No
serviço cristão
“Nem como tendo domínio sobre a herança de
Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” - (I Pedro, 5:3.)
Aos companheiros de
Espiritismo cristão cabem tarefas de enormes proporções, junto das almas.
Preocupam-nos
profundos problemas da fé, transcendentes questões da dor.
Porque dão de graça
o que por graça recebem, contam com a animosidade dos que vendem os dons
divinos; porque procuram a sabedoria espiritual, recebem a gratuita aversão dos
que se cristalizam na pequena ciência; porque se preparam em face da vida
eterna, desligando-se do egoísmo destruidor, são categorizados como loucos,
pelos que se satisfazem na fantasia transitória.
Quanto maior,
porém, a incompreensão do mundo, mais se deverá intensificar naqueles as noções
da responsabilidade.
Não falamos aqui
dos estudiosos, dos investigadores ou dos observadores simplesmente.
Referimo-nos aos que já entenderam a grandeza do auxílio fraternal e a ele se
entregaram, de coração voltado para o Cristo. Encontram-se nos círculos de uma
experiência nobre demais para ser comentada, mas a responsabilidade que lhes
compete é igualmente muito grande para ser definida.
A ti, pois, meu
irmão, que guardas contigo os interesses de muitas almas, repito as palavras do
grande apóstolo, para que jamais te envaideças, nem procedas “como tendo
domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”
Mensagem extraída da
obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, capítulo 69.
* * *
REFLEXÃO: Quantos
pretendem locupletar-se do que não lhe pertence. Como o livre arbítrio é uma
Lei Natural, que, nem sempre, exerce a cobrança das consequências dos desvios imediatamente, mas, aguarda o reposicionamento do próprio infrator, dando tempo
ao tempo.
Em se tratando das
questões da fé, tanto os enganadores como os enganados são responsáveis pelo
que advier desse processo de venda do que se recebe de graça, que deveria ser
dado de graça.
A fé com ou sem a
organização religiosa não serve de recurso de sobrevivência, nem meio de
enriquecimento material, a qualquer pretexto. Para isto existem as profissões,
as transações comerciais e empresariais com suas leis norteadoras, que
exercidas de forma justa proporcionam o suficiente para atender as exigências
da vida.
Jesus tinha
profissão, era como o seu pai José, carpinteiro, não cobrava para ensinar as Primícias do Reino, apresentava essas
verdades sem pompas, sem luxo, sem aparato desconcertantes. O seu templo era a
Natureza, à luz do Sol, o som era o marulhar do mar, seus instrumentos, os
apetrechos de trabalho: o barco, a enxada, a pá, o arado, a candeia...
Suas revelações
eram espargidas, como a chuva suave que cala devagarinho as entranhas da terra
ressequida. Tocavam os corações ansiosos por algo que não conheciam, mas que
necessitavam de alento e esperança. Algo norteador das
mentes, que pudessem estabelecer consciências clarificadas naquilo de essencial
para a Vida, porque só conheciam desolação, desrespeito, abusos e a morte.
Jesus, arauto da
esperança, da iluminação, do amor, apresenta a grandiosidade de Deus, apazigua
a dor, modifica o estado moral reinante no mundo, abre a clareira da paz,
mostra o rumo para a felicidade, franqueia o conhecimento da existência das
muitas moradas na Casa do Pai e que iria à frente para preparar o lugar, para
que seus irmãos pudessem encontrá-Lo, na sequência desta vida na outra Vida.
Ele, o Cristo, não
precisou de ambiente suntuoso, não exigiu tapete de honorabilidade, não exigiu
moedas, não condicionou o acesso à verdade sob nenhuma forma, não teatralizou
nenhuma circunstância para chamar a atenção, não disse o que faria ou que alguém
faria isto ou aquilo acontecer. Apenas
realizou com humildade e singeleza os fatos mais extraordinários, com o
objetivo de ensinar, porque era Mestre.
A luz espiritual
resplandece daquele que a conquistou, não é existente naquele que apenas almeja,
imita, falseia ou engana. A verdade
surgirá em momento inopinado e as máscaras dos vendilhões cairão, restando a
frustração, o arrependimento, a aflição de muitos, e longo caminho para o
refazimento do plantio de árvores de frutos amargosos que darão colheitas arrasadoras.
Não fazer comércio
daquilo que foi dado de graça para que de graça seja distribuído, sob pena de sofrimento
intenso, em virtude do aviltamento de consciência.
Jesus é: “O Caminho, a verdade e a vida.”
Dorival da Silva.
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