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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Viver Feliz

 Viver Feliz 

Quem não quer viver feliz? Como?!  “No Mundo tereis aflições”¹. Para situarmos bem o que estamos indagando, será necessário sabermos quem somos e o que estamos fazendo no Mundo.  

Primeiramente, somos um ser indestrutível. Para esta existência, este período de vida adquirimos um corpo. Não somos o corpo, o utilizamos para nos manifestarmos. Esse corpo é destrutível. Esgota-se com o tempo e com o uso. Depende de cuidados e é frágil às concorrências do meio ambiente. Depende de nutrição e de higiene. Cuidado ou desleixo proporciona conforto, ou desconforto. Exige vestimenta e calçados adequados para cada estação do clima. Somos o timoneiro dessa embarcação.  

Para o início desta existência, foram necessários um ser masculino e um feminino que nos proporcionaram o aparecimento nesse corpo, através do mecanismo de perpetuação da espécie, gerando laços de afeto, de amor, compondo uma família. Até que o corpo pudesse dar condições de integral manifestação do seu condutor, o ser pensante, nos cuidaram, nos protegeram, ensinaram a educação que temos, levaram à escola para que adquiríssemos conhecimento e cultura.  

Chegada a maioridade, assumimos a responsabilidade da condução do nosso equipamento de carne e osso, porque adquirimos autonomia de ação. Somos responsáveis de nossos atos. Agora o equipamento temporário apresenta todas as condições para as ações do seu senhor, você mesmo! Nós mesmos! 

A partir deste ponto, certamente procurará um indivíduo de sexo oposto para constituir família, é princípio do processo evolutivo. É atávico. O elo conjugal e a perpetuação da espécie é modelo natural de formação e manutenção das gerações. Delas dependemos para vir e ir (nascer e morrer). Nascemos porque existíamos. Com a morte do corpo, vamos para algum lugar, esse lugar é de onde viemos. Voltarmos para um novo corpo se chama no espiritismo reencarnação. Isto, porque neste Mundo já estivemos muitas outras existências.  

Agora temos um retrato aproximadamente do que somos. Um Espírito viajante do tempo, conquistando experiências, que se transformarão em valores espirituais.  

E a tal de felicidade!  

“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.² Jesus, quando no Mundo, ensinou muitas vezes aos doutores da Lei, no entanto, o orgulho e a dureza de coração não admitiam a compreensão. Tudo o que era ensinado e não estava condizente com os escritos antigos e as tradições, não encontravam ressonância naqueles espíritos endurecidos. Mas, o Mestre lançou sementes da verdade dos Céus nos mais diversos terrenos, mentes e corações, alcançando êxito entre os mais simples, entre doentes, pobres e desprezados daquela sociedade.  

Assim, não é difícil compreender que a felicidade real não é a deste Mundo. Neste Mundo é onde estão os recursos, os meios, as oportunidades, as vivências, o cadinho que nos levará à depuração do metal preciosos que somos. Pois, o metal bom com jaças não tem bom valor.  

Quando Deus nos criou, éramos simples e ignorantes (incultos), espíritos puros, sem mácula; dessa forma, saímos de Suas mãos, do Seu amor. Puros tal a grandeza do Criador. Inatos, todos os recursos a serem desenvolvidos.  

Conduziu-nos todos tal como fazemos com as crianças. Ensinando-nos as primeiras coisas, permitindo-nos descobrir outras, apoiando-nos, ora carregados no colo, ora segurando pelas mãos, até que o discernimento autorizasse o uso do livre-arbítrio. 

A inteligência com algum desenvolvimento, os sentimentos em despertamento, fomos experimentando, certo e errado, sentindo os efeitos bons ou ruins de cada iniciativa, comprazendo ou sofrendo com os desdobramentos. 

Aprendemos que nossas atitudes podem atender aos interesses das demais criaturas ao nosso redor ou desagradá-las. Assim, vamos aprendendo a respeitar os nossos limites e o direito dos que conosco ombreiam a vida de evolução na Terra.  

Aqui, a felicidade são os momentos: conquista de algo muito almejado, o encontro de amor sincero, o nascimento de um filho, amizade sadia e desinteressada. Quem possui um sentimento mais espiritualizado, que vive com confiança, mesmo suportando revezes, às vezes com a saúde prejudicada, mas, que tem certeza da continuidade da vida depois da morte do corpo, que ninguém ignora que acontecerá, vive uma felicidade interior, que poucos podem entender. Fora parece o caos, na alma, apesar de tudo, a calma, a suavidade, a confiança, a felicidade.  

A felicidade está na pureza da alma, mas cheia de sabedoria, superações, riquezas morais, reconhecimentos que todos são irmãos na caminhada evolutiva para a perfeição, mas cada um tem o seu tempo para alcançar tal estágio feliz. Embora, demandar esforços e lágrimas, que por ora não compreendam que a felicidade exige busca permanente de domínio de si mesmo, da autoeducação, num exercício paciente da própria conquista.  

Repetindo -- Jesus, o Cristo: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará” --, pois, sem a consciência de que viveremos para sempre, embora a entrada e a saída num corpo de carne, com o esquecimento temporário das experiências passadas. Essas experiências continuam registradas no nosso patrimônio espiritual, e, assim, agimos com todas as conquistas dos diversos tempos, em cada momento de nossa existência. Quando os resultados dessas vivências estiverem depurados, é o Espírito que brilhará e a felicidade estará presente, vez que é a sua própria construção. 

Ninguém encontrará a felicidade sem a construir! Jesus, antes que o Planeta existisse, cuidava para que todos sob sua tutela nos milênios sem fim um dia encontrasse a felicidade de verdade. Uma das razões de seus sacrifícios, inclusive tomando um corpo pesado, que deixou na cruz dos homens, que ignorantes pretenderam apagar a Luz que clareia os caminhos seculares para o encontro da própria felicidade.   

Viver feliz é espiritualizar-se. Viver a mensagem de Jesus. Antecipar em alguma filigrana as alegrias dos Céus. 

Para encerrar, deixamos algo que merece ser meditado: “(…) vivemos todos em plena eternidade, somos cidadãos do infinito, e para a eternidade o que existe é o momento presente, sem ocasos! sem lapsos! Ela, a eternidade, vive dentro do presente, porque justamente é esta a sua particularidade!"³ 


1. João, 16:33 

2.João, 8:32 

3. Fragmento de aula do Espírito Epaminondas de Vigo, na Universidade da cidade espiritual Esperança, conforme consta do livro Memórias de Um Suicida, no capítulo 18, página 429, ditada pelo Espírito Camilo Cândido Botelho, pela médium psicógrafa Yvonne A. Pereira.  

 

  Dorival da Silva 

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Nascer e progredir...

 Nascer e progredir...

Quando nascemos nós desembarcamos na vida, como numa estação de trem, de metrô...  Descemos em um ponto para dar sequência à viagem que iniciamos antes.  Caso não estivéssemos viajando como pararíamos numa estação? Num berço?  Antes de chegarmos ao berço, tomamos um veículo na intimidade de nossa mãe com a fusão dos gametas masculino e feminino, originando um corpo que o próprio viajante molda, imprimindo-lhe as características próprias às suas necessidades para atender à programação objetivada para tal empreendimento, respeitando a força da carga genética herdada dos pais.  

Onde estávamos?  É bom notar que antes desta viagem fizemos muitas e muitas outras acumulando as experiências, as habilidades, a cultura, a educação, mas também os defeitos, os vícios; e não deixamos de adicionar na bagagem dívidas que nos maltratam, tiram-nos a paz, nublam nossa mente, mesmo inconscientemente nos causam constrangimento emocional, uma insatisfação... 

 Nas reentrâncias da bagagem  estão os focos dos sofrimentos emocionais que se refletem na presente viagem.  São questões antigas que não foram resolvidas e que trouxemos para dar solução.  Como solucioná-las se não estiverem presentes ou não se manifestarem em algum momento?  Assim que muitas situações emocionais estão presentes na infância e outras se apresentam no curso da vida. São os nossos próprios arranjos.  

 Caminharmos na vida física significa estar em uma nova oportunidade de melhoria espiritual, por a viagem ser do Espírito, a bagagem lhe pertence, aí estão os méritos e também as dívidas, sendo que a consciência impõe o compromisso do resgate.  Assim, precisamos nos fortalecer para encontrar solução para as pendências que vieram conosco, não devemos descurar da  ajuda profissional, e procurar ser merecedores de forte apoio familiar.  

Ninguém vem a este mundo com missão impossível. Para darmos conta de nossa jornada, mesmo que considerada difícil, é fundamental o senso de responsabilidade, a fé, o respeito por si mesmo e aos outros, o bom relacionamento, a amizade sincera, ferramentas dos vencedores da vida. 

 

* * * 

Existem viajores que fogem do comum, porque não tiveram condições de planejar a sua reencarnação, são os que tiveram sua entrada nesta vida compulsoriamente, devido à ausência de lucidez para decidir, considerando o comprometimento espiritual que apresentavam e demonstram no corpo as sequelas do seu estado.  O corpo disforme pede cuidados e emoções positivas ao seu habitante, que o auxiliará na superação da deformidade espiritual.  

Alguns apresentam corpos deficientes, outros com a mente em desalinho, e outros ainda com o corpo e mente desajustados.  Isso não é por acaso, têm fatos causais e grande parte do problema nasce num suicídio implementado em vida anterior.  

Como nos elucida a Doutrina Espírita, existem os suicídios consciente e o inconsciente, o primeiro quando se tira a própria vida num fato extraordinário com arma de fogo, enforcamento, atirando-se em águas profundas ou sob rodas de trem, ou outras situações análogas; e o segundo, quando o indivíduo caminha pelos vícios morais ou de aditivos químicos, que solapam o organismo comprometendo a sua vida.  Ambos os modos de suicídio provocam consequências correspondentes às que arruinaram a existência interrompida.  

Se o que se deu ao uso de drogas viciantes, comprometendo o estado de consciência, maculando o cérebro, possivelmente trará essa sequela na próxima existência. O que esfacelou parte da massa encefálica com projetil de arma de fogo, em algum grau de comprometimento o próximo organismo se ressentirá.  Assim, àqueles que se deixaram afogar, trarão refletidas dificuldades com a área respiratória. Sendo justa a lei Divina, nem sempre para situações idênticas às consequências sejam exatamente iguais, pois, existem variantes e atenuantes que estão fora de alcance de análise dos mortais. No entanto, toda ação terá reação e a consciência assumirá o que disto resultar. Em se tratando de suicídio sempre os desdobramentos serão de frustração, dor, insatisfação...   

O arrependimento sincero é o início da concertação do suicida com a consciência, mas terá que resgatar-se das fragilidades emocionais e provar a si mesmo que a loucura praticada se tornou algo totalmente superado.  Poderá demorar mais de uma vida.  

* * * 

Duas situações são relevantes para a jornada na Terra, primeiro sabermos que somos Espíritos; e, em segundo lugar, que estamos cercados de possibilidades para o bom êxito.  

É oportuno ressaltar que o maior entrave para o sucesso está na descrença, na dúvida, na fé vacilante. Os mais necessitados da autoconfiança, buscam-na no ambiente externo, desejosos que alguém os assista, que um ídolo os guie, mesmo que nas fantasias, permitindo-se como fantoches sonhadores de realização que nunca os preencherá com emoções que desconhecem, embora delas necessitem o amor.   

Sabermos que somos Espíritos e jamais morreremos, que a vida no corpo é uma experiência, como alguns anos escolares; ou mesmo alguns momentos numa casa de saúde, para sanarmos alguns males; ou uma prisão educativa para nos protegermos de nós mesmos; ou, ainda, uma oficina de trabalho em experimentos preparatórios para outros passos na esteira evolutiva da alma, assim, vamos encontrar um antídoto contra o suicídio, em que pesem as turbulências da viagem por esta vida.  

Fugir da vida não oferece nenhuma solução dos males que sofremos, porque vivemos a realidade que construímos nas muitas vidas que tivemos anteriormente (nas reencarnações sucessivas), mas que sabemos que a Vida do Espírito nunca sofreu interrupção, uma vez que chamamos vidas aquilo que se compreende como entrada num corpo e depois a saída (nascimento e morte), no entanto, é sempre um retornar à Vida Ampla (a que um dia foi criada por Deus e jamais terá fim).  

No início do texto registramos: "Como solucioná-las se não estiverem presentes ou não se manifestarem em algum momento?"   São as dívidas que trouxemos na nossa bagagem de viagem, estas são as emoções que nos incomodam, estão intrínsecas em nós mesmos, sobrepõem pelo incômodo a parte da bagagem que se compõem de coisas positivas. Há uma preferência inconsciente pelo que nos chama a atenção, e o mal ainda sensibiliza os nossos sentidos, nos traz aflições, angústias, tormentos que não definimos; trata-se da ausência de uma força moral positiva trabalhada pela fé, mas uma fé que nos admita o raciocínio, que levanta o nosso nível de discernimento, que nos permita avançar além dos limites da matéria e adentrarmos os valores da Espiritualidade Superior.  

Jesus, o Cristo, recitou: "Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento."¹    O Mestre nazareno é a porta, o Seu saber revelado ao mundo é o das "Bem-aventuranças", o que não acontecerá no corpo, mas na alma, e se comprovará no Mundo Espiritual.  A luta é aqui, com os recursos que temos e com aqueles que buscamos com nossos esforços.  

Fugir desta vida é atrasar-se no caminho da paz e da felicidade.  

Nunca seremos um ideal que não vivemos.  

Suicídio! Jamais.  

                                  Dorival da Silva  

¹ Marcos, 2:17  



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