientemente e com flexibilidade, Jesus espera por ti e te inspira sem descanso. 
Medita e age conforme gostarias que assim procedessem em relação a ti.
 
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica de 26 de setembro de 2012, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

Extraída do endereço eletrônico: .http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=316

sábado, 21 de julho de 2012

Enfermidades da Alma



Gravame de significado perigoso nos relacionamentos humanos é a intriga.

Perversa, é semelhante à erva daninha e traiçoeira que medra no jardim das amizades, gerando desconforto e agressividade.

A intriga é enfermidade da alma que se alastra perigosamente na sociedade, tornando-se terrível inimiga dos bons costumes.

O intrigante é sempre alguém infeliz e invejoso que projeta os seus conflitos onde se encontra, alegrando-se com os embaraços que proporciona no meio social.

À semelhança de cupim sorrateiro, destrói sem ser vista, até o momento em que as resistências fragilizadas de suas vítimas rompem-se, dando lugar ao caos, à destruição.

Muitas vezes, o insensato não faz idéia do poder mefítico da intriga, permitindo-se-lhe a manifestação verbal ou gráfica, por falta de responsabilidade ou desvio de conduta psicológica.

Da simples referência a respeito de alguém ou de algum acontecimento adulterado pela imaginação enferma, surge a rede das informações infelizes que dilaceram as vidas que lhes são o alvo inditoso.

Ninguém, na Terra, encontra-se indene à difamação das pessoas espiritualmente enfermas, e, uma vez atingidos pelas flechas das narrações deturpadas, os homens se deixam sucumbir, abandonando os propósitos superiores em que se fixavam, sem ânimo para o prosseguimento nos ideais abraçados.

Lamentavelmente, a intriga consegue grassar com imensa facilidade em quase todos os grupamentos sociais, religiosos, familiares, políticos, de todos os matizes, em razão de alguns dos seus membros encontrar-se em desarmonia interior.

Todo o empenho deve ser aplicado para a vitória sobre a intriga.

Cabe àqueles que são devotados ao bem não darem ouvidos à intriga que se apresenta disfarçada de maledicência, de censura em relação a outrem ausente, aplicando o antídoto do silêncio nesse trombetear da maldade.

Cuidasse, o intrigante, do próprio comportamento e dar-se-ia conta do quanto necessita de corrigir, em si mesmo, ao invés de projetar no seu próximo o morbo infeccioso.

Toda censura com sinais de acusação é filha da crueldade que se converte em intriga.,

São célebres as intrigas das cortes, nas quais os ociosos e inúteis compraziam-se em tecer redes vigorosas que asfixiavam as melhores expressões do trabalho, que mesmo imperfeitas ou necessitadas de aprimoramento, produziam o bem...

Nada se edifica ou se faz sem o exercício, em cujo início os equívocos têm lugar.
As mais colossais realizações são resultado de pequenos ou incertos tentames.

O intrigante, porém, sempre ativo e vigilante, porque insidioso, logo se apropria da mínima falha que observa em qualquer projeto para investir furibundo e devastador.

*  *  *
Jesus referiu-se com firmeza àquele que vê o argueiro no olho do próximo, embora a trave pesada que se encontra no seu.

Sê tu, no entanto, aquele que adota a complacência, que compreende o limite e a dificuldade do outro.

Fala, quando a atua boca possa cantar o bem de que está cheio o teu coração.

A palavra enunciada torna-te servo, enquanto que a silenciada faz-te dela senhor.

Não estás convidado para vigiar o próximo, mas para conviver e trabalhar com ele.

Tocado no sentimento pelo amor, usa a bondade nas tuas considerações em relação às demais pessoas com as quais convives ou não.

Faze-te a criatura gentil por quem todos anelam, estando sempre às ordens dos Mensageiros da luz para o serviço da fraternidade e da construção do bem no mundo.

A palavra é portadora de grande poder, tanto para estimular, conduzir à plenitude, assim como para gerar sofrimento, destruição e amargura...

Guerras terríveis, representando a inferioridade humana, surgiram de intrigas de pequeno porte, que se tornaram ameaças terríveis...

Tratados de paz e de união também são frutos do acordo pela parlamentação e graças às decisões de alto porte.

Tem, pois, cuidado com o que falas, a respeito do que ouves, vês ou participas. Serás responsável pelo efeito das expressões que externes, em razão do seu conteúdo.

Convidado a servir na Seara de Jesus, mantém-te vigilante em relação a essa enfermidade que contagia: a intriga!

Tentado, em algum momento, a acusar, a criar situações danosas, resiste e silencia, legando ao tempo a tarefa que lhe compete. 

Isso não quer dizer conivência com o erro, mas interrupção da corrente prejudicial, mantida pela intriga.  Antes, significa também a decisão de não vitalizar o mal, mantendo-te em paz, sustentado pela irrestrita confiança em Deus, na execução da tarefa abraçada, seja ela qual for.

A intriga apresenta-se de forma sutil ou atrevidamente, produzindo choques emocionais que se transformam em dores naqueles que lhes padecem a injunção cruenta.

* * *
Allan Kardec, o nobre mensageiro do Senhor, preocupado com o próprio e o comportamento dos indivíduos, buscando uma diretriz segura para evitar a intriga e outros desvios na convivência social, indagou aos guias espirituais, conforme se lê na questão 886, de O Livro dos Espíritos-- Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como entendia Jesus?  

E eles responderam com expressiva sabedoria: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.

Nessa resposta luminosa encontra-se todo um tratado de ética para bem viver, ser feliz e contribuir para a alegria dos outros.
Joanna de Angelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,
na reunião mediúnica da noite de 23 de janeiro de 2012, no
Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.)

Nota da autora espiritual. N. da R.: Op. Cit.
Trad. Guillon Ribeiro, 91, ed. 2 reimp.
Rio de Janeiro: FEB, 2010.