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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Casa espiritual

“Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual.” - Pedro. (I Pedro, 2:5.)
Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.
O aprendiz do Evangelho precisa, pois, refletir nas palavras de Simão Pedro, porque a lição de Jesus não deve ser tomada apenas como carícia embaladora e, sim, por material de construção e reconstrução da reforma integral da casa íntima.
Muita vez, é imprescindível que os alicerces de nosso santuário interior sejam abalados e renovados.
Cristo não é somente uma figuração filosófica ou religiosa nos altiplanos do pensamento universal. É também o restaurador da casa espiritual dos homens.
O cristão sem reforma interna dispõe apenas das plantas do serviço. O discípulo sincero, porém, é o trabalhador devotado que atinge a luz do Senhor, não em benefício de Jesus, mas, sobretudo, em favor de si mesmo.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel e psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 133, ano 1951.

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Reflexão: O apóstolo Pedro, no versículo inicialmente colocado, refere-se a: “(...), como pedras vivas, sois edificados casa espiritual”. É fundamental reconhecer que cada indivíduo é um projeto único. Essa construção terá a feição do “auto construtor” espiritual.  Portanto, não se habita a Casa Espiritual, é-se a própria habitação, somente os valores que são cultivados residem nessa edificação.

Dessa forma, pode-se avaliar a qualidade da construção em andamento pelas manifestações próprias, tais como: a fala, a manifestação cultural, a escrita, o comportamento nas relações sociais, as bandeiras que defende, ação e reação frente a fato inopinado...
 
O Espírito Emmanuel, estudando a anotação de Pedro, destaca: “(...), existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, (...)” e “(...) são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor”.  Essas observações merecerem o “status” de alerta grave para todos que transitam na vida corpórea, porque esta é a grande oportunidade de alçar posição de melhoria da Alma. É a Casa em edificação, que será transladada para a espiritualidade com a beleza ou a fealdade que lhe couber.

O Espírito Benfeitor levanta, ainda, na sua análise: (...) “e outras (Casas) que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto (...).”  Observando-se as circunstâncias acima, não é difícil imaginar que são Almas em sofrimento em razão do seu estado doentio, alimentado com ilusões, ambições desmedidas, orgulho desenfreado, egoísmo renitente.

Há grande corrida na busca de alívio das dores da alma nos consultórios médicos, psicológicos, psiquiátricos, que colaboram com suas técnicas no apaziguamento das ânsias maiores, de tratamentos de longo prazo, até que o paciente tome ou não resolução transformadora. A cura não virá de fora, mas, sim, de dentro para fora. É o esforço hercúleo de quem sofre. Caso não dê conta na presente vida no corpo físico, dará continuidade aos esforços na vida espiritual, mesmo assim, não conquistando a saúde necessária, retornará em novo corpo de carne para a continuidade do tratamento. Todos se curarão um dia.

A Casa Espiritual merece cuidados, ninguém será feliz em parte alguma numa moradia de ilusões.


                                                   Dorival da Silva.

quinta-feira, 9 de março de 2017

No serviço cristão

No serviço cristão

“Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” - (I Pedro, 5:3.)

Aos companheiros de Espiritismo cristão cabem tarefas de enormes proporções, junto das almas.

Preocupam-nos profundos problemas da fé, transcendentes questões da dor.

Porque dão de graça o que por graça recebem, contam com a animosidade dos que vendem os dons divinos; porque procuram a sabedoria espiritual, recebem a gratuita aversão dos que se cristalizam na pequena ciência; porque se preparam em face da vida eterna, desligando-se do egoísmo destruidor, são categorizados como loucos, pelos que se satisfazem na fantasia transitória.

Quanto maior, porém, a incompreensão do mundo, mais se deverá intensificar naqueles as noções da responsabilidade.

Não falamos aqui dos estudiosos, dos investigadores ou dos observadores simplesmente. Referimo-nos aos que já entenderam a grandeza do auxílio fraternal e a ele se entregaram, de coração voltado para o Cristo. Encontram-se nos círculos de uma experiência nobre demais para ser comentada, mas a responsabilidade que lhes compete é igualmente muito grande para ser definida.

A ti, pois, meu irmão, que guardas contigo os interesses de muitas almas, repito as palavras do grande apóstolo, para que jamais te envaideças, nem procedas “como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 69.

*   *   *

REFLEXÃO: Quantos pretendem locupletar-se do que não lhe pertence. Como o livre arbítrio é uma Lei Natural, que, nem sempre, exerce a cobrança das consequências dos desvios imediatamente, mas, aguarda o reposicionamento do próprio infrator, dando tempo ao tempo.

Em se tratando das questões da fé, tanto os enganadores como os enganados são responsáveis pelo que advier desse processo de venda do que se recebe de graça, que deveria ser dado de graça.

A fé com ou sem a organização religiosa não serve de recurso de sobrevivência, nem meio de enriquecimento material, a qualquer pretexto. Para isto existem as profissões, as transações comerciais e empresariais com suas leis norteadoras, que exercidas de forma justa proporcionam o suficiente para atender as exigências da vida.

Jesus tinha profissão, era como o seu pai José, carpinteiro, não cobrava para ensinar as Primícias do Reino, apresentava essas verdades sem pompas, sem luxo, sem aparato desconcertantes. O seu templo era a Natureza, à luz do Sol, o som era o marulhar do mar, seus instrumentos, os apetrechos de trabalho: o barco, a enxada, a pá, o arado, a candeia...

Suas revelações eram espargidas, como a chuva suave que cala devagarinho as entranhas da terra ressequida. Tocavam os corações ansiosos por algo que não conheciam, mas que necessitavam de alento e esperança. Algo norteador das mentes, que pudessem estabelecer consciências clarificadas naquilo de essencial para a Vida, porque só conheciam desolação, desrespeito, abusos e a morte.

Jesus, arauto da esperança, da iluminação, do amor, apresenta a grandiosidade de Deus, apazigua a dor, modifica o estado moral reinante no mundo, abre a clareira da paz, mostra o rumo para a felicidade, franqueia o conhecimento da existência das muitas moradas na Casa do Pai e que iria à frente para preparar o lugar, para que seus irmãos pudessem encontrá-Lo, na sequência desta vida na outra Vida.

Ele, o Cristo, não precisou de ambiente suntuoso, não exigiu tapete de honorabilidade, não exigiu moedas, não condicionou o acesso à verdade sob nenhuma forma, não teatralizou nenhuma circunstância para chamar a atenção, não disse o que faria ou que alguém faria isto ou aquilo acontecer.  Apenas realizou com humildade e singeleza os fatos mais extraordinários, com o objetivo de ensinar, porque era Mestre.

A luz espiritual resplandece daquele que a conquistou, não é existente naquele que apenas almeja, imita, falseia ou engana.  A verdade surgirá em momento inopinado e as máscaras dos vendilhões cairão, restando a frustração, o arrependimento, a aflição de muitos, e longo caminho para o refazimento do plantio de árvores de frutos amargosos que darão colheitas arrasadoras.

Não fazer comércio daquilo que foi dado de graça para que de graça seja distribuído, sob pena de sofrimento intenso, em virtude do aviltamento de consciência.

Jesus é: “O Caminho, a verdade e a vida.”

                                                             Dorival da Silva.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Na intimidade do ser


Na intimidade do ser

“Vós, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade.” - Paulo. (Colossenses, 3:12.)

Indubitavelmente, não basta apreciar os sentimentos sublimes que o Cristianismo inspira.
É indispensável revestirmo-nos deles.
O apóstolo não se refere a raciocínios.
Fala de profundidades.
O problema não é de pura cerebração.
É de intimidade do ser.
Alguém que possua roteiro certo do caminho a seguir, entre multidões que o desconhecem, é naturalmente eleito para administrar a orientação.
Detendo tão copiosa bagagem de conhecimentos, acerca da eternidade, o cristão legítimo é pessoa indicada a proteger os interesses espirituais de seus irmãos na jornada evolutiva; no entanto, é preciso encarecer o testemunho, que não se limita à fraseologia brilhante.
Imprescindível é que estejamos revestidos de “entranhas de misericórdia” para enfrentarmos, com êxito, os perigos crescentes do caminho.
O mal, para ceder terreno, compreende apenas a linguagem do verdadeiro bem; o orgulho, a fim de renunciar aos seus propósitos infelizes, não entende senão a humildade. Sem espírito fraternal, é impossível quebrar o escuro estilete do egoísmo. É necessário dilatar sempre as reservas de sentimento superior, de modo a avançarmos, vitoriosamente, na senda da ascensão.
Os espiritistas sinceros encontrarão luminoso estímulo nas palavras de Paulo. Alguns companheiros por certo observarão em nossa lembrança mero problema de fé religiosa, segundo o seu modo de entender; todavia, entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença.

Mensagem extraída da obra: Vinha de Luz, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 89.

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(Reescrito com algumas correções)

Reflexão: Dos vários ensinamentos que Emmanuel registra no capítulo acima, um deles precisamos, nesta oportunidade, dar ênfase: "(...), entre fazer psiquismo por alguns dias e solucionar questões para a vida eterna, há sempre considerável diferença."

O verdadeiro cristão sabe que aquilo que é nobre modifica a alma para melhor, que são os conhecimentos e as ações construtivos. Estes permanecerão para sempre, farão parte do edifício de si mesmo. Também sabe que tudo o que é dispensável é como a impureza do metal precioso que deverá ser expungida através do calor do cadinho, ou conscientemente revendo os próprios defeitos corrigindo-os voluntariamente. Ninguém alcançará as alturas evolutivas sem a purificação da alma. 

Não é possível saltar etapas. É preciso vivenciar cada instante. A edificação que perpetuará é erigida gradativamente. Trabalha-se a aquisição de conhecimentos, vive-se as experiências. Os resultados negativos serão expiados e provados.  Os positivos acumulados para forrar a sustentação de novas etapas evolutivas mais complexas e de maior responsabilidade.
Sem estudar e compreender as Leis Naturais da Reencarnação e do Progresso fica difícil vislumbrar o caminho da eternidade. Como as almas não morrem e precisam evoluir constantemente, para alcançar a tão desejada felicidade plena, a melhor escolha é evoluir, simplesmente. 

Independentemente de aceitar a existência da reencarnação e as demais Leis Naturais, elas sempre existiram, são as Leis de Deus, não dependem da criatura saber que existem, elas sempre estarão cumprindo as suas funções. No entanto, com o conhecimento delas, o passo evolutivo fica mais veloz, tornando o andar consciente. Existe assim uma meta conhecida. Não se anda em círculo. Embora sempre fomos guiados de alguma forma. Nunca estivemos sozinhos. Apesar disto temos o livre-arbítrio, é uma Lei da Natureza, que por questão de hábito nos leva a repetir o que estamos acostumados. "A educação é uma soma de hábitos", que poderão ser positivos ou não.

Conhecendo-se as Leis Naturais temos as rédeas da vida em nossas próprias mãos e sabendo o rumo chegaremos mais rapidamente. 

Estudar sempre! Meditar também.
                                                   Dorival da Silva


domingo, 18 de maio de 2014

Um minuto com Chico Xavier

Um minuto com Chico Xavier
Ano 8 - N° 362 - 11 de Maio de 2014
JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)


 
O trecho que apresentaremos a seguir foi retirado da biografia de Chico contida nesta própria revista eletrônica:


– Durante a entrevista, perguntaram ao Chico: − Chico, estão querendo separar a parte científica, filosófica e religiosa da Doutrina, dizendo que o Espiritismo não é religião, isto é, estão querendo tirar Jesus do Espiritismo. O que você acha de tudo isso?

A resposta não se fez esperar:

− Se tirarmos Jesus do Espiritismo, vira comédia. Se tirarmos Religião do Espiritismo, vira um negócio. A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarmos a religião, o que é que fica?

A filosofia humana, embora seja uma conversa sem fim, tem ajudado a clarear o pensamento, mas não consola perante a dor de um filho morto.

A ciência humana, embora seja uma pergunta infindável, está aí em nome de Deus.

Antigamente tínhamos a varíola, mas Deus, inspirando a inteligência humana, nos deu a vacina e hoje a varíola está quase eliminada da face da Terra.

Sofríamos com o problema da distância, mas a bondade divina, inspirando a cabeça dos cientistas, nos trouxe o motor. Hoje temos o barco, o carro, o avião suprimindo distâncias... o telefone aliviando ansiedades... a televisão colocou o mundo dentro de nossas casas...

Tínhamos medo da escuridão, mas a misericórdia divina nos enviou a lâmpada, através da criatividade humana.

A dor nos atormentava, mas a compaixão divina nos enviou a anestesia.

Há, porém, uma coisa em que a ciência não tem conseguido ajudar. Ela não tem conseguido eliminar o ódio do coração humano. Não há farmácias vendendo remédios contra o egoísmo, o orgulho, a vaidade, a inveja, o ciúme... Não podemos pedir misericórdia a um computador.

Jesus, porém, está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS.

De maneira que se tirarmos a religião do Espiritismo fica um corpo sem coração, se tirarmos a ciência fica um corpo sem cabeça e se tirarmos a filosofia fica um corpo sem membro.  (De Entrevistas com Chico Xavier.)

Extraído da Revista Eletrônica: O Consolador, no endereço:
 http://www.oconsolador.com.br/ano8/362/umminutocomchico.html