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quinta-feira, 9 de março de 2017

No serviço cristão

No serviço cristão

“Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” - (I Pedro, 5:3.)

Aos companheiros de Espiritismo cristão cabem tarefas de enormes proporções, junto das almas.

Preocupam-nos profundos problemas da fé, transcendentes questões da dor.

Porque dão de graça o que por graça recebem, contam com a animosidade dos que vendem os dons divinos; porque procuram a sabedoria espiritual, recebem a gratuita aversão dos que se cristalizam na pequena ciência; porque se preparam em face da vida eterna, desligando-se do egoísmo destruidor, são categorizados como loucos, pelos que se satisfazem na fantasia transitória.

Quanto maior, porém, a incompreensão do mundo, mais se deverá intensificar naqueles as noções da responsabilidade.

Não falamos aqui dos estudiosos, dos investigadores ou dos observadores simplesmente. Referimo-nos aos que já entenderam a grandeza do auxílio fraternal e a ele se entregaram, de coração voltado para o Cristo. Encontram-se nos círculos de uma experiência nobre demais para ser comentada, mas a responsabilidade que lhes compete é igualmente muito grande para ser definida.

A ti, pois, meu irmão, que guardas contigo os interesses de muitas almas, repito as palavras do grande apóstolo, para que jamais te envaideças, nem procedas “como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 69.

*   *   *

REFLEXÃO: Quantos pretendem locupletar-se do que não lhe pertence. Como o livre arbítrio é uma Lei Natural, que, nem sempre, exerce a cobrança das consequências dos desvios imediatamente, mas, aguarda o reposicionamento do próprio infrator, dando tempo ao tempo.

Em se tratando das questões da fé, tanto os enganadores como os enganados são responsáveis pelo que advier desse processo de venda do que se recebe de graça, que deveria ser dado de graça.

A fé com ou sem a organização religiosa não serve de recurso de sobrevivência, nem meio de enriquecimento material, a qualquer pretexto. Para isto existem as profissões, as transações comerciais e empresariais com suas leis norteadoras, que exercidas de forma justa proporcionam o suficiente para atender as exigências da vida.

Jesus tinha profissão, era como o seu pai José, carpinteiro, não cobrava para ensinar as Primícias do Reino, apresentava essas verdades sem pompas, sem luxo, sem aparato desconcertantes. O seu templo era a Natureza, à luz do Sol, o som era o marulhar do mar, seus instrumentos, os apetrechos de trabalho: o barco, a enxada, a pá, o arado, a candeia...

Suas revelações eram espargidas, como a chuva suave que cala devagarinho as entranhas da terra ressequida. Tocavam os corações ansiosos por algo que não conheciam, mas que necessitavam de alento e esperança. Algo norteador das mentes, que pudessem estabelecer consciências clarificadas naquilo de essencial para a Vida, porque só conheciam desolação, desrespeito, abusos e a morte.

Jesus, arauto da esperança, da iluminação, do amor, apresenta a grandiosidade de Deus, apazigua a dor, modifica o estado moral reinante no mundo, abre a clareira da paz, mostra o rumo para a felicidade, franqueia o conhecimento da existência das muitas moradas na Casa do Pai e que iria à frente para preparar o lugar, para que seus irmãos pudessem encontrá-Lo, na sequência desta vida na outra Vida.

Ele, o Cristo, não precisou de ambiente suntuoso, não exigiu tapete de honorabilidade, não exigiu moedas, não condicionou o acesso à verdade sob nenhuma forma, não teatralizou nenhuma circunstância para chamar a atenção, não disse o que faria ou que alguém faria isto ou aquilo acontecer.  Apenas realizou com humildade e singeleza os fatos mais extraordinários, com o objetivo de ensinar, porque era Mestre.

A luz espiritual resplandece daquele que a conquistou, não é existente naquele que apenas almeja, imita, falseia ou engana.  A verdade surgirá em momento inopinado e as máscaras dos vendilhões cairão, restando a frustração, o arrependimento, a aflição de muitos, e longo caminho para o refazimento do plantio de árvores de frutos amargosos que darão colheitas arrasadoras.

Não fazer comércio daquilo que foi dado de graça para que de graça seja distribuído, sob pena de sofrimento intenso, em virtude do aviltamento de consciência.

Jesus é: “O Caminho, a verdade e a vida.”

                                                             Dorival da Silva.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Medicina reconhece obsessão espiritual

Código Internacional de Doenças (OMS) inclui influência dos Espíritos - Medicina reconhece obsessão espiritual

Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*

A obsessão espiritual como doença-da-alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito. 
No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: biológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado-de-transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

Extraído do FEB Boletim   -   Junho 2011 -  2ª Quinzena