Suicídio Assistido
Lemos
na imprensa que jovem de 29 anos, americana, com um câncer no cérebro e a
expectativa da doença avançar rapidamente, com o fim de livrar-se de possíveis
sofrimentos, programou morrer no dia
primeiro de novembro de 2014, pelo suicídio assistido.
Em
“O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, encontramos na questão 957: – Quais são, em geral, com
relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?
“As
consequências do suicídio são muito diversas. Não há penas fixadas e, em todos
os casos, são sempre relativas às causas que o produziram. Há, porém, uma
consequência à qual o suicida não pode escapar: o desapontamento. Ademais, a sorte não é a mesma para todos;
depende das circunstâncias. Alguns expiam sua falta imediatamente, outros em
nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam. ”
A doença surge por uma
necessidade do Espírito, que ora está reencarnado, sendo que o corpo físico
funciona como um mata-borrão da alma que está maculada com os erros de vidas
passadas. Não temos lembrança, é certo,
mas se estudamos com afinco a Lei da Reencarnação compreendemos sem
dificuldades essas questões, que tanto aturdem as pessoas nos dias atuais.
As consequências dos atos
antigos, que não aconteceram nessa vida, grassam na consciência exigindo
reparação, pagamento, para liberá-la de seu sofrimento. Isso é muito vivo, intensivamente presente
quando estamos na vida errante, fora da matéria, depois do falecimento do
corpo, quando o Espírito está livre e sofre constantemente com a lembrança de
suas pendências. Sendo que fora da matéria os fatos são uma realidade e estão
no próprio indivíduo, por isso o sofrimento intenso.
Quando se pretende resolver
a suas aflições, toma resolução, e solicita aos orientadores Espirituais
responsáveis pelo progresso de cada um de nós o retorno à vida material, isto
é, renascer em um novo corpo, para esquecermos, através do processo da
reencarnação, quando teremos a oportunidade de vivenciar uma nova realidade,
nos aperfeiçoando através dos esforços no bem.
Sendo que na nova existência
material, muito se aprende, há renovação de sentimentos, conquistamos virtudes,
no entanto, existem situações que não somos capazes de nos livrar, dada a
gravidade; e é objetivo da vida física proporcionar condições, mesmo que haja
dificuldades no campo físico, tais como as doenças graves, para sanear a nossa
consciência das perturbações que eram superlativas quando da vida na espiritualidade.
Lá está a vida real, para lá retornaremos, seja na juventude ou na velhice;
aqui, na vida física é a oportunidade de resolvermos as nossas dificuldades
mais rapidamente, se soubermos vivenciar as circunstâncias geradas pelo
planejamento que fizemos, ou pelo menos concordamos com ele, antes da atual
existência aportarmos.
Repetimos, a doença é uma
necessidade do Espírito para solucionar seus problemas de consciência. Assim não
existe justificativa de buscar diante dos momentos decisivos a nosso favor, quer
dizer a favor do saneamento de nossa consciência, nos liberando do sofrimento,
que é mais aturdidor do que quaisquer sofrimento no campo material – porque o
sofrimento espiritual é ininterrupto --, sendo que por maior seja o sofrimento causado com a doença física isso
pode ser minorado com os medicamentos e procedimentos médicos disponíveis,
mesmo que não seja em sua totalidade, mas sempre há recurso para diminuir-se o
sofrimento, é a misericórdia de Deus em favor do devedor da Lei Divina imutável
e justa.
Pretender escapar às
consequências libertadoras da alma, através do suicídio, independentemente do
método, é pura ilusão, é agravar imensamente o estado espiritual doente. Como
alerta! os Espíritos reveladores da Doutrina Espírita, na questão citada
inicialmente, ao suicida virá o desapontamento; pois, a morte para o Espírito
não existe, restando-lhe o remorso diante das consequências do suicídio, que ao
invés de sanar a dor que era remediada, agora se tornou irremediável com a
oportunidade jogada fora, podendo os sofrimentos se tornarem superlativos.
A morte é fato natural, mas
se faz necessário que trabalhemos, quer dizer: que façamos tudo ao nosso
alcance para cumprir com o nosso dever, em todas as circunstâncias da vida,
mesmo a de lutar para nos manter vivos no corpo físico, até quando o Anjo
libertador, que cumprindo ordem Divina, venha nos desobrigar dessa tarefa
regeneradora da alma.
É bom relembrar de que não somos
o corpo, somos a vida que o utiliza para se cumprir a Lei de Progresso
Espiritual, não é o corpo o responsável pela doença é o Espírito que está
doente, eliminar o corpo não soluciona o sofrimento, na verdade amplia a
dívida.
Dorival da Silva
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